Iniciada há precisamente 10 anos, a Taça da Liga entrou de rompante no futebol português e foi anunciada como competição que iria elevar ainda mais os padrões competitivos no nosso país, levando melhores jogos e jogadores a todos os cantos de Portugal.
Hoje, a Taça da Liga não é mais que um projecto que sobrevive pela teimosia de uma Liga que se recusa (legitimamente) a deixar cair a sua segunda competição e que continua a manter o sonho de que um dia, quem sabe, os clubes e adeptos a olhem com o respeito e ambição da Taça de Portugal. O mais provável é que tal não venha a acontecer. É que mesmo em França e Inglaterra, onde esta competição está mais enraizada, nunca se chegou aos níveis competitivos da Taça nacional, nem nunca se atribuiu a mesma importância aos dois troféus.
Por cá, o Benfica tem dominado, vencendo o troféu praticamente todas as temporadas, o que também não ajudou a que a que outros adeptos a passassem a ver como prioritária. O claro domínio encarnado retirou a ilusão de que “qualquer um pode vencer” ou de que ali estaria uma oportunidade real para projectar um clube de baixo da tabela, algo que poderia acontecer se até ao momento existissem 10 vencedores diferentes.
No caso particular do Sporting, como em quase tudo no Sporting do século XXI, a Taça da Liga foi um acumular de azares e derrotas que nos desmotivaram completamente até chegarmos ao ponto de ter uns míseros 9 mil adeptos presentes no estádio nos jogos da fase de grupos. Tivemos uma primeira final perdida estupidamente, a situação Pedro Silva, o dolo sem intenção e o penalty Douglas-Coates-Edinho que parecia ter sido a gota de água no que toca a dedicação a esta causa.
Este ano foi a primeira vez em muito tempo que a Taça da Liga passou para o primeiro plano mediático e emocional. Era o primeiro de 4 confrontos entre Sporting e FC Porto, era o primeiro assalto de uma luta que se espera até final, provavelmente envolvida em polémica e barulho, ao bom jeito do futebol português. E os nossos jogadores só se focaram nisso, alheios aquilo que é a nossa realidade enquanto adeptos, ignorantes face a um passado distante e focados em vencer todas as provas em que estão inseridos.
E foi nisso que pensei ontem assim que terminou o jogo. Como, sem serem brilhantes, se dedicaram a uma competição que só agora começou a ter interesse. Como estavam mais quentes e focados que os milhões de sportinguistas espalhados pelo mundo e como, dessa forma, nos contagiaram e fizeram acreditar que a coisa que mais queríamos este ano era vencer a Taça da Liga. Pelo menos durante 90 minutos.
Mathieu, vencedor de inúmeros títulos por um dos maiores clubes do mundo, esfregava a cabeça e circulava tonto perante a possibilidade de passar em frente. Fábio Coentrão, campeão da Europa em título, animava os colegas e repetia muito alto, muitas asneiras, no seu brilhante sotaque nortenho. Bas Dost celebrava como se a sua vida dependesse disso e até William, o Sir sem emoções, saltou, sorriu e soltou um enorme grito de raiva depois de Bryan o safar de ser capa de jornal esta manhã. Por Lisboa, a família de Marcos Acuña publicava imagens dos seus filhos numa festa desenfreada, provavelmente igual à de muitas casas por este país. E Montero agradecia que este tivesse sido o seu “regresso perfeito” ao Sporting.
Não existem dúvidas, o seu enorme entusiasmo, o seu nível de compromisso, a forma como se entregaram numa partida difícil perante um rival muito competente, fizeram-nos acreditar que este é apenas um dos capítulos felizes de uma história muito maior. E a que a mesma começou a desenhar-se ontem.
É a primeira vez que me lembro de ter estado genuinamente nervosa para um jogo desta competição. Foi a primeira vez que gritei por uma vitória na Taça da Liga. Foi a primeira vez que a vivi verdadeiramente como se devem viver todos os jogos do Sporting. E os responsáveis foram os protagonistas de qualquer partida: o fantástico grupo de homens que compõem o plantel do Sporting Clube de Portugal. Metade deste compromisso no Sábado e o caneco jamais nos vai escapar!
*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa
25 Janeiro, 2018 at 17:42
“É a primeira vez que me lembro de ter estado genuinamente nervosa para um jogo desta competição. Foi a primeira vez que gritei por uma vitória na Taça da Liga.”
