Pode-se pensar que depois de vencer o Braga duas vezes na Liga e acabar a mesma prova com uma vantagem de 18 pontos que a próxima final da Taça de Portugal será medida nesse mesmo registo. Todos gostaríamos, mas se a equipa liderada por Marco Silva assim o pensar estaremos prontos e embrulhados para mais uma página demolhada no sal de lágrimas de desilusão e não de felicidade. Num jogo tudo será possível, até mesmo esbater diferenças óbvias de qualidade, que as há. Num jogo, um detalhe pode mudar os favoritismos, convém não desprezar nada do que este obtuso mas lutador Braga pode conseguir fazer.

Não vou analisar a equipa bracarense, nem desvalorizar o que qualquer jogador da pedreira vale ou pode valer sobre o relvado do Jamor, mas seria um valente aldrabão se não admitisse  que fico um pouco mais tranquilo por Danilo e Zé Luis estarem fora dos planos, um pouco mais esperançado pelo ponta-de-lança eleito se chamar Eder e um pouco menos receoso por Alan ter já 35 anos. Esta é a verdade, mas há outras. Verdades como a que permitiu a Xandão marcar um golo de calcanhar ao Manchester City, como a que permitiu a este mesmo Braga ir à Luz eliminar a equipa da casa. Verdades como a capacidade de concentração e disponibilidade para ultrapassar o natural nervosismo de enfrentar, num jogo, todo o proveito de uma época.

Se rebobinarmos a cassete das finais de taça anteriores do Sporting podemos facilmente constatar que o favorito só vencerá se o merecer. As diferenças têm de ser colocadas em campo, todas. As que conhecemos e as que se descobrem a cada lance da partida. As que são inatas ao trabalho táctico da equipa e as que resultam da soma de suor e entreajuda colectivos. Sei que tudo o que acabo de descrever é o trabalho de Marco Silva e restante equipa técnica, até da Direcção. Mas o Sporting não acaba aí. Pelo contrário, essa é só a face mais prática e  objectiva de um jogo de futebol. Há mais para além das quatro linhas. Muito mais. E é aí que entramos nós os adeptos. Sim, o 12º jogador. Sim, a Onda Verde. Sim, tu e eu que estaremos a levar com o sol na tromba e a tentar distinguir a 100 metros de distância se o gajo que caiu é o Cedric ou o Adrien. Nós também temos um papel a desempenhar. Nós também podemos ajudar a trazer a Taça para Alvalade. Como?

Apoiar sem reserva alguma. Sofrer sem assobiar. Gritar Sporting como nunca. Literalmente “empurrar” a equipa para a glória, com a bravura audível de quem confia 300% nos seus jogadores. Em quem, pelo meio de uma festa e num respeito pelo adversário, esmaga a metade do Jamor vermelha e branca, não deixando às claques o “trabalho” de encher o estádio com Sporting. Mostrar à equipa o quanto queremos que ganhem, o quanto confiamos que o vão fazer. Mostrar-lhes o caminho de uma grande vitória começa no 1º minuto e acaba no último. E por muito que pareça não estar a resultar…insistir, insistir, insistir…até que os deuses do futebol (que apreciam a audácia e devoção) nos sorriam.

No Domingo não há Marcos, não há Brunos, não há Mustafás, Cardinais, Godinhos ou Duques, só existem Sportinguistas. Só existem Leões. Dos que rugem confirmando que mesmo nesta selva de podridão do futebol português somos reis e senhores do nosso destino.
SPOOOOOOOOOOORTING!!!!!

 

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca