Caros leitores da tasca, no passado sábado às 16h os nossos sub-19 receberam e venceram a equipa de sub-19 dos Leixões por 3 – 0, em jogo da segunda jornada da segunda fase do Torneio Nacional da categoria, prova da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que decorre sem classificações e visa dar minutos de competição à formação após 14 meses de paragem. Esta prova reúne as oito melhores equipas nacionais e é uma forma de compensar o ano e meio que foi perdido nos escalões de formação.
A equipa apresentou-se num bom plano e já se vê algum dedo do treinador Pedro Coelho. Apresentámo-nos num 4x3x3 clássico, com as posições do meio-campo bem definidas (Renato Veiga a 6, Miguel Menino a 8 e Mateus Fernandes na posição 10), com os extremos Isanba Mané e Diogo Cabral a servirem o ponta de lança Youssef Chermitti. Este tem estado em destaque, com oito golos marcados em 5 jogos. O esquema tático beneficia as qualidades do jovem avançado leonino, que soube jogar de costas e fazer combinações com os elementos do meio-campo. O primeiro golo é exemplo disso, pois resulta de uma boa jogada coletiva, onde Youssef veio mais atrás combinar com Mateus Fernandes e obrigou a defesa a ficar desequilibrada, algo que foi bem aproveitado através de uma boa combinação entre David Monteiro e Miguel Menino, resultando num remate cruzado deste último.
As rotinas do meio-campo estão já bem entranhadas, com todos os jogadores a saberem bem os terrenos que pisam. Miguel Menino é um todo terreno que faz uma boa ligação entre todos os setores, transporta bem a bola e quebrando assim a pressão a meio-campo. Mateus Fernandes esteve também particularmente bem, pois além de possuir uma boa visão de jogo e um belo passe longo a 30 metros, também é um jogador que deambula muitas vezes para a faixa, nunca se dando à marcação, criando assim desequilíbrios e boas combinações com os extremos.
Na defesa quero também destacar Augusto Frobenius. Um jogador que, mesmo jogando num sintético um pouco maltratado, trata bem a bola e é o primeiro a tratar da construção ofensiva da equipa. Um jogador que tem 1,95m de altura, tem uma boa visão de jogo e ficou-me na retina um passe de trivela a isolar Diogo Cabral. Se conseguir controlar melhor a profundidade, pois é um pouco lento e duro de rins, poderá ser uma aposta séria para as equipas do escalão superiores (sub-23 e equipa B) num futuro próximo.
A primeira parte foi jogada a um ritmo alto, onde havia uma pressão forte no portador da bola e um ataque forte nas conquistas de segundas bolas e divididas, o que fez com que estivéssemos grande parte da primeira parte a jogar em ataque continuado. Gostei da dinâmica ofensiva da equipa, onde Renato Veiga transportava a bola, deixando-a jogável para o acelerador Miguel Menino. Esta forma de jogar também facilita se tivermos laterais rápidos e agressivos, o que é foi notório com Martim Marques, que se fartou de fazer piscinas na lateral esquerda, combinando bem com Isnaba Mané e Mateus Fernandes. Há medida que o tempo foi passando, percebeu-se que a equipa ficou mais desgastada, a partir do minuto 65, deixando de fazer uma pressão tão elevada e passando mais a gerir o esforço.
É necessário notar também que a equipa era uma mistura de juvenis do segundo ano com juniores de primeiro ano, fazendo notar que esta equipa tem tudo para fazer um campeonato de juniores bastante competitivo e com uma grande margem de evolução. O que me faz questionar também é como vai ser a composição da equipa de Sub-23 para o ano. Se grande parte da equipa vai subir para os “B”, e muitos dos jogadores que jogaram no sábado também faziam já parte da equipa de sub-23 na época passada, vai ser interessante perceber o que se vai fazer em relação a ela. Por um lado, grande parte dos juniores deverá fazer os dois escalões, para aumentar a competitividade e jogarem mais. Porém, acho que poderá ser curto e, algumas contratações estilo Matheus Nunes fariam todo o sentido para potenciarmos esta nova geração de 2004-2006.
*quando o deixam entrar na Academia, o JFCC coloca na ementa um prato com dedicatória para os #FormaçãoLover
18 Junho, 2021 at 14:10
Gosto da maneira como escreves e dás a tua opinião!
Boa posta!
18 Junho, 2021 at 14:56
Obrigado, obrigado. Gosto mais de destacar os jogadores, normalmente é o que me salta mais à vista. Não tanto as táticas ou as reposições defesa ataque
18 Junho, 2021 at 14:20
Ficou respondida a tua questão: 433!
Sinceramente sou a favor de menos miudos e jogarem mais, serem mais expostos, separar-se “trigo do joio” mais cedo, ciclos de 3 anos no máximo, com renovações de contrato iguais.
Historicamente os jogadores que sobressaem fazem-no entre os 18 e os 21, a esmagadora maioria ainda antes dos 21. Agora está na moda a palavra “assertividade ” e temos de ser muito mais assertivos, os miudos têm de perceber o que é a competição e a necessidsde de serem competitivos.
SL e espero que desta fornada saiam.mais um ou dois nomes para o futuro (que bom seria se de cada ciclo se aproveitassem 2 ou 3 nomes com capacidade para jogar, de forma efectiva e continuada, no nosso Sporting…).
18 Junho, 2021 at 14:57
Eu compreendo o patamar acima de exigência, mas ficamos com planteis curtos e com risco maior de lesão. É preciso ser assertivo e contratar bem no Estoril, Guimarães, Académica e Leixões, ou até Paços de ferreira que tem feito um excelente trabalho nos últimos anos
18 Junho, 2021 at 15:05
O risco de lesao é subjacente à profissão, miudos com 18 (e antes) já são profissionais.
Nestas idades, neste nível, o conceito tem de ser o de exigência, exigência, exigência. Superação, Superação e Superação!
SL
18 Junho, 2021 at 16:02
A evolução dos jovens não é toda ao mesmo tempo e ao mesmo ritmos.
Fazer ciclos de 3 anos arriscas a mandar embora gajos que depois crescem mais tarde e a ficar com gajos que depois não dão em nada – exemplos perfeitos são o Bernardo Sousa e Diogo Brás. Aos 15/16 eram craques e 3/4 anos depois são pseudo vedetas.
18 Junho, 2021 at 16:14
Ao fim desses 3 anos, rua, venham os próximos. Ou abrem a pestana e mostram vontade e qualidade ou dar lugar a outros.
Arriscar perder um em 100 tem de ser um risco natural.
18 Junho, 2021 at 18:04
Um em 100?
Se calhar 50% demoram a afirmar-se…
Tens n situações assim.
Um em 100… 🙂
Mesmo para um gajo parvo como o Bruno Tavares, que tem imensa qualidade e enorme potencial, é preciso ter calma e fazer bem o trabalho de acompanhamento.
Hoje fui comprar o livro do Aurélio Pereira para dar ao meu filho que faz anos amanhã e na conversa com uns amigos, todos sportinguistas, é preciso ter a noção do trabalho fantástico desse homem que grande parte foi desperdiçada pelo Clube – por culpa própria, por pura incompetência!
O que seria o Sporting hoje se tens aproveitado como deve ser tanto talento que o homem meteu na formação?
Não há uma regra que funcione para toda a gente. Cada miúdo é uma personalidade e o seu contexto, e a mistura faz com que todos sejam diferentes, pensem diferente, tenham ideias diferentes e cresçam de forma diferente, cada um ao seu ritmo.
O papel do Clube é TUDO fazer para ajudar o miúdo a desenvolver o talento que se viu nele, seja em 2 ou 3 anos, como tu achas que deve ser, seja em 5 ou 6. Fazer dele, se possível, um futebolista acima da média e ajudar a educar a pessoa.
Porque fazendo isso, NUNCA será um desperdício de tempo e dinheiro.
18 Junho, 2021 at 20:47
Visoes diferentes, totalmente. Um clube profissional nao e’ a santa casa da misericordia, renego totalmente essa visao assistencialista no futebol profissional, miudos com contratos profissionais ou mostarm foco total ou saiem fora que existem milhares que queriam estar no lugar deles.
Mais uma vez, a grande maioria dos bons/muito mons jogadores ja estava revelada aos 20anos, acima disso e’ comecar a desperdicar dinheiro. E dinheiro e’ algo que nao temos. Para mim devia haver um deadline aos 21, tao simples como isso. Contratos de 3 anos, opcao do clube de estender por mais um ou dois apos os 21.
Estou farto de ver bem melhores que Bruno Tavares a perderem-se, mas muitissimo melhores
18 Junho, 2021 at 16:19
Já agora, que achas que vai acontecer com o Nicolai Skoglund?
Ano inteiro na B, a espreitar oportunidade na A? Gostei sempre de o ver, pormenores e potencial físico (porque vai alargar).
Tiago Ferreira, tb vês como aposta a médio prazo?
Pena o Nuno Moreira, acho que vai mesmo dar jogador.
18 Junho, 2021 at 18:52
Uma estupidez deixar sair o Nuno Moreira assim…
18 Junho, 2021 at 20:30
Tiago Ferreira tem lugar no 11 na equioa B na próxima época. Já teve muitos minutos no final de época.
Nicai Skoglund deverá fazer parte ds equipa B ou o titular dos sub 23. Ainda é uma incógnita
18 Junho, 2021 at 17:38
Parabéns “ ao cronista “…
E é claro…
Parabéns aos atletas…
Sporting Sempre…
18 Junho, 2021 at 21:12
Gostei muito.
19 Junho, 2021 at 11:20
O Nuno Moreira tem qualidade. Veremos como se comporta na primeira liga