Exactamente como eu me senti!
SL
25 Janeiro, 2018 at 21:36
E eu ao ponto de não conseguir assistir aos penaltis,preferindo o “relato” aqui na tasca!
Viva o Maior! Sl
25 Janeiro, 2018 at 23:39
Diz que o Conceição tb acompanhou pela Tasca…
25 Janeiro, 2018 at 17:59
Sofrer a sério na taça da carica, talvez contra o carnide na segunda final. Ontem o sofrimento foi por estarmos a jogar contra 19! algo inédito. Nunca tínhamos vencido contra 11 adversários+6 árbitros de campo+2 VAR/AVAR! O que deu um gosto especial.
A seguir ao clube que compra títulos, somos a equipa com mais finais desta competição, à terceira tem que ser de vez. Temos que vingar a primeira derrota na competição, o afastamento o ano passado e os jogos menos conseguidos esta época contra os sadinos.
25 Janeiro, 2018 at 18:04
Bom texto, Maria Ribeiro.
Terá faltado, embora já tivesse sido referido hoje, o aplauso aos nossos adeptos que em muitos momentos abafaram os do fcp. Mas isto é muito bom:
“Mathieu, vencedor de inúmeros títulos por um dos maiores clubes do mundo, esfregava a cabeça e circulava tonto perante a possibilidade de passar em frente. Fábio Coentrão, campeão da Europa em título, animava os colegas e repetia muito alto, muitas asneiras, no seu brilhante sotaque nortenho. Bas Dost celebrava como se a sua vida dependesse disso e até William, o Sir sem emoções, saltou, sorriu e soltou um enorme grito de raiva depois de Bryan o safar de ser capa de jornal esta manhã. Por Lisboa, a família de Marcos Acuña publicava imagens dos seus filhos numa festa desenfreada, provavelmente igual à de muitas casas por este país. E Montero agradecia que este tivesse sido o seu “regresso perfeito” ao Sporting.”
Porque estava confiante numa vitória, embora menos sofrida, só penei a sério nos minutos finais, desejando os penaltis. Terminados os 90+4, acreditei sempre na vitória, embora tivesse, pela primeira vez na vida nestas decisões, fechado os olhos no penalti do Bryan.
SL
25 Janeiro, 2018 at 18:14
Eu estive atipicamente calmo durante o dia e durante o desenrolar do jogo. Sinto precisamente o que falas, há um compromisso muito grande do grupo para atingir os objectivos definidos.
Sente-se confiança no trabalho.
Espero que no sábado alguém vire o Edinho assim que entre em campo. E que tragam a taça da carica, obviamente.
25 Janeiro, 2018 at 18:22
O Danilo fez uma rotura muscular (1 mês parado), mas o JJ é que pouca roda os jogadores! Ah, Gelson em duas semanas está operacional, mas o ideal seria parar umas 3 ou até mesmo 4 para estourar tudo na segunda volta.
25 Janeiro, 2018 at 21:50
Eles têm um plantel curto e mesmo assim têm rodado mais que nós. O Danilo é que joga sempre porque não tem substituto no plantel e porque a equipa é uma com ele e outra sem ele – um pouco como o Brahimi!
Não querer ver isto para “desculpar” o JJ é que é fixe! 😉
25 Janeiro, 2018 at 23:41
Não desejo mal a ninguém, mas uma rotura(zinha) no Brahimi não era nada mau.
Epá, voltava no verão, peladinhas na praia, etc.
25 Janeiro, 2018 at 18:24
Qual taça da liga qual caralho, eu gostei mesmo foi da vitória sobre o porco. Melhor teria sido se fosse nos 90m. Não foi, mas foram na mesma de vela e hoje houve beiça de porco ao almoço.
25 Janeiro, 2018 at 18:24
Que granda petisco! Acho que já nem janto hoje. Todo arrepiado
25 Janeiro, 2018 at 18:34
A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD informa que chegou a acordo com o Genoa CFC para a transferência por empréstimo, durante época e meia, do jogador Iuri Medeiros, no valor de 1 milhão de euros. O Genoa fica com uma opção de compra de 10 milhões de euros que se tornará obrigatória mediante o cumprimento de objectivos. A Sporting SAD garante 20% de uma mais valia futura e fica com direito de preferência sobre o jogador.
