Como deixara perceber na última crónica, irei hoje fazer uma abordagem àquilo que foi a primeira volta da Liga Allianz, no que ao colectivo diz respeito, excluindo uma outra excepção às individualidades.

Infelizmente, e como demonstra a transcrição do parágrafo abaixo, encontrado no Portal do Futebol Feminino, não há informação que possibilite uma análise mais aprofundada do nosso campeonato: “O nosso lamento vai para a impossibilidade de termos a informação das 12 equipas que competem na Liga Allianz. Não foi por falta de insistência e de pedidos. Provavelmente não encontraríamos nenhuma informação diferente das que obtivemos, mas fica a dúvida.”

Mas, a este, eu junto aquele que decorre do pouco cuidado com que a Sporting TV acompanha a nossa equipa, particularmente nos jogos fora. Ainda no domingo, dividi as minhas atenções entre a transmissão do jogo de futsal frente ao Fundão e o olhar ansioso para o tablet, no intuito de ir colhendo as informações que provinham do FF Sporting Apoio, relativamente ao nosso compromisso com o A-Dos-Francos. Concluída que foi a primeira parte, sem que o marcador funcionasse, pela segunda vez na vida (a primeira fôra no jogo com o Futebol Benfica) desejei ardentemente que o nosso Clube tivesse uma Rádio!

É frustante seguir-se assim um jogo de uma modalidade que tanto me diz, em que o factor predominante foi o dos nossos adeptos colocarem a pergunta: “Ainda não houve golos?”. O nosso primeiro tento veio acalmar a ansiedade que o teimoso 0-0 fazia crescer e, após a notícia do segundo surgiu, finalmente, a tranquilidade. Entretanto e porque os 3 primeiros golos aconteceram entre os 47 e os 55 minutos (e não nos “10/12 minutos” que referi na crónica passada) tivemos uma total ausência de informação (em rodapé, não pretendo mais) por parte da nossa televisão, face ao desenrolar do marcador. Não é virgem, sublinhe-se, como bem sabemos. Eram, salvo erro, 16:56 quando terminou o Futsal. Ainda esperei mais uns instantes e, sobre o jogo das nossas Leoas, nada. Urgia enviar o texto para o Cherba…

Porque saio pouco de casa, recebi com imenso júbilo a chegada da Sporting TV. É uma das mais valias que Bruno de Carvalho trouxe ao Clube mas, este e outros aspectos, deviam ser revistos por quem de direito. Penso, por exemplo, nos sócios e adeptos que não têm acesso à internet e que, como eu e outros tasqueiros, manifestam interesse por esta modalidade e outras. Bem, mesmo com as condicionantes apontadas, passo ao tema que me propus para hoje.

Estamos no primeiro lugar com 33 pontos, 5 de vantagem sobre o Braga, 8 face ao Estoril. Quando a prova começou, muito poucos Sportinguistas imaginariam este conforto pontual, sabendo que na terceira jornada teríamos o jogo fora com as bracarenses. Fomos lá vencer por 2-1 e essa vantagem preciosa foi alargada na sexta jornada, quando o nosso principal adversário foi empatar a Vila Verde a um golo. Mas nada está decidido, ainda há dois jogos fora, no mínimo, com algum grau de dificuldade, com Vilaverdense e Estoril, para além daquele, a 4 de Fevereiro, em que recebemos o Braga.

capeta braga

Este pode pender para qualquer dos lados, como o equilíbrio havido nos 5 jogos já efectuados com esta formação, poderá deixar perceber. Ao contrário da opinião de alguns, sustento que o Braga não estará assim tão mais fraco que na época passada. No jogo da primeira volta, não esquecer que um ressalto feliz, ao findar a primeira parte, proporcionou à Diana Silva a abertura do marcador. Também não esqueço, pelo oposto, que o golo do Braga é precedido de uma bola ajeitada com o braço (esquerdo, creio) de uma sua jogadora, e que dá origem ao canto do qual nasce o golo de cabeça da Janaína. Não me apercebi, em nenhum lado, de qualquer referência a este facto, nomeadamente pelo locutor da cmtv… E o tento da nossa vitória (um grande remate da Ana Capeta) surgiu já perto do final
de mais um jogo muito equilibrado. Para além de um grupo com algumas jogadoras interessantes, o Braga tem, a meu ver, 4 atletas acima da média para o nosso futebol: A Dolores Silva, a Andreia Norton, a Melissa e a Vanessa Marques, a melhor goleadora (12 golos) até ao momento.

