Nunca nenhum Troféu Cinco Violinos poderá ser encarado como mais um jogo de pré-temporada, por muito que saibamos que é apenas um marco na preparação desportiva. Jamais poderão jogadores do Sporting ser displicentes quando está em causa a memória da melhor equipa da história do futebol português, que por acaso começou a engradecer o clube que agora representam.

Quando falamos de Cinco Violinos, e de todas as histórias e golos que os rodeiam, falamos realmente do princípio de um Sporting nacional, espalhado pelos cantos de Portugal a toda a força, que deu início a gerações e gerações de sportinguistas e adeptos, que viriam a suportar um clube até se afirmar como um dos gigantes.

A sua importância é tão enorme que mesmo passados todos estes anos e todas estas décadas não existe nenhum adepto de futebol, em Portugal, que não saiba o que representaram e onde jogaram.

Por isso, no Sábado, não se trata apenas de honrar a memória de Vasques, Travassos, Albano, Correia e Peyroteo, mas sim do Sporting. Porque foi nesse período que ganhámos uma base de milhões de pessoas que seguem a camisola verde e branca, até nos tornarmos o terceiro clube com mais presenças europeias,  mais presenças Olímpicas, base da selecção nacional de portuguesa, formador de dois jogadores Bolas de Ouro, a maior fábrica de talentos de futebol e a maior força desportiva em Portugal.

Sabemos que o jogo frente ao Wolfsburgo é apenas mais uma oportunidade de testar reforços, equilibrar a equipa, integrar jogadores e tentar ganhar. Mas nas bancadas estão milhares de pessoas que foram acumulando uma vida de memórias verdes, que ouvem falar dos Cinco Violinos desde sempre e que celebram o seu sportinguismo, fazendo questão de marcar presença e dar um voto de confiança a Jorge Jesus e seus rapazes.

Num dia que se pretende de festa, de descontração e cerveja fresca, saibamos abrilhantar o novo relvado com bom futebol e com a memória dos cinco homens que, sem saberem, se haveriam de tornar eternos.

Foi no dia 24 de Novembro de 1946 que o quinteto se juntou. Peyroteo marcou 5 golos, o normal para ele. A Europa lambia as feridas de uma guerra sangrenta no Tribunal de Noremberga, o mundo contactava com a Lua pela primeira vez, através de um radar, o Festival de Cannes tinha a sua primeira Edição, era criada a NBA e Herman Hesse vencia o Nóbel da Literatura. Foi também esse o ano que se criou o primeiro computador da história, que não caberia em nenhuma das nossas casas.

Passadas tantas voltas, tanto mundo, tanta história, ainda celebramos 5 homens que “apenas” sabiam jogar o melhor futebol que já se viu. E estas são as razões pelas quais nunca nenhum Troféu Cinco Violinos poderá ser encarado como mais um jogo de pré-temporada.

 

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa