Num jogo mega competitivo, com uma defesa super agressiva de parte a parte.
Portugal ainda esta longe, mas estamos a caminhar para lá.
Sinto que com esta equipa e principalmente pivôts de outra qualidade ofensiva, podemos almejar outros feitos.
Era importante que o VARANDAS e o vogal para as modalidades, que nem sem quem é o diretor atual para as modalides, percebam queno desinvestir na modalidade implica também uma probabilidade da equipa nacional ser menos competitiva. Parecem burros
Ainda estamos muito abaixo deste nível. Precisamos acima de tudo de mais opções. Demasiado dependentes de 3 ou 4…
Curioso para ver o Egipto nos próximos anos, deram (muita) luta à Dinamarca, ganharam títulos mundiais jovens, a ver ser haverá um campeão do mundo não europeu.
Acho que foi o 1º falhado pelo sueco no mundial.
Aquela em que defende com o pé encostado à orelha… enfim, ver 60 minutos de desporto a sério sem ligar a tretas.
Ali pros lados do seixali vai uma correria … Nem vos conto …
É um “entra e sai” que até assusta … Qual Covid qual quê …
O ferro lá foi dar uma volta no ‘carrossel do mendes’ … Vai para Valencia …
O gédson fernandes, última coca cola do deserto a seguir ao FLOP das trancinhas, agora é que vai ser … Vai para o Galatasaray … Sempre a “subir” na carreira …
Aquilo está de mais …
Amanhã lá iremos ser vitimas de mais uns “azares” dos bois do apito …
Enquanto quem está à frente do SCP olhar para os activos como CUSTO e não como INVESTIMENTO, iremos continuar a assistir a estas negociatas a preço de saldo!
Junta-lhe a isso despachar/adquirir jogadores em negócios ruinosos à conta das antipatias/amores do treinador. Se querem fazer isso, ao menos que exijam ao treinador maneira de lidar com os odiozinhos de estimação de maneira a não desvalorizá-los, ao menos. Esta política da mata é absurda. Nunca mais vejo estes incompetentes dali para a fora!
O mercado está quase a fechar mas posso adiantar algumas vendas de última hora… Varandas bem
.. Rosier vendido ao Real… massama 800€, Illori no Liv… ramento 500€ e senhas de almoço nos bombeiros, Camacho no arsenal de reguengos, empréstimo com opção de compra de uma Renault traffic usada, Plata na Juvent… ude azeitonense para a secção de hoquei, Eduardo cedido para segurança de discoteca em Manchester, Borja em Munique para visitar a prima emigrante.
Mercado quase a fechar e vários dossiers resolvidos.
Venha o Paulinho que por 20 milhões temos 66% do passe.
Muito bem metida, mas ainda falta o acto II, como diz o Pavel…. Do aprendiz. Como fazer desaparecer 300 milhões e depois um clube… Não percam as cenas dos próximos capítulos
ANNE APPLEBAUM
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
Vanda Marques
Ontem
+
AS MAIS LIDAS
1
A misteriosa vida do dono do Lidl
26 de janeiroMariana Branco
2
Os 24 sacos de notas de 500 euros levantados pelo clã Ricciardi
21 de janeiroCarlos Rodrigues Lima
3
Ventura vence com maioria absoluta na Namíbia
24 de janeiroDiogo Camilo
4
Os casos mais bizarros de infetados apanhados em público
22 de janeiroMarco Alves
5
Baptista Leite “nunca tinha visto tantas pessoas morrerem num turno” em que afinal morreu uma
21 de janeiroMargarida Davim
Durante 10 anos estudou o comunismo e escreveu a obra que lhe valeria um Prémio Pulitzer – Gulag: Uma História. A jornalista, que já trabalhou na The Economist e The Spectator, mergulha agora no crescimento do autoritarismo
Um jantar de ano novo, com álcool, música e conversas animadas, serve de ponto de partida, no livro O Crepúsculo da Democracia, para explicar a mudança na sociedade: o crescimento do autoritarismo. Anne Applebaum, jornalista norte-americana especialista em política, casada com o ex-ministro da defesa polaco e atual eurodeputado Radoslaw Sikorski, recorda como em poucos anos passou a viver numa sociedade polarizada. Este pendor para o autoritarismo não vem das vítimas da globalização e da emigração, mas dos intelectuais cultos e viajados que nos conduzem a um momento muito perigoso.
Esperava uma invasão do Capitólio dos Estados Unidos?
Não antecipava algo naquele formato, mas antecipei que os trumpistas iam e poderiam tornar-se violentos. É muito importante entender o que é trumpismo e o que não é. Não é conservadorismo, não tem nada a ver com a luta direita e esquerda. O trumpismo é a criação de uma realidade alternativa, uma caixa de ressonância de um punhado de políticos desonestos, de propagandistas e das redes sociais. Neste mundo consegues que as pessoas acreditem nas mais variadas coisas: que o partido democrata é malvado, que o Joe Biden é um comunista chinês, que as eleições foram roubadas e que o Trump venceu. Quando se encoraja as pessoas a acreditarem numa realidade alternativa, então estão suscetíveis a qualquer tipo de manipulação e isso termina com os próprios a acharem que podem cometer atos de violência. Isto foi um golpe de Estado antidemocrático. Foi contra o sistema político americano.
Há uma coisa que não se compreende muito bem que é a ação da polícia. O que aconteceu?
É claro que a polícia do Capitólio não estava preparada. Há centenas de manifestações com grandes multidões todos os dias. Mas eles calcularam mal. A razão por que não estavam preparados é que levanta questões e há muitas possibilidades.
Quais?
Uma delas é que as autoridades não estavam a ler as redes sociais ou não as levaram a sério, ou até que acreditavam que os apoiantes brancos de Trump nunca iriam atacar a polícia, porque são pró-polícia. Mas pode ter sido algo mais sinistro, ou seja, que tenham existido alguns esforços da administração para enfraquecer a polícia. Talvez alguns insiders dentro da polícia tenham ajudado os manifestantes e até mesmo alguns membros do congresso que os tenham convidado para irem ao edifício no dia anterior. Isto tudo é especulação, será necessária uma investigação séria para perceber.
Ficaria surpresa se se descobrisse que Trump estava por trás disto?
Sabemos que Trump está por trás disto, ele encorajou as pessoas e naquele dia tweetou: “Isto vai ser selvagem.” Ele é absolutamente corresponsável por isto. Trump incitou a multidão contra o [Mike] Pence.
Acha que a carreira política de Trump acabou?
