No passado domingo, antes de rumar ao estádio para assistir ao dérbi, um benfiquista de outra geração contava-me que, antigamente, quando ia ao futebol com os amigos, ficavam todos juntos no peão. Ao que parece, junto a esse Estádio de Alvalade perdido na memória, existia uma série de barraquinhas onde se vendia bacalhau assado. Uma espécie de roulotes, para onde o pessoal se dirigia depois de terminado o jogo dos jogos. «Do Estádio até às barraquinhas, discutíamos futebol. Assim que chegávamos ao bacalhau, acabava e falávamos de nós, das nossas vidas, da nossa amizade!».
Disse-lhe que, hoje, isso era impossível. Não porque não tenha amigos benfiquistas com quem fale de nós, das nossas vidas, da nossa amizade. Antes, porque é de todo impensável esse clima de que há coisas bem mais importantes na vida do que o futebol. A começar pela própria vida. Não lhe falei da tarja no futsal, porque não me apetecia chatear-me. Muito menos me apetecia estragar aquelas memórias que fui capaz de visualizar sem nunca lá ter estado. A verdade é que desde sexta-feira que eu tinha a certeza que algo não ia correr bem. E, não, não me refiro ao resultado, porque quanto a isso e ao contrário daquela figura balofa a quem pagam para debitar alarvidades na televisão, tinha a certeza que o Sporting seria a única equipa a poder ganhar o jogo.
E porquê sexta-feira, poderão estar vocês a interrogar-se. Porque sexta-feira, muitos dos que passaram na segunda circular foram brindados com uma tarja onde podia ler-se “Na terra, o Rui Mendes foi ao ar”. Depois, sábado, a tal traja “very light 96” e o cântico «amanhã há mais!». E é por isso que, passados quatro dias, continuo a questionar-me sobre que mais sinais seriam precisos para se perceber que algo esta premeditado? É por isso que , passados quatro dias, continuo a questionar-me como foi possível terem entrado em Alvalade tantos petardos que, por momentos, Alvalade soou a Baghdad?
Muito provavelmente, é por isso que reina um inacreditável silêncio sobre o que se passou. Claro que para quebrar o silêncio dizendo merda, como, mantendo o registo a que nos habituou, fez o director de comunicação do benfica, vale mais estar calado. E, muito sinceramente, nunca esperei que alguém da actual direcção desse clube viesse repudiar e afastar-se desses actos. Quando me sinto incomodado com o silêncio, faço-o na ausência de uma tomada de posição por parte do Secretário de Estado do Desporto, do presidente da Federação Portuguesa de Futebol ou do presidente da Liga de Clubes. Zero. Talvez achem, também, que tudo isto não passa de folclore.
O problema é que isto vai muito além de mero folclore e o que parece passar ao lado de muito boa gente é que, ontem, podia ter havido novo dérbi. Que condições existiriam para o Sporting é jogar à luz? O que aconteceria depois dos actos do passado domingo à noite? Há quem pense nisso ou só voltamos a conversar quando voltar a morrer um adepto?
Este é um silêncio ensurdecedor. Preocupante. E hipócrita, pois numa altura em que fica bem dizer ‘je suis Charlie’, fomenta-se a impunidade de quem quer transformar o futebol num universo onde merece a morte quem usa um cachecol de cor diferente. E a propósito de hipocrisia, não, não sou hipócrita ao achar que este é um problema exclusivo de claques de outros clubes. Não gostei das tarjas que foram exibidas, em resposta à do futsal (confesso que cheguei a Alvalade na esperança de, quando marcássemos um golo, ver ser levantada uma tarja homenageando Rui Mendes). Tal como abominei o apedrejar da carrinha ou o incêndio provocado na luz. E não me esqueço da revolta que me causou, depois de ter caido do varandim, há quase 20 anos, ter visto pessoal a apedrejar o médico do fcp que tentava socorrer quem estava entre a vida e a morte.
Creio que a questão é simples: é necessário, de uma vez por todas, assumir que entre milhares de pessoas que fazem parte das claques, tal como eu já fiz como sócio da Juve Leo, há muitas que as procuram transformar em algo mais do que uma massa de apoio ao clube do coração. Se estou a pedir que se acabe com as claques?!? Longe disso. Sou acérrimo defensor das claques enquanto parte do espéctáculo e enquanto apoio incontornável à equipa. Acho que acabaram por conquistar demasiado poder e, hoje, interferem inapelavelmente em muitas das decisões que os clubes tomam. Umas vezes para o bem, outras vezes para o mal. Mas para lá desse lado político, venha o primeiro hipócrita contrariar a teoria que, em diversos casos, se não fossem as claques os estádios estariam às moscas.
Estádios que me habituei a ver cheios. Na década de 80. E na década de 90. Depois, depois veio a televisão e a moda dos jogos à noite. Pior. A moda dos jogos à noite ao domingo à noite. Ou à segunda. Ou à sexta. Como que dizendo às famílias que vinham de longe para esquecerem a ida à bola. Olhamos para quem gere o nosso futebol e eles assobiam para o lado. Aliás, até fizeram questão de voltar a entregar o patrocínio da Liga a uma operadora de televisão, fechando o puzzle onde o tal canal de desporto é que decide a que horas se joga.
É mais fácil dizer que são as claques que afastam as famílias dos estádios. Então… e o que é feito para controlar esses danos? Nada. Importa é piscar o olho a Espanha e lutar para manter os fundos. Para manter tudo na mesma. É por isso que se assobia para o lado face ao que aconteceu no fim-de-semana. É por isso que vivemos num futebol de hipócritas, que aponta o futebol inglês como o expoente máximo de espéctáculo, mas que ignora tudo o que de bom os ingleses têm feito para promover o seu futebol. Horários. Claques. Tudo solucionado.
Angustiado como tudo isto, comento com um colega meu o quanto me incomodou ver pais a sair com os filhos, à pressa, sob uma chuva de petardos. Digo-lhe que alguns desses miúdos tinham sete ou oito anos, ao que ele me responde “é uma irresponsabilidade levar miúdos dessa idade para um jogo de alto risco”. Engulo em seco. E, enquanto pai, cresce dentro de mim uma raiva pela forma como se encara tudo isto.
Eu sei que jamais vou, depois de um dérbi, comer bacalhau assado, perto do estádio, com amigos benfiquistas. Mas não admito que me digam que não posso partilhar o jogo dos jogos com as pessoas que mais amo. Não admito que me digam que por causa de algumas centenas de marginais, de assassinos, de parasitas sociais, de cobardes que como as hienas só atacam em matilha, tenho que adaptar os meus planos de ir à bola com a minha filha, construídos na minha cabeça a partir do momento em que ela nasceu. A raiva que vivia adormecida desde 96, quando podia ter sido eu, o meu pai ou o meu irmão a levarem com um dos cinco ou seis very lights que foram apontados à nossa bancada, voltou a agitar-se. E perante o silêncio de quem devia assumir responsabilidades, é esta a forma que encontro de gritar o mais alto que consigo. Gritar que esta devia ser uma luta sem clube, porque em todos os clubes há mais adeptos de futebol do que marginais. Gritar que me recuso a aceitar que quando a minha filha voltar a perguntar-me «pai, posso ir contigo ao futebol?», a minha resposta seja outra que não um imediato e sorridente “claro que podes, amor!”
12 Fevereiro, 2015 at 22:00
Guy Fawkes
12 Fevereiro, 2015 at 20:03
Editar
tinha deixado isto no post anterior, mas acho que faz muito mais sentido aqui…
”
Remember, Remember the 8th of February…
sempre ouvi dizer que quem “brinca” com o fogo, geralmente “queima-se”…
pelos vistos e pelos “nao ouvidos”, a nacao está “podre”…
politicos, jornalistas, juizes, forcas de “seguranca publica”, tudo, mas tudo tresanda a corrupcao, compadrio, favorecimentos….
somos diferentes como apregoamos?? SOMOS???
de que é que estamos á espera para comecar uma “desinfeccao”??
que o nosso Presidente sózinho, faca tudo por nós??
fight & resist??
só consigo ver o resist, e acho que já houve resist a mais…está na altura do FIGHT…nao deixemos o Homem a lutar sózinho… está na altura de haver o 5th of november…farto de viver nesta podridao e de pensar que um dia que eu desapareca os meus filhos vao ter de continuar a viver nesta imundice…nao foi para “isto” que eu (e acho que muitos de voces), os criei, (criaram)…
(o “peyroteo” meteu umas “férias” por tempo indeterminado, e “pediu-me” para ir espreitando a Tasca em sua “substituicao”…)”
12 Fevereiro, 2015 at 22:14
+1
12 Fevereiro, 2015 at 22:00
Megaxone
12 Fevereiro, 2015 at 20:16
Editar
Também eu já oiço a minha filha a dizer “pai, quero ir contigo ao Sporting” e eu sempre a adiar, chegando à conclusão que o melhor é mesmo um jogo de pré-época para a levar “à casa do Sporting” (como ela diz sempre que passamos junto ao nosso estádio).
O teu post reflecte tudo o que é essencial nos acontecimentos do fim-de-semana. Sinto um misto de vergonha e nojo quando vejo tanta gente a aproveitar isso para fazer juízos de valor sobre a personalidade de Bruno de Carvalho, de comparar com a morte do Inzébio ou qualquer outro assunto acessório. O último foi o presidente da FPF que preferiu mandar recados ao Sporting a dizer que a malta devia era dar-se toda bem.
A cada dia que passa, tenho cada vez mais orgulho de ser do Sporting.
12 Fevereiro, 2015 at 22:00
Leão (simpático) Portimonense
12 Fevereiro, 2015 at 20:53
Editar
Eu também ando a adiar a ida com a minha sobrinha de 5 anos. Como tu dizes, talvez num jogo de pré-época…
12 Fevereiro, 2015 at 22:01
Barbosa08
12 Fevereiro, 2015 at 20:20
Editar
Tentei alertar para isto no outro dia mas não tenho a eloquência do Cherba.
