Evitei abordar este assunto durante o dia de ontem, até porque queria estar totalmente focado no jogo que o Sporting tinha para disputar, na Turquia. Mas é fundamental que, ao contrário de quem tem responsabilidades, não nos calemos face a mais um episódio que mostra bem o tipo de pessoas que estão à frente do clube instalado no outro lado da segunda circular.

Aquilo que se passou em Madrid foi grave, muito grave (aqui). Mas olhar para as imagens captadas no Vicente Calderón mais não foi do que recuar a Fevereiro deste ano e recordar o que se passou em Alvalade (aqui). A única diferença é que, desta vez, preocupado com as sanções que, garantidamente, o seu clube sofrerá por parte da UEFA, Luis Filipe Vieira veio condenar os actos e apelidar de arruaceiros o bando por eles responsável. Ironia das ironias, o bando de arruaceiros que o presidente do benfica viu erguerem uma faixa no seu pavilhão, vangloriando-se de terem assassinado um adepto e prometendo repetir a “façanha” no dia seguinte. Ironia das ironias, o bando de arruaceiros que o presidente do benfica continua a não fazer questão de ver legalizado.

No meio de tudo isto, fará igualmente sentido recuperar a forma como o benfica, pela voz do seu director de comunicação, extensão directa do presidente, reagiu, em Fevereiro, ao lançar de tochas e petardos na direcção da bancada onde estavam adeptos leoninos: “terminou o blackout, começou o folclore”. O mesmo folclore que, há dois dias, resultou numa imagem que vale mais do que mil palavras e que merece ser esfregada na cara de toda esta gente (incluindo na de toda a comunicação social que branqueou tudo isto).

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