Num jogo que chegou a ter uma dinâmica interessante, o Sporting foi ao Bessa ganhar por 0-3 e apaziguou as dores causadas pela última semana. Coates mandou na primeira parte, Ugarte pegou na segunda e os Leões ficaram a um ponto de confirmar o acesso directo à Champions

 

Quando entrou em campo, o Sporting sabia que uma vitória representava três coisas: colocar bálsamo nas feridas abertas dentro e fora do campo; ficar a um ponto de garantir o acesso à Champions, fruto do empate caseiro do benfica; obrigar o fcp a manter o champanhe no frigorífico, fruto da derrota azul e branca em Braga.

Ora, começando pelo fim, pode dizer-se que a ida ao Bessa cumpriu todos esses objectivos, mesmo que o jogo nem sempre tenha tido um ritmo alto, mesmo que continue a ser exasperante a falta de confiança de Pote na hora de marcar, mesmo que tenha ficado por aproveitar uma oportunidade de dar mais minutos a Rodrigo Ribeiro na primeira equipa.

Nas bancadas, os adeptos leoninos voltaram a dar uma lição de apoio, algo que devia fazer pensar quando se compara o ambiente que se vive em Alvalade com o que se vive em muitas deslocações (o voltar a acontecer no dia em que se celebra a liberdade foi apenas um pormenor). No relvado, os Leões entraram com vontade, mas se serem capazes de sacudir o semblante de tristeza com firmeza. Dominavam o jogo, tinham bola, mas o Boavista percebia que tudo ia ser canalizado pela esquerda, para a canhota de Nuno Santos, e bloqueava esse corredor, enquanto atirava Gorré para cima de Esgaio, consecutivamente incapaz de parar o extremo axadrezado que, em meia dúzia de correrias e fintas curtas, ia dando a ideia de que as panteras podiam acertar em alguma das feridas abertas. Depois de Neto ter um belíssimo corte já na área, foi altura do capitão Coates dizer presente, com destaque para um desarme, pé firme, junto à relva, que mostrou ao tal Gorré quem é que mandava ali. O nosso Sebastião assumia não só o ficar com todas as bolas vindas dos ataques adversários, como ser ele a sair a jogar.

Ali pelos 25 minutos, numa jogada que passou por Edwards e por Nuno Santos, o remate do extremo transformado em ala foi defendido pelo redes para a entrada da pequena área, onde estava Pote. Com Bracalli no chão, o camisola 28 confirmou a total crise de confiança na hora de atirar a contar e meteu a redonda direitinha nas mãos do número um boavisteiro. Dez minutos volvidos, Pote aproveita um ressalto na área e tem a inteligência de meter de calcanhar a a zona de tiro, onde estava Sarabia, mas onde chegou primeiro Matheus Nunes para rematar como se fosse Pedro Gonçalves, com um passe colocado para dentro da rede. 0-1. Ainda antes do intervalo, Sarabia ensaiou um remate em arco, oferecendo uma vistosa defesa ao redes.

No recomeço, De Santis e Makouta deram sinais de que o Boavista vinha disposto a correr atrás do resultado. Amorim trocou Matheus Nunes por Ugarte e com a troca veio a estrelinha: cruzamento de Edwards, carambola na perna de um defesa, bola no poste e arco para dentro da baliza. 0-2.

O Boavista baixou os braços, o Sporting evitava grandes correrias, Amorim iniciava uma dança de substituições. O jogo foi correndo calmamente para o final, só agitando quando Palhinha foi ao segundo andar na marcação de um canto, e cabeceou à barra. Logo a seguir, Vinagre e Tabata combinaram e o brasileiro foi derrubado dentro da área. Penálti que o camisola 7 se encarregou de converter no 0-3, que até poderia ter sido zero quatro se Gonçalo Inácio não estivesse adiantado quando ajeitou suavemente de cabeça para dentro da rede.