Em Abril de 1982 Pinto da Costa assume a presidência do Porto. Um ano em que curiosamente o Sporting foi campeão, mas a partir daí nada ficaria como antes. O clube do Norte tinha até então 7 campeonatos conquistados (2 dos quais já com Pinto da Costa como diretor para o futebol, cargo em que estivera antes de ser presidente), contra 16 do Sporting. Depois dele como presidente do Porto, conquistámos apenas 2 campeonatos e o Porto… 20!

No início da sua presidência, torna-se bem evidente a rivalidade de Pinto da Costa com João Rocha, presidente do Sporting nessa altura. E nada melhor para começar, do que vir a Alvalade buscar dois dos melhores jogadores da nossa equipa que tinha sido campeã nacional (1981-1982): Eurico e Inácio. Mas seria apenas o princípio de uma longa série de malfeitorias que Pinto da Costa viria a provocar no Sporting. Apostando sempre na táctica de nunca estar contra os dois colossos de Lisboa ao mesmo tempo, de se reivindicar como o representante de toda uma região, de acicatar os ânimos contra Lisboa, soube sempre como dar os golpes nos rivais e sobretudo no Sporting. Podemos mesmo dizer que muitos dos êxitos do clube da fruta não teriam sido possíveis sem o Sporting. Na análise que se segue, que não se pretende exaustiva e completa, procura-se ilustrar vários desses desvios e prejuízos que foram provocados ao nosso clube pelo homem cujas escutas comprometedoras e reveladoras de crimes de corrupção não foram suficientes para o conduzir ao lugar natural de quem pratica tais atos… a cadeia.

1) Jogadores do Sporting que foram para o Porto:
Eurico (1982)
Eurico esteve três temporadas ao serviço do Sporting de 1979 a 1982. Foi campeão por duas vezes. Era um defesa central de grande categoria. Após a vitória no campeonato de 1981-82, foi transferido para o Porto, juntamente com Inácio no âmbito da guerra com o Sporting. A sua saída foi apontada como um dos principais fatores de enfraquecimento de Sporting e em sentido contrário, do fortalecimento do rival, onde viria a ser campeão e a assinar excelente prestação na final da Taça das Taças, perdida para a Juventus.

Inácio (1982)
Augusto Inácio realizou toda a sua formação no Sporting. O seu pai era um fervoroso adepto sportinguista e levara-o para o clube aos 11 anos. Aí permaneceu, sendo titular pela primeira vez em Abril de 1975. Assumia-se como lateral esquerdo, mas também cumpria como lateral direito. Foi campeão no nosso clube em 1979-80 e 1981-82. Sairia para o Porto, tal como Eurico, em 1982, enfraquecendo a equipa campeã nacional. Mais tarde voltaria como treinador para ajudar a reconquistar o campeonato em 2000, pondo termo a um jejum de 18 anos. Atualmente é dirigente do Sporting, responsável pelas Relações Internacionais.

