Se pertences à minha geração ou a gerações próximas, sabes bem o quão difícil foi chegar até aqui. Falo-te de Sportinguismo, obviamente, e já nem vou entrar na distinção de quem teve quem lhe embalasse o sentimento ou fez a escolha porque tinha mesmo que ser. A verdade é que não tenho a mais pequena memória do título conquistado em 1980 e da dobradinha de 1982 restam-me flashes das pessoas a darem-me parabéns pelo facto do meu clube ter sido campeão e o desejo, próprio de um puto de cinco anos, de conhecer o Meszaros, o Jordão e o Manuel Fernandes.
Depois veio o deserto, intercalado por aquela conquista da Taça, em 95, até chegarmos a Maio de 2000 e o país de pintar de verde e branco numa festa a que nem muitos rivais resistiram. Novo campeonato, dois anos volvidos, como que assinalando a entrada na idade adulta e nova travessia do deserto, minimizada por três Taças de Portugal.
Quando olho para trás, sinto que a travessia do deserto mais longa, mesmo sendo a mais difícil, foi vivida de forma mais feliz. As expectativas constantemente defraudadas, matéria mais do que suficiente para amigos e colegas de escola de cores diferentes nos infernizarem as manhãs, alimentavam de forma estranha a colagem da camisola verde e branca à pele. Gostava dos jogadores todos, por mais inaptos que fosse para a prática do futebol e, em discussões, defendia-os como sendo os melhores do mundo. Aliás, sentimento podia resumir-se a isso: tudo o que era do Sporting era a melhor coisa do mundo. Um gajo sofria em silêncio, mas a cada novo desaire encontrava forma de passar à realidade a máxima “o que não me mata torna-me mais forte”, nem que fosse dando um estampilho na tromba do colega que te azedava às oito da manhã depois de teres chegado a casa demasiado tarde e eliminado pelo Grasshopers, do Sutter.
De 2002 até hoje, esse sentimento tem mudado numa larga franja de adeptos leoninos. É verdade que muita coisa se alterou, desde logo a forma como o clube nos foi sendo apresentado, cada vez mais, como uma empresa. Uma empresa onde, aos poucos, nos foram tiradas as modalidades e as tardes passadas no velhinho Alvalade, que primeiro ficou sem Nave e depois ficou sem jogos ao sol para fazer a vontade ao capitalismo e aos tecnocratas para quem a emoção do desporto funciona como uma slot machine. A disposição para defender os “pernetas” que nos colocavam na equipa era cada vez menor, os motivos para questionar a vida do clube eram cada vez maiores. Sim, és capaz de ter razão se me disseres “mas isso foste tu a cresceres e a passares a comportar-te como um adulto”, mas permite-me contar-te um segredo que se ainda for segredo para ti é porque tens estado muito desatento ao tanto que já te escrevi: quando isto corre mesmo mal, é ao puto que fez a maior travessia do deserto que vou buscar amparo.
E é esse puto que aqui escreve hoje. Um puto desencantado não com o Sporting, mas com o Sportinguistas. Um puto que cresceu sem fazer a mínima ideia do que é um telemóvel, muito menos redes sociais, e, hoje, vê ambos serem utilizados massivamente para ajudar a atacar o clube de que sempre gostou. Não, não é por adversários, é por quem se diz Sportinguista (explica lá isso a um puto, se fores capaz). Um puto que cresceu com dois canais de televisão, onde até havia a distinta lata de te oferecerem um programa intitulado “agora escolha” e onde uma transmissão futebolística de um jogo do Sporting era uma festa e que, hoje, esmagado por centenas de canais por cabo e por streamings virtuais, vê tantos e tantos adeptos do seu clube tornarem rotina não assistir aos jogos do Sporting. Depois, quando assistem, os aplausos transformam-se em críticas fáceis e em assobios que parecem ter sido ensaiados ao espelho, principalmente os que são dirigidos aos jogadores formados em nossa própria casa.