Isto é um problema que ultrapassa o prisma clubistico. É indiferente que os actos tenham sido feitos por adeptos do carnide. Os actos foram feitos por criminosos sem respeito pela vida humana.
Isto é triste.
É triste que o país inteiro não se revolte com a tentativa de tornar um espectáculo desportivo, que se quer agregador, numa guerra com mortos e feridos de todos os lados.
12 Fevereiro, 2015 at 22:01
SouSporting
12 Fevereiro, 2015 at 20:25
Editar
Passou despercebido a todos, mas um jornal tentou justificar a faixa do pavilhão, com umas t shirts criadas por uma claque nossa em alusão a um acidente onde morreu um deles.
12 Fevereiro, 2015 at 22:01
Maria
12 Fevereiro, 2015 at 20:46
Editar
Aquela merda de foto alguma vez é a foto de uma t-shirt?
Os lampiões são tão burros que nem uma merda de uma montagem sabem fazer!
12 Fevereiro, 2015 at 22:33
Por falar em nojo de t-shirts e porque num post anterior muitos se questionaram do porquê de no setor reservado aos lampiões estarem gajos vestidos de preto, a resposta pode estar aqui:
http://3.bp.blogspot.com/-0_nqx-3We68/VNoQoM9pRvI/AAAAAAAAA48/YpLaZlA5VoU/s1600/10570549_413972238767211_3283558351625900365_n.jpg
Encontrei esta nojeira no Sangue Leonino.
SL
12 Fevereiro, 2015 at 22:01
Tadeu
12 Fevereiro, 2015 at 20:59
Editar
o outro também … vinha com a comparação dos Verylights com as cadeiras queimadas no jogo da “Jaula”… Onde os únicos que se podiam ter magoado nesse dia teriam sido os próprios dos Sportinguistas…
Mas será que um dizer contra bosta da outra equipa se pode comparar com tentativas de homicídio? Já nem falo dos miúdos com perturbações mentais que originam estas situação. É o apoio que tem do resto da sua comunidade… tentando branquear a situação gravíssima com desculpas esfarrapadas.
Se ontem havia um Benfica Sporting… com a carga de Domingo mais a roubalheira prevista para levar o Merdas à final.
Aquilo só podia dar merda da grossa!
Ainda bem que o boi de vermelho no SportingxBelenenses … marcou aquele penaltie e validou o primeiro golo.
Se isto um dia vai acabar? Vai!
O que vai ter de acontecer?
Muitos números 44 ter de aparecer!
12 Fevereiro, 2015 at 22:02
Gregor Samsa
12 Fevereiro, 2015 at 20:25
Editar
Dos melhores posts que escreveste, Cherba. Há demasiada gente a não perceber ou a fingir que não percebe a gravidade do que se passou entre sexta-feira e domingo.
Sobra uma interrogação retórica: como se atrevem a tanto? Atrevem-se porque vigora hoje uma combinação entre lampião e impunidade. Nada mas nada (criminoso) lhes será cobrado, da gestão despudorada da carreira de árbitros (que, por isso, andam ao Carnide a beija-mão) ao homicídio de adeptos de outras cores, homicídio de que, como se não bastasse o horror de liquidar gratuitamente seres humanos, inclusive se vangloriam.
A luta desde este fim-de-semana passou a ser outra.
12 Fevereiro, 2015 at 22:02
Pedro Miguel
12 Fevereiro, 2015 at 20:28
Editar
E por isso eu continuo a insistir. Já tinha enviado há 2 dias atrás e hoje voltei a enviar, não nos podemos é calar e resignar. Os endereços de e-mail estão disponíveis para os usarmos:
“Continuando o silêncio da Liga de Clubes, FpF, Secretário de Estado do Desporto, insisti com mais um e-mail:
Exmº Secretário de Estado, Sr Presidente Fernando Gomes e Sr Luis Duque
Venho por esta forma questionar que medidas estão a ser tomadas, contra o Sport Lisboa e Benfica, e aos seus adeptos que estiveram presentes no dia 07-02-15 no Pavilhão Fidelidade no jogo SLB – Sporting Clube de Portugal onde, pela minha leitura, incorreram no seguinte crime:
Artigo 298.º
(Apologia pública de um crime)
1- Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, recompensar ou louvar outra pessoa por ter praticado um crime, de forma adequada a criar perigo da prática de outro crime da mesma espécie, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
2- É correspondentemente aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 295.º
No dia seguinte, 08-02-15, no jogo Sporting Clube de Portugal – SLB, colocaram a minha vida e de outros em risco:
http://gfycat.com/EcstaticPleasedBlacklemur
O clube cujo sócio ou simpatizante, designadamente sob a forma coletiva ou organizada, agrida fisicamente espectador ou pessoa presente dentro dos limites do recinto desportivo, antes, durante ou depois da realização do jogo, de forma a causar lesão de especial gravidade, desde que esta revista caráter permanente ou provoque perigo para a vida, é punido com a sanção de realização de jogos à porta fechada a fixar entre o mínimo de um e o máximo de dois jogos», diz o ponto um do artigo 182.º – Agressões graves a espectadores e outros intervenientes.
