A participação da equipa principal do SCP no Campeonato Nacional BPI da 1ª Divisão do Futebol Feminino, depois de um primeiro arranque na Madeira, a 5 de Setembro, com vitória sobre o Marítimo por 0-2, teve a sua “retoma”, após 3 semanas de “intervalo”, logo com o derby dos derbies. O Sporting recebeu, às 17 horas do dia 26 de Setembro, a equipa do Benfica, actual campeã nacional e recém qualificada para a Fase de grupos da Women’s Champions League. Não se afigurava tarefa fácil. Mas as leoas já haviam batido as águias no jogo inaugural das competições oficiais portuguesas, conquistando a Supertaça.
Nesse jogo, uma vitória por 2-0 construída no segundo tempo desenhou logo boas perspectivas sobre o trabalho da equipa liderada por Mariana Cabral. Essa vitória e a personalidade e atitude demonstradas pela equipa destacaram o seu potencial (particularmente face às naturais dúvidas resultantes da enorme renovação do plantel). Notoriamente importante foi o grande capital de confiança conquistado pelas jogadoras e pelo colectivo. Essa conjuntura ainda apimentou mais o derby deste domingo. Importava confirmar o bom começo de temporada para ajudar a continuar o trabalho de consolidação da equipa e dos seus processos colectivos em ambiente de tranquilidade e alegria, sem deixar de manter alto o foco e a concentração (tarefa esta sempre difícil num ambiente competitivo tão desnivelado e onde, para Sporting e Benfica, o objectivo único desta Fase – o lugar na Série de Apuramento de Campeão – já estaria teoricamente “garantido” à partida).
E, entrando na análise ao jogo, essa parece ter sido a primeira diferença entre as duas equipas: a atitude em campo e a forma como encararam o jogo.
A Mariana Cabral, quase repetindo o 11 da Supertaça (a única alteração foi a inclusão da Joana Marchão no início da partida em vez da Alícia Correia), “deixou” logo vários sinais: primeiro, que “abria o peito às balas”, indo a jogo com as mesmas armas sem temor de qualquer perda de “efeito surpresa” que alguns “comentadeiros televisivos” apontaram como “chave” do desfecho no primeiro derby da época (sinal de coragem dado pela equipa técnica); depois, que está a construir uma base nuclear da equipa e que essa base será utilizada, no mínimo, nos encontros considerados mais “decisivos” nesta primeira Fase (sinal de confiança e coerência); depois que encara esta fase com o rigor competitivo que deve ser apanágio de qualquer equipa profissional (sinal de respeito pela competição). Do outro lado, a composição do 11 foi sinal de sobranceria, de falta de coerência estratégica e de um enorme e muito pouco profissional desrespeito pela competição (as declarações de Filipa Patão no final do encontro apenas acentuam esse “desnorte estratégico”).
Após um começo (de apenas 5 minutos) em que até parecia que as encarnadas iriam querer dominar o encontro carregando ofensivamente, o Sporting começa a aprimorar a saída de bola defensiva, libertando-se da pressão que as jogadoras mais avançadas do Benfica procuravam exercer. Mélisa começa a acertar o início da transição defesa/ataque porque Joana Martins, Fátima Pinto e até Andreia Jacinto começaram também a oferecer-lhe (à Mélisa, calaro) muito mais linhas de passe tornando essas transições mais fluidas (e desgastando as 3 jogadoras mais avançadas do Benfica, retirando-lhes muito da sua potencial eficácia). Ao “desactivar” tão cedo a arma que o Benfica pretendia apresentar em jogo (aposta na pressão alta para desequilibrar o adversário e criar situações de perigo eminente) foi o Sporting quem desestabilizou o adversário.
Aos 8 minutos uma boa transição com uma simulação de Joana Martins a desmarcar Marta Ferreira na esquerda e esta, com uma diagonal curta a isolar Diana Silva que desvia de primeira para uma boa defesa com os pés de Carolina Vilão. Aos 10 minutos, dois deliciosos pormenores técnicos da Brenda Perez (primeiro na finta, depois no remate em chapéu milimetricamente confeccionado) produziram um golo para ficar na retina de qualquer amante de bom futebol e, dinamitaram qualquer réstia de confiança que ainda pudesse persistir na equipa de Carnide.
Pouco tempo depois é Diana Silva, muito bem servida por Ana Borges, quem (agora no lado direito) semeia o pânico na defesa encarnada. Aos 18 minutos uma ótima saída da zona de pressão da Joana Martins, largando a bola para Ana Borges que serve a meio a Brenda Perez que noutro rasgo de génio faz um passe de morte para Marta Ferreira que fica na cara de Carolina Ferreira e remata na passada, proporcionando mais uma boa defesa com os pés à “keeper” das águias. O Benfica procurava pressionar como podia mas à medida que o tempo corria ia crescendo o desnorte e o recurso ao contacto físico, muitas vezes irregular, mas sempre contando com uma “estranha” mas já usual permissividade da árbitra Sandra Bastos (uma espécie de João Capela do FF).
Aos 36 minutos, 2 insistências de Andreia Jacinto, primeiro na recuperação de bola e depois no esforço para evitar que esta saísse pela linha lateral, colocando-a “jogável” na frente a que se juntou uma rápida desmarcação de Diana Silva a acorrer à solicitação in extremis da Anderia e a chegar primeiro à bola que a lenta Carolina Vilão, sendo derrubada pela guardiã vermelha e provocando, assim uma grande penalidade. Chamada à conversão, Joana Marchão não tremeu e, com uma bomba para o canto superior direito da baliza de Vilão, não deu a esta qualquer hipótese de defesa. Chegar àquela bola nem com Red Bull!
Aos 39 minutos, um choque a meio campo sem bola provocado por Catarina Amado (que não deu cartão nem sequer falta) acaba por causar a lesão da defesa direita e uma interrupção de 13 minutos (!!). Pouco depois do reatamento, um desentendimento entre Ana Borges e Carolina Becker desconcentra esta que faz um atraso disparatado para a Dóris que fica a meio caminho do destino desejado e é aproveitado pela Valéria Cantuário para reduzir para 2-1, a 3 minutos do intervalo.
A partida parecia estar relançada para a 2ª parte mas logo no recomeço, aos 47 minutos, Joana Martins (excelente jogo, mais um, da média leonina) tira mais um “coelho da cartola” e marca o 3º para as leoas com um bonito chapéu sobre a infeliz Carolina Vilão que passou boa parte do jogo a “apanhar bonés” … que é como quem diz … a sofrer chapeladas de levantar o Estádio. Se o Benfica foi para o intervalo com esperança de recuperar, sofrer um golo destes logo 2 minutos após o recomeço deve ter cortado essa ilusão (para mais após Filipa Patão ter levado a jogo para essa 2ª parte a Kika Nazareth).
Aos 55 minutos, a técnica adversária retira uma já estourada Valéria Cantuária para fazer entrar a Nicole Raysla, procurando dar mais poder atacante à equipa (a entrada de Marta Cintra para a defesa direita ainda na primeira parte em substituição da lesionada Catarina Amado já havia dado mais velocidade e discernimento na ala). Só que, pouco depois, aos 61 minutos um passe de maestrina da Marta Ferreira rompe toda a linha defensiva encarnada e desmarca a Diana Silva que se desloca entre linhas numa diagonal da direita para a esquerda e, à entrada da área, vê o adiantamento da Carolina Vilão e remata em diagonal oposta (da esquerda para a direita) retirando reação à Guarda Redes das águias que vê, assim o seu “espaço aéreo” violado pela 3ª vez por via de mais um chapéu de belo efeito.
Aos 68 minutos Filipa Patão tenta “pôr ainda mais carne no assador” chamando a jogo a Christy Ucheibe, mas ou o barbecue era pequeno ou o braseiro não acendia. E, mais uma vez, é o Sporting quem aquece o ambiente com mais um golo de fino recorte técnico, quer na finta e passe longo da Brenda Pérez (não sei se já disse … mas que jogadora!!), quer na desmarcação e remate na passada ao canto superior esquerdo de uma Carolina Vilão que ficou outra vez a ver os aviões a passar. Estava feito o resultado e sentenciado de vez o jogo.
De referir, entretanto, que:
– o Sporting apenas tinha 3 estrangeiras no 11 e efectuou 5 substituições mas fazendo entrar apenas jogadoras portuguesas. Já o Benfica usou 4 brasileiras (uma delas “formada localmente”), 1 canadiana, 1 espanhola e 1 nigeriana;
– Rita Fontemanha entou aos 71 minutos para sair aos 82 (é caso para dizer que sempre houve algumas jogadoras encarnadas – Pauleta, Cameirão e Ucheibe – que conseguiram causar estragos nas leoas; a Lacasse, que parece ter muito mau perder também deu 3 encostos bem maldosos na Brenda Perez, mas a classe da jogadora espanhola é tanta que nem dava troco, não caindo nas “provocações”);
– as declarações pós-jogo da Filipa Patão procurando desvalorizar os jogos desta fase, “coincidem” com o onze “sobranceiro” que fez iniciar a partida, mas “colidem” com as alterações em “desespero” que foram mudando esse onze à medida que o resultado negativo se avolumava;
– tão patéticas quanto essas declarações, só as loas exageradas ao feito do Sporting, que contêm o enorme perigo de cantar de galo antes de tempo, quando o que mais se exige a esta equipa neste momento é manter os pés bem assentes na terra, continuar o foco e a concentração no máximo, nunca perder a atitude de garra e compromisso e, sobretudo respeitar a competição e TODOS os adversários. A Mariana Cabral sabe-o e basta ouvir as suas declarações para perceber que reagir adequadamente ao sucesso pode revelar-se tão ou mais importante do que saber reagir face ao insucesso.
No próximo fim de semana o Sporting vai a Torres Vedras defrontar a única outra equipa que ainda não perdeu pontos na nossa Zona. Pelo discurso da equipa técnica e ds jogadoras estou seguro que disputarão o jogo com o mesmo rigor e atitude (e acredito que com a mesma inspiração) que têm demonstrado até aqui. Para podermos continuar a desfrutar do sucesso. E para nos isolarmos na liderança da Zona Sul.
* dos Açores com amor, o Álvaro Antunes prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino. Às terças!
28 Setembro, 2021 at 13:22
Bela posta Álvaro.
Fomos bastante eficientes na concretização das jogadas de perigo que criámos.
Num todo, fomos uma equipa extremamente organizada e disciplinada.
Há que ter os pés bem assente na terra, pois não foi mais do que um jogo, embora de cariz importante.
Lamentáveis as palavras da lampiona, a tentar menorizar a sua deficiente abordagem ao jogo e à goleada que lhe foi imposta por uma verdadeira equipa de FF.
28 Setembro, 2021 at 13:22
A espanhola é reforço.
A guarda redes também.
Mariana ball a surgir.
SL!
28 Setembro, 2021 at 17:18
Mariana ball é bem sacado 🙂
28 Setembro, 2021 at 17:21
Mariana (Ca)b(r)all.
28 Setembro, 2021 at 18:15
WHAT?!
https://ih0.redbubble.net/image.524974288.5752/flat,800×800,075,f.jpg
28 Setembro, 2021 at 13:33
Concordo com tudo na analise (nao sei para que lado foi o penalty da Marchao, mas acho que foi para o lado esquerdo..ehehe), tanto na apreciacao ‘a Joana martins, que para mim fez um jogao, como da Marta Ferreira (um TT no feminino, a lutar sempre e com bons pormenores). Ah, e a grande entrada em campo da Alicia, excelente – muita juventude com muita qualidade, crescam elas “bem” e temos futuro.
Uma pergunta, quem e’ a nossa 20 que entrou perto do fim e que andava com fintas e rodriguinhos a provocar, constantemente, as lampionas (provocacao com a tecnica, claro)? Que grande moral, gostei!
Falta perceber o que se passou com a equipa “B”, e’ algo que nao deve cair no esquecimento sem uma explicacao e depois far-se-ao os juizos…
28 Setembro, 2021 at 14:08
falei do lado direito da Carolina Vilão, que acho que deve ser a referência num penalty: afinal a escolha da avançada é tentar adivinhar o lado para que vai a GR.
Quanto à número 20 é a Ana Teles que acho que foi um pouco individualista a mais no pouco tempo que esteve em jogo; é compreensível dado ser jovem e querer “mostrar serviço”, para mais com o jogo a 5-1, mas, até para o seu bem, é bom tomar consciência que singrará mais facilmente com uma postura mais colectiva, com teve no jogo da Supertaça, porque é isso que a Mariana Cabral (muito bem) privilegia,
Um abraço e saudações leoninas
1 Outubro, 2021 at 3:31
Porrinho
“Falta perceber o que se passou com a equipa “B”, e’ algo que nao deve cair no esquecimento sem uma explicacao e depois far-se-ao os juizos…”
E triste (e interrogativo) fiquei, não tanto pelo resultado, mas pelo inusitado que foi, ver uma equipa (a Equipa ‘B’ do Sporting CP) ir a jogo com um DEZ inicial, sem suplentes.
E como se isso não fosse já suficiente para alguém vir explicar/informar, acresce também o facto das jogadoras presentes, usarem camisolas com numeração distintas das habituais e (por via disso…) sem qualquer nome.
Camisolas essas, algumas com numerações já existentes no plantel principal.
Tudo isto com a presença em peso das equipas técnicas do futebol feminino do clube presentes, nomeadamente Mariana Cabral, Beatriz Teixeira e João Almeida Rosa entre outros.
Como que parece que nada se passou de inusitado e que não seja devida uma explicação.
Andamos, desde então, neste entretanto e cúmplice silêncio.
Repito os links, em que tive intervenção sobre o que se passou, aqui deixados a 27SET2021:
https://twitter.com/humb_fern/status/1442453285684711431
https://www.forumscp.com/t/futebol-feminino-equipa-b-campeas-nacionais-da-2%C2%AA-divis%C3%A3o/56669/60?u=alfacinha50
https://www.facebook.com/photo/?fbid=249727343826913&set=a.230260412440273
https://resultados.fpf.pt/Match/GetMatchInformation?matchId=1636465
-> Acompanho este comentário que está no link acima do ‘facebook’:
“Que falta de respeito por estas jogadoras, pelo clube e pelo futebol em geral! Em condições normais, num país normal, com dirigentes normais, alguém surgiria a assumir responsabilidades e a pedir desculpa aos intervenientes e aos adeptos. A imagem de que o Futebol Feminino é só para parecer bem fica demonstrado nesta imagem…”
28 Setembro, 2021 at 13:41
“a Lacasse, que parece ter muito mau perder (…)”
Lembro-me da Kika, que numa reposição por pontapé de baliza por parte do Sporting, entrou na área leonina antes da marcação, protestando com a árbitra (sem se admoestada, claro) a suposta “perda de tempo” das jogadoras leoninas.
Inenarrável…
28 Setembro, 2021 at 14:24
Equipa curta, fraca, com poucos reforços, etc…
Mas capazes de dar 5 ao carnide….
Parece que a desconfiança se desvaneceu!
Afinal nem tudo é mau! Mérito a quem o tem e a quem o sabe construir
Parabéns a quem decide e faz o seu melhor pelo Sporting CP dia a dia.
A sorte e a estrelinha demoram muito tempo a construir
Viva o Sporting CP
#ONDEVAIUMVAOTODOS
28 Setembro, 2021 at 14:50
« (…) tão patéticas quanto essas declarações (da Filipa Patão), só as loas exageradas ao feito do Sporting, que contêm o enorme perigo de cantar de galo antes de tempo, quando o que mais se exige a esta equipa neste momento é manter os pés bem assentes na terra, continuar o foco e a concentração no máximo, nunca perder a atitude de garra e compromisso e, sobretudo respeitar a competição e TODOS os adversários. A Mariana Cabral sabe-o e basta ouvir as suas declarações para perceber que reagir adequadamente ao sucesso pode revelar-se tão ou mais importante do que saber reagir face ao insucesso (…)». NÃO PERCEBER ISTO E EMBANDFEIRAR EM ARCO É (na minha opinião) CONTRIBUIR PARA ENFRAQUECER O SPORTING.
«(…) Equipa curta, fraca, com poucos reforços, etc…
Mas capazes de dar 5 ao carnide….
Parece que a desconfiança se desvaneceu!(…)» Miguel “Mighty” Lion.
Em algum momento o Miguel terá lido nas minhas crónicas e/ou comentários que acho a equipa fraca. Curta continuo a achar e esse é um parâmetro que só na 2ª metade da 2ª volta poderá ser devidamente avaliado.
Quanto a reforços fui e sou bastante elogioso para 5 deles (Dóris, Mélisa, Brenda, Diana e Chandra) e acho os outros 2 um bom investimento de futuro (Ana Teles e Shen Menglu).
Mas não perceber que o Benfica tem um plantel mais rico em quantidade (e nalguns casos em qualidade) de soluções que o nosso é querer tapar o Sol com a peneira. Não quer dizer que não tenhamos possibilidade de lhes ganhar. Já ganhámos 2 vezes e bem. Mas o ano passado tyambé tínhamos ganho 2 vezes e bem e na casa das rivais (0-3 e 0- 1) em jogos que apenas valeram pontos que para nada serviram, mas depois perdemos a Final da Taça da Liga e o jogo da decisão do título em Alvalade (por 0-3).
Importante é manter os pés assentes no chão, reconhecer as nossas debilidades para as tentar converter em forças e respeitar todas as nossa adversárias.
Também lhe devo dizer que desde o início da sua contratação pelo Sporting (ainda para a Formação) sempre elogiei a qualidade da Mariana Cabral e do seu trabalho; com maior razão de causa fui e sou entusiasta da sua “promoção” a técnica principal das seniores A.
SL
28 Setembro, 2021 at 17:00
Sendo que um dos problemas é precisamente este:
« Mas o ano passado tyambé tínhamos ganho 2 vezes e bem e na casa das rivais (0-3 e 0- 1) em jogos que apenas valeram pontos que para nada serviram »
É por isto que eu até nem vou muito pela “sobranceria” e “desrespeito pela competição” por parte do SLB. Se a competição está organizada desta forma, digamos, infeliz, a verdade é que o SLB até pode acabar em 4º e depois ainda pode acabar a época como campeão. Assim sendo, vale a pena cansarem-se muito agora?
Ou seja: deviam transitar alguns pontos desta fase para a fase de “apuramento do campeão”, por mais residuais que fossem esses pontos (assim, como está, “zerando” tudo, é que me parece que não está muito bem)
Outra coisa: sobre a «Vitória sem espinhas», resta saber como teria sido o jogo se o SLB concretiza aquela oportunidade que teve logo no 1º minuto.
28 Setembro, 2021 at 17:10
Percebo o que dizes, mas um derby é sempre um derby.
Achas que as lampionas ficaram satisfeitas de terem perdido estes 2 jogos?
O que provavelmente vai acontecer é que se vão reforçar ainda mais para a etapa de apuramento de campeão.
28 Setembro, 2021 at 17:59
«O que provavelmente vai acontecer é que se vão reforçar ainda mais para a etapa de apuramento de campeão.»
Já sabem que “entram nos cofres mais 400.000€ (no mínimo), o que lhes pode abrir perspectivas de atacar o mercado com alguma margem de manobra (embora o mercado de Janeiro seja mais “voltado para as Américas”).
Também acredito que estes resultados (aliados aos que provavelmente sofrerão na Fase Grupos da Champions) funcionem como uma pressão adicional para “usar” essa “folga”.
O que recoloca ainda com maior acuidade a nossa necessidade de intervir nessa janela (e logo de início para não sermos surpreendidos); até porque acredito que o Braga e sobretudo o Famalicão (que tem um treinador brasileiro e com forte influência nesse mercado) também tenderão a reforçar-se bem. Uma boa central direita (de categoria idêntica à Mélisa), uma trinco (de categoria idêntica à Vanessa Marques) e a Telma Encarnação, seriam reforços muito assertivos. Eventualmente uma jogadora que faça com idêntica competência a posição de central direita e de trinco poderia dispensar em janeiro uma dessas 3 contratações (só como exemplo: “apenas” 2 contratações como a Maria Thörisdottir do Man Untd e a Telma Encarnação do Marítimo, poderiam oferecer soluções de rotação com muita qualidade para 4 ou 5 posições; e acho que, aí sim, partiríamos para a 2ª fase com algum favoritismo).
Um abraço e saudações leoninas
28 Setembro, 2021 at 17:13
A única forma de transitarem os pontos, seria no final desta fase, fazer uma classificação só com os resultados entre as equipas que passaram e reduzir a 50%, mas aí há sempre o problema do norte não jogar com o sul. Imagina numa hipótese académica, O primeiro do Sul faria entre todos 9 pontos e o quarto do norte fazia 0 pontos. Mas quem é que garante que o quarto do norte se estivesse a sul não ganharia os jogos todos. Para haver igualdade, têm que partir do zero.
28 Setembro, 2021 at 17:24
Sim… Há sempre esse senão.
28 Setembro, 2021 at 17:28
Podias passar os pontos dos jogos entre as equipas que transitam à fase seguida. Sendo que na 2ª fase o Sporting não receberia o Benfica (já teria os 3 pontos)
28 Setembro, 2021 at 17:30
E isso aplicava-se a todas as equipas que já tivessem jogado entre si.
Faz sentido.
28 Setembro, 2021 at 18:06
A época passada ganhaste no campo delas nesta fase por uns claros 3-0 e voltaste a ganhar lá no início da fase decisiva por 1-0.
Depois viu-se bem que quem andou aqui a lamentar – porque é de lamentar que se trata! – que o plantel era curto e desequilibrado e a treinadora limitada tinha, afinal, toda a razão e não fez isso só depois do “desastre” que foi esse final de época.
Algumas dessas pessoas também lamentaram, por exemplo, a vinda do Zazuz para o Sporting, nem tanto pelo seu aspecto técnico mas por ser uma pessoa sem princípios, contra a opinião da esmagadora maioria na altura. No fim todos queriam o Zazuz fora do Clube exactamente por ser um ser sem princípios!
Portanto, meu caro, há quem pense pela sua cabeça e opine na hora difícil. E há quem espere pela desgraça para lamentar e enquanto isso não chega vai deitando foguetes…
Todas as lamentações que aqui se fizeram, por quem realmente acompanha o FF, especialmente o do Sporting, gostem ou não, tiveram a sua fundamentação e foram devidamente explicadas.
Quem percebeu, percebeu.
Quem não quis perceber, que se foda e siga!
28 Setembro, 2021 at 15:02
Álvaro sempre acertivo é muito conhecedor do FF.
Bem haja pelas suas crónicas, bem como do Miguel .
28 Setembro, 2021 at 15:26
Boa tarde Álvaro, análise sapiente.
Permita-me um conselho, não gaste o seu precioso tempo com resposta a provocações, o desprezo é o melhor caminho.
28 Setembro, 2021 at 16:48
Um excelente jogo. Podem falar de estrelinha, de falhas da GR, mas essas falhas só acontecem se criarmos oportunidades e rematarmos à baliza. Vi várias vezes o golo delas e não acho que foi um atraso mal feito da Carolina à Doris. Parece mais uma tentativa de abrir na Melisa que saiu curta e foi interceptada. O próximo jogo é talvez o mais complicado desta fase, contra a terceira melhor equipa da série. Uma equipa bem organizada e com uma excelente frente de ataque. Quem tece loas a algumas avançadas rivais, ponha os olhos na PL do Torreense (posso dizer que saiu a Chandra e não ficaram a perder). Vamos ver se não está ao nível desses ídolos. O Torreense, deverá em princípio acompanhar Sporting e Benfica, sendo que o Amora, Marítimo e Estoril disputarão a outra vaga. A norte, pelo futebol apresentado, Braga, Lank e Famalicão, deverão ter o lugar assegurado, sendo que a última vaga deverá ser decidida na última jornada, quando o Albergaria visitar Valadares, embora pense que será mais fácil o Valadares perder pontos com Gil e Condeixa do que o Albergaria.
28 Setembro, 2021 at 17:09
O lance do golo delas, num primeiro momento, é ditado pela indecisão entre a Ana Borges e a Carolina Beckert sobre quem deve ir à bola entre a lateral e a central, face à pressão da jogadora encarnada (acho que a Lacasse; aqueles décimos de segundo de indecisão levaram a que a Beckert (que foi quem acabou por assumir o corte), ficasse algo desorientada porque não tinha saída a jogar pela frente e teve de se virar para sir a jogar (ou com a Doris ou com a Mélisa; a mim pareceu-me tentar ao atraso para a Doris, mas pode ter sido a tentativa de servir a Mélisa; de qualquer forma, o passe foi fraco e ficou a meio caminho das duas, acabando a Valéria por se intrometer bem na jogada e concluir com facilidade). Na minha opinião, aquele lance, particularmente após a indecisão inicial, requeria que quem fosse à bola a procurasse safar dali com um chutão a despachar para a frente; até pelo momento do jogo que era. Mas isso é a falar agora. Lá dentro elas é que sabem como a bola por vezes queima.
28 Setembro, 2021 at 17:12
E é bom acrescentar que até achei que a Beckert ,a pesa desse erro esteve bem melhor e menos intranquila neste domingo do que na final da Supertaça. E a tendência será para crescer. Uma boa aposta da Mariana em uma jogadora que tardava em ser usada.
SL
28 Setembro, 2021 at 17:24
O golo da Valéria Cantuário tambem é de fino recorte… apesar de ter sabido a fel.
Gostei.
28 Setembro, 2021 at 19:24
Bem, ontem vi o jogo novamente, desta vez na Sporting TV, mais até para me inteirar dos comentários feitos e poder ter uma comparação com as opiniões ditadas no Canal 11.
Sobre o jogo, está praticamente tudo dito pelo Álvaro.
Não partilho da ideia que o Benfic@ se tenha apresentado com sobranceria.
Apresentou-se com as jogadoras que a treinadora achou melhores para este jogo e, tenho 99,9% de certeza, queriam muito ganhar e limpar a imagem que deixaram na Supertaça. Não foi, de todo, um jogo para experiências. Isso só serviu para “minimizar” o estrago que uma cabazada destas deixa na equipa técnica da equipa feminina perante a direcção do clube – que vem na sequência da perda da Supertaça, ainda por cima!
Quem esteve com atenção aos detalhes do jogo percebeu a enorme diferença entre a arbitragem da 1ª parte, onde tudo o que não era evidente da lua era marcado contra nós, e a arbitragem da 2ª parte, onde houve uma arbitragem equilibrada com os normais erros para os 2 lados.
Tal como os jogadores percebem muito bem o que se passa, os árbitros também.
o 3-1 aos 2 minutos da 2ª parte matou o jogo e a freira Sandra Bastos percebeu que não valia a pena colocar em causa a sua “suposta” “imparcialidade”. E daí para a frente fez uma arbitragem normal…
Tal como no jogo da Supertaça, este foi mais um jogo com o selo da nossa treinadora. E digo isto por 2 razões principais.
Uma, as nossas jogadoras, desde a época inicial, SEMPRE deram tudo em campo. Nunca o deixaram de fazer, mesmo quando as coisas não correram bem – e todos temos presente como lhes custou perder os 2 últimos jogos da época passada, quando já tinham o titulo ali à vista. Mas mesmo sentido-se impotentes – que acho que foi realmente isso que aconteceu pela forma deprimente como chegaram a essa fase da época – deram tudo o que tinham para dar e no fim foi vê-las em lágrimas por não terem conseguido o que tanto queriam: serem campeãs!
Portanto, elas, quer na Supertaça, quer no domingo, foram iguais a elas próprias: umas leoas!
Outra, porque foi tão, mas tão, evidente que a Mariana deu um baile táctico à Patão na Supertaça e, no domingo, apresentou uma verdadeira equipa contra um conjunto de 11 jogadoras. E isto tem uma razão de ser: de um lado está uma treinadora a formar uma equipa e do outro está uma “treinadora” a escolher um onze para jogar! Claro, visto de um modo simplista. Na realidade, de um lado está alguém com uma ideia na cabeça e que sabe implementar essa ideia no plantel que tem, e do outro está alguém que até pode ter também uma ideia mas não está a conseguir implementá-la no plantel que dispõe.
E não é de hoje que eu penso isto.
Aquele jogo que perdemos, acho que da Taça da Liga, por 2-1, e onde jogámos uma parte com uma jogadora a mais, foi muito demonstrativo de quanto a Patão é limitada – por sinal, também demonstrou muitas limitações da Cova, que nunca soube jogar em superioridade e tirar partido disso, num jogo que era uma final e só a vitória interessava. Penso até que esse jogo marcou o final da Cova junto das principais jogadoras, não só por isso, como por outras situações que aconteceram e que não posso falar aqui.
Eu, não tenho problema em admiti-lo, estava muito receoso desta época – ainda estou um bocado – e o meu grande receio era que o Sporting queimasse a Mariana Cabral com este plantel que colocou nas suas mãos. Felizmente a rapariga tem demonstrado grande capacidade e isso só me deixa contente.
A Mariana tem conhecimento, sabe o que faz, sabe transmitir o que quer às jogadoras e consegue colocar a equipa a jogar como equipa e a jogar um futebol que se percebe.
Vieram 4 grandes reforços: a Bacic, a Melissa, a Brenda e a Diana.
Enquanto tivermos estas 4, a Ana Borges, a Marchão, a Fátima e a Andreia – o que perfaz 8 jogadoras base – a equipa vai conseguir estar a um bom nível, deste que tenha capacidade física para competir no jogo – o que faltou claramente na parte final da época passada!
A Joana Martins encaixa muito bem no meio campo a 4, deixando até de ser um problema a sua completa falta de capacidade física no corpo a corpo, exactamente porque com 4 está sempre alguém perto para a ajudar ou fazer a dobra. E assim temos mais uma jogadora tecnicamente evoluída que ajuda muito a troca de bola e a transição defesa-ataque.
Claramente, há aqui um dedo da Mariana Cabral porque se a equipa só tivesse 3 médias – tirando a Fátima ou a Andreia, porque a Brenda jogaria sempre – a coisa seria muito diferente.
Sobram 2 lugares, que é o lugar 9 e o lugar de central ao lado da Melissa.
A aposta na Beckert, para mim, faz todo o sentido – não havendo uma outra central da categoria da Melissa. Tem cumprido bem – com excepção do lance do golo do Benfic@, mas são coisas que acontecem e fazem parte das dores de crescimento. Eu diria até que se ela tem mais 10cm – nem era preciso mais – teríamos ali, em pouco tempo, a melhor central portuguesa.
Agora, com 1,66m acho complicado que se torne uma central que sirva para um Sporting FF europeu.
A Bruna só tem mais 3cm e é muito mais lenta – mas é só um ano mais velha.
A aposta na Marta no lugar da frente, com a opção Chandra de fora – estará com algum problema físico? – faz-me um pouco confusão.
Não vejo a Marta ainda com nível para ser a 9 do actual Sporting – nem vou entrar no tal Sporting europeu que eu desejo. Não é que seja má, que não é. Mas é preciso muito mais do que ela tem dado, ou, acho eu, pode dar.
E sendo a aposta nela, então foram buscar a Chandra para suplente? Não valia mais terem apostado noutra jogadora estrangeira que viesse para titular de caras?
