Deixarei as considerações sobre o jogo com o Moreirense, tão importante e essencial nas nossas aspirações, para o dono do Tasco. Ninguém melhor que ele para analisar o perigo de Moreira de Cónegos e as novas ideias que esta surpreendente equipa parece apresentar esta temporada. E, como estes serão os último Pipis servidos até dia 14 de Setembro, vamos focar-nos naquela competição que não temos qualquer hipótese de ganhar, mas já que a vamos jogar, aproveitemos o melhor que nos pode dar.

É já dia 14 de Setembro, pelas 19h45, que encontramos aquela que será, unanimemente considerada, uma das melhores equipas do mundo. E se não é a melhor em termos de títulos nos últimos anos, porque Barça e Bayern têm passeado, será a melhor em termos de grandeza, de adeptos para lá das suas fronteiras e um dos poucos clubes da Europa que nem sabe o que significa a expressão Fai-Play financeiro. O Real Madrid consegue receitas que ultrapassam os mil milhões de euros, todos os anos, podendo investir a seu belo prazer todo o dinheiro que bem lhes apetecer. Uma realidade tão paralela à nossa que ninguém diria que apenas nos separam 600 km.

No banco, um dos meus jogadores favoritos de todos os tempos, no campo, o meu jogador preferido de todos os tempos. Que por acaso tive a sorte de ver ao vivo com as cores do nosso clube, que também é o dele.
Apelar à raça dos nossos rapazes, no Santiago Barnabéu, quase parece um desperdíçio de tempo e energia, mas é necessário. A probabalidade de qualquer equipa lá ganhar é tão reduzida que Jesus estará a preparar uma estratégia de tentativa de surpreender, jogar com o orgulho do clube e com a valorização dos seus atletas. Mas duvido, sinceramente, que tenhamos muitas oportunidades de golo de forma a trazer 3 pontos.

O problema é que, há medida que se aproxima o jogo, a razão que tanto nos ajudou quando saiu o sorteio vai desaparecendo. Por momentos acreditamos mesmo “os rapazes até podiam fazer uma gracinha” e logo uma voz salta na consciência que diz “estás louca? É o plantel mais caro do mundo”.

Ganhar a Champions é impossível. Mas já que nos metemos nisto, ao menos que seja para a jogarmos mesmo. Encontrar equipas como o Dortmund e Real Madrid, com o mundo a olhar para as camisolas verde e brancas, a saber quem são todos os nossos atletas, a quantidade de histórias que serão publicadas de como Cristiano Ronaldo começou a sua carreira, o golo que ele provavelmente vai marcar (porque marca sempre) e as desculpas que vai pedir. São estas as páginas douradas que marcam a vida de um clube que voltou, definitivamente, à primeira roda do futebol europeu.

Fui das que criticou, a temporada passada, o ignorar das competições europeias. Porque apesar de perceber o momento, não posso deixar de me lembrar da vez que o André Cruz calou o Casillas, do golo do Xandão, dos 90 minutos em Alkmaar, do 4-1 frente ao Newscastle, de quando ganhámos ao super Inter de Milão. A Europa faz parte de um clube grande, de um clube que se quer tão grande como os maiores. E deixar isso de parte não faz parte do ADN do Sporting e dos seus adeptos.

Sei que este ano não posso pedir vitórias aos nossos jogadores, pelo menos frente aos tubarões, mas posso pedir-lhe que façam História (o que no Sporting significa mais ou menos a mesma coisa). Não podemos pedir o caneco, mas sim que honrem um clube que lhes tem dado todas as condições para lutar por títulos e praticarem o seu melhor futebol. Não posso pedir que vão a Madrid mostrar quem manda, mas que façam o Zidane decorar todos os seus nomes.

E, no meu lado romântico, o desejo que a recepção ao Ronaldo seja tão épica que peça a rescisão ali mesmo para terminar a carreira onde mais faz sentido: no clube que o descobriu para o mundo do futebol.
Tinha saudades de ver estes craques a passear por Alvalade, saudades do sofrimento em cada jogo, cada eliminatória, de como assisti vezes sem conta a jogadores do Sporting superarem as suas forças.
Vamos lá levar esta onda verde a Madrid !

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa