Quinta-feira, na terra dos lobos alemães, é garantido que não teremos William e Slimani. E é complicado escolher qual delas mais me incomoda: o Wolfsburg é uma máquina de ataque e William é peça chave na nossa forma de defender, até pelo entendimento que, finalmente, se vai notando entre ele e os centrais; o Wolfsburg é uma equipa claramente descompensada a defender e Slimani oferece-nos um poderio ofensivo como nenhum outro avançado do plantel.

Ora, à partida, Rosell substituirá William. Aliás, por mim, William só voltaria a jogar para a Taça, contra o Nacional, evitando alguma surpresa amarela que o impeça de estar no dragão. Roseli é o seu substituto directo e, penso que posso falar pela maioria dos tasqueiros, confiamos no futebol do catalão. Está será, aliás, uma excelente oportunidade para Rosell mostrar realmente o que vale, sendo importante que saiba controlar os seus ímpetos sob pena de não chegar ao final do jogo. A sua capacidade de passe terá que estar em alta, até porque esse é um capítulo onde os nossos centrais têm muito a evoluir. Mas… e se Rosell fizesse parte de um duplo pivot? Com Adrien por exemplo. Ou se esse duplo pivot fosse formado por Adrien e João Mário, lançando Mané (moralizado) a Nani e Carrillo num apoio vertiginoso a Montero? Teríamos dois homens prontos a construir jogo a partir de trás e teríamos um tridente de artistas capazes de explorarem de forma letal o balanço ofensivo dos alemães. Eu sorriria perante este factor surpresa, mesmo que praticamente nos deixe sem oções no banco (deixa-te de merdas e chama lá o Gauld, ó Marco). Até vos digo mais, que sou gajo sem medo de ser espancado em praça pública: não me chocava ver o Capel surgir de início, aproveitando o corredor de Vieirinha e guardando Mané para um boost de energia.

Lá na frente. Bem, lá na frente está o caldo entornado e tenho que desabafar o que me vai na alma: Slimani sabia perfeitamente que estava lesionado e decidiu forçar. Não uma, mas duas vezes. Entre a possibilidade de jogar um dérbi, recuperado, e a possibilidade de ajudar a sua selecção, coxo, Slimani optou pela segunda. Aliás, Slimani optará sempre por aquilo que considerar que pode colocá-lo na montra e permitir-lhe dar o salto (desta vez lixou-se) e, por isso, volto a escrever: partindo do princípio que é obrigatório vendermos alguém, que se venda o argelino. Aliás, é uma pena que não tenha recebido guia de marcha em Janeiro, rumando a inglaterra. E não, não é um drama ficarmos sem Slimani. Comecem a tratar de convencer o Ivan Santini ou o Andreas Cornelius a mudarem-se para Alvalade. E não se esqueçam do Simon Makienok, que não se tem dado propriamente bem lá por Palermo.
Neste cenário, Marco Silva tem que reinventar a forma de jogar da equipa (é curioso como não se aproveitou a janela de transferências para, nem que fosse por empréstimo, ir buscar o tal do Bjorn Maars ao Atlético. Sempre era uma opção para um futebol mais directo). Continuar a apostar nos cruzamentos é um desperdício, a não ser que se encontre uma fórmula infalível do Montero surgir em antecipação em bolas rasteiras. Mais futebol interior, mais futebol apoiado (e já o fizemos tão bem esta época). Temos jogadores para isso? Temos. E quinta-feira será um bom jogo para se mudar o chip.