Este foi o slogan utilizado pelo governo americano liderado por Theodore Roosevelt para recrutar soldados americanos para combater na Primeira Guerra Mundial. Um poster onde estava caricaturado o Tio Sam a apontar, com olhar desafiador, para todos os americanos num pedido de ajuda inédito e cuja resposta ficou para a história como um dos maiores movimentos patrióticos jamais vistos no mundo ocidental.

Depois de ouvir o discurso do Presidente do Sporting na última AG e de verificar tudo o que se tem passado desde que terminou a última época desportiva, chego à conclusão que o slogan americano podia perfeitamente ser o nosso e é fácil imaginar uma foto de Bruno de Carvalho no lugar do Tio Sam, com o mesmo olhar desafiador em direcção aos Sportinguistas. Porquê? Porque estamos sob ataque. De vários lados, de diferentes quadrantes do futebol mas com um objectivo único de colocar o Sporting em novo período de instabilidade e incerteza. Ou, sendo mais claro e objectivo, querem derrubar Bruno de Carvalho. “Vocês protejam-me senão vou cair!” terá sido o grito do Ipiranga que muitos precisavam de ouvir para, definitivamente, tomarem uma decisão. E a escolha é simples: ou estão com o Sporting, ou estão contra ele. Era melhor não ter de colocar as coisas desta forma? Era. Mas isto chegou a um ponto tal que já não dá nem para nos alhearmos da realidade nem para ficar na indecisão. O nosso Sporting está a ser alvo do maior ataque jamais feito a um clube de futebol. Um ataque que vem de todos os lados: Rivais, Imprensa, Árbitros, Empresários, Fundos, Comentadores. You name it. Chegou-se ao ponto de colocar em circulação contratos de trabalho assinados de quadros do Sporting num site, de seu nome FutebolLeaks, mas que podia perfeitamente ser SportingLeaks, em função da quantidade de leaks do nosso clube que esse site tem publicado em comparação com outros clubes. Mas já lá vamos.

Para organizar melhor a coisa, vou dividir os ataques de duas formas:

1) Dentro do campo
Começo pela Arbitragem. Este tema não é novo, pelo menos no Sporting. O que é novo é forma como está a acontecer. Se antes beneficiavam os rivais no início do campeonato e depois, mais à frente, prejudicavam o Sporting nos momentos decisivos, este ano a táctica mudou. O Sporting leva com 5 jogos no campeonato e não houve um, repito, um em que o Sporting não tenha sido prejudicado seja por critérios dúbios, lances ilegais validados, lances legais invalidados, disciplina, etc. Em 5 jogos já tivemos tanto o treinador como o presidente expulsos do banco. Em 5 jogos, foram raros aqueles em que não acabámos com mais faltas ou mais cartões do que o adversário. Cai por terra aquela teoria de que “Os pequenos são sempre prejudicados contra os grandes”. Contra os outros, talvez. Contra o Sporting, não. Em 5 jogos, o único lance em que o Sporting foi claramente beneficiado foi a expulsão no jogo contra o Nacional. Um jogo que contou, igualmente, com um penalty e nova expulsão perdoados ao clube insular. Na eliminatória da Champions, os erros e a tendência dos mesmos foram claros. Num outro jogo qualquer, com outro clube mais influente, esta eliminatória já estaria sob investigação. Tal como o jogo em Gelsenkirchen no ano passado. Na Supertaça, felizmente, conseguimos superar o golo anulado com uma exibição categórica. Feitas as contas, começa a ser difícil somar os lances de penaltys perdoados por mão na bola, os golos anulados, os cartões que ficam sempre por mostrar aos adversários e aqueles que, tão celeramente são mostrados aos nossos. É muito, demasiado para um clube só.

Outra situação é o caso Carrillo. E coloco-o neste ponto porque é dentro de campo que isto nos está a prejudicar. Uns podem dizer que o facto dele não estar a jogar é culpa do presidente, outros podem dizer que é responsabilidade do jogador. Eu analiso este caso não pelas evidências e pelos factos (e o facto incontornável é que o jogador não está a jogar por ordem administrativa) mas dentro do contexto em que isto se insere: o de ataque ao Sporting. O resto é conhecido e cada um interpreta como quiser: o jogador recusou o salário aumentar cerca de 10 vezes mais do que aufere, recusou receber cerca de 2,5M de prémio de assinatura, recusou jogar sem renovar com a única contrapartida de acordar uma cláusula alta para os rivais, o empresário já esteve no estádio dos fruteiros (e no camarote da Doyen). Tirem as vossas conclusões.

2) Fora do campo
Fora do campo é que isto se tornou numa autêntica guerra sem quartel. Vale tudo, até “arrancar olhos”. O nosso treinador, outrora colocado num pedestal, sofre ataques diários quer da imprensa escrita como da televisionada. O nosso presidente, como tem sido apanágio desde que tomou posse, continua a ser definido pelas palavras que diz e não pelas acções que faz. A Doyen, parceiro de um rival e inimigo do Sporting, usa os seus tentáculos para continuar a interferir, desta vez de forma indirecta, na gestão desportiva do Sporting. A imprensa serve de veículo a toda uma narrativa criada do outro lado da Segunda Circular e que tem como objectivo descredibilizar tanto Jesus como BdC ao mesmo tempo que valoriza tudo o que se passa no clube de carnide. O nosso rival iniciou uma campanha de enxovalho ao seu treinador mais titulado, que inclui processos em tribunal, juízos de carácter feitos semanalmente na TV e colagem de rótulos como o de não apostar na formação, algo que ele vai desmentindo no Sporting. O mesmo rival, através dos porta-vozes do costume, faz a mesma campanha em relação a Bruno de Carvalho, tentando criar um foco de instabilidade entre ele e o treinador e, como já é recorrente, fazendo juízos de valor sobre o carácter, a pessoa e a personalidade. Em suma, se há duas pessoas que concorrem com o Primeiro Ministro em termos de popularidade, e neste caso, má popularidade…é precisamente Bruno de Carvalho e Jorge Jesus. Tudo com a cortesia de toda a máquina de propaganda lampiã que, como vou explicar a seguir, domina toda a imprensa em Portugal, seja ela desportiva ou generalista. Não é coincidência que José Eduardo Moniz é Vice da agremiação referida.