Futre (1984)
Há quem apenas o conheça dos anúncios do Libidum Fast e do “vão vir charters de chineses”. Mas a verdade é que Futre foi um dos melhores jogadores da sua geração, um extremo esquerdo de nível mundial. Aos 18 anos, era uma das maiores promessas do futebol português e tinha feito toda a sua formação no Sporting. Ainda assim falava-se que poderia ser emprestado à Académica… Após um treino, foi abordado por um indivíduo que declarou ter uma casa para vender na Costa da Caparica e lhe pediu para o acompanhar ao carro. Nessa altura, disse-lhe que na verdade se chamava Domingos Pereira, que era um representante do Porto, tendo uma proposta para lhe oferecer, a qual era bastante tentadora quer para a época, quer para a idade do jogador, até porque correspondia a um valor dez vezes superior ao que auferia então no Sporting. No auge da guerra Sporting – Porto, o jogador alega que tentou conversar pessoalmente com João Rocha, presidente da altura, para tentar um aumento, mas que nem esse encontro lhe foi permitido e que quem o atendeu, Armando Biscoito, lhe transmitiu que o presidente achava que ele estava louco.  Paulo Futre, foi para o Porto alegando falta de condições psicológicas para a quebra de contrato (algo que nunca tinha sido invocado e que nunca mais serviu para quebrar contratos!). Aqui começou a ser evidente que, para o Porto e o seu presidente, todos os meios eram válidos para se obterem os fins. Chegou ao Porto e foi logo recebido por Pinto da Costa que para o seduzir ainda mais, lhe disse que no Porto “seriam Futre e mais dez”. O que é certo é que o Porto viria a ganhar a Champions com o contributo decisivo de Futre, que também ajudara a conquistar campeonatos. Ao deixarmos fugir Futre, ajudámos claramente e fortalecer um rival, a enriquecer o seu palmarés e também o seu património pois, logo a seguir à vitória na Champions, Futre foi vendido para o Atlético de Madrid por 650 mil contos! Uns anos mais tarde, Futre tinha tudo acertado com Sousa Cintra para regressar ao Sporting, mas mais uma vez revelou ser um pesetero e assina pelo Benfica, que estava com dificuldades económicas mas que usou dinheiro dado pela RTP (faz lembrar algo recente, certo?) para contratar o jogador. Devido a este facto a direção da RTP viria pouco depois a pedir a demissão. Futre jogaria apenas 11 jogos pelo Benfica, mas contribuiu ainda para uma vitória na final da Taça de Portugal. Sairia no final da época deste clube por… salários em atraso.

Morato (1989)
Filho de um jogador do Sporting das décadas de 50/60, Morato chegou à equipa principal em 1983/84 sob o comando do treinador Venglos. Defesa central com valor, embora nunca tenha atingido verdadeiro brilhantismo, esteve no clube numa altura de jejum de títulos, apenas tendo conquistado uma Supertaça em 1986/87. Acabou por sair do Sporting em 1989, alegadamente depois de ter salários em atraso, que Sousa Cintra não terá querido assumir quando chegou à presidência. Refere que esteve mês e meio sem clube antes de ter essa proposta, mas o facto é que acabou por ir para o Porto, embora o salário não fosse nada de extraordinário. Apesar de ter sido campeão no Porto, acabou a carreira precocemente, aos 29 anos.

Costinha (1997)
Este guarda-redes chegou a Alvalade com 20 anos, vindo do Boavista, juntamente com Lemajic, também guarda-redes. O inglês Bobby Robson apostou em Costinha, mas com a saída deste treinador e a entrada de Carlos Queiroz (em má hora de fez esta substituição…) este escolhe Lemajic para titular. Contudo, depois de alguns dissabores com este, Costinha acaba por ser novamente escolhido, sendo titular nas duas épocas seguintes. Depois da chegada do guardião belga, De Wilde, na época de 1996/1997, o Sporting e o seu treinador Octávio Machado, deixam de contar com Costinha que entra em litígio com o clube leonino, ficando um ano somente a treinar, juntamente com Peixe. Mais tarde, entram ambos numa troca “amigável”, envolvendo dois jogadores do Porto, Bino e Rui Jorge, na qual o Sporting não terá ficado a perder, sobretudo tendo em conta a vinda de Rui Jorge.

Peixe (1997)
Era uma das grandes esperanças do Sporting, até porque foi eleito o melhor jogador do mundial sub-20 disputado em Portugal em 1991 e ganho pela nossa seleção, que contava com jogadores como Figo e Rui Costa. Estreou-se na equipa principal do Sporting, meses antes de disputar essa competição. Em 1995 foi emprestado ao Sevilha, clube na altura com graves problemas financeiros, acabando por regressar ao Sporting seis meses depois. Em 1996/1997 entrou em conflito com os dirigentes do clube e ficou a treinar à parte, acabando por rumar ao Porto com Costinha, envolvido no negócio de troca que trouxe para Alvalade, Bino e Rui Jorge. Não atingiu grande protagonismo no Porto e mais tarde acabou mesmo por jogar algum tempo no Benfica.

