Estreia, hoje, a muito esperada (e ainda mais justificada) rubrica dedicada ao nosso andebol. O título escolhido, Os Sete Magníficos, é uma forma de homenagear a enorme equipa que, entre 1966 e 1973, conquistou sete campeonatos nacionais em oito possíveis, cinco deles consecutivos, e três Taças de Portugal. E, claro, uma forma de homenagear sete jogadores incontornáveis: Bessone Basto, Adriano Mesquita, Manuel Marques, Ramiro Pinheiro, Alfredo Pinheiro, Manuel Brito (o capitão dos magníficos) e Carlos Correia.

 

Para quem não está a par da situação, coloco as coisas desta maneira: estão a ver o Sporting em Futebol, jovem, ambicioso, com garra, entrega e união? Pois bem, no Andebol é praticamente idêntico, apenas com uma ligeira alteração: nesta modalidade, o objectivo passa mesmo por conquistar as competições nacionais. É verdade que o Sporting também está em competição na Europa e, naturalmente, num clube como o Sporting Clube de Portugal, seja no Andebol ou no Tiro com Arco, o objectivo de vencer faz parte dos pergaminhos do clube. Sobre a prestação na Europa, já lá iremos.

Ao contrário do que aconteceu nas duas últimas épocas, o Sporting não esperou pela final da Taça de Portugal de Andebol para defrontar o FC Porto, mas tal como nas duas épocas anteriores, os leões saíram vencedores. A turma de Alvalade, fortemente apoiada nas bancadas, conseguiu ultrapassar mais um obstáculo, vencendo os «azuis e brancos» nos quartos-de-final por 25-23 e avançando para a “final four” da prova.
Na primeira parte, o Sporting entrou muito forte a defender, obrigando o Porto a cometer demasiadas falhas técnicas, para depois aplicar e fazer uso de uma das principais marcas desta equipa, o contra-ataque. Pedro Portela, Pedro Solha e Fábio Magalhães foram os marcadores de serviço no primeiro tempo, que terminou com um confortável 16-11. Na segunda metade, e em particular nos primeiros 10 minutos, a equipa de Frederico Santos tirou o pé do acelerador e, aos poucos, o clube do norte aproximou-se no marcador, chegando mesmo a conseguir o empate. 

Mas, à semelhança do que aconteceu com o Montpellier e Zamalek, para a Taça EHF, frente ao Porto houve dois jogadores que provaram estar numa momento de forma física monstruosa: Ricardo Candeias e Pedro Portela.
Estão a ver o Rui Patrício e o Montero? Pronto. São eles, mas no Andebol. Ricardo Candeias, com intervenções de altíssimo nível, e Pedro Portela, com uma intensidade de jogo impressionante e uma aptidão fora do comum para fazer golo, ajudaram a resolver uma partida que contou com uma péssima arbitragem, mas que, ainda assim, foi insuficiente para travar o ímpeto dos leões de Frederico Santos. 

O Treinador do Sporting já tinha lançado o mote: «O Sporting é um candidato à conquista da Taça de Portugal, pela qualidade e pelo historial, mas ainda não ganhámos nada. Temos de chegar à final e ganhá-la.» E, eu bem sei que neste jovem balneário verde e branco a vontade de vencer é enorme.
Estão a ver a união e o companheirismo que o plantel da equipa principal demonstra ter? Pronto. É mais ou menos igual. Sei perfeitamente que se trata de um grupo muito unido, com muita alegria e talento nas mãos e que conta com um treinador que, a nível motivacional, é fortíssimo.  

Esta equipa também anda a vencer na Europa. O andebol do Sporting tem estado em excelente plano na fase de grupos da Taça EHF. Três jogos, duas vitórias e uma derrota vendida muito cara, perante o poderoso Montpellier. Até agora, e somando tudo isto, o Sporting apresenta o melhor ataque e a segunda melhor defesa da “Liga Europa” do Andebol. A estas estatísticas ainda se pode acrescentar que o número 4 leonino, Pedro Portela, está no topo na lista de melhores marcadores. 

O próximo confronto é agora em “casa” – Mafra? Casal Vistoso? E que tal uma “Nave” novamente? – frente ao Águas Santas, no primeiro jogo da segunda fase do campeonato nacional. O Sporting parte com a vantagem mínima de um ponto e, neste fase, não se esperam facilidades. O primeiro adversário conta com uma boa equipa, porém desfalcada para o encontro de sábado. Os impedimentos de Pedro Cruz e Nuno Roque são claramente factores de desvantagem para esta equipa da Maia.
Do nosso lado, para lá das qualidades técnicas, um trunfo incontornável: estão a ver a motivação e o jogar para ganhar por parte do William Carvalho, do Adrien, e do Mané? É a mesma de Rui Silva, Fábio Magalhães e Pedro Solha. E, a manter-se o empenho e a atitude, o mais provável é que esta jovem equipa coloque o Sporting no topo do andebol português, sobrando depois o talento e a qualidade para fazer deles campeões nacionais.

 

Texto escrito por Verde, logo Existo! (As Redes do Damas)

*às sextas, a bola encolhe. E passa do pé para a mão e do relvado para o pavilhão, dando ao nosso Andebol o destaque que ele merece.