30 De maio de 2016. Um dia normal para muitos, dia de Sporting para nós! E, como tal dia de acordar logo com o pensamento virado para o leão rampante, dia de sentir aquele nervoso miudinho porque o nosso Sporting vai jogar! E, para juntar ao nosso frenesim pré-jogo, estava um fator importante: era também dia de clássico e como tal a partida tinha um semblante ainda mais carregado.

Do outro lado da barricada os nossos rapazes tinham pela frente um conjunto azul e branco fragilizado com a campanha desastrosa que têm vindo a realizar ao longo desta louca época, no entanto e, por estarem tão fragilizados na sua honra, sabíamos que se iam debater com todas as forças que tivessem e que não tivessem. Ainda mais, colocaram em cima da nossa nação verde e branca uma pressão brutal, pois o outro lado da segunda circular tinha ganho o seu jogo e se o Sporting quisesse fazer ainda sonhar os seus crentes, tinha de indiscutivelmente de ganhar este jogo, tinha obrigatoriamente de fazer valer a sagrada verde e branca e sair do reduto do dragão com uma vitória.

Graças a esta grande equipa, no fim da história, ou melhor no fim dos 93 minutos, os rapazes de verde e branco festejavam efusivos esta saborosa e anímica vitória e os crentes do leão rampante nas bancadas e nas casas desse Portugal e mundo fora festejavam ferverosamente mais esta batalha ganha. Por um lado, por ser a um eterno e direto rival, por outra, mantém-nos na rota do título. No entanto, a turma de Alvalade não fez só por ganhar, fez por ganhar com classe e mostrar que se há justo vencedor desta impressionante época 2015/2016, esse justo vencedor é o Sporting Clube de Portugal. E porquê? Porque tivemos o nosso “tanque de guerra” a marcar mais dois golos ao renomado Casillas (devem de existir poucos jogadores que se possam gabar de marcar tanto a um já campeão do Mundo, como Slimani o pode – já leva 4).

Porque tivemos um mago a espalhar magia pelo tapete verde do Dragão. Não há palavras para descrever a classe e magia como a que João Mário deu ao jogo. Tivemos um guarda-redes inspirado seguro e convicto da sua força (com esta exibição, Rui Patrício fez esquecer que naquela tarde/noite, também defendia uma baliza, um dos que outrora foi o melhor do mundo). E, porque tivemos um capitão incansável – Adrien foi, como sempre, a voz da razão e do coração dentro das quatro linhas. Tivemos um Schelotto que de tanta entrega e tanto correr parecia que tinha dois corações a bombear-lhe o sangue. Enfim, tivemos uma equipa que honrou a verde e branca e mostrou que estamos mais do que vivos nesta luta pelo título. E, a enaltecer ainda mais a noite, tivemos um 12o jogador nas bancadas, nas esplanadas e nas suas casas que cantaram, sofreram, roeram unhas, festejaram e principalmente acreditaram. Elevámos a equipa quando foi preciso. Porque ao sermos da raça que nunca se vergará, temos dentro de nós uma força tão brutal e expansível que aguenta qualquer embate, qualquer força do mal que nos venha tentar atormentar neste caminho tão impressionante e sofrido.

Cada jogador que enverga verdadeiramente esta listada verde e branca e cada adepto ferverosamente apaixonado por este império de cores esperançosas sabe que o caminho somos nós que o fazemos, somos nós lado a lado com a equipa que fomos construindo todo este passadiço de emoções arrepiantes e sorrisos rasgados. A tudo isto chamou-se ao longo da época de Onda Verde. Mas, dadas as dimensões desta brutal onda de amor verde e branco, tendo em conta que rebentámos a escala em qualquer ovação e que calamos redutos de 60 mil com apenas 3 mil vozes, que esperámos a nossa equipa apoteoticamente onde quer que ela fosse jogar e não desistimos por algo ter corrido mal, por tudo isto, penso que “Onda” já tomou outro tipo de proporções. Daquelas avassaladoras e demolidoras. Por isso permitam-me que ache que esta “Onda Verde” há muito foi superada por um gigantesco “Tsunami Verde e Branco”. Por onde passa impressiona os mais céticos e faz sonhar toda uma nação que espera pintar Portugal de cores sublimes, de Verde e Branco, claro!

 

ESCRITO POR Margarida Bibe
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