Quero acreditar que os impostos que pago, serviam para alguma coisa, e que, possa ir ver um jogo de futebol, sem pensar se regresso vivo a casa.
Grato pela atenção, na expectativa que os tenham visto o que por todos foi visto, esperando eu ainda estar vivo no dia em que os Srs atuem em conformidade.
Os meus melhores cumprimentos,
Pedro Miguel
Sócio do Sporting Clube de Portugal”
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Se queremos respeito, temos de o exigir. Calados NUNCA!
FIGHT&RESIST
12 Fevereiro, 2015 at 22:02
Tales, o Pinheiro anão
12 Fevereiro, 2015 at 20:38
Editar
Foi inacreditável o que se passou após o golo do empate, aquela chuva de cadeiras e tochas não pode nunca passar impune num país que se diz civilizado!
Sinceramente, antes deste jogo era totalmente contra a construção de uma “gaiola” no nosso estádio, até pelo facto de já ter vivido a experiência no estádio do nosso rival. Agora, depois de quase ter sentido na pele aquilo que certas pessoas são capazes de fazer durante um jogo de futebol, mudei radicalmente de opinião..
Que se construa o mais rapidamente possível, de maneira a estar pronta no próximo clássico caseiro!
12 Fevereiro, 2015 at 22:02
ZFS
12 Fevereiro, 2015 at 20:41
Editar
Cherba c este texto fez-se luz na minha cabeça! Ninguém diz nada, ninguém investiga, ninguém assume que se passou algo de mt grave pq são todos culpados por terem deixado entrar os very-lights no estádio!! Todos!
Ando completamente doido c isto. Nem sei bem o q pensar!! Nunca tinha assistido a uma tentativa de homicídio! Sim pq o q se passou foi uma tentativa de homicídio premeditado!!! Não vale a pena fingirem que estamos todos a refilar pela tarja ou cânticos! O q se passou vai muito mais além que isso! Uns criminosos dispararam very-lights para o meio de uma multidão sabendo muito bem o que aconteceria se acertasse em alguém!! E avisaram que o iam fazer e ninguém tentou impedir!
E para aqueles que dizem “ah e tal mas vcs tb fizeram uma tarja”, eu volto a repetir: a gravidade da situação não foi a tarja exibida no futsal. O grave, e num nível de gravidade que eu nunca tinha visto, foi o dispararem very-lights na esperança de acertar em alguém! Parem de atirar areia para os olhos!
O silêncio da direcção do slb é inacreditável, o silêncio da polícia é inacreditável, o silêncio da Liga é inacreditável, o silêncio da FPF é inacreditável e o silêncio da CS é previsível…
E no fim, o ridículo é o BdC pq fez um comunicado sobre isto! Merda de país em que vivemos…
12 Fevereiro, 2015 at 22:03
Alexiaferreira
12 Fevereiro, 2015 at 20:41
Editar
Hoje passou-me varias vezes pela ideia que nos faz falta o Grupo 1143 …
12 Fevereiro, 2015 at 22:03
filip
12 Fevereiro, 2015 at 21:07
Editar
Desculpa Alexia, não podes estar a falar a sério? Achas mesmo que precisamos de um grupo como o 1143?
A posta do Cherba está absolutamente perfeita, é apenas isto. Acho que é um daqueles escritos que merece uma plateia do tamanho do nosso país, com signatários e senhores de futebol na primeira fila.
12 Fevereiro, 2015 at 22:03
Alexiaferreira
12 Fevereiro, 2015 at 21:09
Editar
Estou a falar muito a sério 😉
12 Fevereiro, 2015 at 22:03
Também eu penso duas vezes quando o meu neto Tomás me diz…: avô…posso ir contigo…?
E ainda mo perguntou no passado Domingo…
É grave quando os responsáveis se demitem da obrigação de actuar quando devem…
e o que se passou no Domingo e nas vésperas …foi realmente muito grave para que não acabem por acontecer consequências…
Já o disse que nunca tinha assistido ao vivo em Alvalade a um jogo entre o Sporting e o nosso prinpipal rival e nunca o fiz confesso…”por medo…”…
Vejam lá…o Max que até andou 19 meses aos tiros numa guerra…com medo de ir ver um simples jogo de futebol que deveria ser por pricipio e apenas…uma festa…!!
O amigo Mário “Mãos de Ferro” lá me chamou à razão dizendo-me que não havia razões para medos, pois “os adeptos perigosos” apenas sairiam para fora…depois do tempo suficiente para eu chegar a Óbidos…
E na verdade…teóricamente assim é e assim foi…
Mas não deixa de ser uma tristeza, constatar que mesmo sentado na sua cadeira…um sportinguista não está livre de levar com um petardo em cima da cabeça…
E meus amigos é claro que condeno completamente aquilo que fizeram esses alarves de camisolas pretas ou vermelhas…
Mas as nossas claques terão também de ter mais responsabilidade do que aquela que demonstraram ainda no último jogo…
O que é que acrescentou ao apoio dado à equipa…aquelas dezenas de petardos rebentados no Domingo em Alvalade…?
Nada, absolutamente nada…para além de quase se terem colocado ao nível de alguns dos outros e obrigarem o Clube ao pagamento de multas de mais de 10 mil euros…
E que falta que faz esse dinheiro sucessivamente “desbaratado” para os cofres da Liga…
Se antes fosse acumulado para dar mais condições de segurança ao tão malfafadado fosso…!
“Não matem” o encanto do futebol…
SL
12 Fevereiro, 2015 at 22:03
Chaimite
12 Fevereiro, 2015 at 21:04
Editar
A novidade do atentado perpretado pelo Estado de Carnide foi a premeditação.
Os jihadistas avisaram ao que iam e concretizaram a ameaça.
Confundir este bando de atrasados mentais com clubismo é o mesmo que confundir o ISIS com o islamismo.
A proposta do ISIS de fazer da destruição de qualquer noção de decência ou dignidade humanas como estratégia faz escola nos parolos das tarjas do Estado de Carnide.
A postura execrável do Kadhafi de Carnide visa defender o clube de sanções desportivas. Esse crápula não olha a meios para atingir os fins. É um traço típico da carnidagem.
Este traço, aliado à incapacidade de pensar criticamente é verdadeiramente assustador. É o caldo em que nascem o fascismo e os genocídios.
SL
12 Fevereiro, 2015 at 22:03
Nuno, o Frio
12 Fevereiro, 2015 at 21:06
Editar
Pior era em Inglaterra e quando houve toma… balls, resolveram a questão!
Há que atacar o problema, doa a quem doer.
Um bom exemplo de “limpeza” foi dado na NBA, aquando da pancadaria em Detroit. Não houve perdão, mesmo que no processo os Pacers ficassem arredados de lutar pelo título (e na altura em os favoritos #1). Na altura, a Liga foi acusada de ser demasiado severa, de exagerar, e de lixar uma franchise quase que irremediavelmente.
12 Fevereiro, 2015 at 22:09
Cherba aplaudo de pé este teu texto! Assino por baixo!
Grande abraço
12 Fevereiro, 2015 at 22:09
Agora no local proprio 😉
Qualquer dia as autoridades deste país vao andar a questionar-se o porquê do nosso futebol estar como o egipcio.
Lembrem-se deste 8 de fevereiro quando houver benfica-sporting no futsal…..
12 Fevereiro, 2015 at 22:11
“Somos todos Rui Mendes”
Esta deve ser a próxima tarja em Alvalade, ele será sempre o nosso Charlie
13 Fevereiro, 2015 at 0:19
Ora aí está uma excelente ideia. 😉
12 Fevereiro, 2015 at 22:13
Nos paíse “a sério” é assim…:
“Adeptos castigados por rixa no Vicente Calderón 56 adeptos levam multa de 60 mil euros e cinco anos sem entrar em estádios.
Uma multa de 60 001 euros e a proibição de acesso aos estádios de futebol por cinco anos são os castigos aplicados a mais de meia centena de adeptos implicados na rixa de 30 de novembro em Madrid.
Os confrontos entre adeptos violentos do Atlético de Madrid e dos galegos do Deportivo levaram mesmo à morte de um seguidor da equipa da Corunha, antes do início do jogo entre os dois clubes, além de vários feridos com gravidade. A pena foi aplicada pela Comissão Antiviolência, do Conselho Superior do Desporto de Espanha, no seguimento da investigação feita aos graves acontecimentos ocorridos nas imediações do estádio Vicente Calderón.
Cada um dos 56 elementos identificados na investigação desenvolvida terá de pagar 60 001 euros e fica impedido de entrar em qualquer estádio de futebol em Espanha…”
Por cá…talvez ainda acabem condecorados no 10 de Junho…
Tenho um orgulho enorme em ter nascido português…
Mas uma mágoa muito grande…
Por ser governado por pessoas que aos poucos “vão destruindo os valores do meu País…”
“…Em perigos e guerras esforçados…
Mais do que permitia a força humana…
E entre gente remota edificaram…
Novos reinos que tanto sublimaram…”
“…Não mais, Musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida,
O favor com quem mais se acenda o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza…”
Ah Camões…que triste sina a nossa…!!
SL
12 Fevereiro, 2015 at 22:16
Claques fazem falta. Claques legalizadas …
Claques que apoiam incondicionalmente, qd o adepto normal se senta à espera que a equipa puxe por ele.
O que não faz falta é lixo dentro delas. Na sua maioria a polícia sabe quem é e prefere controlá-los dentro de uma claque que andar à sua procura pelas noites e bairros dentro.
Quem sofre com este lixo? O futebol … o desporto …
Vi muitos, mas muitos jogos do Sporting fora. E dei por mim após algum tempo a continuar a ver o Sporting fora, mas a fazer viagens isoladamente. Outros tempos.
Em casa, as coisas são mais controladas.
Eu tb quero levar os meus dois putos à bola, mas para já … apenas jogos contra os chamados “pequenos” … E como eles tb são pequenos, apenas jogos à tarde.
