Espero ainda antes do final do ano ver uns minutos do Gauld na A, senão começo também a ficar seriamente preocupado.

Leio por aqui alguns comentários a dizerem coisas do género: “ah e tal, quando perdemos aparecem logo os abutres”. Estou à vontade para falar porque, independentemente dos resultados, irei sempre apoiar o Sporting com todas as minhas forças, a maioria das vezes ao vivo e a cores.

O que se passou ontem não foi apenas uma derrota. Foi uma derrota copiosa, que poderia ter sido ainda pior. É, por isso, natural, que nestas alturas possamos discutir e opinar sobre soluções que, do nosso ponto de vista, possam ajudar a melhorar a equipa. Afirmar que está na hora de dar uma oportunidade ao Wallyson ou ao Gauld, promovendo a sua integração na A e, com isso, tornar possível uma maior rotatividade, não significa deitar abaixo tudo o que de magnífico tem sido feito até agora. É apenas uma reflexão que pretende tornar a nossa Equipa cada vez mais forte.

E mais: em que clube do mundo não se debatem esses assuntos após acontecimentos como os de ontem? Deixem-se lá de merdas, como se fossem os paladinos da estabilidade. Estabilidade não significa resignação e boquinha calada.

E ainda me dá vontade de rir quando vejo argumentos do género: “ui, o Guald ou o Wallyson nos A, quando lá temos o André Martins e o Mané? Nem pensar”.

Como é fácil haver palpiteiros após o que se passou ontem. Hoje viu-se que nenhum dos que estão na B estão preparados para o salto para a A, não venham com a conversa da desmoralização por jogar na segunda liga, se estão desmoralizados o que deveriam de fazer é mostrar que merecem estar na A e está visto que estão a mostrar a razão de estarem na B.

A ambição tem de ser mais para provarem que merecem estar na A. Por enquanto não vejo nenhum que deva estar na A, muito menos na equipa dos convocados.

Nem Tanaka, nem Slavchev, nem Gauld, nem Rossel, nem Rabia, nem nenhum jogador é o todo poderoso que pode fazer milagres. Faço esta pergunta: como colocar o Gauld na equipa principal? Sai o João Mário, que joga na posição mais próxima do Gauld? Sai o Adrien, de uma posição mais recuada? Abdicamos de um dos extremos? Do Ponta de Lança? O treinador vai colocar um miúdo recém contratado a jogar, com 18 anos, fazendo-o passar à frente dos jogadores aproximados da sua posição, que estão lá há muitos anos, e que andaram emprestados antes de chegar à equipa principal, mais exatamente André Martins e João Mário? Porque motivos fazem falta três médios para o corredor central, com carateristicas ofensivas?

São questões táticas, fisicas e técnicas que ditam a escolha de um jogador? Gerir um grupo é mais do que escolher 11 jogadores e enfiá-los dentro do campo com uma estratégia. Que o Gauld seja colocado a treinar com os seniores, para absorver estímulos mais fortes, concordo com a ideia. Mas gerir um grupo é mais do que escolher 11’s…

Em primeiro lugar, desejo que na recepção ao minhotos, tenham a pior noite da vida deles, não com atos criminosos como os que eles fizeram, mas sim, com atos que os façam desejarem jamais voltarem a Alvalade. Pelo que conheço deles, o ódio deles é nesta ordem: corruptos, nós e papoilas. Existindo, nos arredores do campo deles, zonas propicias a emboscadas, o policiamento do norte tendencialmente fecha aos olhos se o adversário vier do Sul.

Infelizmente, não acredito que se vá encontrar os responsáveis, porque estamos em Portugal, onde a culpa costuma morrer solteira, infelizmente sempre foi, e, sempre será assim, por muito que tentemos mudar este paradigma.

Fui ver hoje o Atlético vs Sporting B, sendo uma das coisas que mais me custou, ouvir o scout do Braga rir-se dos nossos resultados de fim de semana, e ver crianças do Sporting desiludidas com o que estava a acontecer hoje.

A vantagem de se ver este tipo de jogos, com pouca assistência e próximos do campo é que podemos verificar o comportamento de treinadores e afins.

João de Deus pouco ou nada fez durante os 90 minutos e quando chamava a atenção de jogadores do Sporting, os mesmos faziam ouvidos moucos,de Barão se ouvia-se uns berros, apesar de não estar visível para a bancada.

O Sporting B, na primeira parte, simplesmente não existiu, não efetuando uma jogada com 3 passes seguidos. Em conversas com amigos, os mesmos diziam-me para ter calma, que é ali que eles devem estar, para poder errar, mas eu sinceramente, apesar de compreender o raciocínio, não concordo, tendo em conta, que são jogadores que devem demonstrar que merecem ser chamados para a equipa principal.

Confirmei que, Gelson e Iuri, em nada são inferiores a Sacho e Dramé ou Capel e Heldon, Mica não é inferior a Jefferson, Walysson muito superior a Slavchev, Podence hoje esteve muito em baixo, em grande medida devido ao futebol praticado pelo Sporting que em nada o beneficia, e Rabia, bem Rabia simplesmente mostrou que não podemos contar com ele para os próximos jogos, péssimo, simplesmente, péssimo, fiquei esperançoso com Domingos Duarte que fez o seu 2º jogo no 1º ano de sénior.

Dos 5 centrais que temos, cada vez fico mais convencido que deverá ser Paulo e Tobias, dos 5 serão com toda a certeza os que menos erros irão cometer.

SL

Espero que de facto este jogo com o guimarães seja para não esquecer. A equipa deve ter aprendido muito. Eu, como adepto, aprendi muito neste jogo, até por um factor que passou um bocadinho ao lado dos comentários (o que também mostra como é diferente o nosso desportivismo enquanto sportinguistas). Quis o destino que eu estivesse a jantar com amigos e a SporTv começasse a transmitir o resumo do encontro. Ora, sendo um deles portista e o outro benfiquista, de imediato os dois se viraram para a Tv dizendo algo do género “então vamos lá ver a coça que os de Guimarães deram aos lagartos”. Começa o resumo, primeiro golo deles e dizem os dois ao mesmo tempo “porra o gajo carregou o defesa, é falta”. Segundo golo e eles de novo em uníssono “caralho é fora de jogo”. Lance do penálti e exclamam ambos “porra o gajo do Guimarães faz falta primeiro”… Eu eu, sportinguista que até àquele momento não tinha a menor dúvida de que tínhamos perdido porque não tínhamos jogado um caracol, pensei com os meus botões: “olha… estudasses!!!”