Patrício, Cédric, Maurício, Rojo, Jefferson, William, Adrien, André Martins, Carrillo, Slimani (Montero) e Capel (Heldon, que ontem bem fez pela vida).
No sábado, em Coimbra, esta será a equipa do Sporting, o que levará muita gente a dizer: «tanto reforço, tanta merda, e joga a mesma equipa do ano passado». Ora, para início de conversa, eu diria que me parece lógico que se aproveite uma base que, na época anterior, tão boa conta deu do recado e de tantos elogios foi alvo (há uns tempos, defendia-se a pés juntos a estabilidade e a manutenção dos jogadores que nos tinham ajudado a sair do buraco). E parece-me, também, que os reforços que chegaram vieram colmatar aquele que foi apontado como o principal problema do plantel: a ausência de soluções. Vamos por partes.
Na defesa, Cédric passa a ter a concorrência de Esgaio (desculpa lá, Marco, mas insistir no Geraldes será uma afronta às qualidades do Ricardo, que eu até preferia ver jogar sobre o meio-campo, mas que mesmo a defesa lateral direito é, pelo menos para já, infinitamente superior ao jogador contratado ao Belenenses). No lado contrário, Jefferson passa a ter um concorrente directo e não um Piris adaptado: Jonathan Silva. No centro da defesa, e acreditando que Rojo fica, jogará a mesma dupla de centrais. Saiu Dier, entraram Paulo Oliveira, Sarr e Rabia. E há, como Marco Silva já deu a entender, Tobias Figueiredo à espreita. Opções não faltam, portanto, mesmo que se possa colocar a eterna questão da ausência de um central patrão. Obviamente que um André Cruz ou um Maldini davam jeito, até pela experiência que trariam, mas vamos à guerra com o que temos e entre o que temos não falta qualidade.
No meio-campo, não existia uma alternativa a William. Agora há Rosell. Não existia uma alternativa a Adrien (Magrão?). Agora há Slavchev. Não existia uma alternativa a André Martins (Vítor?). Agora há João Mário. É mau?
Passamos para as alas, posição em que, mais do que qualquer outra, parece ter ficado tudo igual. Carrillo, Capel, Mané, Heldon, Shika (confesso achar estranho o desaparecimento de Dramé). «Falta-nos um extremo capaz de virar tudo do avesso!», é a ideia que tantas vezes nos passa pela cabeça. Depois, para lá de continuar a achar que temos esse extremo, Carrillo, recuo dez anos na minha memória leonina e vejo-nos a iniciar o campeonato com Tello e Clayton e um Barbosa adaptado. Lembro-me do Douala, depois do Pereirinha, do Yannick, do Marat e do Vuk, do Cristiano (!!!)… até chegarem os que agora cá estão. Se calhar, é um problema que tem faltado resolver desde que Quaresma e Ronaldo foram à conquista do mundo. Ou será um problema que estamos a caminho de resolver? (ver mais abaixo)
Ataque. Havia Montero, depois houve Montero. Havia Wilson Eduardo para desenrascar, quando se lembravam que ele não era extremo. Chegou Tanaka e não me lixem dizendo que o japonês não presta. Temos três homens que sabem fazer golos. Só precisamos que comecem a fazê-lo de forma efectiva. E é daqui que passo para um dos pontos que contraria a ideia de que está tudo igual. Há meia dúzia de meses, quantas vezes se via Adrien ou André Martins aparecerem em zona de remate? Quantas vezes se via os extremos chegarem à linha e, em vez de, muitas vezes em desespero, procurarem a cabeça de Super Slim, cruzarem atrasado para a entrada goleadora dos médios? Ora muito bem, meus amigos, façam um rewind aos jogos desta pré-época e vejam quantas vezes Adrien, André Martins, João Mário ou Slavchev surgiram à entrada ou já dentro da área, prontos a disparar para a baliza. Já agora, aproveitem e vejam a quantidade de vezes em que a equipa procura o jogo interior. É verdade, o nosso futebol já não passa, unicamente, por arrastar o Martins para a zona entre o central e o lateral, de forma a desequilibrar a ala e conseguir espaço para o cruzamento.
