A Tasca vem por este meio comunicar a contratação de Tó Livramento que, a partir de hoje e sempre às quintas feiras, passa a analisar o que vai fazendo a nossa promissora equipa de hóquei em patins. Um espaço mais do que justificado, para uma modalidade que faz parte da nossa história.

 

Época 87/88. Vamos ao pavilhão da ETAR na última jornada do campeonato. Um empate é suficiente para segurar o título. A nossa equipa era fantástica. Aos júniores (Paulo Jorge, Paulo Almeida, Vitor Fortunado, Pedro Alves), que meia dúzia de anos mais tarde formaram a base da Seleção Nacional que nos deu inúmeros títulos mundiais e europeus, juntavam-se nomes como Trindade, José Carlos ou Campelo. Limpámos a lampionagem com uns 5-3, que seguraram o último campeonato conquistado pelo hóquei patins.
27 anos depois, regressa o hóquei  à esfera profissional do clube. Honra seja feita ao Eng. Gilberto Borges, que fez renascer a modalidade das cinzas, num projecto que iniciou há pouco mais de 10 anos e que, mesmo assim, já conquistou inúmeros títulos regionais e nacionais nas camadas jovens. Esta ascensão é pois o culminar de um projecto por si liderado. Parabéns.

Depois de duas épocas que cimentaram a nossa posição na 1.ª divisão, a época 14/15, trouxe uma grande revolução no plantel. As aquisições trazem muita qualidade e muita experiência, tanto nacional como internacional. Da época passada, mantivemos o actual capitão Ricardo Figueira (já foi há uns anos, mas fez parte da ultima selecção campeã do Mundo)  – Defesa/Médio bastante experiente, com uma forte stikada, daquelas que nem se ouvem a bater na bola; André Moreira, que tanto pode jogar a médio como avançado – Internacional jovem com títulos conquistados, tem muita técnica, excelente patinagem e sempre de pontaria afinada (também lhe arrefinfa uma stikada do cacete); André Pimenta – defesa/médio da formação, internacional sub 20 (venceu recentemente uma taça latina), um jogador bastante aguerrido e que qualquer treinador gostaria de ter na equipa, pois pode sempre contar com ele; e Zé Diogo – GR (Desculpa Zé, mas não te conheço para poder opinar. Apenas sei que vens do juniores e que a malta aposta em ti. Se aí estás é porque és muita bom).

Quanto a aquisições, fomos rapar o Guarda Redes do Campeão Nacional Valongo (que, por estes dias, já levaram na pá no “nosso” pavilhão do Livramento (4-1), Pimba vai buscar!!! ) e titular da seleção Nacional (com apenas 24 anos). O Angelo Girão é, digamos, uma autêntica parede e está seguramente no Top 3 Mundial – e é fixe ver o chaval a apertar com os colegas durante o jogo…Parece o Schmeichel. Entraram também o Becas (um regresso – esteve emprestado na ultima época – Jovem da formação também, internacional nas camadas jovens e diversos titulos conquistados. Uma aposta de futuro. Amandat’ales bekas, que a 1.ª divisão é pra duros); o Daniel Oliveira (Médio / avançado ex Oliveirense – um goleador, com bastante tecnica e muito aguerrido); João Pinto (Avançado ex Juv. Viana – Um jogador entusiasmante, alegre a jogar, carrega a equipa às costas se for preciso. Uma grande aquisição – atualmente internacional angolano); Nico Fernandez (Avançado Chileno, ex Giovinazzo – Itália. Foi considerado o melhor jogador do ultimo mundial sub 20 em que participou e jogador revelação do ultimo mundial sénior. Não o conheço muito bem, confesso. Mas é aposta do Eng. que já o conhecia da sua primeira passagem por Portugal); Carlos Martins (Defesa ex Física. Defesa/médio bastante experiente, com excelente visão de jogo. Internacional jovem por Portugal, já passou pelo folculporto e lampionage) e Tiago Losna (Avançado ex FolculPorto – Este gajo ainda hoje se deve perguntar porque nunca foi internacional, e eu pergunto exatamente o mesmo. Sempre teve qualidade pra isso, mas aquilo nas seleções…enfim. Acaba por ser um regresso, uma vez que esteve por cá algures nos infantis. Grande aquisição. Não foi à toa que o levaram para o fcp. Chega com duas finais de ligas de campeões no bucho. Podia ter corrido melhor lá no fcp? Podia claro. Mas ser de Lisboa e jogar la naquele clube é muita lixado, que os gajos são muita regionalistas. Traz muita qualidade e experiência – vais fazer uma grande época).
O Mister Nuno Lopes já vem da época passada. Adorava dizer que é o Ancellotti do Hoquei, mas não lhe conheço o trabalho e não posso opinar. Mas já era um desejo antigo do Eng…e a Malta confia…

Onde podemos chegar esta época? Antes de mais, é importante referir que Portugal é, a par da Espanha, a “nata-da-nata” do hóquei mundial. Não andamos aqui a brincar. O nosso campeonato é mesmo muito forte e as equipas portuguesas estiveram nas duas últimas finais da liga dos campeões. A juntar aos crónicos candidatos fcp e slb temos o actual campeão Valongo (ao que se constou, quisemos lá ir rapar mais um ou dois jogadores). Depois destes, e numa segunda linha, temos a Oliveirense, Juv. Viana, Turquel e Candelária.
Muito sinceramente, acredito que é nesta segunda linha que, para já, nos poderemos situar. Não tenhamos ilusões, a nossa estrutura é nova para estas andanças, a equipa é nova, a realidade é outra. E o raio do pavilhão faz mesmo muita falta. Acima de tudo, é muito importante cultivar desde já o espírito de vitória, o Hábito de ganhar todos (ou quase todos) os jogos. Acredito que esse seja o principal objetivo e, caso seja cumprido, vai-nos fazer saltar para a ribalta no espaço de 1/2 anos – por alturas do novo pavilhão.

Para além da qualidade dos jogadores, há uma coisa que salta á vista: o óptimo ambiente no balneário. Isto é muito importante e não é por acaso que depois de defrontarmos os três primeiros da época passada, conseguimos uma vitoria com o Valongo, empate com o fcp e derrota na ETAR. É muito bom. No jogo que falta (só jogamos 4 vezes), demos um bailinho aos Tigres de Almeirim (8-2). Entrámos também a ganhar na Taça CERS (3-2 fora, ao Calafell – Barcelona) e a 2.ª mão, neste Sábado, no livramento, vai servir para enviar os nuestros hermanos para a terra deles, com umas quantas batatas no saco.
Começámos muito bem esta época e todos queremos o regresso aos títulos. Mas criar este tipo de estruturas requer algum tempo, paciência, experiência e, sobretudo, apoio da Nação Sportinguista. Lá chegaremos concerteza, assim se tenham os pés assentes no chão e não se queiram dar passos maiores que as pernas. A minha aposta para esta época é um 4º, 5º lugar. No entanto, “com um stick na mão, somos o Hércules”… e o Valongo nunca foi um candidato!

Ps: Fixe Fixe era que o futuro pavilhão fosse uma réplica (melhorada claro) da antiga nave – Fica a dica para algum engenheiro ou arquitecto que venha à tasca emborcar uma imperial ou virar uma sande de córato.

 

*às quintas, o Tó Livramento irrompe pela cozinha de stick na mão e patins vintage nos pés