Nunca digas nunca. Acho que ele vai passar os próximos anos em tribunal e acho que à medida que o tempo passa, o poder dele vai desaparecendo. Se se olhar para os últimos dias, o facto de o Twitter o ter cortado diminuiu a desinformação sobre as eleições em 70 a 80%. Apenas tê-lo calado teve um efeito enorme.
O Partido Republicano vai conseguir criar pontes, ou ficará agora ainda mais dividido?
Não sei. Depende das decisões que vão ser tomadas nos próximos tempos. O senador republicano Ben Sasse publicou um artigo na The Atlantic a defender que o partido republicano tem de purgar estas ideias conspirativas. Há um poderoso conjunto de teorias conspirativas QAnon que defendem que o sistema democrático é feito por pedófilos que torturam crianças. Há americanos presos neste culto que está muito ligado ao Trump e ao partido republicano. Há membros do congresso que são crentes do QAnon e a questão é se vão ser ostracizados ou não.
No seu livro O Crepúsculo da Democracia explica como os intelectuais se sentem atraídos pelo autoritarismo. Quando é que se apercebeu que isto estava a acontecer?
Vi isso a acontecer na Polónia em 2010 e 2011 e depois a tornar-se muito pior em 2013 com a desinformação vinda da Rússia e a espalhar-se por toda a Europa e pelos EUA.
Porquê escrever sobre os intelectuais?
Porque os conheço e porque eles são muito importantes e normalmente desvalorizados. Querem escrever sobre os que votam no Trump, mas e quem são os tipos que andam a vender o Trump aos eleitores? Esse é um grupo muito importante de pessoas e não se escreve sobre elas. Mas estão em todos os países. Se olhares para eles como uma classe, eles não são a classe trabalhadora vítima da globalização. Têm uma boa educação, muitas vezes são extremamente brilhantes, viajados, falam várias línguas, e são das pessoas mais sofisticadas nas suas sociedades. Eles desafiam muitos dos estereótipos estúpidos que as pessoas criaram para explicar o Trump.
Fala também da influência da nostalgia em todas as classes. Como é que isso acontece?
Todos temos nostalgia. Mas há uma forma diferente que é a nostalgia restauradora. Não é apenas ter saudades do passado, mas procurar instaurar o passado e restaurá-lo. Trazer de volta a sociedade de há 50 anos, retirar as mulheres dos empregos, restabelecer a hierarquia masculina-feminina. Isso é um movimento antidemocrático.
Também refere que o desespero cultural influencia o aumento do autoritarismo. Porquê?
É basicamente a crença de que o teu país está a morrer e está a morrer por causa da emigração ou das mudanças demográficas e das mudanças económicas. Pode haver várias razões para este desespero e é quase sempre uma reação à modernidade e a mudanças sociais muito rápidas. Isto é muito mais do que apenas se queixarem da esquerda ou ficar incomodado pelo feminismo radical. É um sentimento profundo de que a nossa civilização acabou ou está a morrer e que temos de fazer algo extremo. Até mesmo algo violento.
Na política, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia?
Sim, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia porque viajam mais depressa na Internet e porque a raiva e a emoção são as coisas que o algoritmo favorece. Outra razão é que, como os media estão a falhar em termos financeiros, uma das formas para sobreviverem é promovendo coisas que fazem com que as pessoas fiquem muito zangadas e chateadas e que as mantenha a ver e a clicar. Estas duas coisas aumentaram o nível de histeria na política.
No livro explica como existe um grupo de pessoas que não gosta de discussões, discórdias, prefere o silêncio. Existe uma predisposição para o autoritarismo?
Há uma percentagem de pessoas que não gosta de mudanças, que não gosta de debates acesos e prefere a homogeneidade de opiniões. Estas são as pessoas mais prováveis de apoiar o autoritarismo, porque não gostam da desarrumação da democracia. Cabe-nos a nós integrá-las na democracia liberal para que elas não a derrubem.
Como é que isso se faz?
Isso é muito difícil. O melhor que podemos fazer – e essa foi a premissa da eleição de Biden, e será central durante a primeira parte da sua presidência – é trazer a conversa política para assuntos práticos. Por exemplo, como lidamos com o coronavírus? Como aceleramos o processo de vacinação? Como ajudamos negócios com dificuldades? Não devem entrar em guerras culturais.
No seu livro, fala do Vox, e em Portugal temos um partido, o Chega, com ligações ao partido espanhol. Debateu-se se era legal ou não, porque é xenófobo e racista. Acha que tornar estes partidos ilegais é uma forma correta?
Não conheço a política portuguesa suficientemente bem para responder a isso. É uma pergunta interessante, mas as melhores pessoas para lidarem com a extrema-direita estão no centro-direita. A sua mensagem e ativismo é o que mais interessa.
O centro-direita forte é essencial para evitar ditaduras?
Porque historicamente são o partido para onde os tradicionalistas e as pessoas com posições autoritárias migram. Como são de centro-direita têm uma visão mais cautelosa das mudanças, e essas pessoas podiam migrar para lá, expressar a sua opinião, sem prejudicar o país.
Continua a achar que é irresponsável ser pessimista?
Estamos num momento perigoso, em que grandes decisões têm de ser tomadas na Europa e nos Estados Unidos sobre que caminho tomar que tanto pode ser o democrático, como o de ter loucos como presidentes. Mas não podemos ser pessimistas porque isso deixa os nossos filhos e netos sem futuro. Se disser que a democracia acabou o que é que faria pelos meus filhos? Somos obrigados a olhar para o futuro, ser construtivos e melhorar a sociedade.
TÓPICOS política Trump Estados Unidos Anne Applebaum
ARTIGOS RELACIONADOS
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Analista alerta para perigo da extrema-direita em Portugal e na Europa
O crente em magia negra que liderou a invasão ao Capitólio
Trump e os escândalos: das finanças às acusações de assédio sexual
Artigo Anterior
Próximo Artigo
A NEWSLETTER GERAL NO SEU E-MAIL
Tudo o que precisa de saber todos os dias. Um resumo de notícias, no seu email. (Enviada diariamente) [email protected]
SUBSCREVER
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de envio de newsletters da Cofina Media, S.A.. Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de comunicações de marketing da Cofina Media, S.A..Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
+
Artigo AnteriorPróximo Artigo
Sábado
ANNE APPLEBAUM
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
Vanda Marques
Ontem
+
AS MAIS LIDAS
1
A misteriosa vida do dono do Lidl
26 de janeiroMariana Branco
2
Os 24 sacos de notas de 500 euros levantados pelo clã Ricciardi
21 de janeiroCarlos Rodrigues Lima
3
Ventura vence com maioria absoluta na Namíbia
24 de janeiroDiogo Camilo
4
Os casos mais bizarros de infetados apanhados em público
22 de janeiroMarco Alves
5
Baptista Leite “nunca tinha visto tantas pessoas morrerem num turno” em que afinal morreu uma
21 de janeiroMargarida Davim
Durante 10 anos estudou o comunismo e escreveu a obra que lhe valeria um Prémio Pulitzer – Gulag: Uma História. A jornalista, que já trabalhou na The Economist e The Spectator, mergulha agora no crescimento do autoritarismo
Um jantar de ano novo, com álcool, música e conversas animadas, serve de ponto de partida, no livro O Crepúsculo da Democracia, para explicar a mudança na sociedade: o crescimento do autoritarismo. Anne Applebaum, jornalista norte-americana especialista em política, casada com o ex-ministro da defesa polaco e atual eurodeputado Radoslaw Sikorski, recorda como em poucos anos passou a viver numa sociedade polarizada. Este pendor para o autoritarismo não vem das vítimas da globalização e da emigração, mas dos intelectuais cultos e viajados que nos conduzem a um momento muito perigoso.
