(resumo da entrevista de Jorge Jesus à RTP, feita pelo Jornal i)

“Jorge Jesus colecciona títulos e mais títulos no Benfica: três campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga e uma Supertaça nacional. Ao todo, dez em seis anos de trabalho. Acaba a época 2014-15 e o homem troca de clube. Por uma da mesma cidade, é o Sporting.

A ironia do destino permite-lhe começar a época precisamente com o Benfica, no Algarve. Não, não é o Torneio Guadiana, e sim um assunto muito mais sério. É a Supertaça portuguesa. Vale um título, o primeiro da época. A RTP tem um exclusivo e Jesus fala abertamente de todos os assuntos. A saber:

SPORTING. “Estou num clube que venceu a Taça de Portugal. Para mim é mais uma final, é a primeira ao serviço do Sporting. Tudo isto é normal para mim. São dois rivais de sempre. A minha primeira final, do lado do Sporting, aconteceu como aconteceu em outros clubes. É importante porque é um título. Começas a vencer e começas a ganhar uma taça. Não tem influência nenhuma em relação ao futuro das equipas. Em termos emocionais, há vantagem em ganhar. Quando se perde há sempre uma agressão. Quando se perde um título nunca se fica satisfeito. ‘Agredir’ é subjetivo, é em termo desportivos.”

SPORTING II. “Já me mostrei surpreendido. Nós temos cinco semanas [de trabalho] e grande parte dos jogadores têm duas a três semanas. O crescimento tem sido melhor do que pensava e os últimos dois jogos foram contra adversários de nível alto [Crystal Palace e Roma]]. Uma coisa é tu chegares a um clube, vires com uma ideia, e mudares tudo.”

BENFICA. “Pensava que mudassem alguma coisa, porque chegou um treinador, mas não mudou nada. Eu sou um, a equipa são onze. Nos últimos dois anos, o Benfica ganhou sete títulos em oito [sobra a Taça de Portugal, precisamente para o Sporting]. A vantagem está no detentor do título, de uma equipa que tem uma ideia de jogo que mantém. Nada foi mudado. As ideias que estão lá são todas minhas. Nada mudou, zero. Eu cheguei ao Sporting e mudei tudo. Pelo menos na pré-época, tudo o que vi, aquilo foi tudo criado por mim. Se esperava mudar ou não, isso já não me compete”.

MITROGLOU. “Se quisessemos, já o tínhamos. O que fizemos foi contratar os jogadores que foi possível. Esse não se encaixa nesse leque. O Sporting tem um departamento médico do melhor que há no Mundo. Não está em questão a qualidade do jogador. Há outros pormenores que para o departamento médico eram importantes e entendemos que não devia ser contratado.”

ONZE. Eu não escolho 11 jogadores, escolho 25. Se um jogador for contratado, não lhe dá o direito de ser titular. Não é a primeira vez que um jogador chega ao clube e comigo não joga. Os 11 jogadores que começam o primeiro jogo oficial não são o esqueleto da época. O Sporting vai estar em cinco competições e vai haver oportunidades para uns e outros.”

FESTA. “Tenho o maior respeito pelos adeptos do clube onde estive seis anos e me trataram muito bem. Continuam a reconhecer o meu trabalho e valor. Hoje estou num clube diferente. Não sou hipócrita. Não vou dizer que se ganhar não vou festejar. O mais importante para mim é o futebol. Estou nesta casa com muito prazer e muito gosto. Não morri desportivamente como treinador do Benfica nem irei morrer como treinador do Sporting.”