O Estoril, exceptuando o desnível do 0-4 da primeira jornada, em Braga e o imprevisto empate cedido na deslocação ao Cadima a 3 golos (derrotas, a título comparativo, das raparigas de Cantanhede, em casa, com o Sporting por 0-6 e
Braga por 0-8, tem-se mostrado uma equipa competitiva, como o atestam a derrota em Alcochete por 0-2, com muito boa réplica dada à nossa equipa e um confortável triunfo no Bessa, por 3-0, onde o Sporting venceu por 4-0 e o Braga
por um magro 1-0, mas com muitas oportunidades desperdiçadas pelas minhotas.

Quarto lugar para o Boavista (18 pontos) que, curiosamente, tem valido bem mais fora do que em casa (apenas 1 vitória e na primeira jornada face ao U. Ferreirense contra 5 fora) com um resultado sensacional obtido na oitava jornada, na deslocação a Vila Verde, onde venceu por 5-2! Particularmente surpreendente, em sentido contrário, a derrota em casa, frente ao Clube Albergaria, por 1-3. As derrotas com Estoril, Sporting e Braga, mesmo no seu reduto, são normais.

O Vilaverdense (igualmente com 18 pontos) que no início da prova, incluindo a derrota tangencial na segunda jornada, por 2-3, frente ao Sporting, e em Alcochete, foi a equipa sensação da Liga, parece ter entrado em queda livre, pois desde o surpreendente empate imposto ao Braga, em casa, na sexta jornada, como já referido, apenas
venceu um jogo e em casa, frente ao Cadima, por 2-1, averbando 2 empates (um deles a zero no terreno do último classificado, o Quintajense) e duas derrotas: com o Boavista, nos inesperados 2-5 e no Estoril, por 1-4.

Seguem-se, por esta ordem, na tabela classificativa, U. Ferreirense, Valadares Gaia (ambos com 15 pontos) Clube Albergaria (bastante abaixo da prestação da época passada, com 12) Futebol Benfica (queda abrupta da titulada equipa vizinha dos marginais de carnide, face à época passada, onde foi terceiro, a somar apenas 11) A-Dos-Francos (da ex-Leoa, campeã nacional e valorosa central, Catarina Lopes) com 5 pontos e os dois primodivisionários, Cadima (também com 5) e Quintajense, com apenas 4 pontos no bornal (apesar de tudo bem melhor que o CAC Pontinha que em 2016/17, que não pontuou nas 26 jornadas!).

O Valadares Gaia, quarto classificado na época transacta, ocupa a sétima posição, mas parece em franca melhoria, como ficou demonstrado nos jogos com o Sporting (0-2) e na última jornada, num jogo muito disputado, em que foram
vencer ao Bessa por 1-0.

O melhor ataque é pertença do Braga com 57 golos, contra 51 do Sporting, já a melhor defesa é a Leonina, com 3 golos, contra 6 das minhotas. O Quintajense detém os recordes pela negativa. Apenas 3 golos marcados contra
47 sofridos. Nas melhores marcadoras, foi pena a Diana Silva ter perdido o comando na última ronda da primeira volta. Espero que dê a volta já na próxima jornada, no dia 7 de Janeiro, frente ao Clube Albergaria, pois está apenas a um golo da Vanessa Marques.

A segunda volta vai proporcionar-nos 7 jogos em casa. Quantos serão em directo na nossa TV?…

Um santo Natal para todos. E, particularmente, para as mães e pais tasqueiros mais novos, sem esquecer os avós tasqueiros e os pais dos mais jovens referidos. Que possam usufruir do encanto do “quadro pintado” pelo prezado Escondidinho na sua última crónica. Muitas saudades tenho dos que também vivi… [nota da Tasca: estes votos de Natal chegam com ligeiro atraso por culpa da overdose de açúcar sofrida por quem gere esta cena]

* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino