carlosvieiraA Sporting SAD reportou lucros de 35,089 milhões de euros no período compreendido entre 1 de Julho de 2016 e 31 de Março de 2017, uma melhoria face ao período homólogo do ano fiscal anterior – quando apresentou prejuízos de 17,018 milhões de euros. Já o volume de negócios (incluindo vendas de jogadores) foi o maior de sempre, com o clube a fechar os primeiros nove meses do ano com receitas de 138,815 milhões de euros, contra 63,397 milhões um ano antes.

Esta situação “foi suportada por um crescimento sustentado de todas as linhas de receita e com as duas maiores vendas de direitos desportivos de sempre – João Mário por 40 milhões de euros e Slimani por 30 milhões de euros, podendo estes valores subir mediante objectivos”, sublinhou o clube leonino no relatório e contas divulgado na CMVM.

Os resultados do clube reflectem, assim duas situações distintas e positivas: “por um lado, em termos estritamente operacionais, nota-se um crescimento sustentado das receitas e, por outro, a realização das duas maiores vendas de sempre da Sporting SAD. Ambas as situações permitiram cobrir o maior investimento efectuado na corrente época desportiva”, refere o comunicado.

Sublinhe-se que, sem transacções com jogadores, os rendimentos e ganhos operacionais ascenderam a 63,312 milhões de euros, contra 54,747 milhões no período homólogo do ano fiscal precedente. Já os resultados operacionais, também sem estas vendas, foram negativos e até se agravaram face ao período homólogo, ao passarem de um valor negativo de 922 mil euros para uma perda de 9,952 milhões de euros.

Relativamente à posição financeira, a Sporting SAD destaca o aumento dos capitais próprios à data de 31 de Março de 2017, o qual ascende a 9,949 milhões de euros positivos.

No relatório e contas destaca-se ainda que, a 31 de Março de 2017, e na sequência da reestruturação financeira, a SAD dos leões detinha uma conta reserva com cerca de 3,1 milhões de euros “que poderá ser utilizada para a compra das VMOCs aos bancos”. As VOMCs, recorde-se, são veículos mobiliários obrigatoriamente convertíveis. Tal como tinha avançado ao Negócios o director financeiro do clube, André Varela, o clube tem estado a pôr dinheiro de lado para recomprar ao BCP e Novo Banco estes instrumentos financeiros, para que a maioria da SAD não vá parar aos bancos. “Tendo em conta os termos da referida reestruturação, esta conta reserva atingirá em Julho de 2017 o valor aproximado de 10 milhões de euros, o que permitirá ter poupado, em apenas dois anos e meio, o montante necessário para comprar 32% das VMOCs e assim garantir a maioria do capital da Sporting SAD (considerando o valor actual da acção), tendo ainda 8 anos para obter o restante montante necessário”, refere o mesmo documento.

O clube salienta ainda que o activo inclui cerca de 18,2 milhões de euros decorrentes de receitas de competições europeias que estão retidas pela UEFA devido ao caso Doyen. “A Sporting SAD aguarda por uma decisão das instâncias nacionais, situação esta que é considerada como relevante do ponto de vista jurídico”. Assim, “a Sporting SAD tem reunidas todas as condições para, quando necessário, liquidar essa responsabilidade que, por sua vez, está devidamente provisionada nas demonstrações financeiras, pelo que não afectará a rentabilidade operacional futura”, ressalva.

Recorde-se que o fecho das contas da equipa leonina no primeiro semestre do ano fiscal representou o melhor resultado de sempre. A SAD do Sporting teve no primeiro semestre fiscal, terminado em Dezembro, lucros de 46,5 milhões de euros, em resultado da venda de jogadores. “O melhor resultado semestral de sempre”, referiu a SAD, já salientando nessa altura que as vendas de jogadores como João Mário e Slimani tinham contribuído para esse bom desempenho.

in Jornal de Negócios