João Moutinho (2010):
Um dos maiores símbolos de ingratidão e de falta de carácter que passou pelo Sporting. João Moutinho fez a formação no Sporting, onde ingressou aos 13 anos. Ascendeu à equipa principal do clube na época 2004-2005 e ganhou o prémio de jogador revelação no campeonato. Na época 2007/2008 tornou-se capitão de equipa com apenas 20 anos. Em 25 de Julho de 2008 tem lugar um almoço polémico entre Pinto da Costa e João Moutinho, que contou com a participação do nosso conhecido… Pini Zahavi e com mais representantes do Porto (segundo o CM). Pinto da Costa já tinha dito publicamente que o achava “um jogador à Porto” (de facto veio a confirmar-se um indivíduo sem princípios, o que encaixa nesse perfil). O desvio do jogador porém não foi imediato. Na pré-época de 2008/2009 Moutinho manifestou o desejo de sair do Sporting para o Ewerton, que teria apresentado uma proposta de 15 milhões. Mas no final da época renova com o Sporting até 2014. Ainda assim, estava tudo encaminhado para o ataque decisivo do Porto. Para isso estavam já reunidos vários fatores e outros que foi necessário “trabalhar”. O Sporting estava com dificuldades económicas e ia ocorrer o Mundial de 2010 na África do Sul. Carlos Queiroz não convoca o jogador para a competição de forma completamente incompreensível (ou talvez não…), ele que tinha participado na fase de qualificação. Poucos meses mais tarde percebe-se o motivo… não convinha valorizar o jogador porque isso podia frustrar os planos de Pinto da Costa. João Moutinho, começa a fazer birra antes da época começar, recusando-se a treinar, dizendo que queria ganhar mais, tanto fazendo que fosse no Uzbequistão, Benfica ou Porto (destino que estava mais que apalavrado). Ele sabia que estava maduro (ou podre) para sair. O Sporting teria mandatado ingenuamente Pini Zahavi para negociar a venda do atleta por 10 milhões de euros. O Porto aparentemente terá apresentado uma proposta que foi inicialmente recusada pelo Sporting e deu conhecimento disso a Moutinho que confrontou a Direção do Sporting acerca disso e deixou de treinar, após discussão com Costinha, que era o diretor desportivo da altura. A partir daí, a Direção de Bettencourt acaba por ceder e vende o jogador ao Porto. Como remate desta história sórdida, Pinto da Costa viria a ser testemunha de defesa de Carlos Queiroz quando este foi despedido de treinador da seleção. Amor com amor se paga… Sobre Moutinho, só mais esta citação para que se perceba bem quem tivemos como capitão de equipa: “Já fui do Benfica, o meu pai chegou a jogar lá e então eu e os meus irmãos torcíamos pelo clube. Depois cresci, comecei a fazer escolhas e percebi que o melhor era mudar”, confidenciou, acrescentando: “Vou estar a apoiar o FC Porto, espero que continuem a ganhar.”

Izmailov (2013)
Um jogador que veio do Lokomotiv de Moscovo em 2007, inicialmente por empréstimo, tendo acabado por ser adquirido por 4,5 milhões de euros. Embora tivesse talento indiscutível, as inúmeras lesões impediram que tivesse outra projeção e rendimento. Em Janeiro de 2013 foi para o Porto, tendo Miguel Lopes vindo na direção contrária, num contrato armadilhado e ruinoso (à “Godinho Lopes”). Ainda assim não teve grande desempenho no Porto onde quase nunca foi opção. Encontrava-se desaparecido desde 18 de Setembro de 2013, tendo aparecido em Janeiro de 2014, altura em que foi emprestado ao Gabala do Azerbeijão e mais tarde ao Krasnodar da Rússia.

 

2) Jogadores que tinham estado no Sporting e mais tarde foram para o Porto
Quaresma (2004)
Estreou-se com 17 anos na equipa principal do Sporting. Destacou-se pelas suas fintas e sobretudo pelas trivelas. No primeiro ano de sénior  com Boloni (2000/2001) fez a dobradinha (Campeonato e Taça de Portugal). Foi vendido para o Barcelona em 2003/2004. Nunca se conseguiu impor verdadeiramente na equipa catalã. No ano seguinte o Porto conseguiu obter o seu concurso, integrando-o no negócio da venda de Deco ao Barcelona. No clube tripeiro viria a contribuir para alguns êxitos do clube como campeonatos, Taças, etc. Viria a ser vendido para o Inter de Milão em Agosto de 2008. Depois de mais uma vez não se ter imposto no estrangeiro e de passar por vários clubes, voltou ao Porto (numa altura em que também se falava do interesse do Sporting) em Janeiro de 2014. Saiu do clube no final da época 2014/2015 para o Besiktas (onde já estivera).

Varela (2009)
Jogador da formação do Sporting, nunca constituiu verdadeira aposta de Paulo Bento, treinador do Sporting nessa altura. Em 2007-2008, o extremo foi emprestado ao Huelva, voltando ao Sporting em Julho de 2008 para ser imediatamente vendido ao Estrela da Amadora. No final da época seguinte foi adquirido a custo zero pelo Porto a este último clube. Neste caso apenas nos podemos queixar de nós próprios, pois não se apostou nunca neste jogador, que poderia ter sido útil, enquanto se adquiriram outros de valor muito discutível.

Liedson (2013)
Um dos pontas-de-lança que mais de destacou com a verde-e-branca. Proveniente do Corinthians, o Levezinho esteve no Sporting de 2003 a 2011 onde se revelou um grande goleador. Acabou por sair do Sporting em Fevereiro de 2011, a meio da época (…), fazendo o seu último jogo com a Naval e marcando dois golos.  Depois disso, voltou ao Brasil e em Janeiro de 2013, veio para o Porto, após divergências com a Direção do Flamengo. Esteve 6 meses no Porto, onde não marcou qualquer golo, mas viria a ser decisivo para a conquista do campeonato ao fazer o passe para Kelvin fazer o golo aos 92 minutos, com que derrotou o Benfica.

3) Jogadores do Sporting que podiam ter ido ou que podem ir para o Porto
Bruma (2013)
Este jogador guineense chegou ao Sporting com 13 anos, sendo lançado na equipa principal em 2013 no annus horribilis, em que terminámos no sétimo lugar, revelando-se como um dos jogadores mais promissores do Sporting. Antes do início da temporada de 2013/2014 os seus representantes alegam que o vínculo com o jogador estava terminado e que era livre de assinar por quem quisesse a custo zero. O Sporting não cede, a situação acaba por ser decidida pela Comissão Arbitral Paritária que veio a dar razão às pretensões do Sporting e o jogador acaba por ser transferido por 12 milhões de euros para o Galatasaray. Embora nunca tivesse sido oficialmente confirmado, a verdade é que sempre se colocou a forte suspeita de o Porto estar por trás desta movimentação. E a verdade é que a dar força a este argumento, pouco tempo depois Cassama e Sambu, jogadores da formação representados também por Catio Balde, o empresário de Bruma, foram transferidos para o Porto num processo em que este disse que os responsáveis por essa decisão foram… os pais dos jogadores. Acreditará quem quiser, mas que cheira a jogada de consolação do Porto pela perda da oportunidade de contratar Bruma, isso ninguém negará. Entretanto Bruma parece estar em rota descendente na sua carreira, estando atualmente na Real Sociedad.

