Num Alvalade fantasmagórico de tão despido e frente a um Marítimo que praticamente só se preocupou em defender e fazer faltas, o Sporting pecou na finalização e acabou por vencer por uma diferença no marcador que não espelha a que existiu em campo

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Privado de Mathieu, Acuña e Bolasie, Silas lançou Neto, Borja e, pasmemo-nos, Jesé. O jogador cantor esteve mais de 60 minutos em campo e, pese alguma vontade demonstrada, produziu zero. Plata jogou meia hora, Jovane jogou vinte minutos, e neste curto espaço de tempo deram ao futebol do Sporting aquela alegria que lhe ia faltando e, claro, a jogada que permitiu ao herói improvável, Borja, marcar o golo que tardava em aparecer e que decidiu uma partida em que o Sporting foi sempre superior.

Não sei se por isso, mas sei que, no final, Silas afirmava que o futuro do Sporting passava por jogadores como Jovane e como Plata, num momento que daria tanta linha que a crónica do jogo ficaria abafada, mais ainda se fosse escrita por Pedro Mendes que, do camarote, acompanhado pelos castigados (ponto positivo, pois mostra espírito de balneário), via Sporar vir directo de problemas intestinais para a estreia com a verde e branca, na sequência da lesão de Luiz Phellype.

Nos entretantos, Rui Costa, um dos piores e mais asquerosos seres apitantes, ia deixando os jogadores do Marítimo darem porrada atrás de porrada, matando a dinâmica que o Sporting tentou emprestar ao jogo deste início, com destaque para Wendel, Bruno Fernandes e para um Ristovsky que na opinião deste que vos escreve foi o melhor em campo. O Marítimo estava feliz com o zero a zero e até podia ter marcado sem saber ler nem escrever, não fosse Max fazer uma daquelas defesas que, noutros tempos e com Alvalade ao barrote, valeria um grito do seu nome em uníssono. Ontem, face à que parece ser a pior assistência de sempre em jogos a contar para o campeonato, até o bater dos talheres dos convidados buffet se confundiu com as tímidas palmas.

Ah, também houve golos anulados. Dois. E bem, diga-se, embora custe tanto ver Coates fazer um movimento à jovem herói de Shaolin e ficar sem festejo por causa da tecnologia, tal como Bruno Fernandes ficou depois de disparar uma bomba impressionante que bateu na barra antes sequer do redes esboçar um movimento.

Junte-se-lhe mais dois ou três lances de golo (Sporar, Plata, Camacho), junte-se uma diferença clara em tudo o que é estatística e temos a receita para uma vitória muito mais justa do que pode fazer supor o resultado à justa.

Ficha de jogo
Sporting-Marítimo, 1-0
18.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa
Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Sporting: Luís Maximiano; Ristovski, Luís Neto, Coates, Borja; Doumbia (Jovane Cabral, 71′), Wendel, Bruno Fernandes; Jesé Rodríguez (Gonzalo Plata, 62′), Rafael Camacho e Luiz Phellype (Sporar, 15′)
Suplentes não utilizados: Diogo Sousa, Tiago Ilori, Rosier e Battaglia
Treinador: Silas

Marítimo: Amir; Bebeto, Zainadine, René Santos, Rúben Ferreira; Diego Moreno (Getterson, 79′), Vukovic; Correa, Nanú (André Mesquita, 90′); Rodrigo Pinho e Joel (Edgar Costa, 62′)
Suplentes não utilizados: Charles, Grolli, Bambock e China
Treinador: José Gomes

Golo: Borja (76′)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Luís Neto (28′), Bebeto (51′), Bruno Fernandes (82′), René Santos (89′) e Edgar Costa (90+4′)