O jogo do passado sábado, frente ao Olhanense, confirmou que Fredy Montero é um jogador muito acima da média e que as suas capacidades vão bem além da inteligência para se movimentar dentro da grande área ou jogar no limite do fora de jogo.
Montero é tecnicamente muito evoluído, conseguindo pensar em curto espaço de tempo (o tão importante saberes o que vais fazer à bola ainda antes de ela te tocar na chuteira) e decidindo quase sempre bem como dar continuidade à jogada. A forma como segura a bola ou como recua para recebê-la, colocando-a, redonda, a dois ou a vinte metros, é um verdadeiro regalo para quem gosta de futebol. A capacidade para guardá-la no meio de quatro ou cinco adversários, é o recuperar daquele espírito de futebol de rua em que assumimos que queremos ser nós a decidir. Os pormenores técnicos, como o lençol (aka cabrito) que pregou ao defesa alagarvio, antes de oferecer o golo a Mané, são lampejos de inegável classe.  E ainda só o vimos utilizar o seu forte remate de médio e longo alcance, frente à Fiorentina.
Foi, efectivamente, uma pena ter-lhe sido anulado o golo, cereja no topo do bolo de uma enorme exibição individual sempre a pensar no colectivo. Mas, pelo menos para mim, Montero é bem mais do que golos. É um dos melhores jogadores que já vi com a camisola do meu Sporting.

* «tens prá troca?» é uma colecção de autocolantes virtuais à moda da Tasca, que nunca perdem a cola mas que também não dão para colar