12 Fevereiro, 2015 at 23:04
Amigo eu reconeço o beneficio das Claques…ainda um jogo destes eu comentava, não sei para qual dos meus amigos…:
“Se não fossem as claques…isto parecia quase um velório…”
Mas é como diz Miguel…é preciso ter em atenção “o lixo” é que esse lixo…pôe em causa todo o resto muitas vezes…!
Voltando ao jogo de Domingo…o que ganhou o Sporting com o “apoio” dos petardos e das tochas…?
Nada a “não ser considerado” por quem julga (com odiozinho de estimação que têm pelo Sporting…)…como Clube infractor e tomem lá mais, ou melhor “menos” 10 mil euros…
Abr e SL
12 Fevereiro, 2015 at 22:18
Que grandes exemplares de aviário (pito!!!!) que hoje comi em “tasca mode”…
Bom falar do SCP com gente à Sporting…
Hugo, Sá e… Sr. Miguel 😀
abraço leonino!
12 Fevereiro, 2015 at 22:21
Só faltou lá o “pinguço” do Cherba… mas esse agora é de vedeta da TV pra cima e só aceita aparecer com “cache”… 😀
Qualquer dia está com o Quintino Aires, o Goucha e a Cristina Peixeira… perdão, Ferreira!!! 😀
Vê lá se largas a nota de encomenda pá… arre que o Saké por aqui anda mesmo pelas ruas da amargura… :/
13 Fevereiro, 2015 at 0:14
Epá, foi mesmo…bela almoçarada de “pito” em excelente companhia…
Pra póxima tem de ser jantar, que um gajo ao almoço não pode beber e assim ficou lá o saké quase todo…
Um destes dias, temos de combinar na tua terra para provar a tal francesinha…pode ser quando o Enorme jogar aí próximo…
Abraço e Saudações Leoninas.
12 Fevereiro, 2015 at 22:22
Comeram pito? 😀
12 Fevereiro, 2015 at 22:23
E repetimos… 😎 !!!
12 Fevereiro, 2015 at 22:26
Éhhhhhh valentes 😀
12 Fevereiro, 2015 at 22:28
Sabes lá…
Desde domingo que ando com uma “sede” a essa bicharada de aviário e afins… Hoje calhou e vinguei-me no pito!!! hehehehe…
Ainda sinto a azia de Domingo passado, arre…
12 Fevereiro, 2015 at 22:32
Se os comeram sem dó nem piedade, eu aplaudo 😀
12 Fevereiro, 2015 at 23:54
Excelente almoço, mas bem curto.
Acho que uma tarde não chegava para a conversa.
O Cherba já confirou, Vai mandar o NIF da Tasca e paga a conta.
Fixe.
Só foi pena o Shikabala não aparecer. Sacana. Mas como não trouxeste o saké … bem feito.
13 Fevereiro, 2015 at 8:37
SHIIIIIIKAAAAAAAAAAAA
12 Fevereiro, 2015 at 22:22
Eu fui um Pai que queria ter levado os meus filhotes mas infelizmente tive razão para não irem.
Fiquei triste uma vez que adoro a companhia deles e é juntar o útil ao agradável, família Lopes e família leonina em sua casa.
12 Fevereiro, 2015 at 22:31
Grande texto cherba.
Posto isto tudo pergunto eu: Para que servem afinal os spotters? (Unidade Metropolitana de Informações Desportivas)
Também eu estive presente na fatidica tarde da final da taça, lembro-me de nesse dia, ainda com 13 anos dizer ao meu pai que não queria voltar a assistir a um jogo de futebol ao vivo, lembro-me de ver o maldito foguete cravado no peito do Rui Mendes, estava cerca de 4/5 filas acima e saí do estádio aterrorizado.
No passado domingo assisti da bancada oposta à triste cena que aconteceu e por momentos relembrei essa tarde de má memória.
As pistas que tu reuniste acerca do que ia acontecendo na véspera do jogo estavam também ao alcance dessa tal Unidade Metropolitana de Informações Desportivas, é o dever deles recolher todo o tipo de informação relacionada com as movimentações das claques. Que fizeram para evitar tais acontecimentos dentro do estádio?
Já referi noutro post e volto a tocar no assunto, como foi possivel estar tanto lampião fora do sector destinado à equipa adversária? onde arranjaram os bilhetes?
12 Fevereiro, 2015 at 22:38
É esta a nossa triste realidade, já não nos sentimos seguros em levar os nossos à bola. Cá em casa a conversa é a mesma, e graças situações como as do ultimo fim-de-semana não vejo melhoras num futuro próximo.
A verdade é que os nossos dirigentes e governantes estão literalmente a borrifar-se para isto, vivemos numa republica das bananas em que tá-se tudo a cagar e onde 99% do que é feito pela classe política é só show off para angariar votos, mais uns trocos para os seus bolsos ou fazer amizades para terem um cargo pomposo numa grande empresa quando saírem do poleiro.
Ainda agora temos um candidato a primeiro ministro a perdoar dividas de quase 2ME a uma instituição privada ao mesmo tempo que não tem dinheiro para manter o serviço de recolha de lixo na câmara ou institui uma taxa de aeroporto para todos os que aterram em Lisboa.
