Não foi a primeira vez que aconteceu e, provavelmente, não será a última: ao recuar para o lugar de Adrien, ao lado de William Carvalho, a prestação de João Mário cresce. Cresce tanto que, imagine-se, passa de potencial substituído a uma das figuras do encontro. Aconteceu em Braga, por exemplo, e voltou a acontecer ontem, com o extra de ter marcado o golo da vitória.

Creio que, aos poucos, vamos confirmando aquilo que já se desconfiava: João Mário também é um oito. Desenrasca a 10, dada a qualidade técnica, e acaba por formar com William e Adrien um trio de meio-campo de alta qualidade para jogos de elevada dificuldade. Mas contra equipas que só pensam em defender, como ontem, pede-se superior velocidade de circulação de bola. No fundo, se estamos sem espaço, tem que haver quem o invente. Gauld poderá ser esse jogador, mas também Nani pode derivar para o meio abrindo espaço a Mané na ala. Até Montero pode recuar, até porque se há coisa para a qual não está talhado é para jogar emparedado entre verdadeiros autocarros.

Tacticamente, vão ser curiosos os próximos meses.