O encontro acontece num final de tarde na Doca de Santo Amaro, ali ao lado do Tejo, com o sol a descer no horizonte. Pedro Guerra, 35 anos, chega antes da hora marcada, espera dentro do carro de alta cilindrada e apresenta-se rapidamente: veste bem, fala com um discurso elaborado mas que lhe sai naturalmente e quase sem pausas. É simpático e de trato muito fácil. Percebe-se que é alguém que está bem na vida.
«Trabalhei sempre em grandes consultoras em Portugal e quando tinha 27 anos fui para África, para Angola, porque tenho dupla nacionalidade, e acabei por abrir a minha própria consultora lá, que mantenho até hoje», começa por contar. «Um dos principais motivos que me levou a enveredar pela carreira de empresário foi poder fazer uma melhor gestão do meu tempo e poder acima de tudo trabalhar com equipas que me permitissem viver a vida de outra maneira. Isso foi claramente uma das premissas para traçar o meu próprio trajeto.»
Ora para Pedro Guerra viver a vida de outra maneira passa muito por viajar. Desde miúdo que a adrenalina das viagens lhe foi incutida pelos pais, aliás. Por isso, conta, já esteve em 92 países, sendo que mais de 50 dos quais foram visitados nos últimos três anos. «Viajar é uma coisa que sempre me foi permitida pela vida. A conciliação entre viagens pessoais e profissionais abriu um novo mundo para mim, o que me levou a criar um plano mais consistente de percorrer o mundo», refere. «Comecei a criar esse plano em 2014 e concretizei-o com uma trilogia de voltas ao mundo em 2015, 2016 e 2017. Cada uma durou em média entre 60 e 70 dias.»
Em todas elas levou uma camisola do Sporting, com a qual se fotografou nos instantes mais icónicos, que quer guardar num registo digital para sempre. O que já serve para apresentar ao mundo como Pedro Guerra não é só um adepto: é um adepto apaixonado. «A camisola do Sporting foi o único objeto que coincidiu nas três voltas ao mundo. Eu lembro-me que quando estava a fazer a mala para a primeira volta procurei dois ou três objetos que me trouxessem boas memórias e com os quais estivesse mais confortável. Estas voltas, e sobretudo a primeira, tiveram muito de sair da zona de conforto e testar os meus limites. Isso implica ficar um bocado despido», conta.
«Procurei objetos que me ligassem às minhas referências e a camisola do Sporting veio logo à cabeça. Quis fazer estas travessias com a camisola do Sporting, e curiosamente acabou por provocar histórias inesperadas, conheci muita gente por causa da camisola e fiz alguns amigos com os quais ainda mantenho contacto. Muitas pessoas vinham falar comigo porque reconheciam a camisola ou porque, sobretudo nas zonas mais remotas, não a conheciam e queriam saber o que eram aquelas riscas horizontais.»
Entre as centenas de fotografias que tirou com a camisola leonina, há uma que salta à vista: precisamente ao lado de um leão. Aconteceu no Zimbabwe, durante a visita a um parque que tem um projeto de preservação de espécies animais, e em particular do leão africano. Por isso, e antes de atingirem os dois anos e serem recolocados na savana, os leões são habituados ao contacto humano. «Os técnicos posicionaram-me em função do movimento dos leões e ensinaram-me as oito regras básicas de convivência: por exemplo o movimento do leão é sagrado, se ele anda, nós andamos, se ele para, nós paramos, nunca podemos posicionar-nos de meio do tronco do leão para a frente, só podemos tocar do pescoço para baixo do leão…», refere. «Interagi com eles cerca de uma hora e criaram-se as condições para tirar três ou quatro fotografias em que fosse possível ver os três leões: o da camisola, eu e o verdadeiro.»
Mas houve mais histórias. «Na Muralha da China duas jovens chinesas ficaram muito admiradas a olhar para mim e para a camisola, perguntaram-me o que era, por que era às riscas, quiseram tirar fotografias com ela, vestiram-na, depois seguiram o Sporting no Instagram, enfim», diz. «No Taj Mahal os seguranças não me deixavam tirar a fotografia, porque é um lugar sagrado e não querem conotações desportivas ou políticas. Acabei por conseguir tirar algumas no percurso de saída, com o stick da Go Pro, assim um pouco de fugida. Depois há fotografias que considero emblemáticas, por exemplo a fotografia na Bombonera ou a fotografia no local onde foi filmada a saga do Senhor dos Anéis, na Nova Zelândia.»