Esperava uma invasão do Capitólio dos Estados Unidos?
Não antecipava algo naquele formato, mas antecipei que os trumpistas iam e poderiam tornar-se violentos. É muito importante entender o que é trumpismo e o que não é. Não é conservadorismo, não tem nada a ver com a luta direita e esquerda. O trumpismo é a criação de uma realidade alternativa, uma caixa de ressonância de um punhado de políticos desonestos, de propagandistas e das redes sociais. Neste mundo consegues que as pessoas acreditem nas mais variadas coisas: que o partido democrata é malvado, que o Joe Biden é um comunista chinês, que as eleições foram roubadas e que o Trump venceu. Quando se encoraja as pessoas a acreditarem numa realidade alternativa, então estão suscetíveis a qualquer tipo de manipulação e isso termina com os próprios a acharem que podem cometer atos de violência. Isto foi um golpe de Estado antidemocrático. Foi contra o sistema político americano.
Há uma coisa que não se compreende muito bem que é a ação da polícia. O que aconteceu?
É claro que a polícia do Capitólio não estava preparada. Há centenas de manifestações com grandes multidões todos os dias. Mas eles calcularam mal. A razão por que não estavam preparados é que levanta questões e há muitas possibilidades.
Quais?
Uma delas é que as autoridades não estavam a ler as redes sociais ou não as levaram a sério, ou até que acreditavam que os apoiantes brancos de Trump nunca iriam atacar a polícia, porque são pró-polícia. Mas pode ter sido algo mais sinistro, ou seja, que tenham existido alguns esforços da administração para enfraquecer a polícia. Talvez alguns insiders dentro da polícia tenham ajudado os manifestantes e até mesmo alguns membros do congresso que os tenham convidado para irem ao edifício no dia anterior. Isto tudo é especulação, será necessária uma investigação séria para perceber.
Ficaria surpresa se se descobrisse que Trump estava por trás disto?
Sabemos que Trump está por trás disto, ele encorajou as pessoas e naquele dia tweetou: “Isto vai ser selvagem.” Ele é absolutamente corresponsável por isto. Trump incitou a multidão contra o [Mike] Pence.
Acha que a carreira política de Trump acabou?
Nunca digas nunca. Acho que ele vai passar os próximos anos em tribunal e acho que à medida que o tempo passa, o poder dele vai desaparecendo. Se se olhar para os últimos dias, o facto de o Twitter o ter cortado diminuiu a desinformação sobre as eleições em 70 a 80%. Apenas tê-lo calado teve um efeito enorme.
O Partido Republicano vai conseguir criar pontes, ou ficará agora ainda mais dividido?
Não sei. Depende das decisões que vão ser tomadas nos próximos tempos. O senador republicano Ben Sasse publicou um artigo na The Atlantic a defender que o partido republicano tem de purgar estas ideias conspirativas. Há um poderoso conjunto de teorias conspirativas QAnon que defendem que o sistema democrático é feito por pedófilos que torturam crianças. Há americanos presos neste culto que está muito ligado ao Trump e ao partido republicano. Há membros do congresso que são crentes do QAnon e a questão é se vão ser ostracizados ou não.
No seu livro O Crepúsculo da Democracia explica como os intelectuais se sentem atraídos pelo autoritarismo. Quando é que se apercebeu que isto estava a acontecer?
Vi isso a acontecer na Polónia em 2010 e 2011 e depois a tornar-se muito pior em 2013 com a desinformação vinda da Rússia e a espalhar-se por toda a Europa e pelos EUA.
Porquê escrever sobre os intelectuais?
Porque os conheço e porque eles são muito importantes e normalmente desvalorizados. Querem escrever sobre os que votam no Trump, mas e quem são os tipos que andam a vender o Trump aos eleitores? Esse é um grupo muito importante de pessoas e não se escreve sobre elas. Mas estão em todos os países. Se olhares para eles como uma classe, eles não são a classe trabalhadora vítima da globalização. Têm uma boa educação, muitas vezes são extremamente brilhantes, viajados, falam várias línguas, e são das pessoas mais sofisticadas nas suas sociedades. Eles desafiam muitos dos estereótipos estúpidos que as pessoas criaram para explicar o Trump.
Fala também da influência da nostalgia em todas as classes. Como é que isso acontece?
Todos temos nostalgia. Mas há uma forma diferente que é a nostalgia restauradora. Não é apenas ter saudades do passado, mas procurar instaurar o passado e restaurá-lo. Trazer de volta a sociedade de há 50 anos, retirar as mulheres dos empregos, restabelecer a hierarquia masculina-feminina. Isso é um movimento antidemocrático.
Também refere que o desespero cultural influencia o aumento do autoritarismo. Porquê?
É basicamente a crença de que o teu país está a morrer e está a morrer por causa da emigração ou das mudanças demográficas e das mudanças económicas. Pode haver várias razões para este desespero e é quase sempre uma reação à modernidade e a mudanças sociais muito rápidas. Isto é muito mais do que apenas se queixarem da esquerda ou ficar incomodado pelo feminismo radical. É um sentimento profundo de que a nossa civilização acabou ou está a morrer e que temos de fazer algo extremo. Até mesmo algo violento.
Na política, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia?
Sim, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia porque viajam mais depressa na Internet e porque a raiva e a emoção são as coisas que o algoritmo favorece. Outra razão é que, como os media estão a falhar em termos financeiros, uma das formas para sobreviverem é promovendo coisas que fazem com que as pessoas fiquem muito zangadas e chateadas e que as mantenha a ver e a clicar. Estas duas coisas aumentaram o nível de histeria na política.
No livro explica como existe um grupo de pessoas que não gosta de discussões, discórdias, prefere o silêncio. Existe uma predisposição para o autoritarismo?
Há uma percentagem de pessoas que não gosta de mudanças, que não gosta de debates acesos e prefere a homogeneidade de opiniões. Estas são as pessoas mais prováveis de apoiar o autoritarismo, porque não gostam da desarrumação da democracia. Cabe-nos a nós integrá-las na democracia liberal para que elas não a derrubem.
Como é que isso se faz?
Isso é muito difícil. O melhor que podemos fazer – e essa foi a premissa da eleição de Biden, e será central durante a primeira parte da sua presidência – é trazer a conversa política para assuntos práticos. Por exemplo, como lidamos com o coronavírus? Como aceleramos o processo de vacinação? Como ajudamos negócios com dificuldades? Não devem entrar em guerras culturais.
No seu livro, fala do Vox, e em Portugal temos um partido, o Chega, com ligações ao partido espanhol. Debateu-se se era legal ou não, porque é xenófobo e racista. Acha que tornar estes partidos ilegais é uma forma correta?
Não conheço a política portuguesa suficientemente bem para responder a isso. É uma pergunta interessante, mas as melhores pessoas para lidarem com a extrema-direita estão no centro-direita. A sua mensagem e ativismo é o que mais interessa.
O centro-direita forte é essencial para evitar ditaduras?
Porque historicamente são o partido para onde os tradicionalistas e as pessoas com posições autoritárias migram. Como são de centro-direita têm uma visão mais cautelosa das mudanças, e essas pessoas podiam migrar para lá, expressar a sua opinião, sem prejudicar o país.
Continua a achar que é irresponsável ser pessimista?
Estamos num momento perigoso, em que grandes decisões têm de ser tomadas na Europa e nos Estados Unidos sobre que caminho tomar que tanto pode ser o democrático, como o de ter loucos como presidentes. Mas não podemos ser pessimistas porque isso deixa os nossos filhos e netos sem futuro. Se disser que a democracia acabou o que é que faria pelos meus filhos? Somos obrigados a olhar para o futuro, ser construtivos e melhorar a sociedade.
TÓPICOS política Trump Estados Unidos Anne Applebaum
ARTIGOS RELACIONADOS
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Analista alerta para perigo da extrema-direita em Portugal e na Europa
O crente em magia negra que liderou a invasão ao Capitólio
Trump e os escândalos: das finanças às acusações de assédio sexual
Artigo Anterior
Próximo Artigo
A NEWSLETTER GERAL NO SEU E-MAIL
Tudo o que precisa de saber todos os dias. Um resumo de notícias, no seu email. (Enviada diariamente)
SUBSCREVER
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de envio de newsletters da Cofina Media, S.A.. Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de comunicações de marketing da Cofina Media, S.A..Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
+
Artigo AnteriorPróximo Artigo
Sábado
31 Janeiro, 2021 at 17:37
Já não deve fugir à equipa do Varandas.
Dinamarquises.
31 Janeiro, 2021 at 17:39
E a mulher a torcer pela sua Suécia 🙂
31 Janeiro, 2021 at 17:43
Ela que lhe peça para não desincestir na modalidade, fdss
31 Janeiro, 2021 at 17:37
Cada vez me convenço mais que amanhã em Alvalade haverá um filme de terror…
Foda-se que esta merda só mesmo a nós!
31 Janeiro, 2021 at 18:15
Quem dá 12 milhões mais 2 jogadores pelo Paulinho não merece diferente. O clube, não a equipa…
1 Fevereiro, 2021 at 0:37
Claro que se isso for mentira, estarás aqui a mostrar o filme de tu a chicoteares-te… e a pedir desculpa pelo que disseste, certo?
(como se uma coisa tivesse a ver com a outra)
31 Janeiro, 2021 at 17:39
Dinamarca irá revalidar o título mundial.
Num jogo mega competitivo, com uma defesa super agressiva de parte a parte.
Portugal ainda esta longe, mas estamos a caminhar para lá.
Sinto que com esta equipa e principalmente pivôts de outra qualidade ofensiva, podemos almejar outros feitos.
Era importante que o VARANDAS e o vogal para as modalidades, que nem sem quem é o diretor atual para as modalides, percebam queno desinvestir na modalidade implica também uma probabilidade da equipa nacional ser menos competitiva. Parecem burros
31 Janeiro, 2021 at 17:51
Que puta de exibição do Landin…
31 Janeiro, 2021 at 17:57
Ainda estamos muito abaixo deste nível. Precisamos acima de tudo de mais opções. Demasiado dependentes de 3 ou 4…
Curioso para ver o Egipto nos próximos anos, deram (muita) luta à Dinamarca, ganharam títulos mundiais jovens, a ver ser haverá um campeão do mundo não europeu.
31 Janeiro, 2021 at 17:40
HC Braga diz que foi roubado contra o Porco…
31 Janeiro, 2021 at 17:46
Landin é um monstro, ponto.
31 Janeiro, 2021 at 17:49
Super-jogo. Landin fez a diferença. Até com o nariz defendeu.
(tentar apanhar bojardas acima dos 100 km/h… upa)
31 Janeiro, 2021 at 17:52
E o livre de 7 metros? Foda-se…
31 Janeiro, 2021 at 17:55
Acho que foi o 1º falhado pelo sueco no mundial.
Aquela em que defende com o pé encostado à orelha… enfim, ver 60 minutos de desporto a sério sem ligar a tretas.
31 Janeiro, 2021 at 17:59
Mais uma aposta combinada de 10 € … Mais 200 € no bornal … Desta feita com …
Acdémica; Chievo; Young boys; Atl Madrid; Ajax; Lille e Liverpool
31 Janeiro, 2021 at 18:04
Xupa a Presidente, tem milhões ganhos sem esforço para gastar no Clube…
31 Janeiro, 2021 at 18:07
Como diz o ditado …
Mais vale cair em graça do que ser ‘engraçado’ …
Epa, lamento, mas não tens piada nenhuma … És apenas um ‘wanna be’ … Resume-te à tua (in)significância …
31 Janeiro, 2021 at 18:11
Como diz a minha filha adolescente,
és apenas boring…
31 Janeiro, 2021 at 18:04
Ali pros lados do seixali vai uma correria … Nem vos conto …
É um “entra e sai” que até assusta … Qual Covid qual quê …
O ferro lá foi dar uma volta no ‘carrossel do mendes’ … Vai para Valencia …
O gédson fernandes, última coca cola do deserto a seguir ao FLOP das trancinhas, agora é que vai ser … Vai para o Galatasaray … Sempre a “subir” na carreira …
Aquilo está de mais …
Amanhã lá iremos ser vitimas de mais uns “azares” dos bois do apito …
31 Janeiro, 2021 at 18:05
Já só faltam 11 para trazermos o Paulinho! Um internacional macedónio… num plantel com um lateral direito de jeito. E vivá gestão de topo!
https://twitter.com/CabineSport/status/1355921696155459586
31 Janeiro, 2021 at 18:10
Como li num comentário que está nesse link …
Enquanto quem está à frente do SCP olhar para os activos como CUSTO e não como INVESTIMENTO, iremos continuar a assistir a estas negociatas a preço de saldo!
31 Janeiro, 2021 at 19:08
Junta-lhe a isso despachar/adquirir jogadores em negócios ruinosos à conta das antipatias/amores do treinador. Se querem fazer isso, ao menos que exijam ao treinador maneira de lidar com os odiozinhos de estimação de maneira a não desvalorizá-los, ao menos. Esta política da mata é absurda. Nunca mais vejo estes incompetentes dali para a fora!
31 Janeiro, 2021 at 20:29
Boas Ana
REFORCOS para melhorar a equipa é que nada !
NÃO HÁ DINHEIRO ??????????
Então o que é que fizeram aos 470 M€ que herdaram em 2018 ?
E onde é que gastaram os outros 50 M€ de dividas acumuladas em dois anos e meio !
AHahahah LADRÕES do Sporting Clube de Portugal FDP que caia em cima uma pedreira de Braga ou de outro sitio qualquer !
SL
31 Janeiro, 2021 at 18:27
Negócio do car****
31 Janeiro, 2021 at 18:11
O mercado está quase a fechar mas posso adiantar algumas vendas de última hora… Varandas bem
.. Rosier vendido ao Real… massama 800€, Illori no Liv… ramento 500€ e senhas de almoço nos bombeiros, Camacho no arsenal de reguengos, empréstimo com opção de compra de uma Renault traffic usada, Plata na Juvent… ude azeitonense para a secção de hoquei, Eduardo cedido para segurança de discoteca em Manchester, Borja em Munique para visitar a prima emigrante.
Mercado quase a fechar e vários dossiers resolvidos.
Venha o Paulinho que por 20 milhões temos 66% do passe.
31 Janeiro, 2021 at 18:12
Voleibol masculino nos quartos-de-final da TdP. após 0-3 ao facadas. Bom momento da modalidade no Clube, nao sei se bastará para a preservar…
SL
31 Janeiro, 2021 at 18:40
Que saudades das conferências do JJ. Ouvir o Amorim custa e não é pouco.
Só que não.
31 Janeiro, 2021 at 19:06
Dia Mundial do Mágico
O maior mágico que passou pelo Sporting foi o Godinho Lopes.
Quase que fez desaparecer o Clube
31 Janeiro, 2021 at 20:20
Olha que o aprendiz está a tentar desaparecer com o contrato da NOS….
31 Janeiro, 2021 at 23:44
Muito bem metida, mas ainda falta o acto II, como diz o Pavel…. Do aprendiz. Como fazer desaparecer 300 milhões e depois um clube… Não percam as cenas dos próximos capítulos
31 Janeiro, 2021 at 20:16
ANNE APPLEBAUM
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
Vanda Marques
Ontem
+
AS MAIS LIDAS
1
A misteriosa vida do dono do Lidl
26 de janeiroMariana Branco
2
Os 24 sacos de notas de 500 euros levantados pelo clã Ricciardi
21 de janeiroCarlos Rodrigues Lima
3
Ventura vence com maioria absoluta na Namíbia
24 de janeiroDiogo Camilo
4
Os casos mais bizarros de infetados apanhados em público
22 de janeiroMarco Alves
5
Baptista Leite “nunca tinha visto tantas pessoas morrerem num turno” em que afinal morreu uma
21 de janeiroMargarida Davim
Durante 10 anos estudou o comunismo e escreveu a obra que lhe valeria um Prémio Pulitzer – Gulag: Uma História. A jornalista, que já trabalhou na The Economist e The Spectator, mergulha agora no crescimento do autoritarismo
Um jantar de ano novo, com álcool, música e conversas animadas, serve de ponto de partida, no livro O Crepúsculo da Democracia, para explicar a mudança na sociedade: o crescimento do autoritarismo. Anne Applebaum, jornalista norte-americana especialista em política, casada com o ex-ministro da defesa polaco e atual eurodeputado Radoslaw Sikorski, recorda como em poucos anos passou a viver numa sociedade polarizada. Este pendor para o autoritarismo não vem das vítimas da globalização e da emigração, mas dos intelectuais cultos e viajados que nos conduzem a um momento muito perigoso.
Esperava uma invasão do Capitólio dos Estados Unidos?
Não antecipava algo naquele formato, mas antecipei que os trumpistas iam e poderiam tornar-se violentos. É muito importante entender o que é trumpismo e o que não é. Não é conservadorismo, não tem nada a ver com a luta direita e esquerda. O trumpismo é a criação de uma realidade alternativa, uma caixa de ressonância de um punhado de políticos desonestos, de propagandistas e das redes sociais. Neste mundo consegues que as pessoas acreditem nas mais variadas coisas: que o partido democrata é malvado, que o Joe Biden é um comunista chinês, que as eleições foram roubadas e que o Trump venceu. Quando se encoraja as pessoas a acreditarem numa realidade alternativa, então estão suscetíveis a qualquer tipo de manipulação e isso termina com os próprios a acharem que podem cometer atos de violência. Isto foi um golpe de Estado antidemocrático. Foi contra o sistema político americano.
Há uma coisa que não se compreende muito bem que é a ação da polícia. O que aconteceu?
É claro que a polícia do Capitólio não estava preparada. Há centenas de manifestações com grandes multidões todos os dias. Mas eles calcularam mal. A razão por que não estavam preparados é que levanta questões e há muitas possibilidades.
Quais?
Uma delas é que as autoridades não estavam a ler as redes sociais ou não as levaram a sério, ou até que acreditavam que os apoiantes brancos de Trump nunca iriam atacar a polícia, porque são pró-polícia. Mas pode ter sido algo mais sinistro, ou seja, que tenham existido alguns esforços da administração para enfraquecer a polícia. Talvez alguns insiders dentro da polícia tenham ajudado os manifestantes e até mesmo alguns membros do congresso que os tenham convidado para irem ao edifício no dia anterior. Isto tudo é especulação, será necessária uma investigação séria para perceber.
Ficaria surpresa se se descobrisse que Trump estava por trás disto?
