Todos nós temos a nossa bola.
Os mais antigos, têm a bola de trapos no seu imaginário… aqueles terrenos de terra batida… qual Camp Nou, qual Bernabéu… era ali o seu Alvalade, o seu Palco dos Sonhos… Eu ainda tenho a bola de plástico moldado e inflado da minha meninice… só se podia jogar com ela, após a deixar uns minutos ao sol. Já naquele tempo sabíamos aproveitar a energia do Sol, anos à frente destas modernices das células fotovoltaicas.
Outros, as bolas de ténis, carecas do uso, ou as de ping pong, que de tantas marteladas desafiavam toda a lógica e por si só mereciam um estudo aprofundado (como era possível aquelas bolas não se partirem e esborracharem ainda mais vezes)?? Outros ainda, têm nas bolas ovais, nos melões, a sua bola … Estou nesta categoria, mas não devo estar sozinho… a bola do meu filho, foi ele que a escolheu, cabe na minha palma da mão, mas há uns anos atrás enchia-lhe toda a Alma (e a minha Alma, também).
Todo este texto para introduzir a minha bola, numa mellée formada por todos nós… aí vai ela, redondinha para o talonador: Em fins de semana seguidos, estive e participei em duas acções que despoletaram esta crónica… a final da segundona, entre o Guimarães e a Bairrada, e este fim de semana no Jamor, no Centro de Alto Rendimento (o meu filho foi convidado, entre outros mais, a participar duma acção da World Rugby). Lembrei-me daquela final, que ganhamos ao São Miguel… a ela voltarei … que dia fantástico… fantástico.
A minha bola é oval, marca KOOGA training, tamanho 5 … tem os vivos em cor verde e azul, a bola é branco sujo…. é linda, a minha bola. Comprei-a no antigo Pingo Doce, custou-me € 2,50 (não, não é gralha), e era a única que lá estava. Brinquei e joguei tanto com ela, o meu filho levava-a sempre que íamos ver o Sporting jogar… e também a levou àquele jogo…
No intervalo, entreguei essa bola ao jogador M. Risley, com canetas, para que no fim toda a equipa a assinasse… e assim o fizeram, e devolveram-me a bola assinada por todos aqueles jogadores. Ficamos tão felizes… temos a única bola assinada pelos jogadores campeões de Rugby, após 49 anos de interregno. Levámos a bola para casa, nunca mais foi usada na brincadeira, era sagrada. Neste momento está no Mundo Sporting, ao cuidado da Curadora do Museu… quando o meu filho for mais velho, se quiser pode ir buscá-la, é dele.
É a minha bola, e tenho tantas saudades dela… um destes dias, vou lá visitá-la… e vai ser difícil, vir embora sem ela… mas ela já não é só minha, é do meu filho, e pertence um pouco a cada um dos Sportinguistas… ela é de vocês todos, um pouco a cada um… A minha bola é NOSSA ! ! !
*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio
12 Maio, 2016 at 22:38
bela forma de terminar o dia, com mais um boost de Sportinguismo. As próximas visitas ao museu merecerão um olhar atento a essa bola
12 Maio, 2016 at 23:10
🙂
Sempre fã destes textos.
Na próxima visita ao Museu vou procurar a “nossa” bola. No meio de tanto troféu, de certeza que vou esboçar um sorriso ainda mais orgulhoso quando bater os olhos nela.
12 Maio, 2016 at 23:17
Obrigado pelo texto… e pela bola!
12 Maio, 2016 at 23:27
Mais um que não dispensa os teus testemunhos e partilha de Sportinguismo.
Olha.. eu cheguei a jogar com pinhas. A bola de couro só se saísse nos cromos do mundial de 82.
O problema era em casa… o calçado todo f*****…
12 Maio, 2016 at 23:58
tenho o mesmo problema actualmente: os ténis da minha filha duram um mês, com sorte. E tem três bolas dela no telhado da escola, à espera que o homem da escada lá vá buscá-las…
13 Maio, 2016 at 0:23
A tua filha tem qualquer coisa de Isaías, não? 😛
13 Maio, 2016 at 0:25
Das duas uma, ou está a treinar para atirar aos postes, como no râguebi, ou anda a ver jogos do marítimos em replay. 😉
13 Maio, 2016 at 23:37
Ofereço uma oval à cherbinha… pode ser? ?
13 Maio, 2016 at 7:51
ná, é craque 🙂
«os estúpidos dos crescidos é que mandam bujas para o ar em vez de chutarem para a baliza»
13 Maio, 2016 at 9:01
Tasca Solidária já. Ténis e bola. Manda o Nib para a missão cherbinha.