Tudo isto faz-me enorme confusão. Angustia-me. Revolta-me. Esta incapacidade de sermos unidos é a maior arma ao serviço de todos aqueles que nos tentam derrubar. Este fazer eco de todas as encomendas que são veiculadas pela comunicação social é o maior veneno que podemos injectar em nós mesmos. Quantas e quantas vezes, dou por mim à procura de uma explicação para isto. E não encontro. Sinceramente. Que uma matilha de hienas, habituadas a sugar o sangue do Leão, continue a tentar, por todas e mais algumas formas, recuperar o domínio que perdeu e que quase nos matou enquanto clube, eu ainda entendo. Agora, não entendo e não posso tolerar que tantos e tantos adeptos não sejam capazes de perceber o ponto em que nos encontramos: estamos sob fogo cruzado. Estamos num momento da nossa história em que podemos ser alavanca da viragem ou fazer peso do lado de todos os que desejam que continuemos a ser um clube engraçado em relação ao qual até fica bem dizer “o Sporting forte faz falta ao futebol português”. Hipocrisia.
E é com essa hipocrisia que não podemos ser coniventes, muito menos num momento da nossa história em que abrimos tantas frentes de batalha: comunicação social, empresários, fundos, arbitragem. Achas que é demasiado? Então imagina o quão mais complicado se torna se quem devia cerrar fileiras de verde e branco vestido dá uns passos atrás e se assume como uma ameaça à retaguarda, obrigando o exército leonino a dispersar atenções e a formar um círculo! Sim, é isso que ajudas a fazer quando fazes ecos dos Cervis, quando falas do Carrillo com base em papa mastigada que te dão, quando assobias os nossos jogadores da formação, quando finges não ver que termos contratado Jorge Jesus deixou a nu a máquina de propaganda, quando pareces desejar que não consigamos fazer valer os nossos pontos de vista em relação ao fundos e em relação à introdução dos meios tecnológicos na arbitragem, quando te revelas um palerma e tens a distinta lata de questionar o dinheiro que investimos na equipa só porque se orquestra uma campanha comunicacional nesse sentido, quando levaste uma época inteira a alimentar a separação entre presidente e treinador e já te preparas para dar voz às mentiras atiradas à opinião pública que agora até já chegam do outro lado do oceano ou de um professor a residir no norte de África. Estás a ajudar a cercar-nos!
Devias ter vergonha. Mesmo. Devias ter vergonha de não perceber que os teus pequenos ódios pessoais e a tua incapacidade de gerires agruras da tua vida privada te transformam numa arma ao serviço de quem tem como objectivos diminuir, achincalhar, atacar, acabar com o clube que dizes amar. Devias ter vergonha de apunhalar pelas costas o catraio ou a catraia que já foste e que te ensinou algo que agora guardas na gaveta das meias velhas: se fosse para ganhar sempre, se fosse para só apoiar nas vitórias e se fosse para utilizar os mais sórdidos meios para atingi-las, tu não eras do Sporting. Ser do Sporting dá muito trabalho. Querer ser diferente e assumir uma luta desarmada contra os poderes instituídos, dá ainda mais. Não sei se a ganharemos, mas sei que sinto que vale a pena travá-la por mais dolorosa e espinhosa que possa ser. Aliás, se pertences à minha geração ou a gerações próximas, sabes bem o quão difícil foi chegar até aqui. E se aqui chegámos capazes de manter acesa a tocha do Sportinguismo, foi porque depois de cada derrota e de cada pancada o que sobrou foi a vontade de voltar a colocar o Leão Rampante sobre o coração. Foi porque soubemos manter vivo algo que começou quando as nossas mãos ainda mal conseguiam agarrar uma bola. Nunca te esqueças disso. E, tal como ontem, hoje e cada vez mais, orgulha-te de ser do Sporting!
24 Setembro, 2015 at 9:50
Grande tempero Cherba!
Tmb eu sou da tua geração e ao contrário do que dizes de 82 não tenho memória nenhuma (talvez por a família ser toda do SLB e como tal nunca fui levado a nenhuma festa verde e branca). Só sei que foi a partir daí (tinha eu 5 anos) que começou esta paixão que não tem fim.
Foram realmente anos e anos de jejum até à grande festa de 2000 em que mais uma vez não participei :(. Quis o destino que eu estivesse desterrado no norte da Dinamarca em Erasmus. Tive de fazer a festa sozinho agarrado ao PC para ouvir o relato!
São muitas as memórias de resultados menos conseguidos nesses tempos mas esta paixão pelo Sporting, que não se consegue explicar, não acabará nunca!
SPOOOOOOOORTING!!!
24 Setembro, 2015 at 9:52
Acho que termos nascido quando nascemos ajudou-nos a construir o nosso sentimento de Sportinguistas. Nao somos do clube que ganha sempre (so vi 2 campeonatos na minha vida tendo nascido so em 83) e toda a nossa vida tivemos que suportar e aturar constante gozo dos adversarios.
No entanto, nao havia maior alegria que ir ver um jogo ao antigo Alvalade ou colar o ouvido a radio e sofrer durante 90mins sempre que nao se podia. Nunca foi facil ser do Sporting, nunca sera e acho que hoje em dia, na sociedade em que vivemos, ‘e ainda mais dificil explicar a um puto porque ‘e bom ser do Sporting. Vivemos num tempo em que a malta quer ‘e ser da equipa que ganha e muitas vezes, nao interessando bem como ou porque.
Eu nao estive escolha, nao estava ainda no registo civil e ja era socio do Sporting (bem-dito sejas avo!). Se hoje em dia voltasse 30 anos atras e me perguntassem: “Queres ser do Sporting ou de outro clube?”, a minha resposta seria sempre “Ha outra escolha possivel? :)”
24 Setembro, 2015 at 10:00
Sou de 75, e revejo-me em cada palavra.
Obrigado Cherba por este texto!
Saudações Leoninas.
24 Setembro, 2015 at 10:01
Três coisas bonitas em relação ao Sporting:
– ver in loco as conquistas das modalidades
– ver o Sporting B jogar
– vestir a camisola centenária e ir em direcção ao José Alvalade
24 Setembro, 2015 at 10:02
Com este texto, até dispenso a esgalha matinal!!!:P
agora a serio!
é mais forte que muitas pessoas o criticar para no fim dizerem, “eu não disse?” ou “eu bem avisei”.
estou farto de falar disto!! mas as mentalidades não mudam assim do nada.
li um comentário ontem, e desculpa ao autor pois não me lembro do nick dele, que disse e bem, que se o SPORTING fosse o Barcelona, mesmo assim iam ser assobiados ao primeiro mau resultado. epa é tão isto!
ainda ontem o Barcelona levou 4-1 do Bilbau, ninguém ganha sempre, ninguém joga sempre bem, nem messi nem Ronaldo, porque raio nós adeptos do SPORTING, praticamente exigimos dos nossos jogadores que joguem 90 minutos em alta intensidade, com goleadas em todos os jogos, sem lesões de ninguém, etc etc quando Clubes com orçamentos/jogadores/condições superiores, mas ponham superiores nisso, não o fazem?
que puta de mania da perfeição que nós adeptos tanto queremos no SPORTING, quando nós adeptos somos os primeiros a ter também defeitos!!
enfim, SPORTING até ao fim!!!!
SPOOOOOOORRRTIIIIIIIIIINGGGGGG!!!!!
SL
24 Setembro, 2015 at 10:06
Celta…
Ontem, se tivesse sido o benfica a jogar com os de Vigo, mamavam mais 7.
24 Setembro, 2015 at 10:57
Trolha tens toda a razão…
Celta!
mas vai dar ao mesmo!
SL
24 Setembro, 2015 at 10:06
Essa criança que descreves tambem sou eu…1 ano mais novo.
Quando o bruno se reformar, voto no cherba para presidente.
Imprimir sff e enviar uma cópia para a casa de cada sportinguista.
24 Setembro, 2015 at 10:09
Sporting Clube de Portugal!
24 Setembro, 2015 at 10:09
Emocionaste-me Cherba.
Relembrar a minha infância leonina, quando não havia auto estradas, a chegada televisão ainda era uma criança, redes sociais e telemóveis era utopia, para quem como eu, estava a trezentos km de Lisboa, o viver Sporting era através dos relatos radiofónicos da emissora nacional e do radio clube português que me chegava aos ouvidos cheios de ruídos e interferências e esperar pelo dia seguinte à tarde quando os jornais da época chegavam no combóio barulhento e poluente que vinha da capital. Depois era esperar que chegasse à taberna onde ouvia os relatos para me deliciar com a visão e leitura do jogo da véspera, pois mesmo quando se perdia era a única maneira de saber notícias do meu Sporting.
Ás vezes, raramente, aparecia uma possibilidade de ir a Lisboa, numa viagem de quase um dia, que aproveitava sofregamente para ver algum jogo mais importante do nosso Sporting, foi assim que tive a felicidade de assistir ao célebre Sporting – Manchester dos 5 – 0 no ano que ganhamos a Taça das Taças.
Por me relembrar de tudo isto, obrigado Cherba e para os leões das novas gerações aprendem a colocar o Sporting à frente dos vossos egos e frustrações, confiem em quem dirige o clube com os resultados já conhecidos e defendam o Sporting contra tudo e contra todos.
Posso estar descontente com algo que não concorde, mas dizer mal do Sporting, nunca, porque era dizer mal de mim.
Saudações Leoninas
24 Setembro, 2015 at 10:16
Excelente texto do Cherba. Sou de 78 e o texto retrata fielmente o que é ser do Sporting. Podemos não ser os maiores, mas somos diferentes para… muito melhor!!!
ps: comungo as opiniões anteriores de que não trocaria em nada a minha geração por esta actual… e que ser Sporting é UNICO!
24 Setembro, 2015 at 10:17
Fogo…tanto tanto tanto isto! Nem me apetecia acrescentar nada…
Apenas dizer que o que realmente mudou foi a CS! Hoje em dia deixou de haver jornalismo para passar a ser penas recados dados por patrões! Isso alimenta tudo! Os ódios pessoais crescem alimentados por episódios mesmo que sejam claramente mentira, sejam os ódios ao presidente, sejam os ódios ao treinador, sejam os ódios aos jogadores!
Eu cada vez mais gosto do Sporting! Sinceramente cada vez o Sporting me dá mais prazer! Eu secretamente tenho a esperança de um dia voltar a ser aquela criança…com mais conhecimento mas com aquele sentimento de amor juvenil, sem ligar a guerras internas, a gente parva e a porcos nojentos pagos! Ás vezes quero desligar-me do “mundo da bola” para isso voltar…não falar de bola com qualquer um, não ver nada de jornais, não andar nas Redes Sociais a ver coisas de bola…nada! Viver o futebol só na minha bolha e nos poucos que me rodeiam! Mas isso não é possível…gosto demasiado do Sporting para me sentir muito tempo desligado…
Cada vez mais me convenço que os maiores inimigos do Sporting são os Sportinguistas…e a maior força do Sporting são os Sportinguistas…
24 Setembro, 2015 at 10:17
“Quando olho para trás, sinto que a travessia do deserto mais longa, mesmo sendo a mais difícil, foi vivida de forma mais feliz.”…
Mas é que é mesmo isto…. Sem tirar nem pôr.
24 Setembro, 2015 at 10:19
Grande post!
Nasci em 1983, e sempre vivi na cidade do Porto, portanto podem imaginar o
24 Setembro, 2015 at 10:36
Grande post!
Nasci em 1983, e sempre vivi na cidade do Porto, portanto podem imaginar o que sofria na escola, na altura não havia bully nem ofensas nas redes sociais. Era do Sporting, era gozado, ponto final. Mas nunca me importei estar numa turma de 30 alunos e era o único Leão. Quando encontrava alguem de outra turma que se dizia ser do Sporting já o considerava grande amigo, mesmo apesar de não o conhecer de lado nenhum, mas bastava ser do Sporting.
