Peço desculpa a todos, mas já estou em modo Sporting activo. A Selecção Nacional tem-me dado algum desgosto e uma azia daquelas enormes. Posto isto, tenho de me focar naquilo que nos vai acompanhar a partir de Julho até Maio, sempre em tons de verde.

Muito se especula sobre a permanência ou não de Rui Patrício. As opiniões dividem-se em dois pontos: “Fica para sempre, Rui!” ou “Venha o guito, ele já nos deu muito e merece outro campeonato”. Se é verdade que o Mónaco está disposto a levar o nosso capitão, chegou a vez de outro grande sportinguista assumir o lugar que ambiciona há anos.

Marcelo Boeck tem sido um autêntico adjunto ao longo de todos estes anos, grita, corre, dá indicações para dentro do campo, sofre como um adepto e vive cada empate como se de uma goleada se tratasse. É um leão, um jogador que se encontra de 10 em 10 anos, pelo profissionalismo com que sempre se entregou aquela que é a nossa paixão. Sempre que foi chamado às redes, nunca comprometeu e mostrou sempre que mantém os dotes que uma vez o levaram ao melhor clube do mundo.

A mim parece-me que estamos a despedir-nos de Rui e que é apenas uma questão de tempo até Marcelo se assumir como o nosso titular. A questão está na especulação de que, caso o Rei Patrício abandone o barco, estará a caminho um Cássio ou o  Vagner ou um Adriano desta vida. A todos nós que tanto gostamos de discutir a formação e a importância da mesma no projecto do clube, não estaremos nós a esquecer dois meninos?

Luís Almeida, de 22 anos, está ligado ao Sporting desde 2002. Depois de alguns empréstimos, regressa ao clube para fazer parte do Sporting B na época de 2011/12. Seguro entre os postes, bom de pés, mas menos eficiente nas bolas paradas, Almeida é um jogador de classe e com uma maturidade enorme para a sua tenra idade. O seu 1,85 m é compensado com uma impulsão enorme e imensa segurança. Lança-se a qualquer bola sem medo nenhum, arrancando-as de lugares impossíveis.

Mickael Meira, de 20 anos, está ligado ao Sporting desde 2009, altura em que fez os seus 15 aninhos. Tem uma passagem breve pela Lixeira e pelo Fátima. Mais nervoso (mais novo também) que o seu companheiro, melhor na saída dos postes e a segurar uma bola parada, Mika é também excelente frente a um homem isolado. Impõe o seu físico a qualquer avançado. Tem um bom remate, a chamada “padrada”, mas ainda tem um percurso enorme a correr.

Os dois treinaram com a equipa principal durante muito tempo desta temporada, principalmente o Luís. Pergunto agora, caros tasqueiros, andamos preocupados com médios experientes, extremos mágicos, nunca referimos que nestes dois rapazes poderá estar o futuro do nosso clube e da selecção nacional. Somos sempre os primeiros a pedir a integração de Zezinho, Betinho, Esgaio, etc. Será que nos esquecemos que, se perdermos o Rui, temos dois diamantes para lapidar na baliza e para aprenderem com o experiente Boeck?

É que, em Portugal, o Varela dos lampinos, o José Sá do Marítimo e os nossos dois rapazes são do mais promissor que existe. Para que eles sejam o topo dos topos, têm de crescer na equipa principal, como Rui foi forçado a fazer. Só assim deixarão a concorrência para trás.