Já tínhamos avisado que a geração sportinguista de sub-19 apresentava garantias para lutar pelo título nacional de juniores e continuar a ser solução a médio prazo para a equipa principal do Sporting. Muitos já aqui referiram quais os seus jovens favoritos, quem se vai destacando e o quão difícil é prever o futuro de uma geração tão boa, em que alguns ficarão certamente para trás.

Mas o que importa agora é o momento. E o momento é de esperança numa equipa muito bem orientada e com qualidade individual que nos entusiasma.

Frente ao Real Madrid, eis o onze que se apresentou em campo: Pedro Silva, J. Oliveira, Ricciuli, G. Vieira, Conté, Bubacar, Bragança, Bruno Paz, P. Ferreira, M. Luís, Marques.

Os jovens leões entraram no jogo determinados a mostrar quem manda. Posse de bola, segurança, pressão muito alta e capacidade de recuperação. Foi apenas na hora de finalizar falhámos.

Nos primeiros minutos, logo duas oportunidades de golo, boa circulação de bola e a sensação de que seria apenas uma questão de tempo até entrar nas redes blancas. O guarda-redes madridista aplicava-se, o nosso meio-campo engolia qualquer tentativa de domínio e contámos ainda com um enorme Conté e um clone de Rui Patrício em campo. Na realidade, do pouco trabalho que teve, Pedro Silva mostrou sempre aquilo que tem: reflexos, velocidade e uma mancha ao nível dos melhores.

A segunda parte veio com a amargura. Primeira oportunidade digna de tal nome, talvez a segunda do Real, e um golo. Os espanhóis estavam em vantagem sem se perceber muito bem como tinha acontecido. Aqui divide-se o jogo. Os pequenos leões procuravam anular a vantagem adversária e, naturalmente, exposeram-se como não fizeram na primeira parte. Uma enormíssima defesa de Pedro Silva, cujo vídeo não encontro mas prometo partilhar mais tarde, só seria superada pelo fantástico golo do jovem de quem muitos desconfiaram mas que volto a enaltecer: Pedro Marques é um homem-golo ao nível dos melhores e se tiver cabeça e acompanhamento pode muito bem chegar ao onze do Sporting. Confesso que já o vejo a jogar nas costas do Ronaldo Tavares daqui a uns tempos. (vale a pena ver o golo uma e outra vez)

Outros destaques são Miguel Luís (que qualidade do míudo), Daniel Bragança (um dos favoritos da Tasca e de Alcochete) e os intratáveis Bruno Paz e Pedro Ferreira (que se juntam à geração anterior de forma quase perfeita).

Não é um grupo fácil o que temos em mãos. O Real Madrid é sempre um dos clubes a ter em conta e o Dortmund tem trabalhado muito bem as suas camadas jovens (embora não sejam um clube tão formador como a imprensa faz passar, mas sim mais um clube que encontra pérolas de 18 ou 19 anos e as lapida). Temos qualidade para vencer os nossos jogos em casa e, com o ponto amealhado ontem, passar esta fase. A partir daí… tudo pode acontecer.

 

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa