Com a convocatória de Fernando Santos, cresce em Portugal a pergunta de quem será o meio-campo escolhido para ser titular pela equipa das quinas. Apostar nas rotinas criadas entre Adrien, William e João Mário, que actuam num 4x4x2 juntos, ou colocar em campo a experiência e combatividade de João Moutinho?
Se dúvidas existiam, até no coração dos mais faccioso amante de Moutinho, o jogo frente à Noruega prova que, com Adrien em campo, tudo fica muito mais fácil de resolver.

Confesso que é com orgulho que vejo estes três chegarem à selecção portuguesa, disputarem os lugares titulares e voltar a estar no centro da discussão. A qualidade que mostraram ao longo destes últimos anos tem sido tanta, que é impossível negar que são alguns dos melhores jogadores portugueses em actividade, e jogam no Sporting, todos juntos.

Estará sempre associado ao ressurgimento do Sporting a presença destes três homens, que vimos chegarem como simples miúdos. O “nosso” meio-campo, aquele que desejávamos quando falávamos de formação, carregado de referências, qualidade e com prata da casa, é agora uma realidade. Os três estarolas, os três violas ou os três pianos. Escolham o instrumento musical, porque João Mário, William Carvalho e Adrien Silva ficarão na história do Sporting e serão alguns dos jogadores que recordaremos entre saudades, quando falarmos de jogadores e equipas que nos marcaram.

Pelo verdadeiro Sportinguismo, pelo facto de serem uma inspiração para os mais novos, porque se complementarem de forma quase perfeita, dando o artista Ruiz aquela pitada de magia que às vezes falta, “Os Três” permitiram que o futebol do Sporting crescesse a níveis que muitos consideravam impossíveis há apenas uns anos. Deram outra dimensão, outra intensidade e muita qualidade na hora de entrar em campo. São admirados por colegas, adeptos e treinadores, que seja em que contexto for percebem que existe naqueles três jogadores uma enorme vontade de fazer as coisas bem.

É um orgulho, confesso, ter um meio-campo inteiramente formado em Alcochete, com os valores que um dia projectámos num Sporting ideal. Desejo que fiquem muitos anos, que fiquem sempre, mas sei que chegará um dia em que os nossos Três serão separados, em contextos completamente diferentes. Nessa altura, saibamos todos agradecer o tanto que deram a este clube e apoiemos onde quer que eles estejam.

Por cá, tentemos ao máximo reproduzir este modelo, que tantos resultados tem dado. Existem outros médios, desejantes de merecer uma oportunidade e com qualidade para vingar na equipa principal do Sporting. Quem sabe, daqui a uns anos, não estaremos a falar do quarteto Iuri, Podence, Francisco Geraldes e Palhinha, com o mesmo orgulho e comoção.

Para já, aproveitar o pouco tempo que nos resta para observar os nosso Três juntos, rezar para que Fernando Santos veja o que todos a gente já viu e tenha coragem de executar e agradecer a William, Adrien e João Mário a constante superação e sportinguismo que nos mostram.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa