07.10.2020 – SL Benfica
No dia 7 fomos a Óbidos, onde quem quiser ser feliz vai ao Jamon Jamon comer umas bochechas de porco preto, perder 3-2 (25-15, 25-22, 19-25, 23-25 e 11-15). Os adeptos futeboleiros viram um 2-0 a nosso favor transformado num 2-3 a favor do rival e acharam terrível. Não foi nada terrível, nem é falta de exigência da minha parte. A grande mensagem que se percebeu foi o sucesso de criar uma equipa que tem capacidade para surpreender o SL Benfica. De destacar que o rival continua fortíssimo e num nível de voleibol muito bom, portanto, nesta fase da época, nós termos mostrado tanto, foi interessante.

Para hoje vou só pincelar os sets que fomos mais fortes, os 2 primeiros, destacando, na minha opinião, as razões para isso ter acontecido.

– Há imediatamente a evidencia do Paulo Victor ser um bicho extraterrestre a servir. Se aquela regularidade for para manter, fica assustador para qualquer receção adversária;

– Estamos com centrais rapidíssimos, batendo alto e forte. Nos 2 primeiros sets conseguimos diversas vezes atacar sem bloco, precisamente pela rapidez do movimento do central e a distribuição bem lá em cima do Bruno Alves. A facto do nosso distribuidor ser alto e com bastante impulsão faz diminuir o tempo que a bola demora das suas mãos até ao atacante. Isto dá uma vantagem muito grande, tanto técnica como tática. Para além de rápidos, estão fortes. Tivemos alguns momentos onde o bloco do SL Benfica marcou bem com 1 ou 2 jogadores (principalmente com o Japa a ajudar) que obrigou os nossos jogadores a usar a força para pontuar. Isto causou muitas dificuldades ao adversário;

– RENAN! RENAN! RENAN! Que jogaço nos dois primeiros sets, tendo até algumas vezes de se auto motivar para voltar com tudo ao jogo. Ele é o suposto “ponto mais fraco” na recepção, comparando com João Fildalgo e o Bob. Sabendo disto, o Marcel Matz forçou muitas vezes o serviço no nosso jogador. O resultado foi brilhante porque o Renan esteve imaculado neste período. No ataque recordo um momento em que teve 4 bolas consecutivas (ou quase consecutivas). Falhou as 2 primeiras, onde a distribuição não ajudou. A 3ª faz ponto muito em esforço, mas na 4ª bola espeta uma p*** que até o senhor do restaurante que falei há pouco se assustou. Que bola e que festejo. Também se apresentou bem de zona 6, dando mais uma solução de distribuição ao Bruno Alves. Para além disso ainda ajudou num bloco decisivo ao Hugo Gaspar.

– Com um misto de sorte dizem alguns, mas a substituição do Salida para o serviço ganhou o set por parte do Gersinho. Apesar do Vitor Hugo ter um bom serviço, o nosso treinador quis jogar com os dados que tinha. O André Saliba entrou com indicações específicas para servir para zona 1, onde estava Ivo Casas, tentado tirar o Hugo Gaspar do jogo. O distribuidor do SL Benfica quis manter a sua zona de segurança e forçou por várias vezes no colega, que foi errando acabando por ser substituído. O treinador do SL Benfica entendeu primeiro que o seu jogador o que o Sporting quis fazer. O Gersinho ganhou o set, fazendo o 2-0;

– Anulámos o Rapha taticamente como animicamente. Os erros estavam a fazê-lo errar mais e a perder a confiança. O treinador do SL Benfica foi tentado mantê-lo “vivo”, protegendo o seu jogador através de substituições, mas sem sucessos nos 2 primeiros sets. Claro que quando começou a carburar, torna-se um jogador fortíssimo, como se viu.

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Agora, dia 17 voltamos a jogar contra o rival onde se espera mais um bom jogo. Espero continuar a ver a evolução física do Bob, principalmente ao nível da impulsão. Será crítico para aspirarmos seja ao que for. Penso que subestimámos um pouco o serviço do Honoré, por isso estou curioso para ver se mantemos a tática de recepção para este jogo.

10.10.2020 – AJ Fonte Bastardo
No dia 10 recebemos a AJ Fonte Bastardo e vencemos, categoricamente, por 3-0 (25-16, 25-23, 25-13). O Sporting entrou bem e controlou bem o jogo. A AJ Fonte Bastardo estava irreconhecível ao nível do seu jogo de recepção o que tornou ainda mais fácil aquilo que já seria de esperar acontecer – uma vitória do Sporting. Perdemos para a Supertaça com esta equipa, num momento onde ainda não estávamos preparados para um nível tão exigente.

11.10.2020 – GC Vilacondense
No dia seguinte, dia 11, a equipa feminina recebeu e venceu o Vilacondense por 3-0 (25-19, 25-17, 25-19). Se na época passada estes jogos criavam-nos um nível de dificuldade alto, este ano não. Melhorámos a equipa e somos, evidentemente para mim, as grandes candidatas ao título nacional. Gostava muito de ter destaques individuais, mas acreditem que não é fácil tê-los nesta equipa. Eu explico porquê.

O jogo não está centralizado em 1 ou 2 atletas, mas em toda a equipa fazendo com que seja evidente um coletivo e não soma de individualidades. Se destacar a Bruzza, deixo a Bruninha de fora que foi eficientíssima? Se falo da Aline deixo a Gabrielle, Natali ou Amanda de fora? Se falo da Vanessa não devia também referir-me à Cristiana que fez um bom 3º set? E a Daniela? Claro que se volto a falar na Ana Couto já parece algo platónico. Foi um bom jogo e seguimos bem e confiantes. A melhorar a parceria centrais e distribuidora que ainda precisa de mais um bocadinho, mas é passo a passo.

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13.10.2020 – Notas rápidas da equipa feminina
– Em 1 semana o Sporting comunicou cerca de ZERO vezes o jogo com o Vilacondense nas redes sociais. Se o fez na Sporting TV não sei porque não vejo televisão (alguém que diga). Para se esperar algum tipo de empatia ou, falando mais “coiso”, engagement com a malta, seria interessante comunicar mais e melhor sobre esta equipa feminina. Quando for os jogos com o FC Porto ou SL Benfica imagino que possam dar mais destaque, mas a comunicação não se faz de epifanias, faz-se de coerência e regularidade. Ah, claro que no Natal vão precisar das meninas com sorrisos para as campanhas, aí o voleibol já irá ser importante.

– Depois do jogo com o Leixões SC (fora) e do CD Aves (fora) ouvi o mister Rui Costa a dar a sua opinião sobre o jogo, juntamente com uma atleta. Na nossa casa, na nossa televisão não há tempo de antena. Ou acham o senhor feio ou acham que o senhor fala mal ou é por ser treinador de uma equipa feminina ou esquecimento. Como é que se cria empatia com os nossos jogadores e treinadores se nem os conhecemos no ambiente primário deles?

– Duas notas positivas para referir que o site está bonito e atualizado. Houve uma sessão fotográfica e, se clicarem nos reforços deste ano, existe uma breve descrição. Acontece o mesmo na equipa masculina. Está muito interessante.

– Teria sido engraçado comunicar esta sessão fotográfica nas redes, preencher as histórias das atletas que transitaram do ano passado ou até acertar com o número de campeonatos ganhos pela Ana Couto por exemplo.
(https://www.sporting.pt/pt/modalidades/voleibol/seniores-femininos/atletas)

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol) –