No banco, além da Bruna e da Chandra, que já falei, temos 2 jogadoras que, na maioria dos jogos, vão entrar bem: a Alicia e a Fontemanha. Talvez a Bezugo também.
O resto são tudo jogadoras que são uma incógnita e de algumas até nem estou a ver grande futuro para o nível do actual Sporting – quanto mais o tal Sporting europeu.
O Sporting na máxima força é uma coisa.
O Sporting sem uma das 4 reforços que falei inicialmente já é outra coisa.
O Sporting sem uma das 4 reforços e uma das outras 4, já é outra coisa ainda!
Basta tirar 2 dessas 8 jogadoras e a coisa transforma-se – se uma for a GR, pior ainda.
É isto que, analisando o plantel, temos.
Nenhuma das miúdas que subiram este ano ao plantel principal vindas da formação é “um Nuno Mendes”, ou “um Palhinha”, ou “um Bragança”, ou “um Inácio”. Nenhuma!
Estão, em nível actual e em potencial, bem abaixo de qualquer destes nomes quando subiram ao plantel principal – a Alicia e a Andreia já estavam no plantel a época passada.
E isto para mim é preocupante porque só se pode apostar na formação se houver realmente qualidade na formação para isso. E eu duvido que haja, não porque as miúdas não se esforcem ou queiram, mas porque há outras condicionantes importantes.
Umas ultimas linhas para o que me fez rever o jogo ontem.
Quer na Sporting TV, quer no Canal 11, os comentadores apontaram como grande virtude do Sporting o melhor jogo colectivo, mais definido, um verdadeiro jogo de equipa, coisas que o Benfic@, disseram, não apresentou, a não ser nos 5 minutos iniciais, onde até chegou a criar 2 oportunidades.
Parece, portanto, evidente que há um grande mérito duma treinadora, e algum demérito da outra, porque quem coloca as equipas a jogar à bolas é o trabalho dos treinadores.
Na Sporting TV acharam que a Brenda está em todos os golos do Sporting, o que não foi verdade – está no primeiro, que é todo dela, e no último, que desmarca a Diana. O penalti é construído pela Andreia e pela Diana, o 3º golo é também todo da Joana Martins (mas é um peru) e o 4º é construído pela Marta e pela Diana. Cenas!
Mas concordo com eles em achar a Brenda a jogadora deste jogo!
SL
28 Setembro, 2021 at 23:17
No 4º é a Brenda quem inicia a transição ofensiva com uma finta a rodar sobre a adversária (muito idêntica à do seu golo mas com rotação e uso de pés contrários) e com um passe açucarado para a Marta que faz uma enorme assistência para a Diana Silva. No 2º e no 3º para terem visto alguma influência devem estar a contar com alguma intervenção uma ou duas jogadas antes (lol). Na Sporting TV temos excelentes contadores/as na maioria das Modalidades (onde até se aprende bastante) mas no Futebol parece um sucedâneo tímido do facciosismo da Boifica TV
SL
28 Setembro, 2021 at 23:19
Quanto à jogadora MVP do jogo, fico dividido na escolha entre a Brenda, a Joana Marins e a Diana Silva.
Sl
28 Setembro, 2021 at 23:45
O caso da Chandra, acredito que tenha a ver com mérito racial. Ela esteve lesionada na altura da Supertaça. A Marta cumpriu. No Marítimo, ela já esteve no banco, mas a Marta continuou a cumprir e como tal continuou na equipa e possívelmente deverá continuar com a Chandra a aguardar a sua vez.
29 Setembro, 2021 at 16:59
Meritocracia e não mérito racial como é óbvio
29 Setembro, 2021 at 8:15
Foi uma bela tarde de domingo, deu para estar ao vivo com as miúdas e perceber em campo o que na TV é mais difícil.
Há um excelente ambiente no grupo, houve um bom apoio na bancada.
Há uma prometedora equipa técnica (já o digo desde o primeiro dia), convém que tenham armas para lutar, pois esta fase conta pouco. É que na altura da decisão, os reforços de “inverno” podem fazer a diferença.
No entanto, como é óbvio, é muito melhor trabalhar em cima destas vitórias (porque sei que não vão tirar os pés do chão) que com resultados menos positivos.
Naturalmente, um goleada às lamps baralha um pouco quem anda sempre a malhar. Mas essa malta arranjará sempre algum tema relacionado para valer a sua narrativa.
Não confundir quem critica construtivamente e levanta necessidades, mas se por um lado gostava que a direção disponibilizasse mais verba para reforçar a equipa, por outro temos uma liderança brutal nesta equipa e as miúdas continuarão a dar tudo. Nem que joguem com 10…