«… Eu próprio já critiquei o estilo de Bruno de Carvalho, mas há uma coisa que já percebi. Neste mundo do futebol, onde parece que são todos virgens ofendidas e umas pessoas muito sérias, se andarmos com uns sapatos à italiana não dá. E Bruno de Carvalho vestiu umas botas cardadas. Tem de ser botas fortes e não sapatinhos ao de leve. O presidente quando entrou quis fazer as coisas, falou dos meios tecnológicos, de propostas, de regras. Foi gozado porque tinha acabado de chegar. A partir de determinada altura deve ter-se cansado e percebeu que as pessoas não percebem uma certa linguagem de punhos rendilhados. Decidiu mudar de estilo, é responsabilidade sua, mas eu admito que talvez lamente, mas acho que ele está certo. Há pessoas que de outra forma não percebem. […] Que há inimigos internos, não tenho dúvidas nenhumas. Mas são poucos. O clube está ao lado do presidente. Eu, mesmo tendo sido contra em algumas ocasiões, estou ao lado dele. O ataque não é só a ele, é ao Sporting. Não vou deixar que o presidente do Sporting, goste muito ou pouco dele, seja atacado. Acho que tem feito um bom trabalho e sinto que um ataque a ele é um ataque que visa atingir o Sporting. Só atacam Bruno de Carvalho para atacar o Sporting. No futebol português reina o cinismo e a hiprocisia. Antes diziam, ‘coitadinho do Sporting, precisamos de um Sporting forte, não é deste Sporting’. Agora que o clube se reergueu é que o atacam…»

Dias Ferreira