Os regulamentos dizem que a flash interview tem de versar “exclusivamente sobre as ocorrências do jogo”, reservando para a conferência de imprensa as restantes perguntas. Ora, na entrevista rápida realizada após a derrota do Sporting com o Desp. Chaves do passado sábado, na zona de entrevistas rápidas, a jornalista Rita Latas, da Sport TV, colocou uma pergunta a Ruben Amorim que fugiu a esse enquadramento:  «Que comentário lhe merece o que Slimani disse, de que Ruben Amorim não queria que ele jogasse porque preferia que Paulinho estivesse no onze inicial?», questionou a repórter, tendo o técnico remetido a resposta para conferência de imprensa que se realizaria logo de seguida.

Esta situação levou a uma queixa do delegado do Sporting, que pediu ao homólogo da Liga para que ficasse registado no relatório que foi colocada uma pergunta que estava fora do âmbito do jogo, levando a que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol instaurasse um processo à referida jornalista.

 

 

Cada um está livre de interpretar esta situação como quiser, em última instância pode usar-se a máxima “as regras são para cumprir”, mas, a mim, isto causa-me vergonha alheia. É de uma pequenez e de uma mesquinhez que me incomoda. Ao invés de, por exemplo, se estancar as notícias que colocaram Amorim na chapa, face à suposta recusa de receber Cristiano Ronaldo, andamos a mostrar serviço na forma como controlamos o que se pergunta ao treinador na flash, talvez porque importa é que ele esteja fresquinho para, na press, fazer de treinador, presidente, director de futebol, director financeiro e director de comunicação.

Enquanto isto, nesse mesmo jogo, Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting, foi multado em 640 euros por presença na zona técnica sem credencial ou braçadeira durante o período de compensação no encontro de sábado frente ao Chaves. A pena foi agravada pelo facto de Hugo Viana ser reincidente. Mas pelo menos estava calado, certo?