Claro que não está tudo bem. Falta mais magia no último terço do terreno, falta marcar mais golos em função das situações que se criam, falta perceber o porquê de termos voltado a sofrer golos ridículos a partir de cruzamentos para a área. E este último pormenor é, sem margem para dúvidas, o que mais me preocupa, nomeadamente num ano em que regressamos a uma Champions onde muitas das equipas fazem dos lances de bola parada o seu abono de família.
Não, não me esqueci de Ryan Gauld. Deixei-o para o fim de propósito, para tocar na questão da gestão desportiva, que muitos de nós, com pertinência, diga-se, têm questionado. Para quê ir buscar Ryan, Rosell, Paulo Oliveira, Geraldes, Saar, Jonathan Silva, Rabia ou Slavchev, quando podíamos ficar com o dinheiro no bolso e apostar em Tobias, Semedo, Esgaio, Mica, Fokobo, Chaby, Iuri Medeiros, Ponde, Gelson Martins, Podence ou Betinho? Afinal, estamos a falar de jogadores entre os 18 e os 22 anos, com a diferença de que uns chegam de fora e outros sairiam da nossa formação.
A pergunta faz todo o sentido e a resposta só será dada dentro de, vá, dois anos. Porquê? Porque, parece-me, e olhando para os nomes colocados acima, que estamos a pensar a médio prazo. Juntem essa rapaziada toda (e há mais, na Academia) e formem um plantel onde acrescentam alguns dos actuais titulares. Depois, pensem na duração do contrato de Marco Silva e perguntem-se, novamente, se apesar de irmos iniciar uma nova época com um onze sem reforços , está tudo igual.
11 Agosto, 2014 at 22:50
Primeira vez a comentar aqui, e portanto SL a todos!
Dizer que concordo com tudo aquilo que foi dito, e apesar de alguns erros cometidos pela direcção e uma ou outra exibição menos conseguida se quer fazer passar por essa Internet fora que tudo está mau e a desestabilização reina no Reino do Leão.
SL!
11 Agosto, 2014 at 22:56
Concordo que estamos mais fortes com a vantagem de não termos vendido nenhum jogador nuclear como sucedeu com o Benfica ou termos de reconstruir uma equipa como o Porto…só por isso já temos alguma vantagem…
12 Agosto, 2014 at 4:19
Granda selfie!!!
12 Agosto, 2014 at 15:33
Se não conhecesse bem os seres humanos diria que há aqui alguns comentários assaz inacreditáveis pela sua ingenuidade e desfazamento da realidade: aguns ‘comentadeiros’ realmente acham que no ‘mundo da bola’ tudo o que vale são os ‘milhões’; o que se investiu este ano era melhor ‘comprar menos e melhor’ (pondo de lado o relativo que ‘comprar melhor’), lembro-me de ter achado o Pranijc grande contratação e depois foi o que se viu… E subir 7/8 gajos da B, mas também sei que quando se houvesse um empate com os Marítimos desta vida em casa e o Betinho falhasse um golo de baliza aberta já tinha sido um erro monumental apostar nos Bs e afinal devíamos era ter ido buscar jovens promissores a campeonatos menos conhecidos pois até são bons e mais baratos. Enfim creio que alguns aqui, mesmo se formos campeões vão, obviamente, arranjar algo de menos positivo que lhes desagrade e martelar essa cassete até à exaustão. Boys will be boys, por muito que o FM seja um bom jogo a realidade é muito mas mesmo muito diferente. Encavar o clube é deixá-lo no 7º lugar do campeonato não é perder Brumas e Diers desta vida… Isto de comprar por 10 e vender por 20 só é liquido no FM, na realidade lidam-se com muitos mais imponderáveis, mas haverá sempre ‘crianças’ que pelo pouco ‘mundo’ que têm, simplesmente não conseguem apreender a realidade e viverão sempre num mundo só deles, de que o que é ‘real’ e ‘concreto’ nunca poderá fazer parte… Por isso vivem de especulações, contratações sonhadas e ‘lateralizações de jogo’. Vamos ganhar à Académica com muito esforço, num jogo que será dificil, complicado, e que servirá a muitos p/ posteriormente dizer que precisamos de mais um ‘criativo’, um avançado ‘possante’, ou um central ‘titular de raiz’… Isto enquanto vivem os jogos no sofá, jogam FM e vêm aqueles programas de ‘dótores’ da bola em que de facto abunda tudo menos a inteligência. Parece-me apropriado!