O diretor do departamento jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, foi detido esta terça-feira de manhã pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção ativa, segundo avançaram o Correio da Manhã e a revista Sábado. De acordo com a revista foi ainda detido um técnico de informática do Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça por suspeitas de corrupção passiva. Em causa estará uma rede montada pelo Benfica junto do sistema judicial para recolher informações de processos que corriam, sobretudo, no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

Na sequência desta investigação — segundo confirmou o Observador — estão a decorrer buscas na SAD do clube, no Estádio da Luz, e também nos tribunais Guimarães e Fafe. É aqui que trabalha o funcionário Júlio Loureiro, já visado no caso dos emails por alegadamente ter enviado para o assessor jurídico do Benfica uma notificação do tribunal de Guimarães referente a uma audição do treinador dos encarnados, Rui Vitória. Nesta operação estarão envolvidos entre 40 a 50 inspetores da Polícia Judiciária. De acordo com o Correio da Manhã, Paulo Gonçalves terá sido detido na sua casa em Santarém, mas irá agora acompanhar, sob detenção, as buscas ao seu gabinete no Estádio da Luz.

De acordo com a Sábado, o técnico informático do IFGEJ, bem como os outros funcionários judiciais suspeitos, recolhiam informações através do Citius (sistema que contém informação sobre os processos judiciais) e passavam depois esses dados a Paulo Gonçalves. A mesma publicação avança que há também um empresário de futebol suspeito neste processo.

De acordo com o Correio da Manhã, a sociedade de advogados Vieira de Almeida chegou a dar formação aos funcionários do Benfica sobre a forma como se deveriam comportar caso a PJ fizesse buscas à SAD. Quando as buscas aconteceram, a PJ encontrou processos que se encontram em segredo de justiça que envolvem não só processos do Benfica, mas também de outros que envolvem o Sporting e o FC Porto.