E, para mim, não voltaram a “rugir” da mesma forma. Aliás, desde esse 1 de Maio de 1994, dia em que Ayrton Senna fez a sua última volta com vida, a F1 passou a ser uma mera leitura complementar a memórias que ficarão, para sempre, à velocidade do Lotus Renault preto, de onde sobressaía o capacete amarelo.
Conforme escreve André Abrantes Amaral, no Observador, «Ayrton Senna da Silva não foi apenas o melhor piloto de F1 de todos os tempos. Não foi apenas alguém que inspirou milhões de pessoas a serem maiores do que o destino lhes traçou. Foi, acima de tudo – e é isso que pretendo realçar aqui —, alguém que deslumbrou um miúdo. A vida e a carreira de Senna é demasiado abrangente para caber num texto. Assim, o que vos apresento hoje, 25 anos após a sua morte, é uma compilação de datas. As que mais me marcaram. A mim e aos que não perdiam uma corrida do piloto brasileiro.
3 de Junho de 1984 – Grande Prémio do Mónaco
Chuva. Niki Lauda e Nigel Mansell estavam de fora da corrida por despiste. Um Prost cuidadoso cuidava que a corrida terminasse o quanto antes. Até àquele dia, e perante a chuva, os pilotos corriam na expectativa que a prova terminasse sem que nada de especial acontecesse. O truque era aguentar, algo perfeitamente possível para os que não arriscassem. Exímio nessa arte, Alain Prost tinha tudo para vencer. Até que… até que um carro fraco conduzido por um desconhecido chamou a atenção de todos. Partira do nono lugar, mas depois da saída de Keke Rosberg, do despiste de Mansell e do afastamento de Lauda já seguia em segundo. O seu carro era um Toleman, o piloto chamava-se Senna. Eu, como muitos outros, não o conhecia. Foi engraçado vê-lo chegar ao segundo lugar, mas atacar Prost era impensável. Seria demais. Chovia a potes, Prost era o Prost e o Mónaco não era para brincadeiras. Mas Senna, que gostava de impossíveis, não levou muito tempo para nos mostrar que atacar Prost não só não era impossível, como era indispensável.
Ainda hoje quem se lembra fica estupefacto com a segurança de Ayrton Senna a guiar o seu Toleman, quando comparado com a fragilidade e insegurança das figuras maiores desse tempo que corriam em carros muitíssimo superiores. A vitória não lhe chegou porque Jacky Ickx, o director da prova, decidiu pôr termo à corrida evitando a humilhação do piloto francês. Foi um Senna com cara de poucos amigos que cumprimentou o princípe Rainier e que conquistou os seus primeiros admiradores. Ali estava alguém por quem valia a pena torcer.
21 de Abril de 1985 – Grande Prémio de Portugal. Estoril
Chuva torrencial. Outra vez a potes. E a primeira das muitas vitórias de Ayrton Senna. Foi neste dia que me tornei um admirador incondicional de Senna. No dia em que sentado no chão da sala lá de casa passei a tarde defronte do televisor, espantado, em êxtase, perante a maravilha daquela condução, um baile debaixo de chuva com os pneus a fazerem aquele efeito de chuveiro. Eram os carros a derrapar, os pilotos a desistir ou a travarem nas curvas e Senna, como se nada fosse com ele, como se não estivesse ali mas numa outra pista, provavelmente seca, a conduzir e a seguir na frente com um carro que não lhe fugia das mãos. Terminou em primeiro lugar pela primeira vez (com mais de um minuto sobre o segundo classificado, Michele Alboreto) e deixando muito para trás outros grandes pilotos da altura como Patrick Tambay e Elio de Angelis. Niki Lauda e Alain Prost ficaram de fora. Este foi o dia em que um Lótus ganhou aos poderosos McLaren e à lendária Ferrari.
