Jorge, tenho andado atento à forma como tens tomado as tuas opções e há pelo menos duas semanas que me interrogo: não ganharíamos mais colocando o Ruiz a jogar como apoio directo ao Slimani?
Respondes-me tu: mas tu não tens visto que as movimentações do Teo é que abrem espaços entre os centrais e os laterais e libertam mais o Slimani?
É verdade, respondo-te. Ainda no domingo, em Vila do Conde, o Teo teve uma bela primeira parte no plano táctico. Mas também é verdade que essas movimentações, provavelmente por desgaste de alguém que sempre foi mais um 9 do que qualquer outra coisa, não duram mais do que 40 minutos. E bem mais preocupante é o estado físico do Ruiz. Jorge, neste momento o Ruiz não tem capacidade física para jogar na linha, mesmo que lhe peças para fazer constantes movimentos interiores e para abrir a ala para o Jefferson. Se lhe tapares a boca ao fim de 25 minutos, o homem rebenta. E mesmo que não rebentasse, sou da opinião que o lugar dele é no meio, resolvendo com classe o que há para resolver e tendo mais oportunidades tanto de usar o seu potente pontapé como de surgir na área a fazer valer o seu jogo aéreo.
Mas tu queres que eu tire o Teo da equipa?!?, perguntas-me.
Nem sempre, nem nunca. Mas parece-me a melhor forma de aproveitar as qualidades do Ruiz e, simultaneamente, dar-lhe o tempo de recuperação a que dois anos sem férias obrigam. Ah, e podemos ser menos rendilhados e inteligentes no processo ofensivo, mas tanto o Mané como o Gelson já te mostraram que somos muito mais acutilantes e vertiginosos com eles em campo, portanto… pensa lá nisto, oh Jorge.