O Sporting levou a Taça muito a sério, fez pouca poupanças e passou o Rio Ave a ferro. Como diria Keizer no final, “marcámos cinco golos, mas há sempre um mas”, mas a verdade é que se torna cada vez mais complicado resistir ao apelo deste futebol de ataque. Quando é que jogamos outra vez?
Convido-vos a começar esta crónica recuperando o nosso quatro golo. A bola está junto à nossa bandeirola de canto e irá terminar na cabeçada mortífera de Bas Dost. Até lá, passará por 8 dos 11 jogadores, num total de 17 passes até Jovane encontrar o sorriso do holandês. O melhor, mesmo, é clicarem aqui e verem com os vossos próprios olhos.
Isto é o futebol que o Sporting está a jogar e que Miguel Luís diz funcionar por ser algo simples, de que os jogadores gostam. E se os jogadores gostam, os adeptos gostam tanto ou mais, mesmo que ontem apenas 13 mil tenham estado em Alvalade para assistir aos oitavos de final da Taça de Portugal, numa relação estranha com tão importante prova que já vem de longe (é lembrar a miserável assistência quando defrontámos o Nacional, nas meias finais).
A propósito de Miguel Luís, o médio juntou-se a Acuña e a Jovane como as mexidas no onze. Bruno César tinha mostrado estar com ritmo de peladinha, Jefferson é Jefferson e Nani estava lesionado, por isso Keizer só mexeu no que tinha mesmo que mexer, até porque o adversário era de primeira. Assim sendo, levou tratamento a condizer: quatro minutos de jogo, Jovane trabalha com Acuña e o argentino cruza com conta peso e medida para a emenda de Diaby, homem que, por este andar, vai marcar mais golos no Sporting do que marcou ao longo de toda a carreira.
O Rio Ave não acusou a primeira dentada e veio para a frente. Teve bola, é verdade, mas raramente conseguiu fazer mais com ela do que trocá-la de pé para pé, fazendo de Renan uma espécie de espectador (para descanso dele e descanso nosso). A colocação de Miguel Luís dava a consistência defensiva ao meio-campo que havia faltado, por exemplo, na primeira parte contra o Nacional, embora Gudelj tivesse demasiados bloqueios cerebrais, quase como se tivesse vontade de apimentar um jogo que começou a ficar decidido pouco depois da meia hora.
Na sequência de um canto, Coates atira a bola ao ferro, mas Bas Dost estava à espreita e atirou para um dos golos mais fáceis da sua carreira. 2-0, oito minutos de intervalo e… toma lá o terceiro. Bomba de Bruno Fernandes, num remate cruzado que deu um golaço para ser revisto várias vezes. E, sim, Bruno Fernandes é o exemplo perfeito do muito que mudou com a chegada de Keizer.
Depois, Gelson Dala (jogou para o Keizer poder vê-lo ou porque somos simpáticos?) desperdiçou uma grande ocasião na cara de Renan e um tal de Matheus Reis reduziu através de um golo que mereceria pontuação máxima se isto fosse um torneio de bilhar às três tabelas.
No recomeço, José Gomes lançou Carlos Vinícius, o tal que é mais abrangente do que Bas Dost, mas bastaram 15 minutos para o 28 leonino voltar a facturar, naquele golo de que vos falei logo ao início e que podem ir rever que vale a pena. 4-1 e mais uma noite de hóquei em campo neste processo de Keizer Theraphy.
A verdade é que ainda faltava meia hora para o duche e meia hora é muito tempo quando a paixão está em alta. Schmidt quis entrar na festa de livre e acertou na barra, o tal do Vinícius chegou a pensar que ia passar pelo Mathieu, mas, depois, Bruno Fernandes inventou um passe a roçar a perfeição e Diaby não enjeitou a oferta. Mão cheia!
O jogo continuaria aberto, o Rio Ave ganharia uma grande penalidade após mão de Coates dentro da área (forçado, mas aceita-se) e colocaria o marcador no 5-2 final, o mesmo que se verificou no domingo à noite, nesta sequência incrível de goleadas que nos deixa com um sorriso de orelha a orelha.
Há duas semanas, José Mota disse que o Sporting vivia uma segunda lua-e-mel, mas parece-me cedo para falar em casamento. O que há, decididamente, e como cantava Variações, é uma aventura dos sentidos, como quando a atracção fala mais forte que tudo o resto e não vemos a hora de voltar a estar com aquel@ que nos apaixona.
Vem que amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
20 Dezembro, 2018 at 13:15
Mais um festival à la Keizer!
Que vertigem ofensiva!
Que eficácia!
Que alegria!
Reparem na evolução do Jovane…
É verdade que continuam a dar muito espaço atras, mas isso so será possivel corrigir em janeiro!
Acredito na chegada de um lateral e de um 6. O ideal era vir um central (lado direito) tipo Mathieu mas com menos 10 anos!! Sugestões?
20 Dezembro, 2018 at 15:14
Cherba, libera ai o meu comentário, partilhei apenas uns links do Youtube, de bons sonoros ainda por cima 🙂 hehe
20 Dezembro, 2018 at 15:47
Impossível não começar a criar algumas expectativas com este futebol. O futebol praticado transmite me a sensação exactamente igual à que estou a ter do futebol do Man City do ano passado (aconselho a ver o documentário “all or nothing: manchester city”). Nao estou a fazer a comparação estupida entre SCP vs City (embora aquela eliminatória ninguém nos tira e eles foram campeões inleses nesse mesmo ano… aquele calcanhar do Xandão… os jogaços de matias fernandez e ricky van wolfswinzel, um tal de marat izmailov e um puta de uma defesa do Rui no último minuto que me deixou no chão durante 5 minutos com medo de um chilique…) onde é que ia? City do segundo ano de Pep Guardiola e a aura que transmitem a jogar à bola sinto, neste momento, o mesmo com os nossos. É uma sensação de que os nossos conseguem criar perigo ao longo dos 90 minutos e não desistem! Houve aqui uma grande mudança de chip mental neste balneário que a qualidade individual sai por natureza. E isso faz parecer o futebol tão mais fácil. A parte mental faz toda a diferença e o mesmo se passou com o balneário do city no ano passado com aquelas 18 vitórias seguidas para a liga com uma equipa super confiante a jogar, um futebol de ataque lindo, um tiki taka do crl.
Se a equipa continuar unida e confiante temos tudo para fazer uma grande época. É preciso é saber o que ela vale em jogos mais sérios. Como este em guimarães. Alguém vai deslizar porto? Boifica? O braguilha? não podemos ser nós. A equipa vai ter de se superar. Jogar com garra e confiança.
(Aquele 4-1… lindo… foda se.)
20 Dezembro, 2018 at 15:53
Isto!!
Óbvio que Guimarães não será fácil…..
Mas mesmo correndo o risco de correr mal….alguém acredita que não marcamos golos (sim…plural….minimo 2!) em Guimarães??
E marcando 2 golos…. a vitória fica mais próxima…mesmo que entre o golo da praxe….
Ou seja…. hoje sente-se que a nossa equipa vai marcar golos!!!
E os adversários também começam a sentir isso….
20 Dezembro, 2018 at 17:13
Se jogar o Miguel Silva marcamos 8 😛
20 Dezembro, 2018 at 17:27
Tá “calado” que independentemente dos falhanços do B. Ruiz….não me esqueço que esse cabrão (Miguel Silva) fez a exibição da vida dele com o Sporting….na famosa época 15/16
20 Dezembro, 2018 at 18:13
É verdade, foi antes do jogo com o Carnide e o 0-0 deveu-se a ele. Mas, sejamos honestos, foi a exibição da vida dele; nunca mais fez outra igual e dificilmente fará. Se tivesse olheiros de clubes internacionais de relevo podia ter catapultado a sua carreira ali.
SL
20 Dezembro, 2018 at 17:52
Tem dado gosto ver o futebol ofensivo do Sporting e as pazadas de golos marcados, há que melhorar defensivamente para que o adversário não tenha tantas chances de golo contra nós, mas é fruto do futebol à holandesa que tem tido sucesso e que catapulta cada vez mais o sonho de títulos.
20 Dezembro, 2018 at 20:57
cherba a questao do Dala oder jogar é simples: a regra dos emprestados nao podem jogar contra o clube de origem tenho a ideia que é apenas valida no campeonato
ps: guimaraes jogou cerca de 1 hora com 10: o azar é que quem foi expulso nao podia jogar no proximo domingo
21 Dezembro, 2018 at 18:12
Só vi o jogo em diferido. Quanto ao treinador, mais uma vez, NOMEN OMEN. Estamos a atacar cada vez melhor e os golos sofridos foram galo e obra da apaf mas é efectivamente urgente estancar este fluxo contínuo de abébias da defesa. Os golos roubados e os amarelos à la carte têm de ser gritados aos quatro ventos; de outro modo serão repetidos até nos EXCLUÍREM (cfr 16/17, derby na Lixeira).
Uma linha para dizer que vi os andrades a roubarem o Moreirense com um penalty e uma expulsão poupados no primeiro quarto de hora de jogo.
Toda a gente tem as suas teorias sobre o que fazer no mercado de Inverno: para mim, a devolução do brasileiro da baliza é incontornável. Foi ele o pior elemento do Sporting, e não é a primeira vez. Por mim, Beto acompanharia Demiral no regresso da Turquia. (E também tentaria trocar Ristovski por Cédric. Do outro lado, Agbenyenu ficaria.)