Como foi também a partir desse dia que ver Fórmula 1 deixou de ser para mim uma agradável forma de passar a tarde, um entretenimento de Domingo, e se transformou numa luta, numa ansiedade pela vitória. A partir deste dia deixei de assistir às corridas, limitando-me a ver Senna. A transformação foi tal que saía de frente do televisor quando o brasileiro saía da pista. Como deixei de ver F1 quando este morreu em Imola, nove anos mais tarde. Isso foi possível porque fiquei aprisionado não só pela condução que me conquistou (era novo e pouco percebia disso), mas também pela alegria com que o Senna festejou a vitória na volta da consagração: aos saltos dentro do carro, punhos cerrados, todo contente, Ele não se cansa de comemorar ouve-se o locutor no vídeo, esquecendo-se uma vez mais que chovia, que tudo estava molhado, que o dia se encontrava escuro, daqueles de ficar em casa a ver o tempo passar, mas que não se colavam a ele, não àquele fenómeno, não àquele piloto para quem pilotar em chuva era mais fácil que para os demais seria conduzir em tempo seco. Posso dizer que Senna estragou o gosto prazenteiro e não comprometido com que eu via F1, mas a paixão que me incutiu no que fazia, na garra com que se pode viver, valeu o que deixei para trás.
22 de Junho de 1986 – Grande Prémio de Detroit, EUA
Para compreendermos esta corrida temos de saber o que se passou no dia anterior. A 21 de Junho deste ano o Brasil foi eliminado do campeonato do mundo de futebol pela França. Penalties. O maravilhoso Brasil de Zico, Éder e Sócrates caía pela segunda vez, depois da derrota frente à Itália, em 1982. Eu, que era um adepto português do escrete, fiquei desolado. Triste. No dia seguinte, um Domingo, foi com o peso da derrota no coração que só as crianças conseguem trazer, que soube da vitória de Senna nos EUA.
A limpeza da alma, a desforra, a prenda que Senna deu a todos (ele conquistou o Brasil todo com aquela vitória) com aquele carro pintado de preto e as letras douradas a dizerem John Player Special, mais o capacete verde e amarelo e uma pequena bandeira do Brasil desfraldada na volta de consagração.
Os mecânicos do motor Renault podiam ser franceses, mas a vitória era brasileira. O Brasil ficou naquele dia a saber quem era Senna: alguém capaz de trazer um país dos escombros, de enxugar as lágrimas, afastar a tristeza e renascer com ela. Foi a primeira vez que Senna levantou a bandeira brasileira e o Brasil ficou com ele no coração para sempre. Muito para além do fim.
15 de Maio de 1988 – Mónaco
No Grande Prémio do Mónaco não houve um dia para recordar, mas 7. Seis vitórias, cinco consecutivas e uma derrota que foi uma lição que deu a Senna as ditas cinco vitórias seguintes. De 1987 a 1993, Senna venceu todas as provas à excepção da de 1988. A tal lição. Para que se compreenda bem a dimensão do feito (e não nos podemos esquecer da corrida de 1984), o Grande Prémio do Mónaco era considerada a maior prova da F1, uma das três provas do automobilismo mundial, a par com as 500 milhas de Indianápolis e as 24 Horas de Le Mans. Um circuito citadino, que faz parte do campeonato do mundo de F1 desde 1950. Nele correram Juan Manuel Fangio, Stirling Moss, Graham Hill e, naturalmente, Ayrton Senna da Silva. Ayrton dominou de tal forma este grande prémio que uma corrida no Mónaco era como uma corrida à chuva: tinha vencedor anunciado. Não havia ansiedade. Era só desfrutar. Sabendo isso, eu sentava-me na sala para ver o inevitável acontecer. Sabia bem prever o que se ia passar. E isso, o conseguirmos adivinhar o futuro, só um herói nos pode dar.
Mas não foi o que se passou em 1988. Na prova desse ano, Senna, na frente com um avanço de 54 segundos sobre Prost, bateu na curva Portier, um pouco antes da entrada do túnel. Foi na volta 67 de um total de 78. A vitória estava garantida e a McLaren pediu a Senna que reduzisse o ritmo. O brasileiro assim fez, mas quando soube que Prost se aproximara ligeiramente ignorou os avisos e pôs pé na tábua. Diz-se que queria humilhar o francês. O erro custou-lhe a vitória, mas serviu-lhe de lição. A partir deste dia, Senna tornou-se um piloto cada vez mais consistente e transformou-se numa lenda viva. Ninguém mais o bateu no Mónaco. De 1989 a 1993, venceu todas as provas monegascas. O circuito que exigia mais técnica e precisão passou a ter dono. Ainda hoje, o brasileiro detém o recorde de vitórias no Mónaco.