Sabemos que Trump está por trás disto, ele encorajou as pessoas e naquele dia tweetou: “Isto vai ser selvagem.” Ele é absolutamente corresponsável por isto. Trump incitou a multidão contra o [Mike] Pence.
Acha que a carreira política de Trump acabou?
Nunca digas nunca. Acho que ele vai passar os próximos anos em tribunal e acho que à medida que o tempo passa, o poder dele vai desaparecendo. Se se olhar para os últimos dias, o facto de o Twitter o ter cortado diminuiu a desinformação sobre as eleições em 70 a 80%. Apenas tê-lo calado teve um efeito enorme.
O Partido Republicano vai conseguir criar pontes, ou ficará agora ainda mais dividido?
Não sei. Depende das decisões que vão ser tomadas nos próximos tempos. O senador republicano Ben Sasse publicou um artigo na The Atlantic a defender que o partido republicano tem de purgar estas ideias conspirativas. Há um poderoso conjunto de teorias conspirativas QAnon que defendem que o sistema democrático é feito por pedófilos que torturam crianças. Há americanos presos neste culto que está muito ligado ao Trump e ao partido republicano. Há membros do congresso que são crentes do QAnon e a questão é se vão ser ostracizados ou não.
No seu livro O Crepúsculo da Democracia explica como os intelectuais se sentem atraídos pelo autoritarismo. Quando é que se apercebeu que isto estava a acontecer?
Vi isso a acontecer na Polónia em 2010 e 2011 e depois a tornar-se muito pior em 2013 com a desinformação vinda da Rússia e a espalhar-se por toda a Europa e pelos EUA.
Porquê escrever sobre os intelectuais?
Porque os conheço e porque eles são muito importantes e normalmente desvalorizados. Querem escrever sobre os que votam no Trump, mas e quem são os tipos que andam a vender o Trump aos eleitores? Esse é um grupo muito importante de pessoas e não se escreve sobre elas. Mas estão em todos os países. Se olhares para eles como uma classe, eles não são a classe trabalhadora vítima da globalização. Têm uma boa educação, muitas vezes são extremamente brilhantes, viajados, falam várias línguas, e são das pessoas mais sofisticadas nas suas sociedades. Eles desafiam muitos dos estereótipos estúpidos que as pessoas criaram para explicar o Trump.
Fala também da influência da nostalgia em todas as classes. Como é que isso acontece?
Todos temos nostalgia. Mas há uma forma diferente que é a nostalgia restauradora. Não é apenas ter saudades do passado, mas procurar instaurar o passado e restaurá-lo. Trazer de volta a sociedade de há 50 anos, retirar as mulheres dos empregos, restabelecer a hierarquia masculina-feminina. Isso é um movimento antidemocrático.
Também refere que o desespero cultural influencia o aumento do autoritarismo. Porquê?
É basicamente a crença de que o teu país está a morrer e está a morrer por causa da emigração ou das mudanças demográficas e das mudanças económicas. Pode haver várias razões para este desespero e é quase sempre uma reação à modernidade e a mudanças sociais muito rápidas. Isto é muito mais do que apenas se queixarem da esquerda ou ficar incomodado pelo feminismo radical. É um sentimento profundo de que a nossa civilização acabou ou está a morrer e que temos de fazer algo extremo. Até mesmo algo violento.
Na política, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia?
Sim, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia porque viajam mais depressa na Internet e porque a raiva e a emoção são as coisas que o algoritmo favorece. Outra razão é que, como os media estão a falhar em termos financeiros, uma das formas para sobreviverem é promovendo coisas que fazem com que as pessoas fiquem muito zangadas e chateadas e que as mantenha a ver e a clicar. Estas duas coisas aumentaram o nível de histeria na política.
No livro explica como existe um grupo de pessoas que não gosta de discussões, discórdias, prefere o silêncio. Existe uma predisposição para o autoritarismo?
Há uma percentagem de pessoas que não gosta de mudanças, que não gosta de debates acesos e prefere a homogeneidade de opiniões. Estas são as pessoas mais prováveis de apoiar o autoritarismo, porque não gostam da desarrumação da democracia. Cabe-nos a nós integrá-las na democracia liberal para que elas não a derrubem.
Como é que isso se faz?
Isso é muito difícil. O melhor que podemos fazer – e essa foi a premissa da eleição de Biden, e será central durante a primeira parte da sua presidência – é trazer a conversa política para assuntos práticos. Por exemplo, como lidamos com o coronavírus? Como aceleramos o processo de vacinação? Como ajudamos negócios com dificuldades? Não devem entrar em guerras culturais.
No seu livro, fala do Vox, e em Portugal temos um partido, o Chega, com ligações ao partido espanhol. Debateu-se se era legal ou não, porque é xenófobo e racista. Acha que tornar estes partidos ilegais é uma forma correta?
Não conheço a política portuguesa suficientemente bem para responder a isso. É uma pergunta interessante, mas as melhores pessoas para lidarem com a extrema-direita estão no centro-direita. A sua mensagem e ativismo é o que mais interessa.
O centro-direita forte é essencial para evitar ditaduras?
Porque historicamente são o partido para onde os tradicionalistas e as pessoas com posições autoritárias migram. Como são de centro-direita têm uma visão mais cautelosa das mudanças, e essas pessoas podiam migrar para lá, expressar a sua opinião, sem prejudicar o país.
Continua a achar que é irresponsável ser pessimista?
Estamos num momento perigoso, em que grandes decisões têm de ser tomadas na Europa e nos Estados Unidos sobre que caminho tomar que tanto pode ser o democrático, como o de ter loucos como presidentes. Mas não podemos ser pessimistas porque isso deixa os nossos filhos e netos sem futuro. Se disser que a democracia acabou o que é que faria pelos meus filhos? Somos obrigados a olhar para o futuro, ser construtivos e melhorar a sociedade.
TÓPICOS política Trump Estados Unidos Anne Applebaum
ARTIGOS RELACIONADOS
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Analista alerta para perigo da extrema-direita em Portugal e na Europa
O crente em magia negra que liderou a invasão ao Capitólio
Trump e os escândalos: das finanças às acusações de assédio sexual
Artigo Anterior
Próximo Artigo
A NEWSLETTER GERAL NO SEU E-MAIL
Tudo o que precisa de saber todos os dias. Um resumo de notícias, no seu email. (Enviada diariamente)
[email protected]
SUBSCREVER
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de envio de newsletters da Cofina Media, S.A.. Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de comunicações de marketing da Cofina Media, S.A..Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
+
Artigo AnteriorPróximo Artigo
Sábado
ESTATUTO EDITORIAL FICHA TÉCNICA LEI DA TRANSPARÊNCIA CONTACTOS A MENSAGEM NÓNIO
Marketing Automation certified by
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media S.A. Consulte a Política de Privacidade Cofina.
Só lhe restam 1 artigo.
Seja um assinante e navegue sem limite
Bem sei, que apelidaram Bruno de Carvalho de populista, embora eu tenha a absoluta certeza que ele é um moderado, com laivos de esquerda !
Pois … mesmo para os mais distraídos, atentem bem, o que Anne Applebaum ALERTA no caso Português !
31 Janeiro, 2021 at 20:33
” Espero que os meus jogadores estejam pressionados. Temos a responsabilidade da vitória e queremos continuar na frente com a mesma vantagem”.
Isto é de treinador de clube grande! Discurso desempoeirado. Sem medo de assumir a ambição de ganhar.
31 Janeiro, 2021 at 20:37
ANNE APPLEBAUM
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
Vanda Marques
Ontem
+
AS MAIS LIDAS
1
A misteriosa vida do dono do Lidl
26 de janeiroMariana Branco
2
Os 24 sacos de notas de 500 euros levantados pelo clã Ricciardi
21 de janeiroCarlos Rodrigues Lima
3
Ventura vence com maioria absoluta na Namíbia
24 de janeiroDiogo Camilo
4
Os casos mais bizarros de infetados apanhados em público
22 de janeiroMarco Alves
5
Baptista Leite “nunca tinha visto tantas pessoas morrerem num turno” em que afinal morreu uma
21 de janeiroMargarida Davim
Durante 10 anos estudou o comunismo e escreveu a obra que lhe valeria um Prémio Pulitzer – Gulag: Uma História. A jornalista, que já trabalhou na The Economist e The Spectator, mergulha agora no crescimento do autoritarismo
Um jantar de ano novo, com álcool, música e conversas animadas, serve de ponto de partida, no livro O Crepúsculo da Democracia, para explicar a mudança na sociedade: o crescimento do autoritarismo. Anne Applebaum, jornalista norte-americana especialista em política, casada com o ex-ministro da defesa polaco e atual eurodeputado Radoslaw Sikorski, recorda como em poucos anos passou a viver numa sociedade polarizada. Este pendor para o autoritarismo não vem das vítimas da globalização e da emigração, mas dos intelectuais cultos e viajados que nos conduzem a um momento muito perigoso.
Esperava uma invasão do Capitólio dos Estados Unidos?
Não antecipava algo naquele formato, mas antecipei que os trumpistas iam e poderiam tornar-se violentos. É muito importante entender o que é trumpismo e o que não é. Não é conservadorismo, não tem nada a ver com a luta direita e esquerda. O trumpismo é a criação de uma realidade alternativa, uma caixa de ressonância de um punhado de políticos desonestos, de propagandistas e das redes sociais. Neste mundo consegues que as pessoas acreditem nas mais variadas coisas: que o partido democrata é malvado, que o Joe Biden é um comunista chinês, que as eleições foram roubadas e que o Trump venceu. Quando se encoraja as pessoas a acreditarem numa realidade alternativa, então estão suscetíveis a qualquer tipo de manipulação e isso termina com os próprios a acharem que podem cometer atos de violência. Isto foi um golpe de Estado antidemocrático. Foi contra o sistema político americano.
Há uma coisa que não se compreende muito bem que é a ação da polícia. O que aconteceu?
É claro que a polícia do Capitólio não estava preparada. Há centenas de manifestações com grandes multidões todos os dias. Mas eles calcularam mal. A razão por que não estavam preparados é que levanta questões e há muitas possibilidades.
Quais?
Uma delas é que as autoridades não estavam a ler as redes sociais ou não as levaram a sério, ou até que acreditavam que os apoiantes brancos de Trump nunca iriam atacar a polícia, porque são pró-polícia. Mas pode ter sido algo mais sinistro, ou seja, que tenham existido alguns esforços da administração para enfraquecer a polícia. Talvez alguns insiders dentro da polícia tenham ajudado os manifestantes e até mesmo alguns membros do congresso que os tenham convidado para irem ao edifício no dia anterior. Isto tudo é especulação, será necessária uma investigação séria para perceber.
Ficaria surpresa se se descobrisse que Trump estava por trás disto?
Sabemos que Trump está por trás disto, ele encorajou as pessoas e naquele dia tweetou: “Isto vai ser selvagem.” Ele é absolutamente corresponsável por isto. Trump incitou a multidão contra o [Mike] Pence.
Acha que a carreira política de Trump acabou?
Nunca digas nunca. Acho que ele vai passar os próximos anos em tribunal e acho que à medida que o tempo passa, o poder dele vai desaparecendo. Se se olhar para os últimos dias, o facto de o Twitter o ter cortado diminuiu a desinformação sobre as eleições em 70 a 80%. Apenas tê-lo calado teve um efeito enorme.
O Partido Republicano vai conseguir criar pontes, ou ficará agora ainda mais dividido?
Não sei. Depende das decisões que vão ser tomadas nos próximos tempos. O senador republicano Ben Sasse publicou um artigo na The Atlantic a defender que o partido republicano tem de purgar estas ideias conspirativas. Há um poderoso conjunto de teorias conspirativas QAnon que defendem que o sistema democrático é feito por pedófilos que torturam crianças. Há americanos presos neste culto que está muito ligado ao Trump e ao partido republicano. Há membros do congresso que são crentes do QAnon e a questão é se vão ser ostracizados ou não.
No seu livro O Crepúsculo da Democracia explica como os intelectuais se sentem atraídos pelo autoritarismo. Quando é que se apercebeu que isto estava a acontecer?
Vi isso a acontecer na Polónia em 2010 e 2011 e depois a tornar-se muito pior em 2013 com a desinformação vinda da Rússia e a espalhar-se por toda a Europa e pelos EUA.
Porquê escrever sobre os intelectuais?
Porque os conheço e porque eles são muito importantes e normalmente desvalorizados. Querem escrever sobre os que votam no Trump, mas e quem são os tipos que andam a vender o Trump aos eleitores? Esse é um grupo muito importante de pessoas e não se escreve sobre elas. Mas estão em todos os países. Se olhares para eles como uma classe, eles não são a classe trabalhadora vítima da globalização. Têm uma boa educação, muitas vezes são extremamente brilhantes, viajados, falam várias línguas, e são das pessoas mais sofisticadas nas suas sociedades. Eles desafiam muitos dos estereótipos estúpidos que as pessoas criaram para explicar o Trump.
Fala também da influência da nostalgia em todas as classes. Como é que isso acontece?
Todos temos nostalgia. Mas há uma forma diferente que é a nostalgia restauradora. Não é apenas ter saudades do passado, mas procurar instaurar o passado e restaurá-lo. Trazer de volta a sociedade de há 50 anos, retirar as mulheres dos empregos, restabelecer a hierarquia masculina-feminina. Isso é um movimento antidemocrático.
Também refere que o desespero cultural influencia o aumento do autoritarismo. Porquê?
É basicamente a crença de que o teu país está a morrer e está a morrer por causa da emigração ou das mudanças demográficas e das mudanças económicas. Pode haver várias razões para este desespero e é quase sempre uma reação à modernidade e a mudanças sociais muito rápidas. Isto é muito mais do que apenas se queixarem da esquerda ou ficar incomodado pelo feminismo radical. É um sentimento profundo de que a nossa civilização acabou ou está a morrer e que temos de fazer algo extremo. Até mesmo algo violento.
Na política, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia?
Sim, as teorias da conspiração sobrepuseram-se à ideologia porque viajam mais depressa na Internet e porque a raiva e a emoção são as coisas que o algoritmo favorece. Outra razão é que, como os media estão a falhar em termos financeiros, uma das formas para sobreviverem é promovendo coisas que fazem com que as pessoas fiquem muito zangadas e chateadas e que as mantenha a ver e a clicar. Estas duas coisas aumentaram o nível de histeria na política.
No livro explica como existe um grupo de pessoas que não gosta de discussões, discórdias, prefere o silêncio. Existe uma predisposição para o autoritarismo?
Há uma percentagem de pessoas que não gosta de mudanças, que não gosta de debates acesos e prefere a homogeneidade de opiniões. Estas são as pessoas mais prováveis de apoiar o autoritarismo, porque não gostam da desarrumação da democracia. Cabe-nos a nós integrá-las na democracia liberal para que elas não a derrubem.
Como é que isso se faz?
Isso é muito difícil. O melhor que podemos fazer – e essa foi a premissa da eleição de Biden, e será central durante a primeira parte da sua presidência – é trazer a conversa política para assuntos práticos. Por exemplo, como lidamos com o coronavírus? Como aceleramos o processo de vacinação? Como ajudamos negócios com dificuldades? Não devem entrar em guerras culturais.
No seu livro, fala do Vox, e em Portugal temos um partido, o Chega, com ligações ao partido espanhol. Debateu-se se era legal ou não, porque é xenófobo e racista. Acha que tornar estes partidos ilegais é uma forma correta?
Não conheço a política portuguesa suficientemente bem para responder a isso. É uma pergunta interessante, mas as melhores pessoas para lidarem com a extrema-direita estão no centro-direita. A sua mensagem e ativismo é o que mais interessa.
O centro-direita forte é essencial para evitar ditaduras?
Porque historicamente são o partido para onde os tradicionalistas e as pessoas com posições autoritárias migram. Como são de centro-direita têm uma visão mais cautelosa das mudanças, e essas pessoas podiam migrar para lá, expressar a sua opinião, sem prejudicar o país.
Continua a achar que é irresponsável ser pessimista?
Estamos num momento perigoso, em que grandes decisões têm de ser tomadas na Europa e nos Estados Unidos sobre que caminho tomar que tanto pode ser o democrático, como o de ter loucos como presidentes. Mas não podemos ser pessimistas porque isso deixa os nossos filhos e netos sem futuro. Se disser que a democracia acabou o que é que faria pelos meus filhos? Somos obrigados a olhar para o futuro, ser construtivos e melhorar a sociedade.
TÓPICOS política Trump Estados Unidos Anne Applebaum
ARTIGOS RELACIONADOS
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Vitória histórica de Joe Biden, post mortem
Analista alerta para perigo da extrema-direita em Portugal e na Europa
O crente em magia negra que liderou a invasão ao Capitólio
Trump e os escândalos: das finanças às acusações de assédio sexual
Artigo Anterior
Próximo Artigo
A NEWSLETTER GERAL NO SEU E-MAIL
Tudo o que precisa de saber todos os dias. Um resumo de notícias, no seu email. (Enviada diariamente)
SUBSCREVER
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de envio de newsletters da Cofina Media, S.A.. Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
Autorizo expressamente o tratamento do meu endereço de correio eletrónico para efeito de comunicações de marketing da Cofina Media, S.A..Li e aceito expressamente a Política de Privacidade Cofina.
“Trump vai passar os próximos anos em tribunal”
+
Artigo AnteriorPróximo Artigo
Sábado
ESTATUTO EDITORIAL FICHA TÉCNICA LEI DA TRANSPARÊNCIA CONTACTOS A MENSAGEM NÓNIO
Marketing Automation certified by
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Cofina Media S.A. Consulte a Política de Privacidade Cofina.
Só lhe restam 1 artigo.
Seja um assinante e navegue sem limite
Bem sei, que apelidaram Bruno de Carvalho de populista, embora eu tenha a absoluta certeza que ele é um moderado, com laivos de esquerda !
Pois … mesmo para os mais distraídos, atentem bem, o que Anne Applebaum ALERTA no caso Português !
31 Janeiro, 2021 at 22:02
Não esquecer para amanha:
De manhã começa o dia.. a fuder os lampiões! E à noite a festejar… a vitória dos leões!
https://www.youtube.com/watch?v=W8Df7cOWXYQ
31 Janeiro, 2021 at 22:29
Pedro Marques emprestado ao Gil Vicente, sem clausula de compra.
31 Janeiro, 2021 at 22:33
Ganhar eataleca que o campeonato de Portugal nunca lhe daria.
31 Janeiro, 2021 at 22:42
O único que podia jogar lá na frente.
Cheira a Paulinho por todos os poros …
1 Fevereiro, 2021 at 0:39
Ou que o Phellype está quase pronto…
Eu quero acreditar que o Barbosa da Cruz sabe o que fala… uma vez na vida!
1 Fevereiro, 2021 at 0:42
Também se pode dizer que o Braga ao emprestar um dos avançados, cheira por todos os poros que o Paulinho não sai…
Cenas!
31 Janeiro, 2021 at 22:36
Com as saídas e com as não entradas de avançados no plantel, ainda vamos ver o Coates a jogar a ponta de lança de início…
1 Fevereiro, 2021 at 0:18
https://www.youtube.com/watch?v=kzs2LLJrS2c
A campeã do mundo só coloca dois jogadores no 7 ideal….questionável….
1 Fevereiro, 2021 at 3:19
maisfutebol.iol.pt/liga/transferencias/sp-braga-paulinho-a-caminho-do-sporting
1 Fevereiro, 2021 at 4:08
Uiiii, mais uma transferência intramendeliana. Adeus, Borja, não foi fixe.
Caro Paulinho, que marques muito golinho.