Este fim de semana tivemos os primeiros pontos perdidos pela equipa feminina, excetuando os jogos contra a AJM/FC Porto. Mais um sinal da competitividade da liga e a confirmação que estamos mesmo a fazer um bom campeonato. O Leixões, que nos ganhou, já tinha perdido em casa connosco e tinha perdido pontos com CD Aves e Clube K, a quem nós vencemos com brilhantismo.

Esta derrota com o Leixões, por 2-3, justifica-se pelo jogo menos conseguido da nossa parte. Jogámos mal? Não houve esforço? Fomos displicentes? Nada disso, por isso convém explicar este “jogámos mal”. Na minha opinião, tivemos um indicador que condicionou o jogo – o serviço. Nós somos uma equipa que tem um serviço bom, forte e tático. Isto dificulta a ação do adversário e, muitas vezes, abre-nos uma autoestrada para o contra-ataque. No Sábado a nossa receção estava competente, tivemos bons momentos de contra-ataque, estávamos a atacar dentro de parâmetros muito interessantes, mas o serviço não estava a entrar. Instintivamente, isto começa a levar as jogadoras a decisões simples: (1) continuar a arriscar, podendo falhar ou (2) diminuir o risco devidos aos índices de confiança. Nenhuma das decisões trouxe a estabilidade necessária ao serviço e o Leixões foi-se superiorizando. Acontece que, em equipas que trabalham tanto como a nossa, estes jogos acontecem 1 vez a cada 10 ou 15 jogos. Azar para os adversários porque continuamos aqui! Viu-se, depois no domingo, que cilindramos o Vitória SC por 3-0.

Vou só falar de mais uma situação e até conto uma história como introdução. Em tempos, quando andava pelo mundo do voleibol, num qualquer ano da minha formação fomos fazer um jogo importante fora de casa. Tudo estava a correr normalmente até ao momento em que nos tornamos competitivos no jogo. Aí as coisas mudaram, tudo muda. Mudam as regras, as arbitragens e os insultos porque não éramos uma equipa “amiga da Federação”. Sentimo-nos desrespeitados! Semanas depois, este adversário veio jogar à nossa casa com os níveis de arrogância que tinha terminado o confronto anterior. Gente, só nos faltou trincar a bola! Um ponto nosso ouvia-se a 100 km de distância. Que intensidade em cada ponto. Querem-se rir? Perdemos o jogo, no entanto, ganhámos em tudo o resto: garra, berros, cerrar os dentes, espírito de equipa.

Meninas, nunca deixem que, pelo menos em nossa casa, elas berrem mais que nós, por muito mal que esteja a correr o jogo. Se fechasse os olhos e tentasse adivinhar quem fazia ponto apenas pelo barulho, infelizmente, conseguia. Aqui? No nosso PJR? Aqui quem fala mais alto sou eu. Já diz o meu pai, “em minha casa a voz mais alta é a minha”. Às vezes terminava a frase com uma palavra começada em “c” e terminada em “aralho”. Não vou reproduzir por educação.

Quero deixar uma palavra especial para a jogadora do fim-de-semana, para mim claro – Vanessa Paquete. Vou ser um pouco bairrista, mas aquela forma de jogar é à Norte do país. Aquela mentalidade diferenciadora de quem festeja, loucamente, cada ponto feito. E até pode ser o 1-0 ou o 1-10! Nunca há o atirar da toalha, nunca há um olhar desconcentrado. Há foco, atitude, empenho, garra, provocação, motivação, qualidade, vigor, tenacidade. Vamos com tudo, Vanessa Paquete!

gersinho

No que respeita aos seniores masculinos há 3 notas a ter em conta.

A primeira é a mais simples. Soubemos ontem que vamos à final da Taça de Portugal, apesar de ainda faltarem jogar 2 jogos. O sorteio foi-nos muito favorável e espera-se, mais um, Sporting CP x SL Benfica na final da Taça de Portugal deste ano. A meu ver, o jogo da época.

A segunda nota é sobre o dérbi desta semana. Fomos à Luz perder por 2-3 contra um rival que continua a superiorizar-se à nossa equipa. Para além da qualidade diferenciada, começa a jogar contra nós uma mentalização negativa que pode, eventualmente, criar a sensação de que é impossível ganhar-lhes. Fico na dúvida se conseguimos uma superação maior e ganhar. A meu ver, este jogo mais bem conseguido, deveu-se a um jogo mais estável do Bruno Alves e um acerto posicional defensivo que o Gersinho tem vindo a procurar nestes jogadores.

O último ponto é precisamente sobre o Gersinho. Todos nós somos alvos de crítica e, pela maior ou menor exposição que se tem, fica-se mais exposto à mesma. Não sou o seu advogado de defesa, nem tenho qualquer intenção de o ser. Os treinadores respondem por resultados, quer tenham condições ou não para fazer melhor. Agora, o que se anda a passar nas redes sociais, desde o início da época, vai além disso. Vamos ver se, com a entrada na fase decisiva da época, os ímpetos sanguinários possam ser controlados em benefício do Sporting.

Houve um esboço de reação da estrutura do Sporting a este movimento com a entrevista do Renan e o Victor Hugo a elogiarem o Gersinho, mas fica curto. Deixo só uma nota: No Sporting pode-se deixar cair o treinador, mas nunca o homem!

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)