Mas a prova de 1988 deve ser recordada não apenas devido à derrota, mas também pela conquista da pole position, quando Senna produziu a melhor volta de qualificação de sempre da F1 e com 1,4 segundos menos que o segundo, Alain Prost. O misticismo de Senna nasceu neste momento com o próprio a dizer mais tarde que, durante essa volta, se encontrou noutra dimensão, conduzindo por instinto, indo além da sua consciência, antigindo a plenitude. O ponto onde se apercebeu não ser possível ir mais além e um sentimento que nunca mais foi capaz de repetir.
11 de Abril 1993 – Donington Park
A melhor volta de todo o sempre na Fórmula 1. Senna parte do quarto lugar da grelha de partida. Bloqueado por Schumacher perde um lugar no arranque e, partir daquela altura, a magia surge. Faz-se. Foi para se assistir ao que se passou naquela volta que a F1 apareceu, foi para voltas como aquela que ligávamos os televisores e nos ficávamos a ver as corridas. Um pouco desiludido com a fraca prestação na véspera vi Senna a ultrapassar Schumacher na terceira curva, a passar Wendlinger nas Craner Curves, Hill na McLean’s e a deixar para trás Prost na penúltima curva antes da recta da meta que faz já em primeiro. Os verdadeiros génios são assim: fazem-nos duvidar para de seguida nos surpreenderem e ficarem maiores do que já eram.
A corrida já estava terminada e ainda mal tinha começado. Senna venceu com uma volta sobre o terceiro qualificado, Alain Prost, e mais de 1 minuto e 20 segundos sobre o segundo, Damon Hill.
6 de Novembro 1994 – Grande Prémio do Japão, Suzuka
Antes do início da prova um helicóptero pintado com as cores do capacete de Ayrton Senna surgiu do nada e deu uma volta lenta ao circuito, parando e curvando-se em cada curva, numa homenagem silenciosa e sentida ao grande piloto brasileiro que os Japoneses idolatravam. Pela primeira vez, Senna não ia correr no Japão e o Japão sentiu isso em peso. A tristeza pela ausênsia do brasileiro era profunda e correspondia a um respeito que apenas alguém tão perfeccionista como Senna poderia incutir nos Japoneses. A Honda, que forneceu os motores à McLaren e os três campeonatos a Senna, nunca o esqueceu. A marca japonesa chegou mesmo em 2014, nos vinte anos da sua morte, e com recurso aos dados da telemetria do carro de Ayrton, a recriar a volta com que o brasileiro conquistou a pole position no Grande Prémio do Japão de 1989. Um feixe de luz indicava em que ponto da pista Senna estaria se estivesse a correr, numa tentativa nostálgica de recuperar um sentimento que nunca mais se repetiu.
Dir-me-ão que falta uma data: 1 de Maio de 1994. Não digo que não, mas é para ficar mesmo assim. Por ironia do destino não vi o Grande Prémio de San Marino. Não vi o acidente em directo, mas informaram-me logo do que tinha acontecido. Senna tinha morrido a fazer o que sabia melhor que ninguém. Pouco me interessou se fora erro dele ou falha mecânica. O que estava feito, feito estava. Nada havia a fazer, sequer a discutir. Acima de tudo, o que iria reter de Senna não seriam as guerras jurídicas sobre as causas do acidente e o modo como morrera. As datas referidas em cima são as que ficam, as que se recordam, as que valem a pena não esquecer. Há outras, muitas outras e cada um terá as suas. Não o questiono.
Independentemente dessas diferenças só quem vivenciou as corridas que Senna fez, venceu, completou em segundo, terceiro ou saiu (não ficar em primeiro para ele era perder, exigência que incutiu nos seus apoiantes) compreende este texto, já que fora do contexto as palavras aqui escritas não têm qualquer sentido. Não o terão para os mais novos, que se me ouvem falar de Senna, o fazem com desinteresse e um certo enfado. Também não vou cometer esse erro: nunca falarei de Senna sem ser a pedido; tal como nunca escreveria este texto se não fosse para ser lido por quem torceu pelo brasileiro. Por quem, 25 anos depois, ainda se lembra.
1 Maio, 2019 at 16:58
Era o maior, o melhor.
A f1 nunca mais voltou a ter grande interesse.
1 Maio, 2019 at 17:01
E parabéns ao autor do texto. Está muito bom!
1 Maio, 2019 at 17:00
Lembro-me desse dia como se fosse hoje. Um puto de 14anos viciado em F1 só para ver o Senna. Foi a ultima corrida que vi. Apagou-se o fogo que me fazia ter vontade de ver aqueles carros numa Velocidade absurda. Foi-se tudo naquele acidente. Chorei baba e ranho nesse dia. Nao se esquece o primeiro idolo.
1 Maio, 2019 at 17:16
aquele fds foi o fds mais negro da historia da F1
na 6f, o barrichello tem um acidente que não sabe a sorte que teve em ter sobrevivido( existem imagens do Senna nas boxes a ver as imagens do acidente e a ficar incredulo)
na qualificaçao no sabado morreu aquele que ninguem fala e pouco é lembrado: Roland Ratzenberger, que corria numa equipa de fundo do pelotao, mas que andava ali pela carolice e pelo cumprir do sonho de fazer uma epoca na f1 ( ontem vi imagens da homenagem da Toyota com o carro em que ele iria estar nas 24h de le mans desse ano)
na corrida começou logo com o Pedro Lamy a acertar em cheio no carro do JJ Letho que tinha ficado parado na grelha e os destroços a atingir gente nas boxes e na bancada
e depois foi o acidente do Senna, complicado de assistir em direto , ainda mais depois a corrida a ser retomada.
e ainda hoje nao se consegue explicar o que aconteceu no carro( segundo os engenheiros da Williams pode ter sido algo partido, numa altura de mudança de regulamentos em que o proprio Senna estava a ter muitas dificuldades com o carro)
1 Maio, 2019 at 17:20
Eish GRANDA post.
Quem não viu veja o filme “Senna”, vale bem a pena!!
Era com um misto de frustração e orgulho com que o via no sábado anterior à corrida esperar quase sempre até ao último momento para sair para a pista e fazer a sua volta canhão para logo de seguida ouvir… Pole position Ayrton Senna!
No Estoril em 85 lembro-me perfeitamente, sábado, e eu no peão, no final da descida junto ao gancho à espera de ver o Lotus… o tempo a passar…quando a dez minutos do final dos treinos cronometrados passa o Lotus da John player (LINDO) em slow motion, pneus ainda com as marcas de giz… minutos depois o homem passa numa máquina a debitar 1200hp (turbo totalmente aberto) o som é BRUTAL a velocidade incrível, são 2/3 segundos de passagem e já foi… Minutos depois, Ayrton Senna pole position.
No domingo apanhei das maiores molhas da minha vida mas valeu a pena!!
RIP SENNA!
1 Maio, 2019 at 17:29
Aproveitando a sugestão, quem gosta de F1 também não deve perder este:
RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO
Que relata os duelos na década de 70 entre Niki Lauda e James Hunt.
1 Maio, 2019 at 17:32
ja vi
é a historia da rivalidade entre eles os 2 “narrado” pelo Lauda.
desde o inicio das carreiras em Inglaterra até ao ano do unico titulo do Hunt, com o grave acidente do lauda e o seu regresso pelo meio
1 Maio, 2019 at 17:41
Tb já vi, muito bom!
1 Maio, 2019 at 20:30
Aconselho para quem gosta deste assunto o documentário de 2017 “Ferrari: Race to Immortality”.
1 Maio, 2019 at 17:23
Marcou-me… demorou a retomar o gosto pela modalidade.
1 Maio, 2019 at 17:24
Aqueles almoços de domingo a assistir à F1…
Apesar das mudanças de regulamentos e de atingirem o patamar máximo do automobilismo pilotos com menos qualidade, mas com mais dinheiro não me fez perder a paixão pela modalidade, mas o prazer já não é o mesmo.
Senna não conduzia flutuava nas curvas.
1 Maio, 2019 at 17:26
Senna dizia sempre que ser 2 era o primeiro dos últimos… Penso muito nisso quando o assunto é SPORTING…talvez por isso me cause indignação perceber que alguns por vezes se resignam com isso.
Confesso, SENNA para mim era e será sempre o MAIOR!!
1 Maio, 2019 at 17:31
Piquet fan.
Não podia com o Prost, muito menos com o Senna.
A F1 morreu nesse dia.
Sinto falta de o ver correr.
1 Maio, 2019 at 17:41
Para mim, F1 e Senna, é sinónimo de minha mãe. Ela, que não ligava nada a outros desportos, adorava F1 e Senna. O que nós choramos as duas nesse dia… Depois da partida da minha mãe nunca mais consegui ver F1, era uma coisa nossa, das duas…
1 Maio, 2019 at 18:33
Passava o mesmo com o meu pai. Era a única modalidade que o via acompanhar com verdadeira paixão. Durante as corridas nem podíamos falar! Os relatos da Rede Globo eram um espectáculo dentro do espectáculo!
Vivi no Brasil durante a ascensão de Senna e os brasileiros nunca mais tiveram o mesmo olhar para a F1 depois da sua morte. Mesmo o meu pai deixou de acompanhar com interesse as corridas. Eu, desliguei completamente. O facto de Schumacher e a Ferrari ganharem campeonatos atrás de campeonatos com relativa facilidade retirou espectacularidade ao campeonato.
1 Maio, 2019 at 17:45
Há uma corrida que, não a tendo ganho, proporcionou um autêntico thriller, no Mónaco, a guardar a sua posição, já que estava com problemas no carro e não conseguiria alcançar quem ia à frente. Uma infinidade de voltas a não deixar o Mansell ultrapassá-lo. Discuti com um amigo no dia seguinte. Ele danado porque o Senna, não tendo hipóteses de chegar lá à frente, devia ter deixado passar o Mansell. Eu a querer que ele reconhecesse que o objetivo do Senna era conquistar pontos e que devia apreciar a qualidade da condução dele em vez de quase o estar a chamar de desonesto. Não admitiu nem uma coisa nem outra. “Os pontos não são tudo, estragou a corrida”. “Ele não é assim tão bom, o Mansell é que não soube ultrapassá-lo”. 🙂
Adorava a condução dele. Temerária. Ultrapassagens de nos fazerem suster a respiração. Recuperações fantásticas. Eram quase duas horas de pura adrenalina ver um GP em que ele participasse. Aqueles duelos com o “professor”… ui! Aquilo fazia faísca! E destroços de vez em quando!
Cheguei a ter pena do Barrichello. Teve azar de conduzir na mesma altura de Senna. Tão gozado que ele foi. Durante a carreira a meias com Senna e após a sua morte, por fazerem comparações e quererem que ele atingisse um décimo da glória e do carisma de Senna.
Não posso dizer que não há mais nenhum como ele, porque há muito não sigo a F1, mas acredito que não exista, ou já me teria chegado aos ouvidos. 🙂
Nos entretantos… já 25 anos… fénix…
1 Maio, 2019 at 18:33
Ana a competitividade nesses anos era fantástica, prost, Piquet, Senna, Mansell, Patrese, Alboreto, Berger…e Senna nunca teve a vida facilitada, bem pelo contrário, tudo o que conseguiu foi na luta, na garra, era um autêntico guerreiro mas com um espírito muito nobre!! Um senhor!
1 Maio, 2019 at 18:43
Sim, conseguiu tudo por ele próprio, e muito contra tudo e contra todos. A FIA não morria de amores por ele… Assim como muitos jornalistas. E depois diz que ele não comia e calava. Caráter e personalidade fortes. Quanto ao Schumacher, mais um odiozinho de estimação meu. Mas não merece o que lhe aconteceu, credo. Ninguém merece.
1 Maio, 2019 at 18:11
a F1 nesses tempos era insana… os carros podiam atingir os 300km hora nomeadamente na prova da SPA.
1 Maio, 2019 at 18:16
o combustível era livre… podias fazer grandes misturas propulsoras para aumentar o rendimento do carro.
1 Maio, 2019 at 18:36
Tirar pressão aos pneus para ter mais efeito de solo hehehe valia tudo!
1 Maio, 2019 at 18:47
Acho que o que estragou um bocado a F1 foi o quererem equiparar muito os carros para não haver tanta descrepância de performance. Na teoria, é justo. Mas na prática… é que os poucos carros que eram superiores aos outros davam espetáculo em todos os GPs. E os pilotos tinham outra fibra, também. Arriscavam mais. Não sei, digo eu. Posso estar totalmente enganada. 😛
1 Maio, 2019 at 18:49
*dis! discrepância!
1 Maio, 2019 at 18:38
O melhor piloto de F1 de todos os tempos… maior prova disso é que quem seguiu a sua carreira fantástica… o seu trajecto época após época… as suas vitórias épicas… 25 anos depois ainda chora a sua morte…
Recordo-me bem daquele dia fatídico… nesse dia ganhei um ódio visceral a um alemão que celebrou a vitória no final da corrida… e ele até podia ainda não saber o destino trágico do Ayrton, mas fuck, no dia anterior tinha morrido um colega…..e agora esse mesmo alemão está como está… karma is a bitch…
1 Maio, 2019 at 19:15
É triste mas é verdade…
1 Maio, 2019 at 18:51
Quando era puto no recreio da escola “brincávamos à fórmula 1” a correr como se fossemos os pilotos dentro do carro. Claro que todos queriam ser o Senna, a mim calhou o Schumacher que na altura estava a aparecer no seu Benneton Mercedes (acho) verde.