13 Maio, 2016 at 9:17
Posso juntas chuteiras usadas em jogos de rugby da nossa formação (em estado muuuito usado), e luvas (igualmente usadas), usadas pelo mesmo jogador 🙂
13 Maio, 2016 at 10:10
Posso confirmar (pq já vi) que a cherbinha tem melhores pés que o pai.
Mesmo que não se possa comparar pés com tijolos.
13 Maio, 2016 at 12:07
ahahaha, já vi que não ultrapassas o trauma de eu ser o gajo que não consegues fintar
13 Maio, 2016 at 13:55
Fintar finto, mas depois apareces à frente outra vez.
Lá que tenhas o centro de controlo anti-doping no teu pocket…
13 Maio, 2016 at 0:42
Mais uma partilha de Sportinguismo. Excelente.
Quando for ao museu vou procurar a vossa bola.
🙂
13 Maio, 2016 at 1:55
A tua bola é nossa! É de todos nós!
Z
13 Maio, 2016 at 2:09
Ultimamente são estes os textos que por aqui me arrepiam a espinha e deixam a sorrir.
Mais um brilhante relato de Sportinguismo puro, mais um sorriso e, hoje, depois de arrumar com os Spurs (desculpa o off), até vou dormir melhor 😀
Também irei visitar a tua (nossa) bola.
13 Maio, 2016 at 3:53
Os Thunder podiam ter mais respeito naquele que terá sido (provavelmente) o último jogo do Duncan 😀 . Mas o jogo até foi tremido para a tareia que estava ao intervalo…
13 Maio, 2016 at 12:23
Não há respeito pelos mais velhos, é o que é…
13 Maio, 2016 at 2:48
Mais um grande texto como já começa a ser habitual… Próxima visita ao museu vou tentar encontrar a nossa bola 😀
13 Maio, 2016 at 10:02
Também não vou sair do museu sem encontrar essa bola tão cheia de história!
Texto maravilhoso!
13 Maio, 2016 at 10:46
Bom dia para a Familia da Tasca…!
Pois o nosso amigo “Escondinho”, trouxe-me à memória os meus velhos tempos das bolas de trapos…sim daqueles feitas com as meias de seda das nossas mães, que se enchiam do que estava à mão…e depois se apertavam bem, se atavam e se dava várias voltas para lá… outras tantas para cá e lá íamos “os novos” Peyroteus, os Travaços, os Vasques, os Albanos e tantos outros…dar corpo aos nossos “sonhos” galácticos…
Lembrou o companheiro, também as bolas de ténis e isso fez-me recuar mais de 60 anos, quando vinda não sei de onde apareceu no meio da malta, uma dessas bolas rijas que eram usadas no jogo do ténis…
No nosso futebol de rua, naquele dia a pequena bola foi a rainha até que aconteceu o desastre…
No meio dos chutos para lá e dos chutos pata cá…o filho do António Eduardo, mais conhecido pelo “sapo”, dá um chutão na bola minuscula, com todaa a força que lhe permitiam os seus nove/dez anos…
No momento, cruzava connosco, atravessando o nosso “Alvalade” a mulher do ti Acelino…
Em má hora o Luis chutou aquela bola que foi, qual foguete…embater num dos olhos da idosa senhora, que calmamente passava…
O azar foi ta, que embora a senhora tenha sido levada ao médico que a remeteu para consulta hospitalar em Lisboa…acabou por ficar cega daquela vista…
Nunca mais esqueci aquele trágico chuto…ou melhor esquecer até esqueci…só que agora esta óptima crónica do “Escondidinho” lá m’a veio trazer de novo à memória…
Um abraço para a “Familia” e SL
13 Maio, 2016 at 11:15
😀
Bonito, não são precisas mais palavras
13 Maio, 2016 at 11:54
As minhas desculpas aos outros (nomeadamente a Maria Ribeiro) mas os posts “a oval do leao” sao neste momento o melhor da tasca. Nao so por ser adepto ferrenho da modalidade (o meu nick tem a ver com rugby) mas principalmente por ser pai e sportinguista.
Obrigado pelas bonitas historias que me trazem sempre este sentimento de ser Sporting (acredita que para quem esta longe do pais e sempre importante…)
Brevemente essa bola vai ser vista pela familia ireland time!
SL
13 Maio, 2016 at 12:52
Obrigado pelas simpáticas palavras, a todos…
Um abraço, em especial para quem está longe 🙂
13 Maio, 2016 at 14:57
Este texto fez-me recordar os tempos da primária onde nesta altura do ano o recreio era preenchido com jogos de futebol jogados com pequenas laranjas verdes acabadinhas de serem criadas. Felizmente a laranjeira do vizinho “entrava” no terreno de jogo (espaço do recreio) e era fantástico jogar com aquilo pois não partia nem rebentava.