O Sporting tem muito que se lhe diga na Europa do futebol. Por lhe pertencer a maior goleada de sempre (16-1 ao Apoel Nicósia em 1963), por lhe pertencer a conquista de um troféu através de um golo de canto directo (1-0 ao MTK em 1964) e, sobretudo, por lhe pertencer a honra do primeiro golo da Taça dos Campeões Europeus. Marca-o um tal João Martins, em Setembro de 1955, no Jamor, ao Partizan Belgrado.

A escasso mês dessa efeméride celebrar 60 anos, o Sporting volta a conectar-se com a prova maior da UEFA, com o sorteio de sexta-feira às 11 da manhã (horário de Lisboa) (e Porto) (e Chaves) (e Faro) (e Madeira) (menos uma nos Açores). Decide-se a vida do leão no play-off de acesso à Liga dos Campeões e há cinco adversários para escolher entre Lazio (Itália), Monaco (França), CSKA Moscovo (Rússia), Rapid Viena (Áustria) e FC Brugge (Bélgica).

E então? Há muito por onde escolher mas é difícil, muito difícil. Da Lazio, por exemplo, o Sporting tem aquela recordação do 2-0 no Olímpico em resposta ao 2-1 em Alvalade (Wolfswinkel e Insúa) na fase de grupos da Liga Europa 2011-12. Do Monaco, agora treinador pelo professor Leonardo Jardim (no Sporting em 2012-13) e com Ricardo Carvalho, João Moutinho e Ivan Cavaleiro nio plantel, há a recordação da primeira experiência na fase de grupos da prova, em 1997-98. Em Alvalade, 3-0 sem espinhas (Oceano, Hadji e Leandro) na estreia europeia de Costinha. Em Monte Carlo, a vantagem de 2-0 (Luís Miguel e Oceano) não é o suficiente para garantir os três pontos. Nem sequer um. Acaba 3-2. Henry e Trezeguet fazem das suas e chutam a crise para o Sporting, então comandado por Francisco Vital.

O CSKA Moscovo é daqueles nomes impronunciáveis em Alvalade, por culpa daquele balde água fria. Ou melhor, gelada. Falamos da final da Taça UEFA-2005. O Sporting joga em casa e marca primeiro, por Rogério. Na segunda parte, os russos constroem a reviravolta sem nó nem piedade (3-1), com base na habilidade e velocidade dos brasileiros Vágner Love e Dani Carvalho.

Venha de lá o Rapid Viena, vá. Se o Casino deixa marcas (2-0 em Alvalade, 3-0 em Salsburgo), o que dizer do Rapid? Tudo se precipita duas épocas depois, em 1995-96. O Sporting elimina o Maccabi Haida (4-0, 0-0) na primeira eliminatória da Taça das Taças. Na segunda, sai-lhe o Rapid. Em casa, Sá Pinto e Paulo Alves fazem a festa (2-0). Na Áustria, o 4-0 após prolongamento fazem mossa indiscutível entre adeptos e Queiroz.

Falta o FC Bruges. O treinador chama-se Michel Preud’homme, guarda-redes do Benfica de 1994 a 1999. Falha o título belga por um triz assim e vê-se agora na ingrata posição de discutir um lugar entre os melhores 32 com um destes tubarões. Se for o Sporting, a vantagem histórica é dos portugueses: 0-0 e 2-1 em Alvalade com bis de Lourenço na Taça das CIdades com Feira 67-68.

 

(in Jornal i)