E eis que surge o FutebolLeaks, a mais recente bomba que rebentou no futebol português. Uma bomba cujos estilhaços, muito convnientemente, atingem muito mais Sporting, seja em quantidade de leaks ou na natureza dos mesmos. Até ao momento, conto 8 leaks de documentos do Sporting em comparação com os 2 dos fruteiros e 1 do carnide. Mais descarado não podia ser. Ou podia, bastava não “leakarem” nada sobre os rivais. Mas aí, o próprio site perdia alguma credibilidade porque se tornava claro que o alvo estava definido. Assim, com os leaks dos rivais, podem passar uma imagem de isenção ao mesmo tempo que se escudam num “eu não tenho culpa que o Sporting seja mais propenso a fugas do que os outros!”. Porém, parece-me óbvio que o nível de acesso é semelhante em todos os clubes visados (tendo em conta a natureza dos documentos publicados) mas, vá-se-lá saber porquê, um deles é mais alvo do que os outros. Isto, para mim, não é inocente. Desconfio que seja o carnide a puxar os cordelinhos deste site. Primeiro, porque os seus porta-vozes declararam solenemente que tinham os documentos em sua posse antes deles serem publicados. Segundo porque, se consigo encontrar o interesse jornalístico em drafts de contratos e negociações em curso (mesmo dando de barato que os jogadores referidos eram, na sua maioria, jogadores que acabaram no rival) não consigo encontrar outro interessado que não o carnide, na divulgação do contrato de trabalho de Jorge Jesus. Terceiro, pelo timing em que isto tudo acontece. Bruno de Carvalho está há quase 2 anos e meio no Sporting mas é precisamente na altura em que ele dá um golpe no carnide com a contratação de Jorge Jesus, que estes “leaks” são obtidos e publicados. Por outro lado, se foram tão diligentes nos casos relacionados com o Sporting com uma percentagem quase de 100% no rácio de leaks/ casos mediáticos ou polémicos no carnide nem tanto. Está lá tudo: o contrato com a Doyen, a proposta ao Carrillo, a parceria com Mosquito, a proposta ao Cervi, etc. No carnide, apenas temos o “privilégio” de olhar para o contrato de Ola John e a Doyen. E as vendas por preço de tabela de 15M? E as 3 vendas do Roberto pelo mesmo valor? E as parcerias do carnide na contratação de jogadores? Depois olho para os fruteiros, que têm lá documentos que comprovam dívidas e parcerias (Doyen, Portimonense) e chego à conclusão que, se não é o carnide por trás disto tudo…pelo menos parece. E se olhar para o empenho que a máquina propagandista lampiã tem revelado no escrutínio da gestão dos rivais (em contraste com a opacidade com que abordam a sua própria gestão) esta é uma hipótese que não pode nem deve ser ignorada. Uma coisa é certa: os indícios estão aí e caminham todos na mesma direcção. Ainda assim, só o tempo poderá confirmar ou desmentir estes indícios.

Agora, porquê estes ataques ao Sporting? Por uma razão simples: se há clube que sente o seu lugar em risco na bipolaridade que é o futebol português, é o carnide. Perdeu o treinador, perdeu a Supertaça, perdeu o Clássico, perdeu a Liga e está em terceiro. E isto obriga a reagir não só dentro de campo como também fora dele. Os fruteiros têm um plantel que só por muita incompetência é que não ficam nos dois primeiros lugares. E o Sporting continua a ser o mais frágil dos 3 seja por disputas internas como pela ausência de frequência na conquista de títulos importantes. Logo, o carnide, acossado por ver o seu lugar em risco, ataca o Sporting. E quando a isto se soma o golpe de BdC na contratação de Jesus, tudo isto é elevado para um patamar onde “rivalidade” é um eufemismo para a guerra sem escrúpulos a que estamos a assistir.

Posto isto, como disse no inìcio, para um verdadeiro sportinguista, que defende os seus quando o clube está a ser bombardeado, só existe uma forma de encarar esta guerra. Primeiro, aceitar que ela é real em detrimento de acusações ordinárias sobre calimerismo que não são mais do que alienamento (voluntário ou não) da realidade. Segundo, agir em conformidade. E agir em conformidade é proteger quem dá a cara por nós (presidente, treinador, jogadores, dirigentes). O escrutínio de tudo o que é público nunca deixará de ser feito (sobretudo quando se trata de decisões tomadas por BdC), as análises críticas terão o seu tempo. Neste momento, há que estabelecer proridades. E numa guerra, as prioridades são duas e duas apenas: defender as nossas tropas e atacar as do inimigo. Desertar não é opção. FIGHT & RESIST!

* todas as sextas, directamente de Angola, Sá abandona o seu lugar cativo à mesa da Tasca e toma conta da cozinha!