Infelizmente não tinha possibilidade de ir a Lisboa ver um jogos, esse sonho só foi concretizado em 1997.
Tenho saudades de fazer relatos imaginários numa tábua de pregos, que lhe chamava campo de alvalade.
Tenho saudades de ficar no quarto com as luzes apagadas a sintonizar a aparelhagem para ouvir o relato.
Tenho saudades de ver a programação na TVGuia com a ânsia de ver que o nosso Sporting ia dar na TV.
Tenho saudades de saber que os jogos em Alvalade eram de tarde, mesmo não tendo possibilidade de ir, sentia que havia festa sempre que haviam jogos ao sol em Alvalade.
Mas com isto tudo, não digo que os Sportinguistas dos anos 80 são melhores dos que dos 90 ou já deste milénio, são épocas diferentes, acredito hoje os miúdos pelas redes sociais sejam mais crueis, os gozos são mais publicos, e há putos que conseguem ser muito crueis, mas ainda assim acho que tudo está mais facilitado em termos de acesso ao clube. (Caramba, o que eu senti quando no meu 6º ou 7º aniversário me ofereceram um equipamento completo do Sporting, quase de certeza de contrafacção, mas que orgulho tinha em vestir aquilo). Hoje em dia em qql loja online ou fisica se consegue tudo do nosso clube.
Para concluir, acho que somos nós “Sportinguistas” que temos de educar os novos ou mudados “Sportinguistas” e relembrar esses tempos para que se volte seja em Alvalade, seja num café, seja na nossa família.
SL
24 Setembro, 2015 at 10:21
Sou de 1975.
É tudo isso Cherba!
Obrigado, obrigado, obrigado!
Um abraço.
24 Setembro, 2015 at 10:22
Excelente ! Excelente ! Excelente ! Excelente !
24 Setembro, 2015 at 10:24
Clap. Clap. Clap. Clap.
Acho que muitos dos que falas Cherba sofrem daquela doença que impede um ser humano de apoiar algo que perde ou ter orgulho em qualquer coisa que não parece ser tão boa como outras. O consumismo também molda o “ser” adepto. Há quem seja do Sporting e quem “consuma” ser do Sporting. São coisas diferentes.
A partir do momento em que o “consumo” já não garante posts no fb “à boss” ou fotos no estádio a fazer o “v” com os dedos…casca-se no clube como se não existisse amanhã. Na verdade para os “consumidores” do Sporting o amanhã é irrelevante…há sempre uma nova disco ou bar de sushi para onde ir “consumir” o social.
24 Setembro, 2015 at 10:26
Um bocadito mais antigo, e onde calava qualquer puto lampião (na altura não havia andrades, no sul), com a frase:
– Desporto, não é só futebol. E listava as modalidades em que eramos crónicos campeões.
SL
24 Setembro, 2015 at 10:29
Nasci a meio dos anos 80 e não tenho grandes memórias desses anos. Nasci numa familia benfiquista, onde apenas o meu padrinho e o seu filho eram do Sporting.
Aprendi a ler antes de entrar na escola primária. E aprendi a ler através de noticias do Sporting, no jornal Record. E foi com isso que a minha paixão pelo Sporting cresceu, mesmo estando longe de Alvalade…
Recordo-me da conquista da taça de Portugal frente ao Maritimo com um jogão do Iordanov. Lembro-me ainda dos dois campeonatos, praticamente seguidos, sendo que a festa que se viveu parou este país praticamente por 2 ou 3 dias.
E concordo com o que dizes… Aquela década de 90, apesar da seca quase total, passou-se com muito mais “tranquilidade”. Em relação à seca actual, cada ano que passa, deixa-me uma agonia maior (mas aumenta ainda mais a vontade de apoiar e lutar por este Leão Rampante)… Não sei se a culpa é dos programas de “futebol” que proliferam pelos canais televisivos, se é pelos constantes ataques veiculados pela CS, se por sentir que tivemos uma corja que se serviu única e exclusivamente do Sporting, servindo banha de cobra disfarçada de caviar, nem sei sequer se a culpa é das redes sociais que permitem os rivais (com esses eu ainda aguento) e os “nossos” destilarem ódio contra todos os que nos representam diariamente…
Sei que continuarei a lutar, sei que por muito reduzido que seja o meu vencimento, contarei todos os trocos para que seja possível comprar uma gamebox…
Continuarei a filtar o que leio e o que oiço, evitarei ser manipulado e levantarei a minha voz sempre que seja necessário defender o meu Grande Amor.
E vou seguir ao lado de quem luta pelo meu Grande Amor, mesmo que essa pessoa tenha uma ou outra má decisão.. Porque no fundo, é o amor por este clube que nos define, nos atraiçoa mas que sobretudo, nos enche de orgulho.
24 Setembro, 2015 at 10:30
Grande, enorme EDITORIAL! Cherba nunca esiveste melhor.
Por isso, não há nada a acrescentar e não há comentário que se me sugiram.
Se todos fossemos como tu o Sporting estaria bem melhor…
24 Setembro, 2015 at 10:30
Um Post de LEÃO!! Dos Puros e Verdadeiros!!!
Fizeste-me lembrar o “Puto” que com 6 anos foi ver pela 1ª vez o Sporting ao vivo a Elvas e 1 ano depois se “estreou” em Alvalade…
E que com o passar dos anos lá ia convencendo o Pai para ir a Lisboa (fazendo um total de 400 km) para ir ver o Sporting nos jogos Europeus à noite durante a semana e alguns Domingos à tarde!
E esse “Puto” na escola…. na turma em que andava era sempre 3 / Sportinguistas e 20/25 lampiões, MAS o Orgulho em ser do Sporting já cá morava e já crescia de dia para dia…. tal como ainda acontece hoje em que esse ORGULHO é cada vez maior!!
E em Abril nasce um Leão (ou Leoa)!!!
A Mãe tem direito a escolher Nome e muita coisa, MAS…. o clube não há opção de escolha! Ou é Sporting Clube de Portugal… ou é Sporting Clube de Portugal!!
24 Setembro, 2015 at 10:30
Sou de 79… Percebo demasiado bem
24 Setembro, 2015 at 10:31
Grande texto
Concordo com tudo, nasci em 77 e muitas das coisas que estão ai, são situações vividas por mim.
Obrigado por mais um texto de orgulho leonino.
Como já aqui foi dito devia ser espalhado por todo o lado. Para muitos lembrarem o essencial antes de repetirem os disparates encomendados que lhe são colocados nos olhos e ouvidos.
SL
24 Setembro, 2015 at 10:36
será o bessa um bom jogo para o regresso de Tanaka e os seus livres directos?
24 Setembro, 2015 at 15:53
Para mim, tanaka devia estar sempre no banco….. Em jogos emperrados como o de domingo, se calhar tínhamos marcado antes…. era faltas à entrada da área e tanaka a tentar…
24 Setembro, 2015 at 10:38
“E, tal como ontem, hoje e cada vez mais, orgulha-te de ser do Sporting!”
Assim o farei!!!
SL
24 Setembro, 2015 at 10:42
Que ninguém tenha ilusões, ser do Sporting não é fácil. Exige esforço, dedicação, devoção para (às vezes) se atingir a glória. Sou de 78 e via os outros ganharem títulos, como quem muda de camisa. Vi Balacov e o Figo a jogar na mesma equipa e mesmo assim não fomos campeões. Nunca desisti e foi precisamente quando menos acreditava (aquela equipa estava a anos-luz da de 93/94) que fui recompensado. Tenho muito orgulho no meu Sporting, porque a história do Desporto em Portugal é a História do Sporting Clube de Portugal!
24 Setembro, 2015 at 10:45
É tao tudo isso….
24 Setembro, 2015 at 10:47
Excelente texto sobre o que te vai na alma. A ti e a tantos outros Sportinguistas.
Mas até neste tasco já vi este filme demasiadas vezes. Todos vão buscar às suas memórias algo com que se identifiquem. Amanhã, depois ou para a semana volta tudo ao mesmo.