A Sporting SAD deseja a Iuri Medeiros as maiores felicidades pessoais e profissionais
25 Janeiro, 2018 at 19:49
Tenho pena, gostava de o ter visto a brilhar com a verde e branca. Agora só me resta desejar que tenha sucesso, pois teremos sempre a percentagem do passe e os direitos de formação como fonte de rendimento extra.
Força Iuri!
25 Janeiro, 2018 at 21:51
+1
25 Janeiro, 2018 at 23:43
Se Iuri tivesse jogado, rendido, etc… pelo potencial que lhe reconheço, diria que é um mau negócio financeiro.
Mas não jogando, só posso fazer essa avaliação mais tarde.
Desejo-lhe muita sorte e que seja reconhecido, pois leva com ele o selo da formação.
25 Janeiro, 2018 at 18:39
Vai começar no ténis de mesa: http://www.laola1.tv/en-int/livestream/sporting-clube-de-portugal-stella-sport-la-romagne-len
25 Janeiro, 2018 at 18:46
Tiago Monteiro, Chen 1-0 (11-7 )
25 Janeiro, 2018 at 18:46
*João
25 Janeiro, 2018 at 18:55
11-8 (2-0)
25 Janeiro, 2018 at 18:59
De lembrar que o Aruba perdeu 3-1 ou assim no primeiro jogo.
Está 1-0.
25 Janeiro, 2018 at 19:03
2-1 (8-11)
25 Janeiro, 2018 at 19:11
Muito Bom Maria….muito bom!
apenas um mini reparo…
Ninguém fala na classe do Bryan a marcar o mais difícil dos penáltis. Preferem falar da grande defesa do Casilhas ao remate do Sir…ok, são opções.
25 Janeiro, 2018 at 19:22
Classe do Bryan? Se o cacilhas se tem deixado cair para aquele lado agarrava aquela bola com uma mão. Teve apenas a sorte que o William não teve.
25 Janeiro, 2018 at 21:25
Agora os “se” já contam?
26 Janeiro, 2018 at 9:34
Compara com o do matthieu. Mesmo que o cacilhas adivinhasse o lado nem com asas lá ia. Isso é que é classe. Não que isso importe, afinal de contas tá lá dentro “up tour ass, tripeiro”
25 Janeiro, 2018 at 19:43
“grande defesa”?
25 Janeiro, 2018 at 23:45
Tadeu, fora de brincadeira. Acho que tb dá para falar a sério contigo.
O William a bater penaltis é tipo isto:
https://www.youtube.com/watch?v=DYIPNI5KQ1g
25 Janeiro, 2018 at 19:14
3-1 (11-8)
25 Janeiro, 2018 at 19:14
João Monteiro 11-8 😉 PUMBA
25 Janeiro, 2018 at 19:15
Esta é a final Four de todas as “vinganças”:
– dos cabrões dos árbitros (com o paneleiro do lucilio à cabeça) que ontem fizeram quase tudo para nos mandar borda fora
– dos fruteiros pelo “dolo sem intenção”
– do salvador por nós dar a possibilidade de fazer duas festas na casa (e logo nas trombas) dele
– do setúbal pelos motivos infelizmente conhecidos
Falta esfolar o rabo do gato. Mais difícil sem o Gelson mas esta final Four está a sorrir ao futebol forte & feio, e o nosso está assim.
25 Janeiro, 2018 at 19:31
primeiro match point da temporada…
não correr muito mas o suficiente para levantar a taça.
25 Janeiro, 2018 at 19:37
Diogo Carvalho-Ollivier Brice, 11-4 (1-0)
25 Janeiro, 2018 at 19:44
Thanks, podes continuar a informar?
25 Janeiro, 2018 at 19:52
Mérito à organização pelo facto de até no chão terem metido o símbolo do grande Sporting. Belo pormenor 🙂
25 Janeiro, 2018 at 19:53
2-1 (6-11)
25 Janeiro, 2018 at 19:59
É imensamente verdade Maria, os jogadores querem vencer mais esta competição do que os adeptos, o que acabou por nos deliciar e por nos fazer torcer por eles e pelo sucesso do Sporting. Agora é ir até ao fim, já este Sábado. Agora todos queremos este troféu, que tanto serviu para nos gozaram na cara com a falta de respeito que sempre mostraram.
É assim que eu quero a equipa, comprometida com os objectivos do clube e os desejos dos adeptos.
Força Sporting!
25 Janeiro, 2018 at 20:03
3-1 (11-9)
25 Janeiro, 2018 at 20:14
Aruna Quadri- Chen, 14-12 (1-0)
25 Janeiro, 2018 at 20:20
Está a ser um jogo animado no ténis de mesa. É a duas mãos, né?
25 Janeiro, 2018 at 20:22
Não faço ideia, mas presumo que sim.
25 Janeiro, 2018 at 20:23
Sim, fui confirmar. Segunda mão a 9/02.
Nota: 475 espectadores.
25 Janeiro, 2018 at 20:30
Mais do que nos jogos do Sporting B na academia!
25 Janeiro, 2018 at 20:21
2-0 (11-9)
25 Janeiro, 2018 at 20:29
3-0 (11-7) Que ponto soberbo o último
25 Janeiro, 2018 at 20:29
E a festa 🙂
25 Janeiro, 2018 at 20:30
Foi “a la Bruno de Carvalho” 🙂
25 Janeiro, 2018 at 20:29
Acabou 3-1, creio
25 Janeiro, 2018 at 20:33
Passamos que? As meias finais?
25 Janeiro, 2018 at 20:47
Falta a segunda mão, mas sim, estes são os quartos e quem passar vai às meias.
25 Janeiro, 2018 at 21:55
Got it 😉
25 Janeiro, 2018 at 20:39
Vou ser sincero, acho que foi o clássico que menos sofri e vi calmamente sem dizer uma única asneira. Isso diz muito do que esta competição significa para mim…
Valeu o resultado pela força psicologica que pode dar á equipa, mas que será maios se ganharmos no sabado.
Mas mantenho que,face ao que aconteceu em edições anteriores, esta prova devia ser jogada apenas pelos menos utilizados e da equipa B, dando descanso aos titulares.
25 Janeiro, 2018 at 20:55
O trabalho rende bem mais depois de ganhar ao Porto.
Sinto-me como quando no pico de uma tarde de verão dou o 1o golo na cerveja e digo aaaaaaaaaa
Tão bom.
25 Janeiro, 2018 at 21:45
Eu volto a dizer o que defendo aqui desde sempre!
O Sporting tem de jogar todos os jogos com o objectivo de ganhar – apresentando para isso um 11 que possibilite ganhar esse jogo, por mais fácil ou difícil que possa parecer. Isso leva-nos ao que é este clube: lutar por vencer todas as competições em que entramos. Não podemos prescindir de lutar por títulos!
Sendo certo que uma é quase impossível – só um milagre nos levará a ganhar uma CL nos moldes como as coisas estão actualmente – isso não acontece com as outras! Nenhuma dessas será fácil vencer mas estão todas ao nosso alcance.
Este ano temos um bom plantel.
Não é perfeito – falta mais talento e velocidade nas alas e um médio melhor (Misic, Wendel?) para ir rodando com os que já temos (William, Battaglia, Palhinha, bruno Fernandes) – mas é uma excelente base para fazer uma grande equipa no futuro.
Este plantel tem, dá, todas as condições para lutar pelos 3 títulos cá no burgo e até para sonhar com alguma coisa na Europa.
Basta um treinador inteligente que motive os jogadores, que ponha a equipa a jogar à bola e faça uma boa gestão dos jogadores jogo-a-jogo!
Infelizmente, penso eu, acho que o campeonato já só estará ao nosso alcance se os outros 2 rivais escorregarem algures como nós fizemos em Setúbal, em Moreira de Cónegos e com o Braga em casa. Se isso não acontecer, não acho que se consiga chegar lá. Mas no resto, temos todas as possibilidade de lutar pela vitória. E sonhar na Europa não faz mal a ninguém…
25 Janeiro, 2018 at 22:02
Partilho do diagnóstico e estado de espírito.
Estou apreensivo com o campeonato e as decisões de JJ não me inspiram grande confiança.
Ainda assim, acredito. Lutem todos os segundos que faltam pra terminar o campeonato com a garra de ontem e teremos boas hipóteses. O último terço do campeonato não é pra floreados.