Na China, de resto, aconteceu uma outra história curiosa. «Estava praticamente a chegar à Cidade Proibida para visitar o Summer Palace, que é um dos palácios mais emblemáticos de Pequim, onde tem a estátua do Buda, e ocorreu-me que tinha deixado a camisola no hotel», recorda. «Disse ao motorista do táxi que tínhamos de voltar ao hotel porque me esquecera de uma coisa muito importante e respondeu-me que estava um trânsito horrível e que eu estava louco. Estivemos para aí mais uma hora no trânsito só para tirar as fotografias com a camisola do Sporting, porque era uma oportunidade long-shot, não ia poder lá voltar.»
Nesta altura convém regressar um bocadinho atrás para perguntar: mas afinal que voltas ao mundo foram estas que Pedro Guerra realizou nos últimos três anos? «O conceito de volta ao mundo para os viajantes tem de passar por algumas premissas, a primeira das quais escolher uma rota sequencial, que pode começar por este ou oeste, depois percorrer os vários continentes e regressar pelo lado oposto», sublinha.
«A primeira volta comecei no sentido dos Estados Unidos, as primeiras duas grandes paragens foram Estados Unidos e Canadá. Percorri os Estados Unidos costa a costa e fiz uma incursão ao Canadá, na zona das Cataratas do Niagara, de Hamilton e Toronto. Depois acabei por passar para a Ásia, fiz Japão, sobretudo Tóquio, China, na zona de Pequim e depois Hong-Kong, Singapura, Malásia, Índia, em Nova Deli, primeiro, e em Agra, depois, segui para a Rússia, Áustria e regressei a Lisboa.»
Certo, e a segunda volta ao mundo? «A segunda foi o ano passado. Começou por Itália, depois fui para o Egito, Qatar, Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, depois sobrevoei o Pacífico Sul, segui pela Argentina, sobretudo Buenos Aires, Uruguai e Chile, explorei o Chile de norte a sul, marcou-me muito a Patagónia do lado chileno, sobretudo o Parque de Torres del Paine, que é um paraíso, está seguramente no meu top-3. Depois subi para Santiago do Chile, segui para o Peru, comecei por Lima e passei pelo Machu Pichu, entrei na Ámerica Central pelo Panamá, passei pela Costa Rica, segui para os Estados Unidos e voltei para Lisboa.»
Muito bem, falta só uma portanto: como foi a terceira? «A terceira foi este ano, acabou no final de julho, e foi a mais desafiante e enriquecedora, sobretudo porque visitei locais mais inóspitos. Fiz Lisboa-Copenhaga, segui para a Islândia, também dos melhores sítios que já visitei, Finlândia, entrei nos Países Bálticos de barco, fiz Estónia, Letónia, Lituânia, segui para a Polónia, Hungria, Turquia, sobretudo a zona das montanhas central para ir explorar a Capadócia, depois entrei em África, fiz que Quénia, Tanzânia, Zimbabwe, Zâmbia e fiz uma incursão curta no Botswana.»
Já está cansado, leitor? Ainda há mais. «Depois segui para o Sudeste Asiático, fiz Tailândia, Laos, Vietname, Cambodja, Coreia do Sul, Mongólia, entrei na Mongólia profunda de carro e permaneci onze dias a pedir abrigo aos nómadas, segui para Sidney, na Austrália, sobretudo para ir para a Tasmânia, que era um sonho meu. É uma ilha muito grande e fiquei lá algum tempo. Depois fui para o Hawai, segui direto para o Alasca, fui para o Canadá, sobretudo Vancouver, voltei para os Estados Unidos e Seattle, fiz a costa oeste, segui para Jamaica e regressei a Lisboa.»
A camisola percorreu todos estes países com Pedro Guerra, porque poucas coisas lhe trazem tanto o cheiro de casa como o Sporting. «Sou um adepto fervoroso. Sou sócio há muito tempo, tenho Gamebox desde que é possível ter Gamebox, vejo os jogos todos no estádio a não ser quando não é possível por motivos profissionais e desde há sete ou oito anos vou ao estrangeiro com a equipa, já fui à Roménia, Inglaterra, Itália, Espanha, enfim», frisa. «Sou um adepto fervoroso, sem dúvida, o Sporting vai comigo para todo o lado, embora esteja desvinculado das guerrilhas que não têm nada a ver com o futebol. Cada vez mais estou focado em viver a paixão pelo Sporting sem me desgastar com trincas e polémicas.» É um adepto fervoroso e saudável, portanto. Com muito mundo dentro dele.
10 Outubro, 2017 at 20:47
Há o toque de Midas e há o toque dos lampiursos. Fazem detestar qualquer um ou uma, Madonna, já nem posso ouvir o nome da tipa.
10 Outubro, 2017 at 20:47
Não quero ser má língua…. mas no auto-golo, o João Mário não faz falta sobre o guarda-redes?
10 Outubro, 2017 at 21:16
Naquele estádio,nunca se marcam faltas a favor da equipa visitante.
10 Outubro, 2017 at 20:51
Sir a impressionar meio mundo!
10 Outubro, 2017 at 20:51
No ligar do suíço que foi gozado pelo William, pedia para cagar e saía.
10 Outubro, 2017 at 20:54
Bela entrevista deste leao.
Há malta com uma vida engraçada e que aproveita bem o tempo. Ainda me falta passar por uns quantos sitio mas na verdade não me posso queixar.
10 Outubro, 2017 at 20:58
GOOOOLLLLLLOOOO
10 Outubro, 2017 at 20:59
GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLOOOOO
Já está. A p*ta da bola parecia que não queria entrar…
2-0. André Silva.
10 Outubro, 2017 at 21:03
joao mário….
que saudades
10 Outubro, 2017 at 21:04
Não há ninguém que ponha o Esferovite no estaleiro ai por alguns meses? Não era pedir muito.
10 Outubro, 2017 at 21:05
O Eliseu?!
É o mais competente.
😀
10 Outubro, 2017 at 21:06
Uma porrada dada pelo Eliseu e os dois encostarem no estaleiro…. bem pensado..lol
10 Outubro, 2017 at 21:12
Não vai dar.
O gajo inventou uma lesão para sair. O instinto já estava a falar mais alto… 😀
10 Outubro, 2017 at 21:04
Madonna Mia.
Ainda bem que foi ver a bola, senão nem sei o que era de nós.
10 Outubro, 2017 at 21:15
Amanhã começa a UEFA Futsal Cup que temos de ganhar em Abril.
Na quarta começa a Taça de Portugal que temos de ganhar em Maio.
Meh,vá carimbem lá a presença no Mundial,mas não lesionem nenhum jogador do Sporting,temos um campeonato para vencer.
10 Outubro, 2017 at 21:22
A taça é quinta
10 Outubro, 2017 at 21:24
Exacto,quinta-feira. Em Oleiros.
10 Outubro, 2017 at 21:18
2-0 é um resultado perigoso oh Santos não sabes isso?!
E metes o Gomes,caralho?!!!
10 Outubro, 2017 at 21:39
Deixa lá. Depois meteu o Danilo.
10 Outubro, 2017 at 21:19
… não li comentário nenhum…
Só para relembrar que o Sir é o melhor trinco do mundo a muitas milhas de distância….
10 Outubro, 2017 at 21:41
Essa é também a minha opinião. Se tivesse mais golo era um jogador estratosférico.
10 Outubro, 2017 at 21:48
E o André Gomes.. inenarrável
10 Outubro, 2017 at 21:25
João Mário no Inter é das coisas mais tristes do futebol actual. Que classe! Fds
10 Outubro, 2017 at 21:29
Grande exemplo de Sportinguismo. Podia ter na mesma esta vida, estas viagens e não vestir a verde e branca.
Mas veste…
Enquanto o Rui Jorge é bom que abra a pestana, o Santos (goste-se ou não) fez o seu trabalho.
Campeão europeu e presença na Rússia.
Sir… enorme.
10 Outubro, 2017 at 21:31
Este André Gomes é realmente um caso de estudo!
11 Outubro, 2017 at 7:34
Dito por um Mendes…
Não deixa de ter a sua graça! 😀
10 Outubro, 2017 at 21:33
Grande, grande jogo do João Mário! Foi o MVP!!
10 Outubro, 2017 at 21:35
O Bernardo Silva é mesmo um guloso. Mete a Luz na peida, lampião filho da puta!!
10 Outubro, 2017 at 21:37
Sir William é uma máquina!
10 Outubro, 2017 at 21:38
Putin! Põe-te a pau. Os Tugas estão a caminho!
10 Outubro, 2017 at 21:40
Enquanto formarmos jogadores iremos a fases finais discutir títulos, quando couber a outros esse papel perderemos com bósnias e afins
10 Outubro, 2017 at 21:41
The end is nigh.
10 Outubro, 2017 at 21:43
Excelente jogo do pantufas,que saudades.
10 Outubro, 2017 at 21:48
William e JM que regalo ver esta dupla a jogar
10 Outubro, 2017 at 22:04
William a jogar assim… Não irá certamente para um West Ham em Julho.
– Patrício não lesionado
– Gelson não lesionado
– William não lesionado e bastante motivado
– Canhão Fernandes não lesionado.
Objectivo cumprido! Parabéns malta! Temos um campeonato para ganhar!
10 Outubro, 2017 at 22:06
Como Português fico sempre satisfeito com as vitórias da seleção mas há coisas que considero um insulto como a presença de um tal andré gomes que só pode ser uma piada de mau gosto assim como ver renatas e apanha bolas guedes num banco onde não esteve por exemplo Bruno Fernades. Simplesmente Nojento.
Adiante.
Enorme jogo de João Mário e Patrick Vieira, perdão William Carvalho ( quando ele quer é só dos melhores do Mundo naquela posição) e a maçã podre esteve também muito bem.
Podemos fazer um bom Mundial temos bons jogadores e um fora de série ( CR7) mas aquilo que aconteceu no Euro foi um milagre comparável ao de Fátima, duvido que consigamos bater uma Espanha, Alemanha ou Brasil.
* Alguém que diga á sra. Madonna Louise Veronica Ciccone que pôs o seu lindo filho na escola de futebol errada porque ele ali não se safa, só para pin no seixal obviamente.
10 Outubro, 2017 at 22:09
Acabámos por dominar e ganhar com toda a justica. Com sorte no primeiro golo mas podia perfeitamente ter acontecido antes com o remate do Bernardo.
Ronaldo pareceu cansado. Cédric também. Grande jogo de William, Joao Mário, Bernardo, maca podre, e dos centrais também.
É incrível que conseguimos resultados mas em campo temos uma atitude muito humilde…convém dizer que a Suíca tem muita qualidade.
10 Outubro, 2017 at 22:11
Amanhã dá para ver o futsal em algum lado?
10 Outubro, 2017 at 23:14
Epa… Num post destes, mas tem mesmo de ser… Tou a ver pela primeira vez o porto canal.
Porra. Que tareia.
Da gosto ver exposta a merda que são os lamps. Este gajo é um senhor. “E é isto. E é isto o que é o Benfica”.
Agora vou ler o post.
10 Outubro, 2017 at 23:23
Já agora, a minha vénia a este leão.
Quando vejo os percursos e depois penso em 60 ou 70 dias por viagem, tenho que concluir que tem muita pedalada. E sempre com o Sporting no coração. Já estive fora do país, e a camisola sagrada é um conforto e uma inspiração. Sporting sempre!
10 Outubro, 2017 at 23:25
Já agora, caguei na seleção.
É a passadeira vermelha da mega corrupção no desporto nacional. As cavalitas do melhor jogador português de sempre. Sintomático.
Os Andrades tb gostavam de limpar a imagem interna, na linha dos lamps hoje em dia, com os sucessos europeus. As cavalitas da pouca vergonha doméstica.
10 Outubro, 2017 at 23:14
Grande jogo de Bernardo silva william e João Mário . A selecção joga muito , o segundo golo e um hino ao futebol estivemos para aí um minuto a trocar a bola
11 Outubro, 2017 at 0:20
Deviam mudar o título deste post para
Pedro Guerra o viajante e Saké o menino da lagrima.
Chora em todos os posts, nao falha um
11 Outubro, 2017 at 7:40
Olha aqui mais um da família Hornpain Stalker… Caniche Hornpain Stalker!
Só falta o MellonHart Hornpain Stalker e a Littlemary Hornpain Stalker para juntar as três cavalgaduras do Apocalippo.
11 Outubro, 2017 at 0:22
E que dizer desta foto?
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1921983888023936&id=1387664361455894
11 Outubro, 2017 at 0:29
ADORO!
Já tem um like meu há horas. 🙂
11 Outubro, 2017 at 1:24
O filho do Asanin também já é leão e feito de Sporting 🙂
11 Outubro, 2017 at 7:41
Afinal vale PETAR de fora da área…
11 Outubro, 2017 at 1:25
O pavilhão onde vamos iniciar, esta quarta, a uefa futsal cup tem capacidade para mais de 5 mil pessoas, que abuso!