Eles brincam connosco, mas só o fazem porque nós deixamos. Como povo somos todos uns conas de sabão que nos deixamos comer com promessas de miminhos e umas bifanas. A maior parte das putas tem mais nível e pensamento próprio do que os portugueses enquanto povo.
Sinto vergonha de viver num país assim. Não me interpretem mal, eu adoro Portugal , não há sitio como a nossa casa, mas nos dias de hoje, somos um país de merda.
12 Fevereiro, 2015 at 22:48
agora imagina visto por aqueles como eu, que estamos fora, e nos questionamos se valerá a pena alguma vez voltar…
12 Fevereiro, 2015 at 22:51
Imagino Guy, por cada dia que passa sinto que é esse o caminho que tenho de tomar para mim e para a minha família.
12 Fevereiro, 2015 at 22:57
(por muito triste ou injusto que possa parecer), mas o sentimento dominante na minha cabeca é:
saudades de Portugal = muitas…
saudades da maioria dos portugueses = nenhumas….
12 Fevereiro, 2015 at 23:06
+1
12 Fevereiro, 2015 at 22:42
A tasca do Cherba falada na pagina de facebook do grande, por causa do Fábio 🙂
https://www.facebook.com/SportingClubePortugal/photos/a.402235511554.185820.98098491554/10152388588456555/?type=1&theater
12 Fevereiro, 2015 at 22:46
“People shouldn’t be afraid of their government. Governments should be afraid of their people.”
as pessoas nao devem ter medo dos seus governantes. os governantes é que devem ter medo das pessoas…
Grave, Grave é as pessoas terem medo do que os seus governantes nao fazem… se os governos nao protejem as suas “pessoas”, estas teem de se proteger dos seus governantes…
altura de deixar de ser “cona de sabao” e chamar os bois pelos nomes… poderao prender 1, 2 , 30… mas nao poderao prender milhoes…
está na altura de ir para a rua e desta vez gritar bem alto: BASSSSSSTA!!!!!!!!!!!
CHEEEEEEGA!!!!!!!!!!!!
ENOUGH !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
12 Fevereiro, 2015 at 22:49
Completamente de acordo Guy Fawkes, enquanto não houver revolta do povo as coisas não andam para a frente nem entram nos eixos.
12 Fevereiro, 2015 at 23:27
Grande, grande texto.
É uma tristeza sabermos que vamos encontrar um clima de guerra em determinados jogos a ponto de ser mesmo uma inconsciência levar crianças para o estádio.
E é nojento que o governo, a federação e a liga não tenham debitado uma única palavra sobre o que se passou. Tudo a fazer de conta que nada se passa. Esta época já tivemos facadas em Guimarães e petardos atirados para uma bancada repleta de gente. Qualquer dia volta mesmo a morrer alguém num estádio.
12 Fevereiro, 2015 at 23:30
Só quando os meus filhos forem já bem grandes é que vou pensar e poder levá-los a ver um jogo em Alvalade contra o porto ou benfica.
Não me sinto seguro com eles neste tipo de jogos.
Felizmente que, nos outros jogos, a realidade é diferente e sinto-me á vontade em levar o meu garoto a Alvalade contra os Aroucas, Gil Vicentes, etc.
Mas é triste ter que ser assim.
12 Fevereiro, 2015 at 23:44
Isto que vou escrever não é uma brincadeira:
Se eu fosse rico (se me saísse o Euromilhões) pagaria ao Sporting as multas da Liga de não ceder ao benfica os bilhetes a que estão obrigados a enviar, para esses filhos da p..ta, assassinos não porem os pés no território sagrado de Alvalade XXI!!!
E mais, fazia-o por 10 anos (pelo menos)!!!
Digo isto sob a minha PALAVRA DE HONRA!!!
Por educação, pelo meu modo de vida (pessoal, profissional, militar/miliciano) e pela minha consciência de homem livre e honrado digo que detesto o que se passou no Domingo, detesto o silêncio que está a acontecer nesta questão por parte de todos os interessados no desporto que se chama FUTEBOL!!
Detesto a corja de assassinos assalariados a mando dos lampiões (quem se cala é porque consente e é cúmplice)!!
Saudações Leoninas
12 Fevereiro, 2015 at 23:48
Diogo Carvalho
12 Fevereiro, 2015 at 21:20
Editar Responder
Cherba, estava a tentar colocar o texto no teu último post, mas não consegui. Acho que bloqueaste comentários. Aqui fica. Não vejo as coisas como tu. Ou melhor vejo-as e concordo absolutamente com tudo no plano abstracto e da prevenção, mas não concordo no plano do caso em concreto.
