«O VIEIRISMO exultou com o 30-0 dado ao Ministério Público pela equipa de advogados contratada a peso de ouro por Luis Filipe Vieira. Com razão. Foi um alivio.

A SAD respira muito melhor e poupam-se explicações embaraçosas aos parceiros institucionais. Os indefectíveis do querido líder podem continuar a vibrar de orgulho quando ouvem LFV dizer que o Benfica é a locomotiva da transparência e que as «práticas» do clube são elogiadas até no estrangeiro.

Os vieiristas não querem saber da situação de Paulo Gonçalves, que a Justiça formalmente acusou de corrupção. Como disse o líder na televisão, «Benfica é Benfica, Paulo Gonçalves é Paulo Gonçalves» (Gonçalves, o homem que mais sabe sobre o funcionamento do Benfica na última década). Pouco importa que os crimes de que Gonçalves é acusado tenham sido [alegadamente] cometidos quando ele era funcionário superior do Benfica e braço direito de Vieira. Isso agora não interessa para nada.

OK. Ele terá corrompido um funcionário judicial, mas só ele saberá explicar porquê, com que intuito. O Benfica é que não tem nada a ver com isso. Em última análise, Paulo Gonçalves terá corrompido uma toupeira por desporto, para desenjoar… quiçá em proveito próprio (Sport Lisboa e Gonçalves?).

Reparei, passando os olhos pelas reacções, que o benfiquismo mais lúcido e avisado não fez festa nem lançou foguetes. Compreensivelmente. Não é dificil perceber que quando e-Gonçalves se sentar no banco dos reús é o vieirismo que começa a ser julgado».

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texto de André Pipa in A Bola