Marcada a data – 4 de Março de 2017 – das eleições no Sporting Clube de Portugal é meu dever comunicar aos Sportinguistas o resultado da reflexão que imponho a mim próprio em tudo aquilo que faço na vida. Aliás, conforme disse esta semana, reflectir diariamente é inerente ao desempenho do cargo de Presidente do Sporting Clube de Portugal.

Quero, antes de mais, reafirmar que é um orgulho e um privilégio ser Presidente do nosso Clube. Durante esta quadra que atravessamos tive oportunidade de fazer a devida ponderação, considerando aquilo que é o trabalho feito até aqui.

Quando cheguei ao Sporting CP, nas circunstâncias que são por todos conhecidas, o Clube estava numa situação muito difícil do ponto de vista económico e financeiro. Fizemos a reestruturação necessária que, todos reconhecem, foi um sucesso e devolveu o Sporting CP ao terreno da credibilidade e do respeito externo. Lançámos as obras de construção do tão desejado e merecido Pavilhão João Rocha que iremos inaugurar no primeiro trimestre de 2017, fazendo regressar a Alvalade e à Cidade Sporting CP as modalidades que apaixonam todos os Sportinguistas. Ultrapassámos a fasquia dos 150 mil sócios e ambicionamos entrar muito em breve no top 3 dos Clubes com mais associados em todo o Mundo. Conseguimos, de forma consolidada, trazer mais Sportinguistas ao Estádio José Alvalade, alcançando uma média de assistências por jogo acima dos 40 mil espectadores. Temos uma formação no futebol cada vez mais forte e que lidera os seus escalões. Tanto na SAD como no Clube temos consistentemente tido os maiores lucros de sempre. Conquistámos no futebol, vindos do pior lugar de sempre, uma Taça de Portugal e uma Supertaça, e nas modalidades vários títulos entre os quais dois Europeus. Construímos planteis de qualidade indiscutível em todas as modalidades. E, no último mercado, realizámos as duas maiores transferências da história do Clube, sendo uma delas a maior venda de sempre de um jogador português a actuar em Portugal. Além, naturalmente, da abertura da Sporting TV, canal de televisão oficial do Clube, e da concretização do melhor negócio de que há registo na história dos contratos de direitos televisivos em Portugal.

Estes são apenas alguns exemplos daquilo que foi feito pela actual Direcção do Sporting CP. Muito há ainda por fazer. E, neste tempo de reflexão, fui capaz de identificar não apenas o que correu bem mas também aquilo que fizemos menos bem e que carece, naturalmente, de ser melhorado.

No plano desportivo é evidente que não estamos no lugar que gostaríamos e, estou certo, merecíamos estar. No entanto, e como também já disse, os títulos, quanto mais difíceis são, mais saborosa se torna a sua conquista. E não o digo por arrogância. É porque tenho uma fé inabalável nos nossos atletas, treinadores e profissionais que todos os dias, em todas as modalidades, trabalham com Esforço, Dedicação e Devoção para que, todos juntos, alcancemos a Glória.

Foi após este exercício de humildade retrospectiva em que nos orgulhamos do trabalho feito e em que somos capazes de identificar o que ainda está por fazer e aquilo que queremos melhorar, após observar também a candidatura que já se apresentou e as movimentações com vista a outros possíveis projectos, e ouvindo nos últimos dias as palavras de incentivo de milhares de Sócios e Adeptos que decidi manter a intenção – que, diga-se, em nenhum momento neguei – de me recandidatar a um novo mandato como Presidente do Sporting Clube de Portugal.

Faço-o em nome do Clube que eu amo de paixão e que, reafirmo, será sempre o meu para além da morte. Trabalhei, nos últimos 4 anos, 24 horas por dia ao serviço do Sporting CP e assim continuará a ser enquanto aqui estiver. Os próximos anos são fundamentais para consolidar tudo o que se fez nos últimos 4. Começar de novo seria um retrocesso fatal para o nosso Clube.

As eleições, que muito respeito, vão realizar-se a 4 de Março, numa altura crítica da época desportiva. Não concordo, nunca concordei e já o disse, mas é isto que dizem os Estatutos que são, como todos sabemos, a Constituição do Clube e por isso têm que ser respeitados.

Considerando o muito trabalho que temos para fazer diariamente, aquilo que peço é que compreendam que o Clube não pode ser penalizado nem ficar paralisado por causa de um ciclo eleitoral. Os Órgãos Sociais e a Direcção do Sporting CP foram mandatados pelos Sócios que os elegeram para trabalhar, trabalhar, trabalhar e não para andarem em campanhas eleitorais. E, por isso, não estranhem que o meu foco como Presidente seja o dia-a-dia do Sporting CP e não tanto as eleições.

Apelo, como candidato, à elevação e ao sentido de Clube por parte de todos. A dimensão e grandeza do Sporting CP faz com que os olhos do País inteiro estejam sobre nós. Façamos deste acto eleitoral um exemplo e uma festa da democracia de modo a não darmos aos nossos adversários pretextos desnecessários para nos denegrirem.

Viva o Sporting Clube de Portugal!!!

brunorecandidato