O ídolo morreu e o Schumi (de quem n era fã mas como “era eu” na escola aprendi a gostar) está no estado em que está. Aposto que a culpa disto é do Mansell. O gajo naquela altura ganhava as corridas todas!
1 Maio, 2019 at 18:55
o benneton era renault
1 Maio, 2019 at 19:01
Em 94 era Ford, o motor Renault veio no ano seguinte.
1 Maio, 2019 at 19:09
Isso!! Ford Cosworth.
1 Maio, 2019 at 19:06
Se o Senna estava vivo, o Benneton era Ford.
O primeiro campeonato de Shcumacher em 94 ainda era Ford.
Só no último ano de Schumacher em 95 mudou para a Renault.
1 Maio, 2019 at 19:05
Alguém imagina os putos a brincarem à F1 nos recreios, nos dias de hoje?
1 Maio, 2019 at 19:14
Ahahahahah à pouco estava junto a um que tem 12 anos… estava de phones nos ouvidos a jogar um Shooter (não fixei o nome…) online com os amigos…
1 Maio, 2019 at 19:23
E é isso… 🙂
1 Maio, 2019 at 22:09
Sim
Numa consola
Online.
(ou com cariocas, no chão. Sei lá)
1 Maio, 2019 at 22:13
Caricas, em que a pedra do passeio fazia de pista, ou então um circuito desenhado na terra.
1 Maio, 2019 at 22:14
Caricas é na praia. Dava para fazer um grand prix
1 Maio, 2019 at 22:14
E o resto dos brasileiros?
1 Maio, 2019 at 22:28
Caricas
Fdx
1 Maio, 2019 at 22:54
“Cariocas”
curte…:D
1 Maio, 2019 at 19:15
Percebo que se diga que é o melhor de sempre. Mas não concordo.
Jackie Stewart.
E não escrevo mais. “Vi”morrer demasiados pilotos para recordar um em particular.
1 Maio, 2019 at 19:22
Jack Stewart! Fez-me lembrar a caderneta de cromos que tive em miúdo.
Graham Hill, Jack Stewart, Jackie Brabham, Nikilauda, Villeneuve, Mario Andretti, Damon Hill…
1 Maio, 2019 at 23:56
Eu ainda tenho essa caderneta – acho que será essa – do ” A 200 A HORA”…
A primeira página tem os Lotus – esses míticos John Player Special – e os seus pilotos – Emerson Fittipaldi e Ronnie Peterson – e ainda o Jackie Stewart, que na altura estava na Tyrell.
O meu piloto favorito nessa época era o Jacky Ickx.
https://www.coisas.com/A-200-a-Hora—Caderneta-COMPLETA,name,228869894,auction_id,auction_details
https://www.custojusto.pt/lisboa/coleccoes/caderneta-a-200-a-hora-completa-1975-24337370
1 Maio, 2019 at 19:34
… compreendo perfeitamente que ‘discorde’… eu não vi correr muitos GRANDES pilotos… mas sou um enorme fã de F1, ou era, e li sobre muitos desses corredores… desde o Nino Farina, o Fangio, o Hill (pai do Damon), o Clark (cuja morte abalou e muito o Chapman ao ponto deste equacionar a retirada da lotus do mundial), o Moss (que se diz que foi o melhor piloto de sempre dos que não ganharam o título), o irish Jackie, o Emerson, o Peterson, o Gilles… o Ayrton desde que apareceu e até à data é insuperável… e depois o Ayrton tinha uma certa aura… um carisma… mas volto a dizer… foram muitos os excelentes pilotos que não vi, apenas li… daí respeitar em absoluto a tua opinião.
SL
1 Maio, 2019 at 19:55
Leão verde, naquela altura também havia uma espécie de “cartilha” na F1 e Stewart que tinha sido um enorme piloto e campeão do mundo, fazia agora o papel de cartilheiro… Mas Senna coloca-o em sentido!! Um excerto da entrevista… Senna não tinha papas na língua…muito bom!!
https://youtu.be/ySBRcXZ_Dfo
1 Maio, 2019 at 20:57
Não percebo essa da cartilha, desculpa. Percebo que prefiras o Senna mas não vale a pena insultar aquele que muitos da idade e mais velhos recordam como o maior que viram correr. E eu vi-o mesmo correr, não li. Vi com estes que a terra há-de comer. Numa altura em que os motores eram todos iguais, sublinho. O celebérrimo Ford-Cosworth de 3 litros.
