A exibição do Sporting nos Barreiros não teve nota artística, mas o golo que garantiu o triunfo sobre o Marítimo, apontado por Adrien Silva, merece passar em «loop» no balneário leonino.

É um lance de referência para o líder, por conciliar a habitual sagacidade das equipas de Jorge Jesus a explorar o corredor central com eficácia exterior, algo que por vezes parece faltar frente a adversários mais fechados. A irreverência de Gelson ou Matheus (ou Carrillo) não pode estar sempre remetida para «plano B», e Jesus sabe-o, mas o golo nos Barreiros reflete a versatilidade de Bryan Ruiz e, sobretudo, de João Mário. O internacional português aparece inicialmente por dentro, a criar uma linha de passe para Adrien, mas acaba na ala a fazer a assistência para o capitão, precisamente. E para ali chegar não foram precisas correrias. A tabela simples com João Pereira criou o desequilíbrio no lado esquerdo da defesa do Marítimo, acentuado depois pela combinação com Bryan Ruiz. Solto no lado direito da área, João Mário mostrou a clarividência habitual: quando todos os olhos estavam postos na zona da marca de penálti, o médio viu Adrien à entrada da área.

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A inteligência tática do internacional português faz com que valha por dois neste Sporting. É como se Jesus tivesse João e Mário. Dois. Um na zona central, outro na ala. Um 12º jogador.

É certo que o «habitat natural» do internacional português é na zona central, mas ao juntar os dois principais atributos que um jogador pode ter – qualidade técnica e inteligência -, João Mário mostra-se capaz de encaixar em qualquer exigência tática. A flexibilidade que incute à forma de jogar do Sporting é um dos maiores trunfos do líder da Liga, com o médio a assumir-se desde já como uma das figuras da prova.

(in MaisFutebol)