Estamos a esquecer algumas coisas aqui. Eu percebo o conteúdo da mensagem e concordo com tudo. No entanto, há algo aqui que não me cheira bem. Vamos ao abstracto. Do abstracto tiramos que uma tarja é uma estupidez, nos moldes em que é exibida. É-o para os lados do Benfica, é-o para os lados do Sporting. No entanto, vale o mesmo que para o ideal “je suis Charlie”. E francamente, para lá de não conseguir de forma alguma equiparar uma tarja de mau gosto a fazer referência à morte do Eusébio, com uma outra a louvar o crime perpetrado por (novamente o abstracto) um adepto benfiquista, consigo perceber ainda menos a tentativa declarada de aproximar cenários. É que, como disse aqui em cima, o je suis charlie vale para isto mesmo, ou seja, a capacidade para termos todos de aguentar a piadola e o mau-gosto (que esse sim, existiu em ambos os lados), sem partir para outras vias. E aquilo que se viu, como há 18 anos, foi a tentativa declarada de um dos lados criar dano no lado adversário, na figura máxima de pessoas inocentes. Por outras palavras, sendo deplorável a referência ao Eusébio, que, como já disse, é um direito que assiste a cada cidadão, não o deixa de ser menos (longe disso) quando vemos a referência a uma morte que, ao contrário de uma morte natural, foi premeditada por alguém afecto muito provavelmente àquela mesma claque, nos anos 90. E para mim há aqui uma certa diferenciação das coisas. De ambos os lados temos a linguagem e a provocação, mas o dano físico, ou a tentativa declarada de dano físico, existe apenas de um lado. E temos obrigatoriamente de estabelecer uma linha que separe as duas coisas. Será sempre possível levarmos os nossos miúdos e miúdas a um jogo, dependendo do grau de resistência ao vernáculo, por parte de cada pai, se não passar disso mesmo, ou seja, não extravasar para o plano físico. Será sempre possível irmos assim. Mas deixa de ser possível a partir do momento em que um dos lados, seja lá que lado for, optar por passar da tarja degradante, para o objecto pirotécnico enviado para a bancada, para os seus ou para os adeptos da equipa adversária. E foi isso que se passou. Como tal, e concordando a 100% com o post do Cherba, digo que este é um discurso pedagógico, diário, para todos os clubes e para todos os adeptos. Contudo, deixa de ser um discurso eficiente quando há diferenciação de comportamentos e quando um lado prevarica de forma particularmente gravosa, pondo em xeque a integridade física de terceiros. Não sei se me estou a conseguir explicar bem, mas este não é o momento de traçar críticas em formato abstracto, com impacto idêntico em dois lados que partem de uma mesma linha de acção. Porque esse momento é o momento que deve andar sempre na cabeça de todos, como uma espécie de aviso prévio. Mas já não estamos nesse momento. Estamos no momento de punir quem passou da tarja e quem viu Charlie (desculpem lá redundar nisto) como um alvo a abater e não o alvo a ridicularizar, pagando na mesma exacta moeda da injúria por parte do adversário. Por tudo isto, e se eu for Benfica, continuo a ir a Alvalade, porque sou de dar o benefício da dúvida, baseado no facto de o dano físico, ou tentativa de dano físico, não ter vindo da equipa com quem o meu clube joga, e com a particularidade de estar mesmo numa posição de visitante. Contudo, eu sou Sporting, estou no estádio de Alvalade, a jogar contra o Benfica, e já não sei se hei-de sair do estádio, com o meu sobrinho que fará três anos, porque do outro lado há não só o exemplo de uma tentativa declarada de causar dano a pessoas que se sentaram ao meu lado, como há a mensagem (legitimada por um comportamento inacreditável da direcção do clube do qual são afectos esses prevaricadores) de regozijo que aponta para nova tentativa, efectivada em jogos anteriores. Percebem a diferença? Não sei se me faço entender, mas esta mensagem quase moral da coisa, é uma mensagem que vem tarde, sim senhor, e que é sempre útil e intemporal, mas é uma mensagem preventiva que é escassa agora, num momento que se quer de actuação por parte de polícias, que estarão na posse de fotografias, e essencialmente por parte do clube que insiste passar a mensagem de uma memória (que também é trauma) como algo que é folclore. Dizer também que não aprecio qualquer função de uma claque, que não seja o apoio constante, e que por isso estou à vontade para dizer que não penso vir a pertencer a nenhuma, por aspectos mais duvidosos que vou percebendo sempre. Contudo, e neste caso em particular, há diferenças de comportamento que não são ultrapassáveis pela mensagem de generalização (que regra geral até concordo). Os dois lados foram no mínimo delegantes, mas um extravasou. E o extravasar exige medidas, sob pena de nos ficarmos pelo típico e cómodo “é tudo igual”. Pois bem, até pode ser tudo igual, mas naquele dia não foi. E o que vai contando, pelo menos para mim, seja no futebol, como noutro conflito qualquer, é passar da palavra ao acto. Vem daí o je suis Charlie também um bocadinho, penso eu.
12 Fevereiro, 2015 at 23:55
Que rebaldaria é esta?
Somos todos CherbaTov?!
13 Fevereiro, 2015 at 0:05
Ausentas-te perdes logo o melhor 😀
13 Fevereiro, 2015 at 0:20
Nem sei o que diga…toda esta situação causa-me um nojo enorme…
Standing ovation, Cherba, quando for grande também quero ser capaz de escrever assim, a meter o dedo na ferida e a chamar os bois pelos nomes…