De volta ao vosso convívio, e já com algo com que me entreter, ligar o título à crónica.
As nossas seniores são Campeãs Nacionais da Divisão de Honra. Ganharam a final ao S. L. Benfica por 11-8, após desempate por pontapés aos postes.
Se este é o resumo, não é toda a história do jogo. Um jogo que se previa equilibrado, e não desiludiu nesse parâmetro. Mais lutado que jogado, mas com uma entrega total das jogadoras. O S. L. Benfica a subir na intensidade e na consistência de jogo, mas ainda assim a fechar o jogo nas avançadas, a sua maior força. Com as nossas pontas vigiadas de perto e sempre acompanhadas, conseguiram equilibrar o jogo durante muito do tempo. Com o intervalo a chegar com um 5-3, a segunda parte pedia mais intensidade e velocidade.
Após o reatar do jogo, manteve-se a toada, com o S. L. Benfica a subir mais no terreno, e a nossa ponta (que jogou a formação) a conseguir ganhar terreno e criar perigo. Ao chegar aos minutos finais, o S. L. Benfica faz um ensaio, numa sequência de pick & go, e depois de diversas fases, conseguem o já merecido ensaio, que não conseguiram transformar. A perder por 5-8, as nossas leoas arrancaram para uma exibição de muito querer e coração, que na bola de jogo foi coroada com um pontapé de ressalto. Já bem dentro dos 22 adversários, ganhamos uma mellée ao adversário e com a bola dada para trás, foi a capitã Isabel Ozório a chamar a si a responsabilidade e empatar um jogo, que segue para prolongamento.
No prolongamento a nossa capitã dispõe de 2 pontapés de penalidade, mas falha as conclusões, o que vai arrastar o jogo para as penalidades, 3 para cada equipa. Mais uma vez a Capitã lidera a equipa e aponta o primeiro pontapé aos postes, com sucesso. Foi o único pontapé com sucesso, o que levou o resultado ao score final de 11-8.
Umas palavras mais para a nossa equipa que, mais que chegar ao topo, soube por lá manter-se. Passaram pelo Purgatório, mas chegaram à Glória, e souberam fazer por merecê-la. Um título que nos assenta bem.
Ao nosso treinador, que conseguiu transmitir o querer e garra a uma equipa que só sabe ganhar.
À nossa Capitã, que não tremeu nas suas responsabilidades e liderou, co sempre pelo exemplo.
Aos team manager e diretor da secção muitos parabéns, pelo trabalho desenvolvido.
Ao nosso adversário, o elogio ao querer e à vontade, estiveram muito perto de ganhar este jogo e o título. Estão de parabéns.
À equipa de arbitragem, passando uns lapsos, no geral fez um trabalho de mérito e a prometer muito melhor. Os parabéns.
E à Rugby TV, o dar a ouvir o árbitro no jogo é uma novidade no panorama desportivo português, estão de parabéns, pois dão uma óptima ideia do jogo a quem está a ver, adepto da modalidade ou não.
Um grande abraço bem até uma próxima.
*quando consegue encontrar os ingredientes certos, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio
30 Março, 2021 at 7:32
🙂
30 Março, 2021 at 7:33
A forma como a Isabel Ozório puxou dos galões de capitã e foi atrás do resultado é assinalável, ainda para mais numa situação em que falhar era perder no tempo regulamentar. Ter sido a única a converter o pontapé aos postes no desempate, é apenas um extra.
Depois, chamar a atenção para um pormenor sublinhado pelo nosso treinador, Pedro Leal: “Jogámos com muitas miúdas, inclusive com a Matilde Pedro, de apenas 16 anos, porque tínhamos muitas baixas, e mesmo assim, perante um SL Benfica que está a crescer, vencemos”. Ó Escondidinho, reparei, efectivamente, que na entrega das medalhas havia umas quatro atletas nossas de fora por lesão e, ao que disseram, baixas importantes. O que é que isso pode ter pesado para uma final tão equilibrada, tendo em conta que os últimos dérbis foram sempre a dar coça às lampiãs?
Por último, muito bonito ouvi-las a cantar “e o Sporting é o nosso grande amor!”
30 Março, 2021 at 8:21
Boas Cherba.
Numa equipa todos fazem falta. Lembro que os nossos leões mais pequenos, mesmo lesionados e sem poder jogar iam aos jogos apoiar a equipa.
Este espírito existe no rugby, e a equipa é um todo, até ao aguadeiro.
Não admira o Pedro lamentar essas faltas, pois eram mais soluções de jogo que podiam entrar nas contas.
Discordo dessas “coças”, os jogos têm tido muito equilíbrio, e desde o ano passado, nota-se um claro crescimento de outros clubes, Tondela, Sport, Agrária, O Belas que está a trabalhar muito bem junto com o São Miguel … e o Benfica também.
Houve uma nossa jogadora que terminou a carreira, a Maria Heitor, que trazia uma entrega e dinamismo diferente, e muita experiência. Temos que continuar a aproveitar bem as nossa formação, como o temos feito, tentar trazer um pouco de experiência internacional, quando e se possível, e fazer estas maltinha toda crescer.
Em relação à idade das atletas, é verdade que 16 anos não são 25/26. Mas se em termos físicos essa diferença não muito marcante, como nos masculinos por exemplo, mentalmente é diferente, e aí sim, existe muita diferença.
Há muito trabalho ainda a fazer, numa secção que corre o risco de perder muitas referências da formação este ano.
30 Março, 2021 at 8:06
Comparar isto com desporto profissional é treta de cartilha. As 30 que por ali andavam faziam-no exclusivamente por amor à modalidade. E que difícil ainda mais é com a covid…
Não faço a mínima do que vale o rugby feminino no contexto europeu, se se joga bem ou mal, se podiam fazer mais, menos ou mais com menos.
Parabéns às vencedoras e honra às vencidas.
Este ano também há sevens ou a época fica por aqui?
30 Março, 2021 at 10:55
Ainda nada se sabe, navegação à vista…
Mas se houver será mais para a frente no calendário… pode ser… em outros moldes… talvez.
30 Março, 2021 at 8:14
Excelente cronica, a realcar a valia e a galhardia das adversarias – muitas vezes esquecemos que nao jogamos sozinhos, que do outro lado tambem esta alguem que quer ganhar (e excelente atitude no final, o espirito do rugby e’ reconhecido por elevar o fairplay a um nivel acima dos restantes).
Parabens ‘as nossas Leoas, que consigamos melhorar ainda mais, com amor ‘a camisola.
SL
30 Março, 2021 at 8:28
E a festa das meninas a erguer o troféu?
“Quando vences o 5º campeonato e podias entoar o “We are the Champions” ou o “Campeãs! Campeãs! Nós somos Campeãs!” mas escolhes cantar outra coisa”
https://t.co/gJvmW902hw
30 Março, 2021 at 8:47
E temos um cântico que vem do rugby, o Fields of Athenry, que para nós tem outra letra 🙂
30 Março, 2021 at 10:14
Qual?
Partilha lá isso…
30 Março, 2021 at 10:54
https://www.youtube.com/watch?v=0OgZNN6hXPg
30 Março, 2021 at 10:56
https://www.youtube.com/watch?v=xb3EaC3hga8
30 Março, 2021 at 21:37
Uma única achega, caro Escondidinho:
https://www.athenryheritagecentre.com/index.php/athenry-history/the-fields-of-athenry
A cancao é um ‘live staple’ da histórica banda folk The Dubliners e foi dos espectáculos destes que passou para Lansdowne Road.
SL para Ti,, Sra. e herdeiro ; )
31 Março, 2021 at 8:07
Bom dia Antão. Sim eu sei, tal como o “O Flower of Scotland”, que é dos Cardigans, acho. E foi usada no último 6N ganho pelos highlanders.
O abraço ao mini (eu continuo a vê-lo assim, apesar de ser maior que eu 🙂 ) dado, abraço para ti tambem.
30 Março, 2021 at 21:43
Magníficas. Adoro estas raparigas e o seu Amor pela nossa camisola. Espero que alguém do Clube tenha o acesso de discernimento de as fazer dar a volta ao Estádio quando o mesmo reabrir.
Bravíssimas como Sempre, Leoas
31 Março, 2021 at 8:09
Pois… vamos esperar…
30 Março, 2021 at 11:33
Grande Escondidinho.
A falta que já fazia esta tua crónica.
Agora o team Tasca modalidades está muito bem composto (eu estou a destoar; porque sou eu e porque o FF pertence à Sporting SAD).
Quanto à crónica … assertiva como sempre.
E o Rugby novamente a estar na vanguarda da verdade desportiva disponibilizando ao público as conversas dos árbitros. Ai se isso fosse no futebol … além de termos de nos habituar ao vernáculo, ir-se-iam “descobrir muitas carecas”.
Um abraço e saudações leoninas
30 Março, 2021 at 13:30
Ao contrário amigo Álvaro, no rugby o TMO é usado para ajudar o árbitro de campo a ajudar melhor, e no pontapé na chicha, é usado para os impedir de roubar…
Teria que haver uma mudança de mentalidade muito grande, de árbitros, jogadores, treinadores, dirigentes, etc.
O público talvez não fosse aceitar isso, as tv’s teriam que comprar ou fazer conteúdos decentes… enfim …
Muito trabalho, é melhor deixar como está.
30 Março, 2021 at 11:47
Regresso na altura devida!
Obrigado!
30 Março, 2021 at 13:28
Ainda que espaçado, vou dando atenção, com o meu desporto parado faltam motivos de interesse…
É bom estar de volta 🙂