Carrilo (2016?)
Este jogador peruano, assinou pelo Sporting em 2011 ainda sem completar 20 anos. Depois de algumas épocas irregulares, em que revelou o seu talento, mas em que muitas vezes se alheava do jogo, na época de 2014/2015 parece finalmente tornar-se um jogador mais consistente e decisivo. Apesar de várias promessas de que iria renovar pelo Sporting, a verdade é que o processo se arrasta, com sucessivos avanços (aparentes) e recuos, levando a que acabe por iniciar a época de 2015/2016 já com Jorge Jesus e sem renovar. Depois de se tornar evidente que claramente a estratégia do jogador era empatar, para ir jogando e no final sair a custo zero, o Sporting acaba por decidir encostar o jogador. O seu destino final ainda não está oficialmente declarado, mas há fortes indícios de que será o Porto. A confirmação, tê-la-emos em Janeiro ou no limite, em Junho de 2016.

4) Jogadores que foram hipótese para o Sporting, mas que acabaram no Porto…
Domingos (1999)
Jogador que jogara no Porto, clube do qual saíra em 1996, Domingos esteve na calha para vir para o Sporting em 1999, quando José Roquette era presidente. O negócio não se consumou e Roquette viria a declarar que o jogador era acessório. Segundo o que Pinto da Costa veio a declarar mais tarde, bastou um telefonema ao jogador quando este estava na auto-estrada, para o fazer mudar de ideias e levá-lo a assinar novamente pelo Porto. Domingos viria a ser dispensado do Porto dois anos mais tarde pelo… telefone. Mais tarde, veio mesmo para o Sporting como treinador, como todos nos lembramos por ser uma história bem recente, no terrível mandato de Godinho Lopes.

Paulo Ferreira (2002)
Jogador do Setúbal e lateral direito, viria a ser alvo do interesse do Sporting, estando na lista de possíveis reforços para 2001/02. Tal não se veio a concretizar tendo depois sido contratado pelo Porto, pela mão de Mourinho, que entretanto fora treinar o Porto. Viria a render bom dinheiro ao Porto quando foi vendido ao Chelsea, quando Mourinho foi treinar pela primeira vez aquele clube.

Pepe (2004)
Depois de ter estado a treinar à experiência no Sporting na pré-época 2002/2003, este jogador do Marítimo acabou por não ficar no nosso clube, aparentemente por desacordo de verbas. Em 2004 acaba por ser contratado pelo Porto, onde teve sucesso, vindo a ser mais tarde transferido para o Real Madrid por 30 milhões de euros, três anos depois. Neste caso, não se pode falar em qualquer sacanice do clube da fruta. Nós não quisemos e eles… pegaram mais tarde.

Paulo Assunção (2005)
Jogador do Nacional, tinha tudo acertado para vir para o Sporting, mas através de acordo verbal. O jogador chegou a declarar que era um sonho ir para o Sporting e que estava honrado por voltar a trabalhar com José Peseiro (treinador do Sporting da altura). Poucos dias depois, surge o volte-face com o jogador a ser desviado para o Porto. Os dirigentes do clube madeirense, não resistem a uma oferta superior e quebram a palavra dada. O jogador entretanto e depois de ir para o Porto, vem a dizer que no Sporting subia um degrau mas que no Porto iria subir dez. Algo que se viria a revelar algo difícil se se tivesse concretizado a ameaça que um grupo de adeptos do Porto (leia-se Superdragões) que o perseguiu de carro, quando Paulo Assunção quis sair para o Atlético de Madrid e se recusou a renovar: foi ameaçado que levaria um tiro nos joelhos, a menos que renovasse… Não renovou, mas ficou a conhecer os métodos do Porto.

Rúben Micael (2010)
Jogador do Nacional mereceu o interesse do Sporting no final de 2009, que o tentou negociar, como admitiu na altura Rui Alves, presidente do clube madeirense. No mês de Janeiro de 2010, assina pelo Porto, que paga 3 milhões de euros por 60% do passe).

