Mais que a celebração de uma vitória que nos permita a todos, pela catarse, refazermo-nos do jejum que nos tem sido imposto, ora pelos poderes ocultos do Futebol, ora pela incompetência de Direcções que passaram pelo Sporting, mais que o arrecadar do 16º troféu desta natureza no Museu do Sporting, a conquista da Taça é testemunho de promessas cumpridas e prenúncio de outras, a cumprir. Será o primeiro título do nosso Futebol Profissional a confirmar que Bruno de Carvalho cumpre, além das promessas nas várias áreas da gestão da SAD e do Clube, também as promessas desportivas na SAD, dado que aquelas que respeitam ao Clube já começaram a ser confirmadas pelas modalidades, tanto a nível nacional, como Internacional.

Todos os dias celebramos no Sporting alguma conquista e muitas vitórias, umas desportivas, outras financeiras, umas na ordem Nacional, outras na ordem Internacional. Em dois anos frenéticos, com “Calma”, muita calma e serenidade, como se quer, já vai longo o rol das conquistas quando, em Maio de 2012, ia já longo o rol das derrotas, numa inelutável “satelização” do Sporting ao Porto ou ao Benfica. Porém, diz o Povo com razão que, “Deus escreve direito, por linhas tortas” querendo com isso dizer que, do mal que o Homem faz, Deus extrai, apesar de tudo e contra todas as expectativas, um bem que suplanta o mal e por isso se pode designar de “Bem Maior”. É “Bem Maior” aquele do qual podemos aproveitar para as nossas vidas ensinamentos que nos permitem crescer como gente humana, aprender como crianças e prevenir, como sábios.

No Desporto a vitória alcança-se quando somos capazes de nos superarmos a nós-mesmos, quando superamos o adversário e as adversidades da contenda, emergentes da álea que está subjacente a qualquer evento de resultado incerto e também daqueles que se movem na sombra contra o Sporting.

Aos descrentes relembro a final da Taça de Portugal de Hóquei, no Sábado passado e o que lá se passou, desde agressões aos nossos jogadores, a uma arbitragem abjecta por encomenda do Benfica. No Sábado, os jogadores do Sporting têm de se superar a si-mesmos, tanto individualmente como colectivamente. Individualmente cada um terá de jogar melhor que alguma vez o fez. De Slimani a Rui Patrício, todos vão ter de superar as suas capacidades aparentes e definir um novo patamar individual. Têm de revelar vontade indomável de conquista, do primeiro ao último apito do árbitro. Todos têm de ser solidários como nunca antes foram, ajudar-se mutuamente nas tarefas individuais transformando-as em tarefas colectivas, em prol do objectivo comum da equipe, da Direcção e de todos nós, daqueles que vão estar nas bancadas, dos que vão estar em Alvalade e dos milhões de Sportinguistas espalhados pelo Mundo, unidos por uma mesma vontade e um mesmo desejo: – A Vitória sobre o Sporting de Braga.

O mesmo Sporting de Braga formado com capitais do Sporting e do Benfica, quando os tempos eram de rivalidade sã e espírito solidário, quando todos os dirigentes desportivos eram gente séria, o policiamento era feito por 8 GNR a cavalo, dois por cada ponto cardinal e as Famílias de adeptos iam ao Jamor em festa e segurança, como quem vai a uma romaria.
Colectivamente, o Sporting tem de superar o Sporting de Braga e assim, honrar a sua História ímpar afirmando, erga omnes, peremptoriamente que, nada mudou e que tudo mudou! Se a nossa Historia o não exigisse, exigi-lo-ia a Honra!
O Sporting tem, além disso que superar a “Álea natural do Jogo”. Tem de ser capaz de dizer não e de querer mais se a bola entrar nas nossas redes porque um jogador escorrega, se um remate do Slimani ou do Nani vai ao poste ou à barra, se o William falhar um passe para golo ou se o Carrillo vier a perder-se, em fintas, até que a bola se lhe escape.

Mas, a acrescer a tudo isto, a equipe do Sporting tem de superar a vontade da equipe de arbitragem e a sua esperada parcialidade, sem se deixar abater pela injustiça da expulsão do nosso jogador, do golo anulado, do penalty não assinalado, do fora de jogo inexistente, do penalty marcado contra nós, do jogador adversário cujo off-side o não é, das faltas que sofremos e os árbitros ignoram. Contra tudo isso a nossa equipe terá de responder com mais um golo numa tenacidade sem vacilações, um querer que a todos se sobrepõe e se, no fim, tivermos de marcar mais dois golos todos têm de persistir e a cada um cabe a responsabilidade de os marcar e de vencer.

A Vitória tem de ser nossa, por mérito inapelável. A Glória no Sábado, ainda que efémera, fica para a História que, é perene e nesta peleja resulta daquilo que já sabemos, corações de Leão esforçados, dedicados e devotos ao Clube, aos colegas e aos Sportinguistas. Não tenho dúvidas sei que vai ser assim.

ESCRITO POR Mário Túlio

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]