E já chega de recordações dolorosas.
1 Maio, 2019 at 21:09
Leão verde eu não quis insultar ninguém, longe disso, naquela época o presidente da FIA e responsável máximo pela F1 era um francês, Jean Marie ballestre, que tinha em prost o seu afilhado e detestava Senna!! Acontece, como saberás, que os duelos entre estes dois atingiram níveis titânicos e havia muito em jogo…d Houve Al modo que acabaram por roubar um campeonato do mundo a Senna no Japão… Houve sempre a tentativa de descredibilizar Senna de várias formas, nomeadamente dizendo que ele era um piloto muito quezilento e que provocava muitos acidentes… Stewart está a fazer esse papel…! Tb eu embora ainda miudo vi correr Stewart e sagrar-se campeão do mundo. À época o seu principal rival era o meu ídolo, Emerson Fittipaldi. Sempre o apreciei enquanto piloto, tal como a outros….
1 Maio, 2019 at 21:10
*de tal modo
1 Maio, 2019 at 19:31
“E, para mim, não voltaram a “rugir” da mesma forma. Aliás, desde esse 1 de Maio de 1994, dia em que Ayrton Senna fez a sua última volta com vida, a F1 passou a ser uma mera leitura complementar a memórias que ficarão, para sempre, à velocidade do Lotus Renault preto, de onde sobressaía o capacete amarelo. ”
Tudo aqui!
1 Maio, 2019 at 19:48
Belo texto.
A foto! A foto daquele que para mim foi o carro mais bonito da Fórmula 1.
1 Maio, 2019 at 19:51
entre os sonhos de qq puto, a meio da década de oitenta, estava ter uma réplica em miniatura deste carro
1 Maio, 2019 at 20:25
Confirmo! Primeiro carro ( a uma escala maior ) que tive.
1 Maio, 2019 at 20:00
Vi morrer Villeneuve… Ainda tenho a imagem de o ver ser projectado do carro, amarrado ao banco pelo cinto de segurança… Vi morrer Ronnie Peterson, queimado dentro do carro, enquanto Fittipaldi (colega de equipa) tentava desesperadamente lá chegar… Memórias de um puto que começou muito cedo a ver as corridas de F1
1 Maio, 2019 at 20:01
Era em resposta ao Leão Verde…
1 Maio, 2019 at 20:54
Ronnie Peterson não morreu queimado, o seu carro nem sequer ardeu. Morreu porque as pernas ficaram “em papa” e na circurgia sortaram-e “bolas de gordura” que entraram na corrente sanguínea.
Deves estar a confundir como acidente em 1973 de Roger Williamson em Zandvoort. David Purley andou à porrada com dois comissários de pista porque não poqueriam deixar chegar perto do carro com um extintor. Ainda tentou mas não serviu de nada.
1 Maio, 2019 at 21:17
Esta é a memória que tenho…não sei se morreu ainda dentro do carro em consequência do acidente e das queimaduras ou já no hospital, mas estas são as minhas memórias. Eu vi a corrida em directo!
https://youtu.be/_0M2YXi5wZQ
1 Maio, 2019 at 21:24
Mas acredito que possa ter sido como dizes…eu fiquei sempre com a imagem do incêndio e de que ele teria morrido em consequência disso…o acidente de 73 a que te referes não me recordo nem tão pouco dos pilotos. Já percebi que também és um grande apreciador da modalidade! Respeito!
2 Maio, 2019 at 5:36
Olha, obrigado por teres posto o video. Confesso que ja nao me lembrava do carro ter pegado fogo. Como se ve pelas imagens, o ataque as chamas foi rapido, e o fogo foi extinto em poucos segundos. Os pilotos vestiam um fato anti-fogo com base em amianto (como os tempos mudam…) que resistia 30 a 40 segundos as chamas e o filme mostra que o fogo nao durou nem perto disso.
Finalmente, nesse acidente o Vittorio Brambilla ficou em coma por ter apanhado com uma roda na cabeca. Na altura do acidente temia-se mais pela vida dele do que pelo Peterson. Brambilla salvou-se e Peterson faleceu no dia seguinte como o Ayres escreveu mais abaixo.
