Diz que, no seguimento das alterações (ou profissionalização) ao nível da comunicação, o Sporting promoveu, hoje, um encontro informal entre vários jornalistas e a direcção do clube, do qual resultam várias informações fresquinhas. Vou pegar no que diz o MaisFutebol.

«Bruno de Carvalho já garantiu ao plantel de que não volta a escrever sobre ele no Facebook. De acordo com a fonte leonina, as críticas que o presidente fez através da rede social à equipa principal, e também à equipa secundária, foram pensadas e calculadas. «Foi uma intervenção para proteger a equipa», garante fonte da direção. Nesse sentido, acrescentou-se, é preciso ter em atenção o que era o comportamento dos adeptos no passado e o que é o comportamento dos mesmos adeptos no presente. Foi recordado que antigamente qualquer resultado negativo provocava confusão e assobios, enquanto agora os adeptos respondem com aplausos mesmo quando a equipa empatou em casa com o Moreirense ou perdeu no Estádio do Dragão. Ora essa alteração do comportamento dos adeptos, e do próprio ambiente em volta da equipa, estará na perceção do Sporting relacionada com o facto de Bruno de Carvalho tutelar os resultados desportivos e exigir da equipa. «Todo o plantel sabe disto», garante o clube.
Para além disso, e por outro lado, o Sporting recordou que a resposta da equipa às críticas do presidente foi sempre a mesma: uma vitória. Por isso as críticas funcionavam bem. No entanto Bruno de Carvalho já garantiu que não volta a utilizar o Facebook para falar da equipa, e particularmente para lhe fazer críticas. Não porque não acredite que esta é uma boa estratégia, para dentro e fora do clube, mas porque sabe que as reações são sempre negativas, e isso tem afetado a família: tanto a esposa como a filha na escola.

No encontro, foi sugerido se a candidatura ao título não teria sido um precipitação que só tinha servido para colocar pressão em cima dos jogadores. Fonte da direção leonina garantiu que não, não foi uma precipitação. Tanto não foi, aliás, que o Sporting não imagina outra forma de se apresentar se não como candidato ao título: seja no futebol, no andebol, no futsal ou no campeonato de berlindes. Nunca vai prometer o título, mas todos os anos vai prometer que vai lutar para o conquistar, e em todas as competições.  «No primeiro ano desta direção foi normal não anunciarmos a candidatura ao título porque vínhamos do pior ano da história do clube e estávamos num processo de reorganização interna», garantiu-se.
A partir daí, a partir desse ano zero, o normal é o Sporting apresentar-se como candidato ao título.  «O Sporting tem de se afirmar como candidato ao título, também para exigir aos jogadores e para dar aos sócios o que eles merecem», referiu-se. Na perspetiva leonina, era mais fácil não se afirmar como candidato ao título: se não conseguisse ser campeão, estava tudo bem, se o conseguisse, seria um feito extraordinário. Mas isso iria não só afastar público das bancadas, como iria retirar ao plantel a obrigação de ganhar em todos os jogos. Por isso, e com a direção liderada por Bruno de Carvalho no poder, o Sporting diz que se afirmará sempre como candidato ao título.

O Sporting acredita que o futebol português vai evoluir para a centralização dos direitos televisivos. De acordo com o clube, a referida centralização não acontecerá ainda em 2015, data de renegociação dos direitos televisivos, mas acontecerá no final do contrato de três anos que os clubes devem celebrar este ano, na maioria outra vez com a Olivedesportos. Num encontro da direção com vários jornalistas foi garantido, de resto, que o caminho do Benfica nunca será tomado.  «A Sporting TV não vai transmitir os jogos da equipa principal», garantiu o Sporting. Na base desta decisão está, acima de tudo, um aspeto económico. «Financeiramente não é um bom negócio, apesar de toda a cosmética que se faz para tentar provar o contrário.» O Sporting lembra de resto que nenhum grande clube europeu, em mercados televisivos muito maiores do que o português, optou pela transmissão dos jogos da equipa principal no canal do clube. «Um canal de clube serve para transmitir outras coisas.»

Ora feita esta ressalva, o Sporting garantiu que a partir de 2018 a centralização da negociação, à semelhança do que já acontece em Inglaterra e Alemanha, é o caminho. No entanto o clube tem uma perspetiva bem definida de como deve ser. Para a administração da SAD leonina Portugal deve adaptar inicialmente o modelo italiano, com algumas variantes que têm a ver com o mercado português, para aos poucos evoluir para o modelo inglês: o modelo que nesta altura é considerado como exemplar. Ora o modelo italiano tem a especificidade de distribuir as receitas televisivas pelos clubes tendo em atenção vários factores: adeptos do clube, habitantes da cidade da qual o clube é originário, resultados da última época desportiva e média de resultados das últimas cinco épocas desportivas. Já o modelo inglês é mais simplista, tendo em atenção apenas aspetos como o mérito desportivo e a taxa de ocupação dos estádios. Por isso, o modelo italiano acaba por introduzir maior diferenças entre o clube que recebe mais e o clube que recebe menos de direitos de transmissão de televisiva, enquanto o modelo inglês é muito mais nivelado entre os clubes que recebem mais e menos.

O Sporting, ainda relativamente à centralização dos direitos televisivos, garantiu que é sempre favorável a esta modelo, a não ser que se confirme o que suspeita que já está a ser preparado: um modelo de centralização combinado entre FC Porto e Benfica. De acordo com a direção do clube, os dois rivais estão a combinar entre eles, e há muito tempo, um modelo que não é centralização: é regionalização. Divide o país ao meio e favore sobretudo os dois clubes. A esse modelo o Sporting responderá não.

Durante o encontro foi também assumido que o clube só não conseguiu contratar dois jogadores em quem estava interessado e que chegou a negociar. Foram eles Josué, em 2013/14, e Aboubakar, já no início desta época. «O Sporting disse sempre que não entraria em leilões, e não entra. O clube que os contratou não ficou muito melhor: não pagou o dobro do preço deles, pagou quatro vezes mais do que os jogadores eventualmente custariam.» A direção do clube garantiu de resto que nunca esteve interessado em Fariña, que acabou no Benfica, e também nunca quis verdadeiramente Ghilas, que acabou no FC Porto.
O caso de Ghilas é aliás curioso: de acordo com a direção do clube, o Sporting manifestou apenas interesse no jogador para lançar o pânico junto do Moreirense, uma vez que já sabia que o jogador ir para o FC Porto. O clube leonino, recorde-se, tinha direito de opção sobre Ghilas. Ora depois disso, e segundo foi dito aos jornalistas, Bruno de Carvalho entrou em contacto com o Moreirense para afirmar que tinha interesse em exercer o direito de opção sobre o jogador, e chegou aliás a encontrar-se num hotel com a direção do clube minhoto, só para testar os rivais. Bruno de Carvalho foi até ao fim, embora soubesse que o jogador nunca iria ser do Sporting, para testar o Moreirense: no fim ouviu a resposta que a vontade do jogador não era representar o clube leonino e por isso não podia exercer-se o direito de opção.