Bom dia, caros Tasqueiros. Depois do Cherba meter ordem no tasco e após um período difícil que me impossibilitou de ir para a cozinha, achei que era uma boa altura para retomar as bacalhoadas.

Não posso deixar de falar no que se tem passado e que motivou a intervenção do patrão. Na minha opinião, tudo isto é sinal de várias coisas, entre elas, Medo, Voluntarismo e Diversidade de Personalidades. Medo, porque muita malta receia que se a defesa de BdC não for constante, repetida e imediata, podemos perder o melhor Presidente que já tive (eu apanhei pouco ou nada de João Rocha). Voluntarismo, porque independentemente de haver avenças ou não, é evidente que há gente que quer fazer de BdC mais do que aquilo que ele é e parece “trabalhar” afincadamente para uma canonização ou elevá-lo a um estatuto de inimputável. E são esses que rebatem qualquer crítica com um elogio e que insistem em fazer apanhados quando não é sequer necessário ou o momento para fazê-los. É estúpido ter de levar com a lista das coisas porreiras (como se não as soubesse de cor e salteado) sempre que alguém fala de algo menos positivo. Diversidade de personalidades porque, independentemente da fundamentação das razões e opiniões de cada um, o exercício da estupidez é e será sempre livre e gratuito. Seja para elogiar ou criticar.

Tudo isto é verificável na Tasca, foi nos grupos de apoio no FB, o que motivou um “afastamento virtual” de muita gente que já fazia parte da mobília. Claro que a liberdade de opinião existe, se não existisse, o botão que diz “publicar” estaria indisponível, o que significa que todos podemos escrever a merda que quisermos. Porém, há muitas formas de condicionar. Primeiro, porque há a percepção que apagar fogos com gasolina não é saudável para a ninguém. Segundo porque isso resulta em “cagar”, para não “incendiar” mais o ambiente. Por ultimo há incendiários que, tal como o nome indica, só se sentem bem a incendiar. Só isto já é uma perda e das grandes nos princípios que estavam na cabeça do dono quando decidiu aturar-nos. E se a Tasca não anda aqui em concursos de popularidade, também não podemos ignorar que muita gente se afastou por causa desse condicionamento que descrevi acima. E isso não é o Sporting.

Todo este assunto já foi dissecado e não vou voltar a ele, apenas quis deixar os meus 2 cêntimos. O que eu quero discutir, apesar de estar ligado a este assunto, tem a ver com a última verdade absoluta criada aqui: “Não se pode criticar em espaço aberto”, ou “isso é dar pérolas a porcos” ou “é dar armas aos rivais”.

Como sou um tipo razoável, não vou mandar pó caralho quem começou com isto. Compreendo que a guerra com o Carnide atingiu tal magnitude que tudo pode ser aproveitado para os mais variados fins. Mas nem tudo pode ser catalogado de carvão. Nem tudo é produzido pelos media nem tudo passa sequer pelos rivais e seus tentáculos. Há que saber, uma vez mais, separar as coisas. A questão aqui tem a ver com isto: como vai a direcção encontrar opções de solução aos problemas para os quais não tem resposta? Não me venham com as AG’s. Quantas há por ano? Quantas decisões são necessárias tomar durante um ano? Também não me venham com os “canais próprios”. Toda a gente sabe como eles funcionam. Quer queiramos quer não, as opiniões, os brainstormings e as discussões apaixonadas ocorrem nos canais informais e hoje, cada vez mais virtuais como o FB, Twitter, Blogs, por aí fora. Aqui, podemos encontrar inúmeras opiniões e, consequentemente, respostas aos problemas de uma forma célere. Claro que também se encontra muita parvoíce mas isso também faz parte. Uma direção capaz de filtrar o que se recolhe da internet e aproveitar a pequena contribuição que os sócios dão ao segundo, será sempre uma direcção melhor preparada nas decisões que tem de tomar. Não se trata de gerir o clube de fora para dentro mas antes de, não só envolver os adeptos e sócios na solução como também de obter reais mais-valias na sua contribuição.

Ora isto só pode existir se não existir complexos de qualquer ordem em analisar, positiva ou negativamente, qualquer acto de gestão. E é por isso que não me agrada que esta “verdade” tenha sido tão rapidamente instalada aqui na Tasca. E menos me agradam os argumentos utilizados para a defender. Entre “dar armas aos rivais” e poder ajudar o meu clube com discussões interagindo com o vastíssimo universo da Tasca, desculpem lá, mas que se fodam os rivais. Uma eventual solução só pode ser consequência de uma crítica. E para se chegar a uma tem de se poder fazer a outra.

Depois, temos todos de ser adultos e saber distinguir um ataque de uma crítica. E uma crítica justa de uma sem fundamento. Nós não somos lampiões, confiem no discernimento de cada um, mandem-no pó caralho se for preciso (que isso aqui só ofende os maricas) e cada um que diga e escreva o que quiser. Cá estaremos nós, tasqueiros, para avaliar isso.

Posto isto, vai começar uma nova época. Com entradas, saídas e permanências. E, claro, com o meu tomate esquerdo prematuramente no cepo à pala do craquíssimo Alan Ruiz. Porque  há coisas que nunca mudam…

 

* todas as sextas, abandona o seu lugar cativo à mesa da Tasca e toma conta da cozinha!