A semana que decorreu desde o último post permitiu apreciar 2 confrontos com uma das nossas competidoras diretas, a equipa senior de Futebol Feminino do Braga.
O primeiro desses confrontos, a contar para as meias-finais da Taça da Liga ocorreu na 4ª Fª dia 3 de Março, apenas 3 dias após o inesperadamente difícil confronto contra o Condeixa para a série de apuramento de Campeão do Nacional BPI de FF.
O Sporting alinhou com Patrícia Moraes; Mariana Rosa, Bruna Costa, Nevena Damjanovic e Joana Marchão; Tatiana Pinto, Fátima Pinto e Andreia Jacinto; Ana Borges, Ana Capeta e Raquel Fernandes. Logo na primeira jornada o Braga deixou um sério aviso: a “matulona” Hannah Keane rematou isolada para uma extraordinária defesa de Patrícia Moraes. Mas o Sporting soube reagir e, aos 8 minutos era Ana Capeta a forçar a guarda-redes internacional irlandesa do Braga Marie Hourianne a uma boa defesa.
O Sporting começava a conseguir bem da pressão alta do Braga, a organizar muito bem a troca de bola no meio do terreno, a ter mais posse e a definir os momentos de libertar-se do espartilho defensivo do Braga ora com boas aberturas para a direita para a Ana Borges ou a Mariana Rosa (que apoiava frequentemente o ataque) e para a esquerda para Raquel Fernandes e os apoios da Joana Marchão, ora com passes entre linhas no centro ofensivo aproveitando os movimentos diagonais da Ana Capeta; verdadeiras formigas de trabalho nestas tarefas de organização ofensiva foram Fátima Pinto e, sobretudo, Andreia Jacinto. Entretanto, esta organização e posse de bola ea desgastando a organização defensiva do Braga e causando mas jogadoras do Braga crescente desconforto emocional: como resultado iam-se sucedendo as faltas bracarenses. Aos 27 minutos a Andreia Norton já ia na sua 4ª falta e a Diana Gomes na sua 3ª. E aos 29 minutos uma jogada de Andreia Jacinto pela esquerda só é parada por falta da americana Myra Delgadillo quase ao bico da área bracarense. A sua marcação é jogada laboratorial: simulação de cruzamento de Raquel Fernandes, passe lateral rasteiro de Joana Marchão para uma Nevena que, vinda em movimento paralelo à baliza entre as linhas das duas áreas, efetua um excelente remate cruzado indefensável para a Hourianne. Estava desbloqueado, o jogo.
O Braga continuava a abusar das faltas face à permissividade da árbitra; Andreia Norton pendura-se literalmente nas costas de Ana Borges para a sua 5ª falta; A lateral Rayanne faz duas faltas duras seguidas sobre Raquel Fernandes e Fátima Pinto; mas os amarelos continuavam “esquecidos”. Aos 41 minutos, a bracarense Laura Luís marca um bom golo numa jogada de belo efeito mas que nasce de uma recuperação de bola da própria Laura Luís à saída do seu meio campo em claríssima falta sobre Andreia Jacinto. A árbitra deve ter fechado os olhos nesse momento, porque se encontrava muito perto do lance e era impossível não o ter visto.
No 2º tempo, a tão apregoada vantagem física do Braga continuava a fazer-se sentir em sucessivas faltas de Andreia Norton, Rayane, Diana Gomes (a Andreia quando sai do jogo tinha 8 faltas – assinaladas; a Diana e a Rayane acumularam 5 cada) e Myra Delgadillo que, na sua 4ª falta, lá vê um cartão amarelo aos 53 minutos. Segundos antes a Nágela havia visto o primeiro amarelo do jogo numa falta sobre a Ana Capeta que mereceria outra cor. Ana Capeta que seria também um “amarelada” aos 58 minutos numa falta tão intempestiva quanto desnecessária sobre a Dolores. Mas, 2 minutos depois,o Sporting voltava à vantagem: Ana Borges perto da área do Braga faz um corte-passe em esforço para a Fátima Pinto no miolo que abre logo à esquerda para a Raquel que cruza baixo e tenso para a pequena área onde a inevitável Ana Capeta se antecipa às adversárias e, num salto de peixe, marca um golo de cabeça de belo efeito. Apesar de ainda haver meia hora para jogar, o Sporting soube controlar o jogo mostrando-se taticamente irrepreensível e “jogando” com a crescente “pressa” do Braga na execução dos seus processos ofensivos.
Notas positivas no Sporting: mais um grande jogo de Nevena (não sabe jogar mal); uma Capeta, mais uma vez letal (em Braga, deve ter a cabeça a prémio); um bom jogo de Joana Marchão; excelentes prestações de Fátima Pinto e das jovens Mariana e Andreia (para mim, a MVP do jogo).
No domingo, já para o campeonato, novo confronto com as mesmas oponentes. Em relação ao onze que usou inicialmente para a Taça da Liga, o Sporting partiu para este jogo fazendo apenas uma alteração, na baliza, onde Inês Pereira ocupou o lugar de Patrícia Moraes. Este foi um jogo em que não se pode falar de predomínio de nenhuma equipa e que foi fértil em alternâncias desse domínio territorial. O Sporting não foi tão esclarecido como de costume na saída da pressão alta. O Braga continuou a abusar das faltas pois, mais uma vez, verificou a permissividade da árbitra. De novo eram Andreia Norton e Diana Gomes as mais faltosas. Mas foi Ana Capeta a ver (bem) o 1º amarelo do jogo: mais uma vez, um corte impetuoso, mas junto à linha lateral e num lance perto da divisória de meio-campo a demonstrar que a raça deve ser usada com mais “cabeça”.
Os lances mais perigosos da primeira parte (embora sem domínio territorial evidente) pertenceram ao Sporting: 2 remates de cabeça de Bruna Costa e Ana Capeta falharam o alvo por escassos cms (em ambos os casos com a GR Hourianne sem hipótese de defesa). O segundo tempo começa com o Braga a tentar surpreender o Sporting em contra-ataques rápidos ou no uso do físico em lances de bola parada. Valeu ao Sporting o acerto defensivo de Mariana Rosa (2 vezes, a 2ª indo dobrar o lado esquerdo! da defesa) e de … Andreia Jacinto! A partir dos 55 minutos, o Sporting equilibra as operações e o jogo regressa à repartição de sucessivos períodos curtos e alternados de domínio. Curiosamente este jogo é desbloqueado aos 85 minutos pela jogadora mais “improvável”: a receber, à entrada da área e de costas para a baliza, Carolina Mendes recebe um belo passe passe de Ana Borges e executa uma ótima receção orientada em rotação e entra na área desembaraçando-se de Nágela Oliveira que se viu “obrigada” a derrubá-la. Penalty claro e incontestado que foi superiormente convertido pela suspeita do costume: Nevena Damjanovic (central que marca o seu 5º golo na competição, 6º na época).
Até ao final fica por mostrar um vermelho a Andreia Norton que, claramente furiosa por Raquel Fernandes lhe ter “roubado” a bola, perde a cabeça e corre de raiva para a rasteirar por trás. Nem seria tanto pela natureza da falta mas pela clara conduta anti-desportiva. Por falar em condutas anti-desportivas, essa deve se uma caraterística que começa a fazer escola nos técnicos e dirigentes do Braga (3 amarelos para o banco nos 2 jogos, por, constantemente pressionarem as árbitras e contestarem as suas decisões; e até nem tiveram muitas razões para se queixarem … imaginem se …).
Notas positivas deste encontro: outra grande exibição das duas jogadoras mais jovens do 11, Andreia Jacinto e Mariana Rosa (para mim a MVP do jogo); em alta também para a Nevena e a Raquel; destaque ainda para a boa participação da Carolina Mendes no pouco tempo de jogo. Menos positivas (embora não negativas), as exibições menos regulares de Fátima Pinto (quebrou muito fisicamente na 2ª parte) e Bruna Costa com 2 deslizes nada habituais que poderiam ter sido comprometedores.
Um apontamento de balanço para a campanha nacional que está a fazer a equipa do Sporting de FF, com bastantes pontos de identificação com o que se vai passando na equipa senior A de FF: até agora, o FF já disputou 16 jogos e conta com 15 vitórias e 1 empate (as “meninas” partilham a exclusividade de invencibilidade nacional com os seus “parceiros” masculinos); ambas as equipas assentam muito do seu plantel no recurso às/aos jogadoras/es nacionais e complementando alguma experiência com uma boa base de jogadoras da formação; ambos os treinadores são jovens e têm surpreendido pela competência técnica, consistência das suas idéias táticas e estratégicas, capacidade em os treinar e pôr em prática, capacidade de ler e intervir no jogo, mas, SOBRETUDO, pelo que parece ser uma enorme assertividade na condução mental coletiva e individual e na correspondência dos respetivos discursos aos objetivos desse “coaching”. Já as diferenças parecem situar-se mais ao nível da gestão diretiva de cada um dos projetos: enquanto para o FF se dá quanto se pode e até muito do que se não pode (com algumas “aquisições” a roçar mesmo o absurdo) no FF não se faz há mais de 2 anos 1 investimento que seja.
Finalmente uma palavra para algo que tem sido objeto de algum debate nesta rubrica: as apostas na Formação dos principais Clubes no FF. Reporto-me a Benfica, Braga e e Sporting. Sobre o Braga o que há dizer é que, verdadeiramente, não aposta na Formação uma vez que só após 3 anos de projeto tentou montar uma equipa de sub-19, isso apesar de estar no “Distrito” da única Associação de Futebol que propicia competição no Futebol Feminino desde o escalão de sub-13 (a AF de Lisboa apenas propiciava sub17 e sub19). Em relação a Sporting e Benfica o reflexo das suas apostas na Formação nas respetivas equipas A po de ser comparado nos seguinte quadro:
Este quadro comparativo demonstra bem que é maior e mais consistente a utilização do SCP de jogadoras da sua formação. Isso não invalida que o Benfica também esteja a trabalhar muito bem essa vertente. Apenas indica a existência de 2 factos que condicionam no SLB essa utilização: 1º o facto de a sua formação ser necessariamente (ainda) relativamente incipiente, uma vez que o projecto foi iniciado, em setembro de 2018, 2 anos após o do SCP, e que a formação foi interrompida no final de Fevereiro de 2020 até hoje, devido à pandemia (entretanto, este ano, por força dessa circunstância o SLB inscreveu uma equipa B na 3ª Divisão Nacional para acomodar uma boa parte dessas jovens que abraçaram o projeto do clube em 2018); 2º o facto de o SLB ter contado respetivamente com 13, 10 e 10 jogadoras estrangeiras inscritas nas 3 épocas que leva o seu projeto, o que é um fator inibidor a maior uso de jovens formadas (8 das actuais estrangeiras estão entre as 11 com maior taxa de utilização); acresce que contratou mais algumas jogadoras já seniores e muito utilizadas como a Silvia Rebelo (1ª) ao ex-Braga, a Carole Costa (8ª) ex-Sporting ou a Matilde Fidalgo (13ª) ex- Manchester City, ex-Braga e ex-Sporting. Portanto, além de ser um projeto ainda menos maturado, aprece que o projeto do SLB comporta algumas contradições ( como sucede no seu FM) com o peso da contratação de atletas estrangeiras. Por outro lado, a “dança” de treinadores (3 em pouco mais de 2 anos) também não facilita a consistência das apostas.
Já no projeto do Sporting, aquilo que sucede parece, nesta matéria, ser o inverso: a aposta está mais maturada por força de o projeto ter mais anos; o peso da contratação estrangeira é metade (numericamente) do que acontece no SLB e ainda mais reduzido se a análise for qualitativa e atentarmos à escassíssima (e pouco produtiva, diga-se) utilização de 3 das nossas 5 estrangeiras (Carlyn Baldwin, Amanda Perez e Wike Meister).
Diria, em resumo, que a força das circunstâncias e as opções estratégicas diretivas ditam as diferenças quantitativas apontadas no quadro atrás exposto. Quanto a diferenças qualitativas, as mensuráveis, por enquanto, também pendem para o lado do Sporting (nº de internacionalizações, nº de títulos); já as subjetivas dependerão sempre da avaliação de cada sujeito.
O que, no entanto parece insofismável é que quer Sporting quer Benfica estão a fazer bons investimentos nas suas Formações de FF; tal como é insofismável que, se existe FF em Portugal (incluindo esses 2 Clubes) é porque uma série enorme de vários “pequenos” Clubes andou durante 3 décadas a investir (muitas vezes até quebrando barreiras culturais) para que as meninas deste país pudessem praticar o desporto, bastas vezes desbravando caminhos, substituindo o Estado e até indo “contra” a inércia e/ou incompetência de dirigentes e organizações do Estado ou dele subsidiárias (S.E.J.D.; I.P.D.J; F.P.F.; A.F.s; M.E.C.; etc.). Mas essa fica questão para debate prometido para outras calendas.
* dos Açores com amor, o Álvaro Antunes prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino. Às terças!
9 Março, 2021 at 9:36
Certo. Apostar na formação e não falo só do Sporting. Quem sabe mais à frente a seleção será de topo. Vem aí a Rússia e temos claramente um problema, não na qualidade, mas de índice físico.
No que nos toca a nós, temos jogado pouco, mas estamos na luta.
Espero que as nossas meninas acreditem mais que eu na vitória no próximo fds…
9 Março, 2021 at 10:00
Mais uma excelente análise.
9 Março, 2021 at 10:06
Apenas discordo da apreciação à Fátima Pinto; mesmo no primeiro jogo, aos 60/65 minutos já não se conseguia mexer!
As nossas jovens foram, juntamente com a Nevena ( e de longe!) As melhores nestes jogos.
Eatamos na luta!
SL
9 Março, 2021 at 10:12
É natural que para se obterem resultados a curto prazo e se elevar o nível competitivo se recorra a estrangeiras. Se é assim em modalidades devidamente enraizadas, quanto mais no futebol feminino, que nem embrião é enquanto modalidade de alta competição.
Seria “fácil” ir buscar 11 jogadoras a países que têm FF mais desenvolvido e montar uma equipa para ir atropelando tudo. Seria o melhor? Uns diriam que sim, outros nem por isso.