Kléber (2011)
Um jogador em quem estivemos interessados, na altura para substituir Liedson e pelo qual oferecemos uma proposta ao Atlético Mineiro (detentor do passe do jogador que estava no Marítimo), mas em que mais uma vez o Porto se veio intrometer e desviar o jogador para o clube do Apito Dourado. Juntamente com ele, foi também Djalma, em quem aparentemente o Sporting também teria estado interessado. Como consolo, registe-se que nenhum dos dois viria a ter sucesso de azul-e-branco.

Ghilas (2013)
Este avançado argelino do Moreirense, teria um acordo de preferência com o Sporting, que vinha da Direção de Godinho Lopes, mas que tinha debilidades. Mas mais uma vez, Pinto da Costa não resiste a ir estragar negócios do Sporting e acerta tudo com o jogador para ele ir para o seu clube, pagando muito mais do que seria suposto ser a cláusula de rescisão (3 milhões de euros). O jogador foi para o Porto onde não teve sucesso (felizmente) e o Sporting foi buscar Slimani por 300 mil euros e como se sabe ficou a ganhar com a troca. Aqui até temos de agradecer ao “Padrinho” por ter interferido…

Danilo Pereira (2015)
Um dos casos mais recentes… durante o defeso o Sporting manifesta o seu interesse neste jogador, encarando-o como uma alternativa credível caso se concretizasse a saída de William Carvalho. Um jogador que já estava há suas épocas no Marítimo, depois de um périplo pelo estrangeiro (Aris Salonica, Parma e Roda) mas que até essa altura ainda não tinha sido contratado por ninguém. Enquanto o Sporting negoceia com o presidente do Marítimo, que neste processo teve uma postura inqualificável, surge o Porto e a Doyen a complicarem tudo isto e a desviarem o jogador para o Dragão. Mais do mesmo… Um processo, que contudo foi mais complexo do que parece. O Marítimo tinha uma dívida de 1,7 milhões de euros com o Atlético Mineiro, relativa ao caso Kléber e que tinha sido condenado a pagar pelo TAS.  E quem comprou o jogador foi o acionista maioritário do Portimonense… que depois o cedeu ao Porto (segundo o Football Leaks). Enfim, um negocio “à Porto” ou “à Pinto da Costa”.

5) Treinadores que trocaram o Sporting pelo Porto
Bobby Robson (1994)
Um gentleman e um grande treinador, infelizmente já falecido. Sousa Cintra foi buscá-lo à Holanda, onde não tinha renovado contrato com o PSV (existiriam alguns problemas com Romário) e entregou-lhe o comando de uma jovem e promissora equipa em 1992/93. Na época seguinte, o Sporting que tinha ido buscar Paulo Sousa e Pacheco ao vizinho da segunda Circular, tinha uma das melhores equipas da sua história, contando com jogadores como Figo e Balakov, por exemplo. Os leões eram líderes do campeonato praticando excelente futebol, quando surge a eliminatória com o Casino Salzburgo. Depois de uma vitória por 2-0 em Alvalade, foram eliminados após prolongamento por 3-0 e a jogar com menos um… Em pleno voo e no regresso a casa, Sousa Cintra fez um discurso duro e despediu o treinador que escutava atónito a tradução do seu adjunto Manuel Fernandes que lhe disse “Já fomos…”. Curiosamente o Casino Salzburgo viria a ser finalista nessa época da Taça UEFA. Para substituir o inglês, Sousa Cintra foi buscar Carlos Queiroz, que conseguiu o milagre de não ganhar o campeonato com uma equipa de sonho, culminando com o pesadelo de termos perdido em casa o jogo decisivo por 3-6 em Alvalade com o Benfica. Na verdade devemos muito a Carlos Queiroz, que também foi cúmplice na saída de Moutinho para o Porto…. Voltando a Bobby Robson, este logo após ser despedido, recebe um contacto de Pinto da Costa a convidá-lo para treinar o Porto, onde viria mais tarde (época seguinte) a ser campeão e a ganhar-nos na final da Taça. No ano seguinte foi campeão, após despique com o Sporting a quem viria a ganhar em Alvalade a quatro jornadas do fim. Eram frequentes as vitórias por 5-0 do Porto de Robson e o futebol praticado era de excelente qualidade. Tinha como tradutor /adjunto, José Mourinho. O despedimento de Robson foi uma das decisões mais estúpidas e incompreensíveis da história do Sporting e neste caso apenas nos podemos mesmo queixar é de nós mesmos.