1 Maio, 2019 at 22:32
… corretíssimo leão verde… o Petersson morreu no dia seguinte no hospital em consequência das mazelas sofridas no acidente… era muito puto, mas via com meu falecido pai, que me incutiu este fascínio pela F1… sim naquele tempo o ‘o circo’ era fascinante… desde os vários ‘monstros” que lá andavam até ao ‘ronco’ dos motores tudo era entusiasmante…agora nem ‘monstros’ do volante nem ‘ronco’…. nem as ‘grid girls’…
1 Maio, 2019 at 23:45
https://www.youtube.com/watch?v=b8Q_po7hLRs
Ainda hoje me emociono ao ver isto… 🙁
1 Maio, 2019 at 20:02
Senna era um ídolo para muitos, para mim também, naquele trágico fim de semana passou de um ídolo a uma lenda! Sem dúvida uma perda irreparável para a F1, nunca mais foi a mesma, nunca mais será igual! Pouco vejo a F1, para quem não perdia um grande prémio, independentemente da hora, diz tudo sobre o que se perdeu.
Senna o melhor piloto de todos os tempos! 25 Anos parece que foi ontem! Tristeza ao ver essas imagens, saudades, mas muita, muita tristeza!
1 Maio, 2019 at 20:20
Concordo plenamente fiquei com um ódio tão grande a esse alemão tenho aos lampiões.
1 Maio, 2019 at 21:07
O meu ídolo da altura era o kamikaze Mansell mas não há dúvida que Senna e a sua morte mudaram a F1. Nunca mais foi o mesmo…
1 Maio, 2019 at 22:17
Fechem o vosso feriado a ver isto. Trabalho incrível da equipa de F1 da RTP
Os 3 Dias do fatídico #GPImola de 94.
500 Twitts em Tempo Real. 3 Momentos para recordar. 25 anos depois. Num tempo em que a Net apareceu mas Twitters não havia.
Obrigado a todos
6ª feira – A Batida de Barrichello
https://twitter.com/i/moments/1123021860915032064
Sábado – A Tragédia de Ratzenberger
https://twitter.com/i/moments/1123365482701230080
Domingo – 1º de Maio, Dia de Senna. Para Sempre.
https://twitter.com/i/moments/1123606377119789057
1 Maio, 2019 at 22:33
Excelente!
1 Maio, 2019 at 22:37
Fantástico!
2 Maio, 2019 at 0:33
Impressionante este resumo histórico… 🙁
1 Maio, 2019 at 23:07
A F1 também para mim nunca mais foi a mesma coisa.
Grande parte morreu nesse mesmo dia…
1 Maio, 2019 at 23:11
… 25 anos passaram… e continua a ser tão doloroso rever isto… parece que foi ontem…
2 Maio, 2019 at 0:12
Como idolo da Formula 1 em miudo nos anos 80 e inicio de 90 tambem aquele fatidico dia de 94 foi o meu canto do cisne de ver as grandes corridas de F1 a parrir dai desinteressei–me.
Recordo o grande idolo Senna com saudade de um tempo de enorme carisma habilidade e talento de pilotos como desde os maiores aos do meio do pelotao -Senna Prost Mansel Berger Patrese Boutesen Stefan Johansson Piquet Alboreto Tambay Teo Fabi Elio De Angelis Rene Arnoux Gugelmin Alliot Brundle Palmer Ivan Capelli e o infatigavel mas destruidor de muitos carros um dos meus idolos e nem sei explicar porque o italiano tambem ele ja falecido o Andrea De Cesaris.
Belos tempos de domingo no horario de almoco ai que saudades desse carisma e desse charme da Formula 1.
2 Maio, 2019 at 0:32
Boas memórias.
Esse hábito do almoço em família aos domingos, a acompanhar a Fórmula 1, é transversal a toda uma geração de tasqueiros, pelo que leio.
Também tenho saudades desses tempos.
Provavelmente nenhum outro desportista terá marcado tanto uma modalidade como Ayrton Senna, ao ponto de dizermos que com a sua morte perdeu-se o interesse pela Fórmula 1. Talvez pela forma trágica como ocorreu.
2 Maio, 2019 at 1:15
Tinha 10 anos, mas adorava a F1. O melhor piloto de sempre na chuva. Uma lenda deste desporto.