No seguimento do que tem sido um martírio ser-se do Sporting e tendo em conta as tensões que têm surgido, principalmente pelo contínuo binómio pró-anti-BdC com que toda e qualquer pessoa que tenha opinião é brindada, bem como o meu ponto de vista para o que deve ser o clube e o que ele é agora serem quase opostos, comecei seriamente a pensar em, de uma maneira ou de outra, ser candidato nas próximas eleições.

Mas depois pensei um bocadinho mais.

Para se ser candidato no clube, temos de ter algum reconhecimento no clube, ser-se uma voz ou cara reconhecida. Não tenho;
Tem de se escolher bem as pessoas com quem avançar, responsáveis e profissionais de valor para as contas e advocacia. Não tenho;
Tem de haver apoio financeiro (próprio ou de alguém). Não tenho (e não sei se quero);
Tem de se ter um plano, um objectivo, uma visão para o clube. Isso tenho.

Ou seja, automaticamente, despedi-me.

Ideias são boas, são bonitas e tal, mas como é que as pões em prática? Como é que te pões lá? Como é que controlas as contas? Os contractos? Os problemas do dia-a-dia? Pois, não sei. Mas que tenho ideias, tenho.

Então o que é que faço, junto-me a uma lista? Não conheço ninguém também… Além de que, para me juntar a uma lista, é porque automaticamente esses já têm todas as coisas que estou a evitar – caras conhecidas (os mesmos de sempre) e apoios financeiros (maioria das vezes de gajos que não se sabe quem são ou que não queremos).

Proponho então outra coisa: vamos fazer uma lista (ou tentar) de desconhecidos. Como? Começando pelas ideias.

Na minha ideia, a equipa B volta a existir. É uma pecha no crescimento dos jogadores, principalmente por não haver campeonato de reservas;

Na minha ideia, o futebol do Sporting tem um plantel curto e com opções das escolas. Como em Portugal, ultimamente, quem joga em 4-4-2 é que ganha, então o plantel deverá ter:

2 guarda-redes séniores
3 a 4 laterais (preferencialmente 3, um esquerdo, um direito e um que jogue em ambos; não havendo, dois para cada lado) séniores
3 a 4 centrais (para se poder jogar noutras tácticas) séniores
2 médios centro mais defensivos séniores
2 médios centro mais atacantes séniores
3 a 4 extremos séniores
3 a 4 avançados séniores

Porquê o 3 a 4? Porque também depende dos jovens com hipóteses de jogar que se encontram na equipa B – por exemplo, se temos 4 extremos de valor na equipa B, então ficam 3 nos séniores. Se só temos 1 ou 2, precisamos de mais nos séniores. Ou seja, no total teremos uns 18 séniores só e unicamente alocados à equipa A.

Na minha ideia, o futebol tem de ser demolidor. Pressão alta, agressividade, rapidez nas transições, saber manter a bola quando é preciso (no meio-campo contrário). Por isso, deve-se procurar um treinador que seja assim e contrata-se e não se faz o contrário (o treinador chega e tenta metê-los a jogar como gosta);

Na minha ideia, temos de incutir uma mentalidade não só vencedora nos miúdos, mas acima de tudo de espírito de sacrifício – ser-se do Sporting implica que temos sempre, sempre, sempre, sempre, sempre de trabalhar mais e melhor do que as outras equipas, só para estarmos ao mesmo nível que elas (sim, falo das roubalheiras na arbitragem).
A mensagem é simples: para se ganhar, cá, temos de estar preparados para sermos roubados a vida inteira. Prepará-los desde novos é mais fácil passar a mensagem (e terá melhores resultados);

Na minha ideia, um contrato é para se fazer até (quase) ao fim. Sem dúvida que os negócios têm de ser sempre uma hipótese, mas é sabido que as equipas vencedoras renovam-se a cada 3/4 anos. Nós temos o condão de não ganhar e mudar todos os anos.
Entradas e saídas são para melhorar e dar algum sangue novo à equipa, saídas são por excelentes negócios ou para poder dar entrada aos miúdos a subir (que sejam melhores dos que saiem);

Na minha ideia, o estádio de Alvalade é obsuleto e caro. Quanto mais vezes vou, menos gosto. Não é preciso ser agora mas, como construir um estádio demora uns 10 anos (entre propostas e concretização), na minha ideia o novo estádio seria do estilo do novo San Mamés – junto ao relvado, a uma só côr as bancadas, à volta dos números que já temos no nosso – que custou à volta de 200 milhões de euros. O nosso custou quase isso hà quase 20 anos atrás;

Na minha ideia, o espaço ao lado do João Rocha tem de ser aproveitado para se fazer campos de treino. Não digo voltarmos de Alcochete, mas o clube tem de voltar, nem que seja paulatinamente e saíndo do pólo da Cidade Universitária (ou complementando com esse), a ter o futebol de volta em Alvalade;

Na minha ideia, um presidente que apresente estas ideias como ideias base para o futuro do clube, tem o meu voto (e, penso, o voto de muta gente). Gostava de pensar que sou eu, mas não sou.

Sendo assim, peço-vos duas coisas:
1- Mais ideias para esta lista. Muitas coisas pequenas que gostaria de ver adicionadas estão, obviamente, de fora, para não alongar muito o post, mas ter cabeças de fora a pensar é sempre bom;
2- Nomes para esta lista. Quem quer que seja. Conhecidos, desconhecidos, mais ou menos anteriores candidatos, para presidente, para vogal, para ajudar, é indiferente – têm é de querer “esta” coisa diferente.

Financiamento? Epa se calhar crowdfunding, alguma maneira de angariar fundos de forma pública, sei lá – afinal de contas, não queremos uma coisa diferente? De uma maneira ou de outra, alguém que se mexa por favor. É o futuro do clube que está na linha.

ESTE POST É DA AUTORIA DE… Supico
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]