André Villas-Boas (2010)
O Sporting tentou negociar com a Académica de Coimbra em 13/11/2009 a contratação deste treinador em quem pensara para substituir Paulo Bento. Não o viria a conseguir, sendo as negociações entre os dois clubes rompidas. O treinador viria a ser Carvalhal. Em Abril de 2010 uma nova investida do Sporting para contratar Villas-Boas viria a ser travada pela intervenção do Porto que viria a ser o destino do treinador no final da época. Com André Villas-Boas (adepto confesso portista) o Porto viria a ser campeão e a vencer a Liga Europa.

6) Outros ataques
Ciclismo (2015)
Depois de um longo período sem a modalidade, o Sporting estabelece um acordo com a W52 para o regresso à prática do ciclismo. Ocorreram inclusive várias declarações dos responsáveis da equipa W52 a assinalar o acordo. Subitamente, quando tudo já parecia mais que definido, Pinto da Costa intromete-se e 31 anos depois de o ciclismo ter acabado no Porto, anuncia o regresso à modalidade quando o Sporting o ia fazer e com a equipa com quem o nosso clube já tinha definido acordo. Uma atitude patética que apenas parece ter servido para lançar uma farpa (mais uma) ao Sporting. Felizmente, o nosso clube já terá chegado a acordo para uma parceria com o Tavira, um clube com grandes tradições no ciclismo.

 


Depois de tudo isto, parece claro que, por muito que detestemos o Benfica e os seus adeptos, é o Porto e o seu presidente que têm constituído o nosso principal inimigo. 
O Sporting até tentou responder inicialmente, quando João Rocha era presidente, tendo indo contratar Gabriel e Romeu e sobretudo quando foi buscar Jaime Pacheco e Sousa (na mesma altura em que nos roubaram Futre e gastando muito mais dinheiro). Mas dois anos depois voltaram ao Porto e Jaime Pacheco teve muitas lesões enquanto esteve no nosso clube. Tivemos ainda Gomes entre 1989 e 1991 já no final da sua carreira, que na altura registara alguns conflitos no clube tripeiro.

Mas como foi demonstrado, a partir da entrada de Pinto da Costa no Porto assistiram-se a diversos ataques ao nosso clube e que nos lesaram gravemente. Além das questões relativas a jogadores e treinadores, tivemos sucessivas demonstrações de faltas de respeito pelo Sporting e de atropelos à verdade desportiva, com golos marcados por apanha-bolas nas Antas, campeonatos perdidos para o Porto com golos marcados com a mão (Ronny), árbitros que nos roubavam e depois iam gozar férias pagas para o Brasil… Fomos roubados e gozaram connosco. Os sportinguistas têm de interiorizar de uma vez por todas que temos de nos concentrar de forma determinada e impiedosa neste nosso inimigo que quis o nosso desaparecimento e que tentou nos últimos anos inclusive que o Braga nos substituísse como terceiro grande. Está na hora de inverter todas as patifarias que nos fizeram ao longo dos anos e de começar a reconquistar títulos para numa primeira fase apanharmos e chegarmos ao lugar que merecemos. Pode começar já no dia 2, continuar com a conquista deste campeonato no final desta época, o qual  se espera que seja o primeiro de muitos… É altura de mudarmos a história a nosso favor!

 

ESCRITO POR Leoníssimo
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]