Infelizmente, já não tenho a fé que tu tens no “Sportinguismo”.
24 Setembro, 2015 at 14:40
O texto é excelente, mas este comentário é ainda melhor. Já há mais sportinguenses que sportinguistas.
24 Setembro, 2015 at 10:47
Grande texto.
Nasci em 80 e revejo-me em cada palavra.
O orgulho que tenho em pertencer a esta familia é o mesmo quer tenha 5 ou 80 anos.
Temos que meter de uma vez por todas na cabeça que se não remarmos todos para o mesmo lado não vamos a lado nenhum e é isso que os de carnide e do norte querem.
Mas uma coisa tenho a certeza, os nosso filhos não irão ver o nosso Sporting com tanta seca de titulos como nós (da geração de 80) assistimos. Eles vão ver o reerguer do grande Sporting
24 Setembro, 2015 at 10:49
Off: alguém sabe o que é que o Leão de Plástico anda a fumar? Agora postou uma cena marada com o Zivkovic!?!??!
24 Setembro, 2015 at 10:55
Olha ele ali em cima…pergunta-lhe…heheh!
24 Setembro, 2015 at 11:49
Já perguntei, afinal é só pinga da boa! 😀
24 Setembro, 2015 at 11:01
eu também vi … mas deve ser só um desejo …amanha o CM ja fala nisto !!!!!
24 Setembro, 2015 at 10:52
“Devias ter vergonha. Mesmo. Devias ter vergonha de não perceber que os teus pequenos ódios pessoais e a tua incapacidade de gerires agruras da tua vida privada te transformam numa arma ao serviço de quem tem como objectivos diminuir, achincalhar, atacar, acabar com o clube que dizes amar.”
É tão isto! Por vezes sinto-me um alien neste planeta, em que parece que (e não é só no futebol) todos os restantes seres se viram privados de inteligência e de capacidade de raciocínio próprio. É muito mais fácil criticar da boca para fora do que parar para pensar bem no assunto e, depois sim, dizer o que se pensa sobre o mesmo. É mais fácil comer gelados com a testa, servidos pelos jornais e televisões deste país!
E quando o assunto é o Sporting, custa-me a controlar quando oiço malta que se assume sportinguista passar a vida a malhar no Clube, nos dirigentes, no treinador, nos jogadores, etc…
Quando chega a dia de jogo pergunto-lhes apenas: vão hoje a Alvalade? Pois, isso nunca dá jeito…e se calhar explica muita coisa…
Fight&Resist!
PS: hoje ou amanhã vou ao Estádio comprar a Gamebox do Hóquei em Patins! Aproveitar que moro perto para apoiar quem sua e luta pela nossa camisola e que já me deu muitas alegrias!
24 Setembro, 2015 at 10:52
Toda a gente que lê este texto devia meter a mão na consciência e perceber onde tem estado mal e o que tem de mudar na sua forma de viver o Sporting!
Eu da minha parte…vou fazê-lo…
24 Setembro, 2015 at 11:09
Não encontro a carapuça para a meter Tiago, atento estou há 33 anos, e a despertar consciências também!
Mas percebo o que queres dizer, podemos sempre ser melhores…por isso logo vou buscar uma verde e branca com o nr 21 do Fito 😉
24 Setembro, 2015 at 11:53
Não era para ti nem era para ninguém em particular, sendo para todos em geral! Exame de consciência que pode resultar em achar que tem sempre atitudes condignas e continuar na sua forma de viver o Sporting, achar coisas em que não está bem e mudar ou concluir que está completamente errado e mudar radicalmente!
Isto não era recado para 1 ou 2 pessoas em particular…é um desejo particular sobre a comunidade Sportinguista em geral…
24 Setembro, 2015 at 12:09
Nem todos são assim, quanto a mim é uma minoria que teima em fazer barulho, não são capazes de abrir os olhos.
Temos tanta gente com o Sporting, de corpo e alma, e esses sim é que merecem ser valorizados. Os outros, como costumo dizer em tom de brincadeira, “não têm pedigree”.