Manuel é capaz de ser o nome mais português que conheço. Com todo o respeito pelos Antónios. Serve para identificar alguém com esse nome mas também pode servir para identificar qualquer português. Quantos de nós já não viu na rua alguém que julga conhecer mas que, após um esforço considerável de memória chega à conclusão de que “é um Manel qualquer que por aí anda”

Está é a parte em que vocês começam a questionar esta minha introdução e, porque não, a minha saúde mental. Com toda a razão. Acontece que apeteceu-me fazer um “apanhado dos Maneis”, nada mais. Simplesmente tenho um fascínio pela etimologia popular e tradicional portuguesa. E pouco que fazer, já que ainda estou de férias.

Começo pelo “Manel” do momento, obviamente o Carlos Mané. Reparem que ele podia ser Carlos Manuel (tem ambos os nomes) mas, com a sua inteligência superior decidiu afastar-se do último grande sucessor de Cruijff na arte de meter merdas na boca e chupá-las e aproximar-se daquele génio de pernas arqueadas chamado Mané Garrincha. Só por isto, este miúdo há de ir longe.

Mas mais Maneis andem aí. Como por exemplo, o nosso de Sarilhos. Aquele que podia ser tudo o que quisesse dentro do Sporting….mas escolheu ser mais um activo contribuinte na arte de não dizer pão na televisão nacional. Tenho o maior dos respeitos pelo nosso Manel. E por isso dói-me que ele tenha escolhido para esta fase da sua vida ser aquilo que nunca foi em campo: subserviente, figura secundária, em suma, mais um para encher chouriços na Tv. Mais grave disto tudo é que está a fazê-lo em prol da estratégia do Oliveirinha Resabiado contra o Oliveirinha Esperto. Este não é o Manel que eu venerava, mas cada um é livre de fazer o que quiser.

Continuando na senda dos Maneis, há um incontornável. Que até treinou o de Sarilhos no mítico 7-1. O Manel Zé. Estabeleceu-se como o ressabiado mor do futebol português e hoje é o Velho do Restelo cá do burgo. Nos meus sonhos mais molhados imagino uma tag-team entre o velho Zé e o grande Sá Pinto com o objectivo de rebentar, por exemplo, o Artur Jorge e o Oliveirinha Ressabiado. O Sá Pinto já fez a parte dele. Quando é que ganhas um par de colhões, Velho Zé?

Ultimamente, tenho ouvido e lido muito sobre outro Manel que apareceu vindo da tumba. Um tal de Sérgio. Parece que é professor catedrático e que faz bicos ao óróliga. Nada contra. Mas acredito que aprenderia mais com 5 min com a Shakira do que numa hora com o catedrático. E estou a falar de futebol. Afinal, a colombiana agarrou um jogador do Barça e o professor continua agarrado ao pau.

Acabo a Ronda dos Maneis com aquele que todos os sportinguistas adoravam apanhar na rua para o cumprimentar com 2 calhaus em cada mão. Um tal de Mota que nos expoliou propositadamente, vergonhosamente, corruptamente e todos os “mentes” mais perversos que a mente humana pode imaginar. Gostava de acreditar que esse nojo de gente nunca mais passeará nos nossos relvados. Racionalmente, aposto o meu esquerdo de que será o próximo árbitro internacional vindo das profundezas das trevas que são o futebol português.

A todos estes Maneis, tenho uma mensagem:
A) Ao craque, faço votos que continue em grande porque é exactamente isso que ele vai ser. Um grande.
B) Ao ex-craque, peço-lhe que guarde a dignidade que granjea entre os sportinguistas e afaste-se daquele folclore deplorável que passa todas as semanas na Tv.
C) Ao Velho do Restelo, pago-lhe uns treinos com o Anderson Silva para ver ser finalmente faz aquilo que ele sempre andou mortinho para fazer.
D) Ao catedrático, recomendo-lhe uma série de excelentes torneios de sueca que se disputam nós mais variados tascos do interior do país.
E) Ao árbitro, que lhe passe um camião de fruta por cima. Só pela ironia da coisa

PS: Acho correctíssima a forma como o Léo Garden se refere ao Carlos Mané. É Máné. Não é Mané.

* todas as sextas, directamente de Angola, Sá abandona o seu lugar cativo à mesa da Tasca e toma conta da cozinha!