O futebol feminino precisa de um projecto a sério, tal como outras modalidades o precisam. Mas algo com objectivos, metas objectivas e prazos definidos, não aquela coisa portuguesa do “plano a 5 anos”, e daqui a meia década falamos como correu a coisa.
9 Março, 2021 at 17:08
Concordo que o FF precisa de um projecto a sério.
Diria até que precisa de projetos a sério: da F.P.F. em conjunto com as A.F., as Autarquias, o S.E.J.D. e o M.E.C. para desenvolvimento da Captação e Formação em idades baixas (dos 8 aos 13 anos) no Desporto Escolar e nos pequenos Clubes locais e de bairro e para criação em todos os ex distritos de competição para todos os escalões de Formação; da L.P.F.P. para, em conjunto com os Clubes profissionais e a F.P.F. apostarem na promoção e sustentabilidade do espetáculo e na sua maior competitividade interna e externa; dos Clubes para potenciar a modalidade na vertente feminina e para lhe conferir sustentabilidade competitiva e financeira interna e externamente.
Um abraço e saudações leoninas
9 Março, 2021 at 11:17
Boa analise aos jogos, Álvaro.
O Jogo para a Taça da Liga foi mais interessante e bem jogado que o jogo para o campeonato.
No 1º jogo a árbitra foi a Ana Afonso de quem não tinha registos.
Acho que fez uma boa arbitragem no geral. Sim, podia ter amarelado algumas jogadoras do Braga, nomeadamente a Norton e a Diana Gomes, facilmente, evitando que andassem o jogo todo a dar pau. Acho que o pior foi mesmo alguma permissividade com os protestos constantes do banco do Braga.
Em termos de jogo e de resultado, a vitória assenta-nos muito bem.
Para mim a Andreia Jacinto também foi a melhor jogadora em campo, sempre muito activa e com boas decisões – muito longe da jogadora lenta e mole que muitas vezes acho que é.
No 2º jogo a árbitra foi a Catarina Campos, que tem já um historial de gamanço ao Sporting notável, de onde destaco a escandalosa arbitragem do Benfic@-Sporting da 1ª Jornada da Taça da Liga da época passada, onde nos invalidou um golo limpo, assinalou um penalti inexistente contra nós e ainda expulsou mal a Carole, tendo o jogo acabado 2-2 muito por influência dela.
Ontem, para além da passividade incrível com a Norton e com, mais uma vez, a actuação do banco do Braga, perdoou claramente o 2º amarelo à Diana Gomes aos 58 minutos.
O penalti é, como dizes, claro e inequívoco – era impossível não marcar aquilo! Excelente o movimento da Carolina e a lentidão da defesa do Braga fez o resto, pois quando lá meteu o pé já a bola ia bem à frente e a Carolina ia ficar isolada!
Em termos de jogo, a nossa prestação foi bem mais fraca do que no jogo anterior.
Demonstrámos sempre muita dificuldade e o Braga esteve grande parte por cima do jogo, obrigando-nos a pensar muito mais em defender do que em atacar.
A grande oportunidade de golo do jogo é da Jermaine aos 14 minutos que a 1 metro da linha de golo e sem ninguém do Sporting a atrapalhá-la falha escandalosamente o toque para dentro da baliza – não falas deste lance, que foi, além da melhor oportunidade, a primeira situação de golo.
O nosso golo surge numa fase onde o empate já era menos mau para nós pois a haver um vencedor devia ser o Braga. Mas o futebol tem destas coisas e um bom pormenor da Carolina e uma estupidez da defesa do Braga transformaram um empate suado nua vitória quase caída do céu para nós.
No entanto, se a Diana tem sido expulsa como devia, no inicio da 2ª parte, com certeza o jogo seria bem diferente.
Há a acrescentar ainda alguns pontos que, a meu ver condicionaram muito os nossos jogos.
O primeiro é que nós passamos por um período de menor acerto, estando até a equipa numa forma física menos boa também – provavelmente o menor acerto vem daí. Ora, sendo uma equipa onde o défice físico, mesmo em forma, já é evidente, nestas condições a equipa tem muita dificuldade contra equipas mais físicas, como é o caso evidente do Braga. No 2º jogo, por exemplo, a Norton fez o que quis do nosso meio campo. não havendo ninguém com andamento para a acompanhar. A Andreia não é uma jogadora muito intensa mas até esteve bem – mas com grande dificuldade em acompanhar o andamento da Norton – a Fátima veio de uma lesão prolongada e está sem ritmo – foi tão evidente a sua dificuldade em acompanhar as jogadoras do Braga! – e a Tatiana sozinha – já cansada do jogo anterior – não deu conta do recado, obviamente. Depois, quer a Ana Borges, quer a Raquel, que também estão fora de forma, não deram a profundidade necessária ao nosso jogo. A Ana Borges não ganhou um lance em corrida à defesa do Braga, coisa que ela normalmente faz imenso em cada jogo. Foi mais a Mariana Rosa a fazer “piscinas” do que ela.
Valeu-nos muito o acerto defensivo neste jogo, e aquele falhanço escandaloso aos 14 minutos, para que o jogo tenha acabado bem para nós.
Nós, convenhamos, temos este 11 que jogou os 2 jogos – mudou a GR que é uma posição onde, jogue uma ou outra, estamos sempre bem – e depois temos a Carolina para substituir a Capeta – com alguma perda numas coisas mas com ganho noutras!
Não temos mais ninguém que entre e não faça a equipa sequer perder qualidade, quanto mais dar algo ou mexer com a equipa!
Foi nisto que transformaram o FF do Sporting: 13 jogadoras para fazer um 11 decente, 2 das quais são GR. E, para mim, isto é INACEITÁVEL!
Muito faz a Cova e o plantel, com tanta limitação, perante Benfic@, Braga e Famalicão, que têm muito mais soluções e até são equipas com índices físicos e altura que nos criam muitas dificuldades!
A parte boa, sejamos optimistas, é que provavelmente a equipa vais melhorar os indices físicos com os jogos e fazer uma 2ª volta mais à vontade, apesar de ir a Famalicão e a Braga. Portanto, desde que não se perca no próximo jogo com o Benfic@, está e ficará tudo em aberto para ser decidido na 2ª volta.
Não sei quem manda o FF do Sporting mas seja quem for, há ali muita incompetência!
9 Março, 2021 at 12:39
Tens ainda a Alícia Correia, a Mónica Mendes e a Marta Ferreira. Depois, poderás contar com a Rita Fontemanha, a Joana Martins e, quando estiver totalmente recuperada da lesão que a apoquentou, a Neuza Besugo.
Poderás dizer, comparando nomes que não são alternativas reais,; no entanto até acho que é um banco mais “equilibrado” que a maioria dos outros (as outras equipas têm mais escassez de opções , mas têm, teoricamente, mais e melhores opções nos seus 11; no entanto, tal como se está a ver no FM, isso, por si só, pode não chegar, quando outra equipa é bem orientada e bem motivada – tal como em relação a Ruben também tinha, inicialmente sérias dúvidas sobre a Suzana Cova, mas o tempo tem demonstrado a sua enorme competência).
Onde acho que seria necessário investir seria em 3 ou 4 lugares para entrada no 11: 1 central relativamente alta e com alguma “presença física (a Nágela não me parece uma má opção como alternativa à Bruna ou à Nevena se esta se lesionar ou mostrar fadiga),a Vanessa Marques e 1 Ponta de Lança como a Vitória Almeida (e eventualmente, mas não necessariamente já, 2 extremas rápidas mas que ofereçam também jogo interior e capacidade de golo – a Mylena do Famalicão seria uma ótima opção, abrir os cordões à bolsa e ir buscar a Jéssica Silva seria outra; mas ambas já numa perspetiva de equipa para fazer umas flores na Champions)
SL
9 Março, 2021 at 13:18
Avançadas a jogar em Portugal, gosto muito da Telma Encarnação. Não sei porque ainda está no Marítimo… Também acho que precisamos de mais uma central, mas é difícil justificar a contratação de mais uma quando 80% dos jogos são feitos no meio campo adversário.
A não ser que se mudasse o esquema para 3 centrais (a Nevena parece-me ter perfil para comandar uma defesa nesse estilo). Isso também tornaria menos necessário o investimento em extremas dado termos laterais que desempenhariam bem esse papel: Joana Marchão, Alícia Correia, Mariana Rosa e mesmo Ana Borges e Wibke Meister são jogadoras que defendem bem a lateral e têm velocidade e propensão para avançar no terreno.
9 Março, 2021 at 14:13
Por alguma razão a Cova só fez uma substituição.
Um sinal claro de que, como eu disse, no banco, para estes jogos, não há grandes opções para mexer no jogo.
Eu usava mais a Fontemanha do que a Cova usa mas ela é que sabe porque é quem está lá para decidir.
A Alícia pode se opção para a Mariana Rosa. Para o lugar da Marchão já perde bastante.
A Marta está longe da qualidade da Capeta e até da Carolina.
A Mónica foi uma contratação sem qualquer sentido. Vais buscar uma jogadora a Itália, onde pagam muito bem, e fica suplente cá, ainda por cima de jogadoras da formação? Não que seja pior que a Mariana ou a Alícia, mas a apostar, obviamente, é nas duas miúdas e não na Mónica que nunca será mais que isto.
A Joana Martins tem um défice enorme físico. Tinha de ser uma jogadora muito mais rápida para poder ser opção a este nível. Serve para jogos com o Condeixa, que é uma equipa de pinos, mas para os 6 jogos importantes e que vão decidir o titulo acho que é uma carta pequena. A Baldwin safa-se melhor que ela porque é mais rápida e mesmo pequena luta muito. Agora, para estrangeira, como tu também dizes, não se pode optar por jogadoras similares às nossas. Tem de se ir buscar o que falta cá: altura, corpo, e até velocidade.
É bom ter em atenção que a Darlene voltou aos relvados agora.
Ainda a vamos apanhar sem ritmo mas será uma grande mais valia para as galinhas na 2ª volta.
A Mylena caia que nem uma luva na nossa equipa. Já tinha dito isso aqui.
Como é que o Famalicão a vai buscar e nós optamos por uma Perez? A Perez é do pior que já vi no FF do Sporting. Nem correr sabe… Como é que a têm cá 6 meses na época anterior e renovam com ela? Não dá para entender – a não ser que tenha sido alguém cego!
A Cova não deve ter opinião sobre o assunto. Trabalha com quem lhe dão…
9 Março, 2021 at 17:19
A Cova está a mostrar ser como o Amorim (daí a comparação que faço no post): a principal mais-valia que vai disfarçando a ausência de uma estratégia diretiva clara.
No FM foi contratar com aquilo que não se tem e empurrar (prazos de pagamento) com a barriga e esperar resultados por “fézada”
No FF foi desinvestir do já curto que se tinha e esperar por resultados por “fézada” (saíram, assim de repente, Patrícia Gouveia, Solange Carvalhas, Diana Silva, Carole Costa e Hannah Wilkinson apenas tendo entrado a Raquel Fernandes o resto desde a Blomqvist à Perez, passando pela Mónica foi dinheiro atirado às urtigas.
Realmente qualquer dos treinadores (Amorim e Cova) estão a produzir “milagres” com o que têm (retirando o máximo daquilo que têm).
SL
9 Março, 2021 at 20:51
Na minha opinião o empurrar os pagamentos do FM para anos futuros tem a ver com ter esses pagamentos para fazer quando o contrato da NOS ainda está intocável – portanto, na minha opinião é relativamente bem jogado.
Dá para não gastar agora o pouco que há do que foi já consumido até 2022.
Quanto ao FF, a minha desilusão é muito grande e normalmente partilho a tua opinião.
Nem todas as jogadoras que saíram fazem realmente falta.
Faz falta a Diana e a Carole. O resto não.
Tinham de ter substituído essas duas jogadoras com reforços à altura. Mas nada!
É preferível gastar num Antunes…
A Cova tem muito mérito na época passada que se fez, e no que se está a fazer nesta época. Eu, que fui tão critico da opção nela, gostava de a ver treinar um plantel à maneira, com um bom 11, 5 ou 6 jogadoras que entrando não se notava diferença, e o resto miúdas para crescerem no plantel.
Sou critico do que se tem feito desde o 2º ano, onde acho que já se cometeram mais erros do que se tomaram boas decisões – ainda que o grosso da critica seja do 3º ano para a frente.
Não deixaram a Raquel Sampaio continuar o projecto dela – o 2º ano já deram mais atenção ao treinador do que a ela – e está à vista o decréscimo de qualidade desde que ela saiu – cada ano que passa, está pior.
9 Março, 2021 at 12:58
Concordo com a generalidade do que dizes. A aposta na formação não dá para tudo e o facto de termos um plantel curto, principalmente quando se chega a esta fase, é evidente. Mas mesmo sabendo que a qualidade iria diminuir, penso que corremos alguns riscos em não trocar a Fátima e a Tatiana no final dos dois jogos, para refrescar o meio campo (continuo convencido de que também não o termos feito foi a razão da derrota da seleção contra a Finlândia). Estavam a Joana Martins e a Rita Fontemanha no banco, podiam ter sido utilizadas para aguentar o jogo no fim. Não sei o que se passa para quer a Carlyn Baldwin quer a Amanda Perez não serem convocadas (lesão?).
Quanto à Andreia Jacinto, ela apenas *parece* lenta. Não precisa de andar em correrias, porque está sempre sempre no sítio certo (quantos roubos de bola conseguiu nos dois jogos?). Não precisa de grandes slaloms em sprint, porque está a ler o jogo antes da bola lhe chegar aos pés e decide sempre bem e com tempo para se livrar da bola, muitas vezes com bons passes de rutura, antes da marcação a obrigar a isso. Ainda é muito nova mas, na minha opinião, é a melhor jogadora portuguesa de meio campo na atualidade.
9 Março, 2021 at 14:21
A Amanda Perez é a pior jogadora que já passou no FF do Sporting, e olha que já tivemos umas pinos…
Preferia uma dupla para a opção 9 com a Capeta e a Telma do que a que temos.
A Andreia fez 2 excelentes jogos com o Braga. Mas jogou num nível muito acima do seu normal. Mesmo assim, sempre que ia na luta com bracarenses no meio campo, elas arrancavam e a Andreia não as acompanhava. Então a Norton não lhe dava mesmo hipótese – e fez um jogão, carregando o Braga às costas. Nós não temos ninguém com metade do poder da Norton. E com ela e a Dolores no meio, o Braga fica muito forte.
A Andreia tem muito mais potencial do que aquilo que normalmente mete em jogo. E é isso que eu “critico”. O facto de me parecer que para ela está bom assim – já é titular no Sporting e já joga regularmente na selecção.
Mas, como dizes, é muito nova e tem muito tempo pela frente para melhorar…
9 Março, 2021 at 11:19
Em relação ao primeiro jogo, penso que a inexperiência de Mariana Rosa ficou bem patente na primeira parte, tendo sido esse o lado que o Braga preferiu para atacar. Logo a primeira oportunidade nasce de uma perda de bola de Mariana.
O segundo jogo não me pareceu tão equilibrado como isso. Apesar de repartido, o Braga esteve por cima a maior parte do tempo e teve mesmo as melhores oportunidades, muito por culpa da quebra física do meio campo. Não fosse a excelente exibição de Inês Pereira (para mim a melhor jogadora em campo nesse jogo) e o resultado poderia ter sido outro.
Quanto à utilização das estrangeiras, é natural que Carlyn Baldwin esteja a ter dificuldades em voltar a encontrar a forma e preponderância que tinha na equipa antes da sua grave lesão. Não deve ser fácil estar mais de um ano sem jogar. Amanda Perez é um caso estranho: foi contratada já na vigência desta equipa técnica e mesmo assim tem tido poucos minutos, apesar de não ter comprometido sempre que foi utilizada. Não será certamente uma fora de série como a Raquel ou Nevena, mas parece uma boa jogadora e trabalhadora, com bom sentido coletivo. É fundamental que estas duas jogadoras voltem a poder dar o seu contributo para não sobrecarregar o habitual trio do meio campo em altura de muitos jogos, como agora.
Finalmente, em relação a Wibke Meister, não concordo nada com a caracterização feita. Esteve sempre bem quando foi utilizada, quer na esquerda quer na direita, interpretando na perfeição o papel que Susana Cova quer para as suas laterais. Infelizmente esta lesão fará com que não possamos contar com ela por muito tempo…
9 Março, 2021 at 12:52
António, muito obrigado pela sua opinião.
Embora aceitando-a, não concordo com a apreciação às estrangeiras: qualquer dessas 3 não oferece nada que não seja possível encontrar nas jogadoras portuguesas ou mesmo do nosso plantel; apenas a Wibke poderia estar num patamar mais aceitável, mas agora com a Mariana e a Alícia, ou seria um banco frequente ou iria tapar a progressão de carreira das 2 jovens.
Diria que são 3 “gorduras excessivas” para uma equipa de projeto.
O mesmo aplico à Carolina Mendes e até à Mónica Mendes.
A Rita Fontemanha não a incluo nesse grupo porque tem caraterísticas de liderança de grupo e de cultura leonina que a tornam útil no projeto. Tivemos uma outra boa estrangeira, a neo-zelandesa Hanna Wilkinson, que a Covid “afastou” do projeto mas que possuía caraterísticas interessantes e algo em falta nas jogadoras lusas.
Para recorrer a estrangeiras têm de ser mais-valias claras em relação ao que encontramos HOJE no mercado nacional (mesmo estrangeiras a jogar em Portugal e lusas a jogar no estrangeiro).
Mais uma vez obrigado e continue sempre a comentar por aqui.
Um abraço e saudações leoninas
9 Março, 2021 at 14:20
Acho que nos falta desde o primeiro ano de projecto uma jogadora fisicamente poderosa (mas que saiba jogar) para a posição 6. Uma versão feminina do João Palhinha, se me permitem.
A Nevena provavelmente poderia fazer essa função, mas também faz falta na defesa.
Havendo um orçamento limitado, tem de se focar as aquisições naquelas posições e/ou características que a nossa formação não consegue produzir.
ps: a Andreia Jacinto tem sido uma surpresa muito positiva
9 Março, 2021 at 17:36
Seria a Vanessa Marques, ex Braga, atualmente no Ferencvaros da Hungria. Para mim, uma das trincos com maior em todo o mundo. Além de forte fisicamente é muito boa tecnicamente e possui uma grande cultura tática. Tanto joga a 6 como a 8.
Quanto às outras posições:
para ontem – uma central com altura e “potência” (a Nágela do Braga seria uma opção muito razoável sendo bem trabalhada para suprir a deficiência de alguma “dureza de rins” – 1,79m /72Gk); uma ponta de lança alta e móvel (a Vitória Almeida do Famalicão, melhor goleadora do campeonato, 1.85m 74kg, muito rápida, bastante resistente, vindo com frequência ajudar atrás, ótimo jogo de cabeça e bons pés)
para amanhã (especialmente se formos campeãs) – a Mylena, extrema do Famalicão, excelente técnica, rápida mas também com bom jogo interior e boa apetência para o golo; a Jéssica Silva (talvez um pouco mais cara, mas com capacidade de supri ausências da Ana Borges e preparar a sua futura saída – a Ana já tem quase 31 anos e vai perdendo a sua principal vantagem que é a velocidade e poder de explosão; outra hipótese seria o regresso da Diana Silva).
Um abraço e saudações leoninas
9 Março, 2021 at 15:56
Acho a Amanda Pérez muito interessante para alguns jogos. Dá físico e experiência à equipa. Foi decisiva no jogo com o Famalicão, sendo a única a perceber como jogar contra o físico das adversárias (a falta que ganha para o livre de Nevena nasceu da cabeça dela).
Carlyn é uma lutadora, Wibke competente, Mónica é fortíssima e, na minha opinião, superior a Bruna (na seleção até tem jogado do lado direito da defesa).
Carolina, Fátima e Tatiana precisam de treino individual. Estão perfeitamente estagnadas em termos técnicos. As miúdas da formação estão a começar a ultrapassá-las pela esquerda.
No frente temos mais dificuldades. Marta vai dar que falar mas ainda é muito teen. Adoro a Canadiana do Torrense, acho-a um verdadeiro “portento”. No fim da época não me importava de a trocar pela Carolina Mendes (Chandra Davidson).
9 Março, 2021 at 18:16
Claramente, temos opiniões diferentes sobre o rendimento das jogadoras.
O que acho das jogadoras estrangeiras é que têm de ser claramente superiores às portuguesas ou acrescentar caraterísticas que as jogadoras portuguesa não tenham para poderem ser contratadas por um Clube como o Sporting.
Só vejo isso na Nevena e na Raquel.
A Wibke também poderia ser uma mais-valia se, entretanto, com a sua lesão, não se estivessem a afirmar duas miúdas como a Alícia Correia e a Mariana Rosa. A partir daí, ou será suplente ou irá tapar o lugar de 2 boas jogadoras da formação e passa a ser um investimento excessivo (uma “gordura” no projeto).
A Mónica e a Carolina são jogadoras cujo peso no orçamento não compensa, na minha opinião, o rendimento que apresentam. A Mónica foi esta época contratada ao Milão, não devendo representar um salário baixo. A Carolina Mendes foi contratada em 2018 ao Atalanta e era, na altura o 2º salário mais alto do Clube, ao nível do da Ana Borges. São portuguesas mas, para as ir buscar ao estrangeiro a relação custo/benefício teria de ser muito mais rentável.
Foi o que sucedeu com as jogadoras que entraram no início do projeto (Rita Fontemanha, Solange Carvalhas, Ana Borges – esta até veio de empréstimo do Chelsea). Como não havia base a relação custo benefício foi rentável.
É o que acho que deve de ser feito agora: re-estruturar o plantel, suprindo as necessidades imediatas mais evidentes e acautelando as necessidades seguintes, baixando custos e aumentando a competitividade, contratando no nosso campeonato (como seriam os casos de: uma central alta e possante, -e.g. a Nágela do Braga; de uma Ponta de Lança alta e móvel, – e.g. a Vitória Almeida do Famalicão; e de uma extrema veloz, boa no um para um, com bom jogo interior e algum faro de golo, – e.g. a Mylena do Famalicão; ou “recuperando” portuguesas a atuar no estrangeiro mas que possam ser EFETIVAS mais-valias (como seria a Vanessa Marques ou poderia vir a ser a Jéssica Silva).
Dispensando as 3 estrangeiras e as 2 Mendes, estas entradas manteriam os custos do plantel e torná-lo-iam muito mais completo, versátil e competitivo.
9 Março, 2021 at 16:47
Bela análise.
Vi um pouco dos 2 jogos.
Não dá para ir brucar + duas “Nevenas” (uma para o centro do terreno e outra para o centro do ataque)??
Oferece-se 3 jovens simpáticas que andam por cá de férias… 🙂
9 Março, 2021 at 16:47
buscar*
9 Março, 2021 at 23:03
Que maravilha Álvaro. Acho que as nossas leoas partilham algumas coisas com o masculino, sobretudo a consisténcia defensiva. Andreia Jacinto trouxe um equilibrio necessário ao meio campo e Bruna faz melhor dupla com Nevena do que a Carole ou Matilde. Mas precisamos de fazer um pouco mais em termos ofensivos.