A capa do rascord no dia em que se joga uma final dos sub-21, competição que os nossos jovens estão a disputar, é uma vergonha. Mais uma para a contagem de pérolas lançadas por esses vândalos.

Finalmente temos um Presidente que preside aos interesses do Sporting em vez de presidir aos seus e aos do seu compadrio feito de agentes, empresários, fundos, amigalhaços, como diria um treinador que fosse Inglês, “you name it”, a tudo, menos aos efectivos interesses do Sporting Clube de Portugal.

Estou descansado quanto a Carlos Mané. Poderá sair desde que o Mónaco ou qualquer outro, bata a cláusula de rescisão, o que, para já não vai acontecer.
Mané, para sair para o Mónaco ou para o Lichtenstein, tem de querer fazê-lo, além de tudo o mais e Mané não quer fazê-lo agora. Eventualmente acabará por ir, mais tarde, dentro de duas ou três épocas mas é daqueles que levam o Sporting no coração como penso que Cédric o será também (já me passou a irritação com Cédric por não ter renovado e não ter permitido ao Sporting negociar a sua saída ao abrigo de um contrato por mais cinco épocas…fica só uma mágoa e um desgosto pois, esperava mais do Sportinguismo dele. Mais valia que tivéssemos trocado de Sportinguismo, ele e eu, como se trocássemos de camisolas, no fim de um jogo feliz).

Mané é jovem mas, sabe quem é e sabe o que quer para o seu futuro, o que quer para a sua carreira. Se me perguntarem se Carlos Mané quererá sair no final da próxima época, não sei. Tudo depende das circunstâncias. Se as circunstâncias não derem cabo de Bruno de Carvalho, se todos estivermos unidos em torno do Presidente, as circunstâncias nada poderão contra ele. Bruno de Carvalho não está em Litle Big Horn e não é burro como o Custer, O Sporting não é o sétimo de cavalaria e Sitting Bull não lidera os índios, desta vez, porque não haverá índios suficientes nas redondezas e “circunstâncias” do momento.

Também não sei prever os movimentos dos índios na temporada que vai começar e não sei como Jorge Jesus vai aproveitar Carlos Mané, se o faz correr em frente e o desenvolve como jogador ou, se o senta no banco, a preparar os tambores e o cachimbo da Paz. Não sei, de facto, apesar de esperar o melhor para Maná e a pior das tormentas para o Sporting. Só o tempo, ao passar, nos há-de sussurrar aos ouvidos aquilo que estiver em movimento e se prepara para cair sobre nós.

Entristeceu-me assistir ao programa de ontém com Rogério Alves e os filhos de puta. A Sporting TV está de férias e estamos a comer só enlatados com repetição “ad nauseam” da salada de feijão frade com atum, cebola e salsa. À noite faço um zapping rápido, detenho-me aqui e ali por uns minutos e sigo para o piano. meia hora de piano. O meu pensamento agita-se e voa para Alvalade. Levanto-me numa angústia feita de incertezas. Sento-me de novo. O banco do Piano precisa ser estofado. As “naugas” parecem-me duas batatas assadas a murro. Acendo um cigarro a mais. Ligo o pré de phono, o pre´-amplificador e o amplificador de potência, sento-me ao computador e vou à Tasca. Está na mesma, já li os posts todos, todos lemos já todos os posts várias vezes. Não vou lançar mais lenha na fornalha, ninguém irá já vê-la arder. A esta hora está tudo a dormir. Vou buscar um Vinyl. Que quero ouvir? Se calhar é abrir o Spotify e deixar-me andar… Beethoven, Sonata ou Luar, Waldenstein ou o “Imperador”. Não quero adormecer na sala, de madrugada acordo sentado no maple de orelhas que era do meu Pai, a ser lambido pelo cão, o Imperador vai deixar-me exaltado e depois, não durmo na cama. Já é meia noite. O relógio da sala avisa-me que, meia-noite foi há uma hora atrás. Que tal um disco do meu Pai? Amália no Café Luso? Não, a gravação é de má qualidade e a esta hora preciso de qualquer coisa que me transporte daqui para fora e me leve aos palcos da Broadway, por vinte cinco minutos ininterruptos. Ah, “Nat King Cole”, “Bewitched”. É isso mesmo, grande disco. Tiro o-o da capa, frágil de 55 anos, olho-o à luz do candeeiro de mesa. Tem pó nas espiras, hei-de lavá-lo amanhã, para o preservar da abrasão da poeira arrastada pela agulha. Será que me resta álcool propílico suficiente para juntar à água destilada no depósito da máquina de lavar discos? Tenho este disco em CD. Vou antes ouvir o CD, para não dar cabo do disco mas, o CD não, a música soa artificial. Ah, “Art Garfunkel”. É isso mesmo “Scissors Cut” até final da noite. Olho para a Televisão, Rogério Alves está a dizer qualquer coisa com ar grave. a música atrai-me a atenção, a voz aveludada de Art Garfunkel nos seus melhores anos envolve-me e relaxa-me. “Disney Girls” (centerfolds?) Não, é mesmo Disney Girls. Fecho os olhos. Relaxo. Bruno de Carvalho continua Presidente. O Sporting recém-nascido está em boas mãos.
O Meu cão ferra os dentes numa perna de Rui Gomes da Silva e não larga. Levanta-se nas patas traseiras e ataca-lhe a garganta. o Paineleiro foge para o back office do estúdio, porque raio fui trazer o cão e não o Leão? O Leão dava já cabo da corja toda.
Sinto uma coisa morna e húmida na cara. Acordo, o cão lambe-me alegremente, quer ir lá fora, são seis e meia da manhã. A Sporting TV anuncia de mansinho a Missão Pavilhão. Tudo sossegado, o sol não se faz rogado e promete mais um dia abrasador e o disco continua a rodar no gira-discos improvável. Afinal adormeci com as Disney Girls, não é mau. Podia ter adormecido a ouvir o Gomes da Silva e teria acordado nauseado. O Sporting, de novo. Abro a porta ao cão e resisto à tentação inútil de ir à tasca comer uma sandwich de presunto? A esta hora, não está lá ninguém. Vou abrir a porta ao cão e voltar a passar pelas as brasas, espero pelo regresso dele a casa e que o dia de Verão arranque de vez.

Bruno, acorda e prepara o cilindro, olha que a merda alastra e é preciso dar conta dela. Vá lá por enquanto, empurro só eu!